Editorial

Vera Barros de Oliveira

É com satisfação que este número do Boletim registra participação de colaboradores de diversos estados nacionais, assim como, de autores internacionais. Divulga reflexões e dados de pesquisa voltados a sérios problemas psicológicos que nos acometem ao longo da vida, muitos deles ampliados pela séria crise econômico-social que vivenciamos. Acompanhando o ciclo da vida, iniciamos este número do Boletim pela infância, com artigo que os foi enviado por autores dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, que ressalta o aumento e gravidade da ocorrência do abuso sexual infantil, como um dos graves problemas atuais, com grande impacto na subjetividade das vítimas e necessidade relevante de intervenção clínica psicológica associada a ações multidisciplinares. Os autores destacam a abordagem psicoterapêutica grupal, que possibilita inclusive a inserção do psicólogo em contextos com prementes necessidades sociais. A seguir, também voltado à problemática infantil, proveniente de São Paulo e Paraná, publica-se artigo original de abordagem junguiana, sobre técnica breve grupal interventiva lúdica em contexto onírico. Ainda em relação à criança, o que atesta a atual grande preocupação dos psicólogos com sua saúde afetiva-emocional frente à conjuntura histórica que vivemos atualmente, artigo baseado em Winnicott aborda a possibilidade clínica da conjugação terapêutica do brincar aos sonhos. Em relação à adolescência, artigo enviado por autores de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, bem como internacionais, de Girona na Espanha, e de Londres na Inglaterra, traz dados e reflexões a respeito de perspectivas dos adolescentes sobre suas relações amorosas, em suas vantagens e desvantagens. Interessante aqui observar que a diversidade dos locais provenientes dos autores amplia esse enfoque e o torna mais abrangente. Os dados apontam que os adolescentes buscam afetividade e valorizam o companheirismo nas relações amorosas. Apontam, contudo, mais desvantagens do que vantagens, destacando a restrição da liberdade. Os autores ressaltam que os achados demonstram a fluidez das relações atuais, já mencionada na literatura, bem como impulsividade, baixa tolerância à frustração e busca de experimentação. Seus resultados, contudo, apontam a busca por afeto, ou seja, a carência afetiva dos jovens, como muito significativa, dado este que ressalta a relevância do trabalho em Psicologia. Assim como no começo da vida e na adolescência, a percepção dos afetos vividos e sentidos é fundamental ao envelhecer. Em artigo proveniente de São Paulo, os autores expõem e refletem também sobre a Influência da atividade física, que quando praticada de forma adequada, pode promover emoções e sentimentos positivos que tendem a elevar o nível de bem-estar em idosos, melhorando sua qualidade de vida. Resultados de pesquisa sobre possíveis mudanças e percepções na vida de idosos com deficiência adquirida, enviada por São Paulo, indicaram que situações negativas podem ser atenuadas por suportes sociais, psicológicos e assistenciais. Constatou também que, para os participantes, a deficiência era entendida como um viés biológico, sem considerar a influência social em relação à mesma. Na sequência, revisão sistemática da literatura dos últimos dez anos, enviada por autores de Brasília e Portugal, ressalta que o florescimento da Psicologia Positiva tem contribuído para melhorar o bem-estar dos trabalhadores e das organizações. Também em revisão da literatura, mas referente aos últimos cinco anos, enviado por autores do Espírito Santo e de Minas Gerais, versa sobre o apoio social a mulheres vítimas de violência na América Latina. Finalizando a relação de artigos, texto proveniente de Natal e João Pessoa enfoca transtornos emocionais em trabalhadores de organizações públicas e privadas. A seguir, resenha sobre artigo a respeito de Burnout.

Como se pode constatar, a relação dos artigos apresentados neste Boletim evidencia sua crescente abertura à participação de autores de diversos estados do Brasil, assim como de autores do exterior, neste número provenientes de Espanha, Inglaterra e Estados Unidos. Neste sentido, visando ampliar sua abertura, o Boletim buscará contato com os diversos estados da Federação, e estendendo seu convite à participação, assim como, no sentido de ampliar sua visibilidade internacional, passa a partir deste número a apresentar seu Editorial também em Inglês. Encerrando, expressa seu agradecimento e confiança em poder contar sempre com a colaboração efetiva e afetiva de seus acadêmicos e amigos da APP.