SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.15 número1Enfermedad renal crónica: fronteras y desafíos familiaresDesatando nudos, tejiendo lazos: la delicadeza y matices en la construcción del vínculo con grupos en un servicio público de salud índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Servicios Personalizados

Revista

Articulo

Indicadores

Compartir


Vínculo

versión impresa ISSN 1806-2490

Vínculo vol.15 no.1 São Paulo enero/jun. 2018

 

ARTIGO

 

Grupo de escuta e reflexão com estudantes universitários

 

Listening and reflection group with college students

 

Grupo de escucha y reflexión con estudiantes universitarios

 

 

Neila Fernanda Pereira de Souza Diniz*; Suely Aires**

Universidade Federal do Recôncavo Bahiano (UFRB)

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O presente artigo tem como objetivo discutir e relatar a experiência de um grupo de escuta e reflexão com finalidade operativa com estudantes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. A proposta para a realização deste grupo surgiu a partir das demandas de estudantes no contexto da universidade, as quais referiam-se à necessidade de um espaço para falar e refletir sobre o cotidiano da vida acadêmica, possibilitando a elaboração das vivências individuais e grupais no contexto universitário. Os encontros do grupo ocorreram semanalmente, em seis sessões, com duração média de 1 hora e 30 minutos, com participação de seis integrantes. Foi possível verificar que o Grupo de Escuta e Reflexão com finalidade operativa se constituiu para os seus participantes como um espaço de expressão de suas angústias e medos relativos ao processo de inserção na universidade e permitiu a reelaboração e ressignificação de situações por meio da reflexão, da troca de conhecimentos e aprendizagem grupal. Consideramos como positivo o uso dessa modalidade grupal no contexto universitário, visto que a técnica operativa promove aprendizagem e mudanças subjetivas frente ao mundo.

Palavras-chave: Grupo de escuta e reflexão; Grupo operativo; Universitários.


ABSTRACT

The present article aims to discuss and report the experience of a listening and reflection group of operational purpose with college students of the Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. The motion for the realization of this group emerged from the demands of college students, which referred to the necessity for a space to talk and reflect about the daily life, making possible the elaboration of individual and group experiences in the university context. The meetings of the group occurred weekly, in six sessions, with an average duration of 1 hour and 30 minutes, with the participation of six members. It was possible to verify that the Group of Listening and Reflection with operational purpose was constituted as a space of expression of anxieties and fears related to the process of insertion in the university and allowed the reelaboration and resignification of situations through the reflection, the permute of knowledge and group learning. We consider as positive the use of this group modality for college students, once the operative technique promotes learning and subjective changes referred to the world.

Keywords: Listening and reflection group; Operative group; College students.


RESUMEN

El presente artículo tiene como objetivo discutir e relatar la experiencia de un grupo de escucha y reflexión con finalidad operativa con estudiantes de la Universidad Federal del Recôncavo de Bahía. La propuesta para la realización de este grupo surgió a partir de las demandas de estudiantes en el contexto de la universidad, las cuales se referían a la necesidad de un espacio para hablar y reflexionar sobre el cotidiano de la vida académica, posibilitando la elaboración de las vivencias individuales y grupales en el contexto universitario. Los encuentros del grupo se realizaron semanalmente, en seis sesiones, con una duración media de 1 hora y 30 minutos, con participación de seis integrantes. Es posible verificar que el Grupo de Escucha y Reflexión con finalidad operativa se constituyó para sus participantes como un espacio de expresión de sus angustias y miedos relativos al proceso de inserción en la universidad y permitió la reelaboración y resignificación de situaciones por medio de la reflexión, intercambio de conocimientos y aprendizaje grupal. Consideramos como positivo el uso de esta modalidad grupal en el contexto universitario, ya que la técnica operativa promueve el aprendizaje y produce mudanzas subjetivas em relación al mundo.

Palabras clave: grupo de escucha y reflexión; grupo operativo; estudiantes universitarios.


 

 

INTRODUÇÃO

A inserção do estudante no contexto universitário é marcada por diversas mudanças e pela necessidade de se adaptar ao novo (Oliveira, Santos & Dias, 2016). Os estudantes, em sua maioria, se deparam com a mudança de cidade, com a distância da família e dos amigos e a necessidade de se adaptar às regras da universidade, à convivência com outras pessoas ou consigo mesmo e de estabelecer novos vínculos de amizade que, por sua vez, constituirão sua nova rede de apoio (Teixeira et al, 2008). Dessa forma, a adaptação à universidade implica a integração com as pessoas que fazem parte desse novo contexto, a participação das atividades sociais e o desenvolvimento de relações interpessoais que sejam satisfatórias (Diniz E Almeida, 2006; Oliveira, Santos & Dias, 2016; Pascarella E Terenzini, 2005).

Ao adentrar na universidade o jovem assume a responsabilidade pela sua aprendizagem e é esperado que ele tenha autonomia neste seu processo de aprendizagem, no estabelecimento de objetivos e táticas para os estudos, bem como na administração do seu tempo, visto que a supervisão e o interesse pelo aluno presentes na instituição escolar são especialmente reduzidos na universidade (Soares et al, 2006). Teixeira et al. (2008) destacam que o ingresso na universidade é uma experiência estressora para os estudantes por representar, pelo menos para as classes sociais mais favorecidas, um fator determinante da transição do jovem para a vida adulta. Nesse período são importantes ações de cuidado voltadas para o estudante universitário, visto que as novas demandas associadas à vivência acadêmica podem agravar problemas de saúde mental já existentes ou podem aumentar a probabilidade de ocorrer novos transtornos (Bolsoni-Silva & Guerra, 2014).

Para auxiliar os jovens na resolução dos conflitos e angústias advindas de sua inserção no contexto universitário, têm sido utilizadas técnicas de grupos (Carniel, 2008; Côrrea, Souza & Saeki, 2005; Fernandes, 2003; Franco & Volpe, 2011; Pereira, 2013). Nesse contexto, o grupo de escuta e reflexão com finalidade operativa pode ser utilizado como um modo eficaz de intervenção, como será relatado neste artigo.

No campo da psicologia, os grupos são objeto de permanente interesse, pois não existe processo psíquico ou social em que não haja a participação de interações humanas e, portanto, de fenômenos grupais (Ávila et al, 2016). Cabe destacar que a relevância do conhecimento e utilização de técnicas de grupo está diretamente imbricada ao fato de os sujeitos passarem a maior parte do tempo de suas vidas se relacionando e coexistindo com os mais diversos grupos, pois o ser humano é naturalmente gregário e a sua existência se mantém em função dos seus inter-relacionamentos grupais.

A diferença entre os tipos de grupo deve-se ao objetivo que originou e formou cada grupo, pois o cerne dos fenômenos grupais é igual para qualquer modalidade (Zimerman, 2007). Ao classificar os grupos segundo o objetivo, Zimerman (2007) propõe que os mesmos podem ser divididos genericamente em dois grandes ramos: operativos e psicoterápicos. Cada um destes dois grandes ramos subdivide-se em outros tipos de grupos. Nesse contexto, consideramos que o Grupo de Escuta e Reflexão (GER), que apresentaremos a seguir, classifica-se como uma variação do grupo operativo, em função de seus objetivos.

O ramo dos grupos operativos foi elaborado teoricamente pelo psiquiatra e psicanalista argentino Pichon-Rivière na década de 1940 (Pichon-Rivière, 2009). A obra de Pichon-Rivière é permeada pela concepção de dialética, o que possibilita apreender o seu modo de compreender a vida, os grupos e a vida dos grupos. Em função da dialética, os seus construtos, concepções e reflexões são transpassados pela noção de movimento e transformação constante dos sujeitos, de seus vínculos e de sua forma de atuar na realidade (Pereira, 2013).

A partir do pensamento de Pichon-Rivière é possível supor que os sujeitos não são seres estáticos, mas que estão em constante processo de transformação subjetiva, o que repercute nos demais âmbitos que o integram, como os relacionamentos interpessoais e o espaço no qual estão inseridos. É nesse sentido que a oferta de um grupo de escuta e reflexão no ambiente acadêmico mostra-se relevante, em especial ao considerar a inserção do estudante em uma nova realidade.

No contexto dos grupos, Pichon-Rivière define a técnica operativa "como sendo centrada na tarefa grupal e que tem como finalidade que os integrantes do grupo aprendam a pensar de forma conjunta" (EMÍLIO, 2010, p.39). Por conseguinte, a matriz ideológica dessa técnica grupal ultrapassa o sentido de uma reunião de sujeitos em torno de um objetivo comum, pois se propõe a formar um grupo centrado em uma tarefa explícita – por exemplo, a aprendizagem, o diagnóstico ou o tratamento – e uma tarefa implícita, relacionada à experiência subjetiva de cada participante do grupo acerca da tarefa explícita (Pichon-Rivière, 2009). Além disso, essa técnica tem como intuito desenvolver a capacidade operativa que um grupo possui, fazendo com que os sujeitos que o compõem reconheçam suas necessidades, elaborem um projeto e desempenhem conjuntamente a tarefa proposta.

Como instrumento de intervenção grupal, o grupo operativo possibilita a interação entre os sujeitos e o ambiente no qual estão inseridos, reconhecendo a experiência da aprendizagem que é construída por meio dessa interação entre os sujeitos. Dessa forma, os integrantes do grupo inclinam-se à aprendizagem, organização e ressignificação de suas sensações, experiências, percepções, emoções e pensamentos (Pichon-Rivière, 2009). No contexto universitário, a possibilidade de reconhecimento de necessidades singulares lado a lado com o desenvolvimento de estratégias comuns ao grupo torna-se especialmente relevante para a vivência do estudante, pois possibilita que venha a se constituir uma rede de suporte mútuo que opera em diferentes níveis de interação.

No tocante ainda ao grupo operativo como técnica de intervenção, Pereira (2013) aponta que a técnica operativa condiz com os atuais paradigmas em educação e saúde "que colocam o sujeito no centro de seu processo de aprendizagem, como sujeito ativo e protagonista na produção de sua saúde, na construção do conhecimento e dos sentidos que dão significado à sua experiência humana" (PEREIRA, 2013, p.27). Ao serem utilizados no campo da educação em saúde, os grupos operativos promovem mudanças na compreensão e percepção dos participantes em relação aos seus problemas, colaborando para uma construção coletiva e ativa das soluções (Nascimento & Galindo, 2017).

Pichon-Rivière (2009) destaca que os grupos operativos atendem essencialmente a dois objetivos: de aprendizagem e terapêutico. No entanto, mesmo quando um dos referidos aspectos é priorizado, o outro também está presente, visto que são inerentes ao processo grupal. Isto se dá porque a intervenção implica a aprendizagem de novos modos de existir e, ao mesmo tempo, a aprendizagem em grupo envolve, na visão do autor, alguma modificação de cunho terapêutico. Essa técnica do grupo operativo abarca também o enquadre, formado por determinados elementos relacionados ao processo grupal, tais como tempo, frequência, duração e delimitação das funções do coordenador e do observador (Pichon-Rivière, 2009). Neste sentido, o grupo operativo é caracterizado por um conjunto restrito de integrantes, com um objetivo em comum, com período determinado para o seu término e centrado em uma tarefa (Macêdo E Andrade, 2012).

Como subdivisões dessa modalidade grupal, podemos destacar o Grupo de Reflexão e o Grupo Psicanalítico de Discussão. De acordo com Fernandes, Svartman e Fernandes (2003), o grupo de reflexão tem como características a ênfase na reflexão e na verificação sobre os processos relacionados a uma determinada instituição. O mesmo tem como objetivo o conhecimento decorrente da vivência no grupo e do vínculo estabelecido entre os integrantes e dos mesmos com a instituição e, por esse motivo, não há uma atividade prévia que estimule os participantes ou tema pré-estabelecido.

O grupo psicanalítico de discussão, por sua vez, tem como tarefa a discussão entre os integrantes e o objetivo é fazer propagar, de modo horizontal, o conhecimento e a prática de cada um (Fernandes, 2000b). Ao contrário do grupo de reflexão, o grupo psicanalítico de discussão é realizado a partir de uma atividade que funciona como um estímulo disparador, que varia de acordo com os participantes, o contexto, as finalidades e temas para a discussão (Emílio, 2010). A realização de uma atividade prévia ao grupo pode ser concebida como um recurso de mediação, visto que apresenta duas funções: viabiliza subsídios para a posterior discussão e contribui para a redução de ansiedades básicas, consideradas por Pichon-Rivière (2009) como evidentes em toda situação de aprendizagem. Emílio (2010) elenca, como exemplos, a ansiedade frente à mudança, o medo da perda, o temor do ataque e a resistência à mudança.

Analisando as características dessas duas subdivisões de grupo operativo, pode-se considerar que o Grupo de Escuta e Reflexão com finalidade operativa condensa características de ambas, pois enfatiza a reflexão e é realizado a partir de uma atividade prévia que funciona como um estímulo disparador para a discussão e para a construção de conhecimentos entre os participantes, contando com a mediação e escuta dos coordenadores. Geralmente, as atividades são lúdicas e se caracterizam por uma materialidade que visa dar permanência ao trabalho realizado a cada encontro. É importante ressaltar que a técnica do grupo operativo pode ser aplicada nos mais distintos contextos, tais como escola, clínica, comunidade, organizações e em diferentes instituições. O que modifica essencialmente o uso do grupo operativo nesses ambientes é a tarefa grupal (Santos et al., 2016).

Côrrea, Souza e Saeki (2005) realizaram um grupo operativo no contexto universitário, tendo como objetivo reduzir ansiedades, simplificar a construção de vivências cotidianas e ajudar os alunos de enfermagem a integrarem o pensar, o fazer e o sentir. A técnica mostrou-se relevante e eficaz no contexto universitário. Hur, Mendonça e Viana (2016), tendo um objetivo distinto, realizaram um grupo operativo com estudantes, professores e trabalhadores de uma instituição de ensino superior (IES) visando discutir a formação em educação física. O grupo mostrou-se produtivo, apesar das críticas surgidas ao longo do processo, indicando a necessidade de ações continuadas para pensar a formação acadêmica. Franco e Volpe (2011) ofertaram um grupo operativo para estudantes de psicologia tendo como propósito ampliar as modalidades de apoio oferecidas ao aluno do curso no decorrer de sua formação. Como nos estudos anteriores, a avaliação quanto ao uso desse dispositivo grupal foi positiva. Os diferentes objetivos dos estudos citados indicam que novas pesquisas sobre o emprego do grupo operativo em contextos variados são importantes devido ao potencial que essa técnica de intervenção proporciona no tocante à mudança e promoção dos vínculos em determinados grupos (Carniel, 2008; Fernandes, 2003; Pereira, 2013).

O presente trabalho tem por finalidade apresentar e discutir uma experiência de um grupo de escuta e reflexão com finalidade operativa com estudantes universitários do Centro de Ciências da Saúde (CCS), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), situado no município de Santo Antônio de Jesus-BA. O objetivo desse grupo operativo foi promover um espaço de escuta e reflexão para estudantes sobre a experiência pessoal na universidade, considerando os conflitos, encontros e expectativas que são vivenciados nesse contexto.

 

METODOLOGIA

A proposta para a realização deste grupo surgiu a partir das demandas de estudantes no contexto da universidade, as quais foram observadas e acolhidas pelas psicólogas do Serviço de Psicologia do CCS/UFRB. Essas demandas referiam-se à necessidade de ter um espaço para falar e refletir sobre o cotidiano da vida acadêmica, possibilitando a elaboração das vivências individuais e grupais no contexto universitário. Considerando a necessidade de construir uma intervenção voltada para esse público, foi decidido conjuntamente pelas psicólogas a preparação e planejamento das atividades de um grupo operativo. A proposta de uma intervenção em grupo visava possibilitar a construção e fortalecimento de uma rede de suporte mútuo e o reconhecimento de problemáticas comuns aos estudantes, tendo o Serviço de Psicologia da universidade como espaço de sustentação dessa atividade.

O Serviço de Psicologia é uma clínica-escola universitária que oferta ações voltadas tanto para a comunidade interna, quanto externa. Constitui-se como espaço onde se articulam atividades de ensino, estágio, pesquisa e extensão. O Grupo de Escuta e Reflexão (GER) é conduzido por uma psicóloga do Serviço e uma extensionista, também psicóloga, que mantém sua vinculação à universidade por meio do Projeto de Extensão "Atendimento Psicanalítico em Clínica-Escola".

Este projeto de extensão busca atender duas demandas distintas: de um lado, a necessidade de ampliação do número de pessoas atendidas pelo Serviço de Psicologia da UFRB; de outro, a solicitação por parte de alunos em seu último ano de graduação e/ou egressos do curso de Psicologia da UFRB para manter a prática clínica sob supervisão, o que tem se mostrado difícil por razões de mercado (custos e profissionais qualificados). Nesse contexto, o projeto visa que os extensionistas cheguem ao mercado de trabalho com uma formação mais sólida que aquela permitida dentro das limitações da graduação (tempo do estágio, concorrência com outras atividades do curso, indefinição quanto ao caminho a ser trilhado, etc). Foi, portanto, no escopo dessa proposta que o trabalho a ser desenvolvido foi estruturado em uma parceria entre o projeto de extensão e as psicólogas técnicas do Serviço.

Após a definição de que o Grupo de Escuta e Reflexão (GER) seria conduzido por estas psicólogas, foram iniciadas as ações para divulgação do grupo. Este foi o primeiro grupo ofertado com o objetivo de escuta dos estudantes e reflexão diante das vicissitudes da vida acadêmica, o que tornou necessário explicitar de seus objetivos e a metodologia utilizada. Cartazes com informações sobre o grupo foram elaborados e fixados em diferentes lugares na universidade, o que incluía os murais administrativos de cada curso da universidade. Além disso, foi publicado um informe na página do Serviço de Psicologia (www.ufrb.edu.br/servicodepsicologia). As inscrições foram limitadas, sendo ofertadas 12 vagas, e realizadas de modo presencial no Serviço de Psicologia, sendo facultada para qualquer estudante, independente do curso ou do semestre letivo em que se encontrava matriculado.

O presente grupo foi desenvolvido com seis integrantes, sendo cinco do sexo feminino e um do sexo masculino, com idades variando entre 19 e 21 anos. Dentre os mesmos, cinco estavam cursando o 1° semestre do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Saúde (BIS) e uma estava cursando o 5° semestre de Psicologia. O critério de inclusão no grupo operativo foi o de ser estudante de graduação do CCS. Durante a realização do grupo não houve desistências, no entanto, foram constatadas faltas esporádicas de alguns integrantes.

Os participantes preencheram e assinaram a Ficha de Cadastro do Serviço de Psicologia, prestando informações pessoais relacionadas a idade, sexo, etnia/cor autodeclarada, renda, dentre outras informações, e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que garante o sigilo das informações fornecidas, bem como de suas identidades, informa quanto ao caráter voluntário e não obrigatório da sua participação, o não compromisso financeiro e garante não haver nenhuma forma de prejuízo para os mesmos. Como recursos materiais para a realização das atividades de cada encontro foram utilizados: lápis, caneta, papel e cartolina.

Os encontros do grupo ocorreram semanalmente, em seis sessões, no turno vespertino, com duração média de 1 hora e 30 minutos na sala de práticas grupais do Serviço de Psicologia da UFRB, tendo sido conduzidos por uma coordenadora - psicóloga do Serviço de Psicologia e por uma co-coordenadora - psicóloga extensionista. Ao final de cada encontro, foram realizados registros individuais e do grupo em prontuários. Nestes registros, foram descritas de maneira clara as atividades realizadas em cada encontro, bem como aspectos relacionados à participação dos integrantes do grupo, observados durante o desenrolar da sessão. As anotações foram realizadas tanto em prontuário individual, quanto em prontuário específico do grupo, conforme normativa institucional. Nos prontuários individuais foram priorizadas as informações sobre a participação deste integrante e sua relação com os demais membros do grupo durante a atividade proposta. No prontuário do grupo, são feitas anotações referentes à tarefa comum e os pontos de convergência e divergência frente à atividade e conteúdos surgidos na discussão.

Para Barletta et al. (2012), o registro em prontuário é relevante, visto que permite que qualquer profissional que esteja realizando o acompanhamento do indivíduo planeje as ações de intervenção a partir do histórico de atendimento. Além disso, o prontuário pode ser considerado como um meio de acesso a informações para pesquisas e coletas de dados. Segundo a mesma autora, algumas instituições nacionais e internacionais de psicologia têm enfatizado a importância do registro documental em prontuário, considerando-o como um elemento da atuação profissional. Ela destaca que, para a APA (2007), o registro psicológico deve conter as seguintes categorias de informações, corroboradas por Almeida et al. (2008):

[...] (a) informações do cliente, como dados demográficos, convênios, termo de consentimento livre e esclarecido, consentimento para divulgar informações pessoais e pertinentes ao tratamento, história de desenvolvimento e de adoecimento; (b) informações do atendimento, como data, tipo e duração da intervenção, técnicas utilizadas, instrumentos utilizados (testes, escalas, entrevistas estruturadas, etc.) e o resultado das avaliações realizadas; e (c) informações específicas, como as reações do cliente, comportamentos de risco, plano de intervenção, informações qualitativas sobre aspectos da relação profissional e cliente, consultas com outros profissionais e aspectos culturais e sociopolíticos relevantes (BARLETTA et al., 2012, p.137).

Assim, o registro em prontuário possibilitou que as coordenadoras obtivessem informações de cada encontro e dos integrantes do grupo, relacionadas a cada categoria apresentada acima, o que facilitou o acompanhamento do desenvolvimento do grupo e a reflexão posterior que possibilitou a escrita desse relato de experiência. Como estratégia de avaliação dos participantes acerca do grupo, foi utilizada uma ferramenta que denominamos "Caixa de Impressões", onde, ao final de cada encontro, os participantes guardavam papéis com anotações. Nesse papeis, os integrantes descreviam, de modo anônimo, suas impressões sobre o encontro e o grupo por meio de palavras-chaves, frases, desenhos e pequenos textos. No encontro seguinte, as impressões eram lidas e comentadas, permitindo a discussão e reflexão do que foi produzido.

A coleta dos dados do presente trabalho foi realizada por meio da análise dos registros em prontuários individuais e no prontuário do Grupo de Escuta e Reflexão (GER). Também foram analisadas as avaliações de cada participante sobre os encontros depositadas na "Caixa de Impressões". Como critérios para análise dos dados, consideramos: se os temas e atividades propostos para os encontros atenderam às demandas dos integrantes e se possibilitaram uma reflexão acerca de suas vivências cotidianas no espaço acadêmico; se o espaço grupal permitiu a aprendizagem por meio da troca de experiências entre os participantes; os aspectos funcionais e construtivos do grupo e que são característicos dos grupos de escuta e reflexão com finalidade operativa, segundo a literatura apresentada; o papel das coordenadoras no grupo; dentre outros aspectos relevantes.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A escolha do tema e das atividades realizadas em cada encontro do Grupo de Escuta e Reflexão com finalidade operativa foi embasada na observação das problemáticas vivenciadas pelos discentes no contexto da universidade e nas demandas que cada integrante apresentou no primeiro encontro do grupo. A partir disso e do estudo teórico realizado acerca da técnica dos grupos com finalidade operativa, a atividade proposta no primeiro encontro teve como intuito apresentar o objetivo do grupo, bem como conhecer as expectativas, interesses e objetivos pessoais de cada integrante ao estar inserido no grupo. Houve ainda a construção coletiva das regras do grupo, visando definir os modos de funcionamento da proposta: tempo, frequência, duração e delimitação das ações.

Através da realização desta atividade, os integrantes expressaram que o interesse e objetivos pessoais no grupo estavam relacionados principalmente às mudanças provenientes de sua inserção na universidade; à possibilidade de troca de conhecimentos sobre a vida universitária por meio da interação com outras pessoas; à resolução de questões de ansiedade e dificuldades ao falar em público; ao controle da liberdade e autonomia.

Entende-se, a partir disso, que o grupo é considerado como um espaço que possibilita a aprendizagem e a mudança subjetiva através da troca de saberes e reflexões entre os integrantes, constituindo-se também como uma rede de apoio. De acordo com Zimerman (2000), um grupo não pode ser considerado como apenas um conjunto de pessoas, pois se estabelece como uma nova instituição com regras e modo de funcionamentos específicos.

Assim, o referido grupo teve como tarefa principal promover a troca de saberes entre os seus participantes por meio das reflexões e discussões a partir dos temas e atividades propostos. O estabelecimento desta tarefa foi essencial visto que, de acordo com Pichon-Rivière (2009), todo grupo operativo se agrega em volta de uma tarefa, que institui seu principal fundamento de existência, o que permitiu certa consistência interna ao grupo.

A atividade desenvolvida no segundo encontro, denominada "Minha história pessoal no CCS", possibilitou a expressão dos participantes por meio da escolha de uma palavra-chave que definisse o que consideravam como significativo em sua história pessoal na universidade. Dentre as palavras-chaves citadas pelos participantes, a que mais se destacou foi a palavra "mudança", indicando que a inserção na universidade proporcionou diversas mudanças em aspectos distintos de sua vida. Em geral, foram relacionadas às questões familiares, de moradia, de rotina de estudos, tendo sido elencadas outras. A realização desta atividade possibilitou o reconhecimento de uma vivência comum entre os integrantes do grupo, considerando as situações vivenciadas após a inserção na universidade. Nesse sentido, o grupo operativo cumpriu sua função de proporcionar aos participantes a comunicação, o esclarecimento, a intervenção em uma determinada realidade, a realização de crítica e autocrítica, especificando os medos relativos às mudanças e elaborando as experiências cotidianas que perpassam a realidade de todos (Macêdo E Andrade, 2012).

Corroborando a descrição acima, Pichon-Rivière (2009) afirma que a atividade dos grupos de modalidade operativa é centrada na movimentação de estruturas estereotipadas, nas dificuldades de aprendizagem e comunicação provocadas pela ansiedade gerada em todo processo de mudança. Em nossa experiência, o grupo com finalidade operativa se constituiu como um espaço no qual os seus integrantes puderam relatar acerca dos seus medos, angústias, dentre outros sentimentos que são provenientes do processo de mudança, bem como reelaborar suas experiências por meio da aprendizagem grupal.

No terceiro encontro foi realizada a atividade "Regras para uma vida melhor". Nessa atividade, cada participante descreveu individualmente as regras que considerava importantes para ter uma vida melhor e, logo após, essas normas foram discutidas com o grupo. Os participantes assinalaram, dentre outros princípios, os valores morais, o respeito às diferenças, a escuta do outro, a administração do tempo e do dinheiro, e a oferta de serviços de saúde de qualidade para todos. Essa atividade permitiu a troca de saberes por meio da interação grupal, alcançando o objetivo de possibilitar a elaboração de um conhecimento que pode ser aprendido através da convivência em grupo (Bechelli E Santos, 2001b).

No quarto encontro, a atividade proposta teve como intuito discutir o tema "Liberdade". Durante o encontro, os participantes foram solicitados a relatar suas concepções sobre liberdade e descrever situações pessoais em que questionaram e/ou refletiram sobre o tema. Os participantes conceituaram liberdade como falta de responsabilidades e tarefas; autonomia; não se importar com a opinião dos outros; utopia; não precisar dar satisfações, principalmente aos pais.

Por meio desta atividade, os integrantes puderam refletir e trocar conhecimentos entre si sobre a temática proposta, que por sua vez, está diretamente imbricada ao processo de inserção dos mesmos na universidade. Neste decurso da reflexão, as coordenadoras os auxiliaram no processo de comunicação e instigação do pensamento, buscando desempenhar a função de facilitadoras da comunicação entre os participantes, com o intuito de que o grupo seja operativo, ou seja, que supere as limitações na resolução da tarefa (Pereira, 2013).

No quinto encontro, foi discutido o tema "Medo", aspecto que havia surgido em reuniões anteriores. Os participantes foram solicitados a escrever no papel, de modo anônimo, um medo referente à vida acadêmica e outro relacionado a sua vida de modo amplo. Os papéis foram trocados entre os participantes, não havendo possibilidade de identificação daquele que escreveu. Durante as leituras, houve a compreensão e empatia dos participantes com o medo de outro integrante, possibilitando o surgimento de relatos semelhantes e a sugestão de possíveis estratégias de enfrentamento e reestruturação das situações descritas.

Por meio da realização desta atividade, constatou-se que houve uma mobilização no grupo através da troca de conhecimentos entre os integrantes acerca dos seus medos. De acordo com Zimerman e Osório (1997), esse processo facilita o entendimento de que, mesmo que determinadas experiências sejam subjetivas e individuais, elas também podem ser genéricas a outros indivíduos, podendo ser compartilhadas.

No sexto encontro os participantes foram solicitados a fazer uma avaliação sobre sua participação e desenvolvimento no grupo e sobre os aspectos negativos que perceberam nos encontros, visto se tratar do encontro de encerramento do Grupo de Escuta e Reflexão. As psicólogas coordenadoras também realizaram uma avaliação e uma devolutiva sobre o processo grupal e sobre o desenvolvimento dos integrantes, destacando os aspectos individuais destes últimos observados durante os encontros e que contribuíram para a caracterização e desenvolvimento do grupo. As anotações em prontuário foram fundamentais para a estruturação da devolutiva, possibilitando uma primeira análise da experiência realizada.

O grupo foi avaliado de modo positivo, pois os integrantes alcançaram os objetivos pessoais propostos no primeiro encontro. Os participantes relataram que o grupo produziu acolhimento, conhecimento, liberdade de expressão e aprendizagem. Também possibilitou acolher o pensamento do outro e refletir sobre a vida de modo diferente por meio da escuta do colega, despertando empatia. Dentre os aspectos negativos, os participantes ressaltaram o pequeno número de encontros.

Na avaliação do grupo, as psicólogas coordenadoras destacaram as características próprias a este grupo, como a empatia e a participação ativa de todos os membros. Houve cooperação, integração e intimidade entre os seus participantes, o que permitiu o cumprimento da tarefa proposta no grupo. Além disso, foram ressaltados os aspectos pessoais de cada integrante e o modo como cada um colaborou para o desenvolvimento das atividades e do grupo, como um todo. Consideramos que a construção do vínculo entre os participantes foi um dos fatores que influenciou positivamente o desenvolvimento do grupo, pois, como afirmam Maron et al. (2011), a partir dos vínculos produzidos na trajetória do grupo, os participantes se sentem mais à vontade para expressar suas questões, permitindo sua problematização. A construção de vínculos possibilitou o estreitamento das relações entre os profissionais e os demais integrantes, constituindo a base para uma rede de suporte mútuo.

No desenvolvimento do grupo, soubemos que alguns dos participantes se conheciam previamente e outros, não; no entanto, foi perceptível que na trajetória do grupo os vínculos entre os integrantes se estreitaram, o que possibilitou a livre expressão oral, a problematização, a reflexão e reelaboração das mais diversas situações, ressignificando vivências subjetivas. É possível considerar que o quantitativo de participantes colaborou para essa construção de vínculos e para a operacionalização do grupo, pois, segundo Zimerman e Osório (1997), um grupo para ser operativo deve possibilitar a comunicação visual, conceitual e verbal entre os seus integrantes, tendo, portanto, número limitado de participantes.

Por fim, é importante ressaltar que a utilização da "Caixa de Impressões" permitiu que as psicólogas coordenadoras acompanhassem os modos de expressão dos sentimentos e opiniões despertados nos participantes por meio do tema e atividade desenvolvidos. Santos et al. (2016) utilizaram uma estratégia semelhante em seu estudo voltado para professores, que denominaram de "Caixinha de Sugestões dos Professores". De acordo com os autores, essa estratégia permitiu que, de maneira anônima, os membros do grupo se sentissem mais resguardados para conduzir suas críticas, desejos e sugestões. Há uma significativa diferença entre as propostas, visto que, no caso do estudo citado, os registros eram destinados à instituição, enquanto que no Grupo de Escuta e Reflexão tratava-se de um material a ser utilizado na dinâmica de funcionamento do grupo. Em nossa experiencia, a "Caixa de Impressões" mostrou-se uma estratégia útil, tendo caráter inovador no processo do grupo, pois não apenas permitiu o relançamento de questões e a resolução de impasses, como serviu de base para uma análise posterior da experiência desenvolvida. Cabe destacar que, em sua unanimidade, as impressões dos participantes sobre os encontros foram bastante positivas. Nossa experiência nos permitiu reconhecer que o Grupo de Escuta e Reflexão (GER) se constituiu como lugar privilegiado de interação, conhecimento e construção de vínculos, permitindo a construção de soluções singulares e coletivas para as vivências acadêmicas.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Grupo de Escuta e Reflexão com finalidade operativa se constituiu para os estudantes participantes como um espaço de expressão de suas angústias e medos relativos ao processo de inserção no contexto universitário, bem como permitiu a reelaboração e ressignificação de situações e conceitos por meio da reflexão, da troca de conhecimentos e aprendizagem grupal. O vínculo positivo estabelecido entre os integrantes, observado por meio da apresentação de características como a empatia, integração e intimidade entre os mesmos, foi essencial no desenvolvimento e operacionalização do grupo.

A técnica operativa possibilitou a livre expressão dos participantes acerca de suas problemáticas, a cooperação na resolução de situações, a realização das atividades, discussão e reflexão sobre os temas propostos e a construção de saberes coletivos. Houve aceitação por parte dos integrantes dos temas e atividades propostos, podendo-se supor que as atividades mostravam-se em consonância com os anseios no grupo, já que houve a plena participação de todos em cada encontro.

É importante salientar também que as coordenadoras desempenharam um papel relevante para a operacionalização do grupo, por meio da intermediação da comunicação entre os membros e do estímulo à reflexão. Promoveram, como foi proposto, um espaço para a escuta e reflexão dos graduandos acerca dos conflitos oriundos da experiência pessoal na universidade, por meio do encontro com o outro e a construção de vínculos durante este processo. A partir do que foi exposto, conclui-se que a experiência com o Grupo de Escuta e Reflexão com finalidade operativa foi positiva, tanto para as psicólogas quanto para os participantes.

A inserção desta modalidade de atendimento aos universitários no Serviço de Psicologia da UFRB possibilitou pensar em outras formas do fazer profissional neste contexto e reconhecer que o contato e identificação com a problemática do outro é capaz de promover mudanças subjetivas nos participantes do grupo. Além disso, foi possível constatar que a tarefa do grupo foi cumprida e os objetivos individuais de cada integrante foram alcançados.

Como aspectos negativos destacam-se, apenas, o quantitativo de participantes no primeiro encontro e o número de sessões. Cabe destacar que, no segundo encontro, o número de participantes foi modificado em função da integração de outras pessoas ao grupo. Acredita-se que o pequeno número de participantes esteve relacionado à disponibilidade dos estudantes em participar do grupo devido ao dia e horário em que este ocorreu. O reduzido número de encontros, dado apontado pelos participantes, deu-se em virtude do período letivo e do calendário acadêmico da universidade, que limitou o número de sessões em função do semestre letivo. Um maior número de encontros permitiria, provavelmente, a ampliação da intimidade, da empatia e, por conseguinte, da capacidade reflexiva do grupo.

Os resultados obtidos no Grupo de Escuta e Reflexão foram positivos e apontam para um novo modelo de intervenção grupal na modalidade operativa e indicam a possibilidade de desenvolver esse tipo de trabalho com estudantes universitários. Consideramos que o uso de grupos com finalidade operativa no contexto universitário é uma intervenção que gera bons efeitos, visto que a técnica operativa promove aprendizagem e mudanças subjetivas frente ao mundo. A inserção dos jovens na universidade constitui, para a maioria, um período de mudanças relativas às questões nos mais diversos âmbitos, culminando muitas vezes em situações de conflitos e angústias. Estes grupos, por sua vez, podem vir a se constituir como espaços que permitem a reflexão, ressignificação e aprendizagem de determinadas experiências por meio da interação entre os seus membros.

A partir do que foi apresentado acerca do trabalho realizado, consideramos relevante e inovadora a utilização do grupo de escuta e reflexão com finalidade operativa como instrumento de intervenção grupal com estudantes universitários. Na literatura existente encontramos poucos relatos de trabalhos de intervenção grupal na modalidade operativa que apresentem como objetivo a escuta e reflexão sobre a vivência dos estudantes no espaço universitário. Encontramos, em sua maioria, relatos de grupos operativos que se propunham a realização de uma tarefa explícita referida ao curso, como, por exemplo, avaliação da formação ofertada na graduação, das práticas em estágio ou ainda a avaliação da instituição de ensino superior.

Destacamos, a partir da experiência realizada, o quanto é importante escutar os estudantes em sua vivência cotidiana na universidade e possibilitar, por meio de um trabalho de grupo, a construção de soluções singulares e coletivas frente às dificuldades enfrentadas. Desse modo, as bases para uma rede de suporte afetivo e social podem vir a acontecer, ampliando as práticas de cuidado do serviço de psicologia da universidade. Ressaltamos a necessidade de novos estudos e a importância do relato de experiências sobre grupos de escuta e reflexão no contexto universitário, visando discutir as possibilidades e limites dessa prática.

 

REFERÊNCIAS

AVILA, L. A. et al . Grupos em debate. Vínculo, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 03-19, jun. 2016.         [ Links ]

BARLETTA, J. B.et al. O prontuário psicológico como recurso para pesquisa e atuação: repensando a formação da competência profissional. Rev. Psicologia e Saúde, Campo Grande, v.4, n.2, jul./dez., p.135-142,2012.         [ Links ]

BECHELLI, L. P. C.; SANTOS, M.A. Psicoterapia de grupo: Noções básicas. Ribeirão Preto, SP: Legis Summa, 2001. 155p.         [ Links ]

BOLSONI-SILVA, A. T.; GUERRA, B. T. O impacto da depressão para as interações sociais de universitários. Estud. pesqui. psicol., Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 429-452, ago. 2014.         [ Links ]

CARNIEL, I. C. Possíveis intervenções e avaliações em grupos operativos. Rev. SPAGESP, Ribeirão Preto, v. 9, n. 2, p. 33-38, dez. 2008.         [ Links ]

CORRÊA, A. K.; SOUZA, M. C. B. M.; SAEKI, T. Transição para o exercício profissional em Enfermagem: Uma experiência em grupo operativo. Esc. Anna Nery Revista de Enfermagem, Rio de Janeiro, v. 9, n.3, p. 421-428, 2005.         [ Links ]

DINIZ, A. M.; ALMEIDA, L. S. Adaptação à universidade em estudantes de primeiro ano: Estudo diacrónico da interacção entre o relacionamento com pares, o bem-estar pessoal e o equilíbrio emocional. Análise Psicológica, Lisboa, v.24, n. 1, p. 29-38, 2006.         [ Links ]

EMÍLIO, S. A. O grupo psicanalítico de discussão como dispositivo de aprendizagem e compartilhamento. Vínculo, São Paulo, v. 7, n. 2, p. 35-43, 2010.         [ Links ]

FERNANDES, W. J. Grupos operativos. In: FERNANDES, W. J.; SVARTMAN, B.; FERNANDES, B. S. (Orgs.). Grupos e Configurações Vinculares. Porto Alegre: Artmed, 2003, p.195-203.         [ Links ]

FERNANDES, W. J.; SVARTMAN, B.; FERNANDES, B. S. Grupos e configurações vinculares. Porto Alegre: Artmed, 2003. 303p.         [ Links ]

FERNANDES, W. J. Alguns aspectos do trabalho psicanalítico com grupos de discussão. Rev. SPAGESP, Ribeirão Preto, v.1, n.1, p.61-70, 2000.         [ Links ]

FRANCO, E. M.; VOLPE, A. J. Sentidos para a formação em um grupo de reflexão. Psicol. Ensino & Form., Brasília, v. 2, n. 1, p. 33-42, 2011.         [ Links ]

HUR, D. U.; MENDONCA, G. S.; VIANA, D. A. Educação Física e formação: o grupo operativo como um dispositivo de avaliação. Rev. SPAGESP, Ribeirão Preto, v. 17, n. 2, p. 96-107, 2016.         [ Links ]

MACEDO, C. M. V.; ANDRADE, R. G. N. Imagem de si e Autoestima: A Construção da Subjetividade no Grupo Operativo. Psicologia em Pesquisa, Juiz de Fora, v. 6, n. 1, p.74-82, jul. 2012.         [ Links ]

MARON, L. C. et al. Atividade grupal operativa com gestantes e familiares: Um relato de experiência. Revista Contexto e Saúde, Ijuí, v.10, n.20, p.161-168, jan. /jun. 2011.         [ Links ]

NASCIMENTO, T. M.; GALINDO, W. C. M. Grupo Operativo em Centros de Atenção Psicossocial na opinião de psicólogas. Pesqui. prát. psicossociais, São João del-Rei, v. 12, n. 2, p. 422-438, ago. 2017.         [ Links ]

OLIVEIRA, C. T.; SANTOS, A.; DIAS, A. C. G. Expectativas de universitários sobre a universidade: sugestões para facilitar a adaptação acadêmica. Revista Brasileira de Orientacão Profissional, Florianopolis, v. 17, n. 1, p. 43-53, jun. 2016.         [ Links ]

PASCARELLA, E. T.; TERENZINI, P. T. How college affects students: A third decade of research. Vol. 2, 234-345, San Francisco: Jossey-Bass, 2005.         [ Links ]

PEREIRA, T. T. S. O. Pichon-Rivière, a dialética e os grupos operativos: implicações para pesquisa e intervenção. Rev. SPAGESP, Ribeirão Preto, v. 14, n. 1, p. 21-29, 2013.         [ Links ]

PICHON-RIVIÈRE, E. O processo grupal. 8 ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2009. 181p.         [ Links ]

SANTOS, M. A.; et al. Grupo operativo com professores do ensino fundamental: integrando o pensar, o sentir e o agir. Rev. SPAGESP, Ribeirão Preto, v. 17, n. 1, p. 39-50, 2016.         [ Links ]

SOARES, A. P. et al. Modelo multidimensional de ajustamento de jovens ao contexto universitário (MMAU): Estudo com estudantes de ciências e tecnologias versus ciências sociais e humanas. Análise Psicológica, Lisboa, v.24, n. 1, p. 15-27, 2006.         [ Links ]

TEIXEIRA, M. A. P. et al. Adaptação à universidade em jovens calouros. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE), v. 12, n. 1, p.185-202, jan. /jun. 2008.         [ Links ]

ZIMERMAN, D. A importância dos grupos na saúde, cultura e diversidade. Vínculo, São Paulo, v. 4, n. 4, p. 1-16, dez. 2007.         [ Links ]

ZIMERMAN, D. Fundamentos básicos das grupoterapias. 2ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. 244p.         [ Links ]

ZIMERMAN, D.; OSORIO, L. C. (Org.). Como trabalhamos com grupos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 424p.         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência

Neila Fernanda Pereira de Souza Diniz
E-mail: neiladiniz_19@hotmail.com

Suely Aires
E-mail: suely.aires7@gmail.com

 

 

* Psicóloga, especialista em Gestão Pública Municipal (UNILAB), extensionista no projeto "Atendimento Psicanalítico em Clínica-Escola" no Serviço de Psicologia (UFRB).
** Psicóloga, Psicanalista, professora de Teoria e Clínica Psicanalítica (UFRB), doutora em Filosofia da Psicanálise (Unicamp), membro do Colégio de Psicanálise da Bahia e do Centro de Pesquisa OUTRARTE – psicanálise entre ciência e arte (Unicamp).

Creative Commons License Todo el contenido de esta revista, excepto dónde está identificado, está bajo una Licencia Creative Commons