Dado que recebemos vários artigos para o tema "Estratégias de Resistência", o corpo editorial optou por publicá-los em dois volumes. Na presente edição, mantemos o foco de trazer ao leitor os trabalhos de colegas oriundos das mais diferentes áreas do conhecimento, mantendo, assim, o caráter interdisciplinar desta revista.

Na seção "Artigos Temáticos", Carlos Augusto Viana e José Rogério Santana, em O discurso Imagético de Glauco Rodrigues, apresentam a arte como arma de combate ao que impede a produção de pensamentos. Paulo Sérgio de Souza Jr., em A poesia, o amor e o fracasso do inconsciente, apresenta uma reflexão delicada sobre o ato poético como subversão na língua. Em Corpo, transmissão e processo civilizador, Elias Costa e Paulo Endo estabelecem um diálogo profícuo entre as ideias de Sigmund Freud e as de Norbert Elias, para pensar as condições de coletivização do sujeito. Liliana Figueroa, Natalia Flores e María Hernández, em Implemetación de un dispositivo psicoanalítico para la intervención en una institución psiquiátrica, propõem uma interessante estratégia de resistência ao atendimento padronizado. Em O ato de pensar e a construção da memória na prisão, Francisco Farias e Diana S. Pinto defendem a ideia de se pensarem estratégias criativas de resistência para enfrentar o violento sistema presidiário brasileiro. A Miséria da Psicopatologia, de David Florsheim e Manoel Berlinck, propõe a diversidade teórica como resistência ao sectarismo intelectual.

No segmento "Artigos", José Eduardo C. Silva, em A música dos sonhos, apresenta um estudo sobre a presença dos conceitos da estética no texto "A Interpretação dos Sonhos". O leitor encontrará no artigo de Maria Inês Bittencour e Junia de Vilhena, Mãe demais, pai de menos, uma leitura psicanalítica do filme "Instinto Materno". O artigo Do Supereu ao ideal do eu, de James E. Block, explora as implicações positivas do ideal do eu.

Em "Comunicação de Pesquisas", Estratégia Brasileirinhas e Brasileirinhos Saudáveis: formando e transformando no campo da saúde pública, testemunha o desenrolar de um efetivo trabalho de resistência ao descaso para com os direitos de nossas crianças.

O poema "creo en un dios vagabundo", de Luigi Ballerrini, na seção "Artes", prega a crença em um deus contrário à opressão social. Laéria Fontenele revela a ideia mestre do livro "Malditos, obscenos e trágicos": Psicanálise e a Literatura são práticas subversivas à ordem vigente. Por fim, Ingrid Vorsatz lembra, em sua resenha crítica do filme Augustine, que a posição revolucionária da mulher é nunca estar onde se espera que esteja.