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Estudos de Psicanálise

versión impresa ISSN 0100-3437

Estud. psicanal.  no.41 Belo Horizonte jul. 2014

 

 

Nota sobre o silenciamento da criança na atualidade

 

Note on the silencing of children in present

 

 

Leila Guimarães Lobo de Mendonça I; Rita Maria Manso de BarrosII

ISociedade de Estudos Psicanalíticos de Juiz de Fora
IIUniversidade Estadual do Rio de Janeiro

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Uma das características da atualidade é a hiperespecialização de saberes e de práticas, que tem como efeito a dessubjetivação e a alienação do sujeito. Ao estudar o texto Nota sobre a criança (1969), de Jacques Lacan, percebemos que essa hiperespecialização acaba por extinguir a via que a criança dispõe para se afirmar enquanto sujeito.

Palavras-chave: Criança, Cultura atual, Sintoma.


ABSTRACT

One of the characteristics of the present time is the hyperspecialization of knowledge and of practice, that it has as effect the desubjectivation and the alienation of the subject. When studying the text Note on the Child (1969) of Jacques Lacan, we perceive that this hyperspecialization culminates to extinguish the way that the child has to affirm itself while subject.

Keywords: Child, Actual culture, Symptom.


 

 

Em que pese as inúmeras conquistas e perdas que o alto avanço tecnológico tem proporcionado à civilização, a questão da demanda de qualquer sujeito que procura uma análise continua sendo aquilo que Lacan circunscreveu com propriedade: “o que nos demandam, é preciso chamá-lo por uma palavra simples, é a felicidade” (LACAN, 1959-1960, p. 350).

Já tivemos ocasião de discutir no passado as querelas teóricas acerca da definição de melhor significante que circunscreva o estado atual da cultura (MANSO DE BARROS, 1999). Sabemos que não há unanimidade quanto à denominação do estado atual em que vivemos: Habermas, por exemplo, a considera o ápice do modernismo; Lyotard vê o projeto modernista como um estágio acabado e denomina o atual como pós-moderno (COSTA LIMA, 1991). Jameson (1993) se lança nessa questão comparando as propostas moderna e pós-moderna, situando-se como um dos melhores críticos do pós-modernismo. De todo modo, não se pode dizer que algum país seja totalmente moderno ou pós-moderno. Os diversos tempos coexistem e destacam áreas de extrema pobreza ou de absurda riqueza. De acordo com Jameson, o nome pós-modernismo foi atribuído a uma dominante cultural ou a lógica da terceira etapa do capitalismo – o capitalismo tardio, que se inicia após a Segunda Guerra Mundial. Não há país totalmente desenvolvido, portanto todos convivem com temporalidades diferentes dentro de si. Dessa forma, parece-nos legítimo supor subjetividades diversas convivendo no mesmo país, no mesmo local (MANSO DE BARROS, 1999).

Contudo, não nos deteremos aqui em querelas teóricas, pois tanto os que sustentam as ideias relativas à modernidade quanto os que sustentam as ideias relativas à pós-modernidade vão considerar como marca dos tempos recentes, pelo menos nos últimos vinte anos, o fenômeno da globalização ou da mundialização (SALGADO, 2005).

Essa característica do mundo atual pode ser definida através do estabelecimento da hipermídia, isto é, uma rede de informações a distância e de fluxo contínuo, que possui como suporte a tecnologia avançada da informação – a informática –, a qual organiza a vida econômica, política, científica e social, segundo uma ordem mundial. Assim, as comunicações ultrapassam quaisquer limites ou barreiras nacionais dos Estados, criando um fluxo rápido e contínuo de dados, sons e imagens que cruzam o planeta, sem controle e sem limite, como se pode ver no Facebook, WhatsApp, Twitter, etc. Além disso, vivemos hoje em uma sociedade que organizou sua atividade econômica, cuja tecnologia avançada – a mecatrônica, a robótica e a informática – vem substituindo o sujeito, porque proporciona um aumento extraordinário na produção de mercadorias, em um mínimo período de tempo, gerando, assim, um lucro cada vez maior para um mercado competitivo. Diante disso, não nos é difícil constatar que o tempo na cultura atual é o do imediato e o da urgência; um tempo em que nada se pode perder, nem mesmo tempo, o que faz com que o lema do mundo atual, comandado pelo capitalismo, seja: time is money.

Movida por uma economia neoliberal e globalizada, a cultura atual é pautada por fatores que, inevitavelmente, atingem a forma de ser e de pensar do sujeito: a rapidez, a competição e a busca pela obtenção de um lucro cada vez maior e em menor espaço de tempo. Esses são fatores que, ao capturar aquele, o sujeito, transformam-se em premência, apagamento da alteridade e imperativo de gozo cada vez mais intenso. Esse estado de coisas conduz em seu bojo o culto pela imagem, a qual propõe que se é a partir do que se tem, isto é, o sujeito se reconhece pelos objetos que possui. Desse modo, ele busca a completude tendo a ilusão de que, nada lhe faltando, esta será obtida, alcançando, portanto, sua plena felicidade.

Assim, em uma cultura que oferece inúmeros objetos, em um espaço mínimo de tempo, prometendo a tal felicidade, ao sujeito caberá consumir. Consumir excessivamente objetos, pessoas, drogas, saberes. Trata-se, então, de uma cultura que apela para o consumo – na medida em que o mercado, aliado à mídia e à ciência, lança mais e mais objetos, onde o anterior assume rapidamente seu estado obsoleto, sendo assim descartado – e um sujeito faminto de um objeto fulgurante que com ele possa gozar até a morte. Mas nessa busca desvairada, nessa compulsão pelo consumo, nessa crença pelo objeto de completude, numa tentativa de ignorar a morte, ela já não está instalada?

Vivemos, então, em uma cultura que, ao oferecer inúmeros objetos em um espaço mínimo de tempo, prometendo a felicidade, lança o sujeito para o imperativo de gozo, o qual traz como consequência a exacerbação do narcisismo e o apagamento da alteridade, ou seja, uma cultura que, a todo o momento, tenta encobrir a condição própria e inerente ao humano – seu desamparo.

Marcada, então, pela globalização econômica, velocidade nas comunicações, informatização crescente, exacerbação do discurso médico, hiperespecialização dos saberes e das práticas, produção de objetos em série, a cultura contemporânea, segundo autores como Bauman (1999), Birman ([1999] 2006) e Žižek (2003), impõe a produção de sujeitos coisificados, mercantilizados e excessivos; sujeitos assujeitados a uma lógica que os transcende e os controla, tendo como pano de fundo um caráter ideológico e político que parece passar despercebido pela maioria da população mundial (MENDONÇA, 2005).

 

E as crianças?

A partir dessas considerações, colocamos em debate a criança na atualidade, visto que, por ser dependente do outro, em todos os sentidos, ela fica impossibilitada de escapar das pequenas ou grandes devastações que a cultura atual impõe ao sujeito como a pobreza, a dificuldade de acesso à educação, a saúde precária, a família destituída de valor, a negação da função paterna como mentora da lei, a violência física e sexual entre outros. É uma infância desprotegida pelo Estado, no que pese seus esforços ao criar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em 1990. Embora tal estatuto deixe claro que crianças e adolescentes são sujeitos e que como tais devem ser tratados, valorizando a convivência familiar e social, ainda há muito a se fazer.

Entre as inúmeras características que compõem a cultura, queremos destacar a hiperespecialização dos saberes e das práticas, que tem como efeito a dessubjetivação e a alienação do sujeito (BIRMAN, 2006), visto que têm como base o Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM V) ou a Classificação Internacional de Doenças (CID 10). Tal manual corresponde ao fruto da aliança entre o discurso capitalista e o discurso da ciência, carregado de justificativas para a administração de drogas da obediência para os hiperativos ou da felicidade para os deprimidos (AFLALO, 2012).

De mãos dadas com o processo da medicalização, em que as questões da vida social – que são marcadas pela cultura e pelo tempo histórico – são reduzidas à lógica médica, ou seja, a medicalização estabelece como patologia tudo aquilo que não está de acordo com as normas sociais, a hiperespecialização dos saberes e das práticas parece não levar em consideração os determinantes sociais, políticos, históricos e relacionais, patologizando aquilo que escapa à norma social.

Isso não diz respeito somente ao mundo dos adultos. Estendendo-se também ao mundo infantil, encontramos uma série de comportamentos que – considerados como transtornos ou distúrbios – ganhou o estatuto de patologia, cuja terapêutica será a administração de psicofármacos. Visando a “cura social”, em que a criança passa a responder de acordo com um ideal preestabelecido, a medicalização incide sobre a via que todo ser falante dispõe para se afirmar enquanto sujeito, visto que ela é silenciada.

Sobre esse aspecto, chamamos atenção para a proliferação das terapias ditas psíquicas, mas que tomam o sujeito como um feixe de neurônios – terapia cognitivo-comportamental, igualmente da neurociência, neurolinguística, neurobiologia, neuropsiquiatria – fazendo imperar o imaginário sobre o simbólico, o olhar sobre o escutar. O que se faz presente aqui é a clínica do olhar, em que o outro portador de um saber, portanto, de um poder, como bem salientou Foucault no livro O nascimento da clínica (1977), dirá sobre o sujeito e quem ele é, uma vez que prevalece a supressão daquilo que o sujeito pôde construir para se fazer valer.

A título de ilustração, apresentamos fragmentos de um caso clínico que se encerrou antes mesmo de o tratamento começar. Em função disso dispomos de, apenas, algumas entrevistas.

João tem aproximadamente oito anos de idade, quando seus pais, a pedido de seus médicos (pediatra, neuropediatra e neuropsiquiatra infantil), procuram “algum tipo de tratamento, alguma terapia” para ele, já que foi diagnosticado como portador da ‘síndrome de Tourette’. Queriam algo apenas da ordem do terapêutico, desconhecedores dos alcances da psicanálise.

“Estamos desolados com o que a vida nos reservou”. Com essa fala, parecem dispostos a investir em mais um tratamento, para que o filho e demais familiares possam aprender a lidar e conviver com esse infortúnio que os abate. A psicanálise é mais um tratamento, pois João mensalmente participa de um grupo de portadores da mesma síndrome, num renomado hospital da cidade de São Paulo, assim como seus pais participam de um grupo destinado aos familiares. Além disso, tem consultas periódicas com seu psiquiatra, o qual lhe receitou tratamento medicamentoso. João faz uso de Haldol (gotas), Fenergan e uma terceira medicação que, no momento, escapa à memória.

Para os pais, a terapia entra na série de tratamentos, pois eles e os médicos acreditam que é uma forma de João aprender a controlar seus tiques, tentando suprimi-los, modificá-los ou substituí-los por outro menos incômodo ou mais bem aceito socialmente, conforme a fala dos médicos. Acreditam também que João possa ser ridicularizado pelos colegas de escola, portanto pode começar a recusar a ir à escola, o que comprometeria sua aprendizagem. Receosos de que isso pudesse acontecer, providenciaram uma psicopedagoga como forma de prevenção.

No discurso dos pais não é mais o João que aparece, mas a síndrome. Aliás, João e síndrome parecem estar colados no discurso deles. É pedido para que falem de João. A mãe é quem mais fala e, por vezes, interrompe a fala do pai, tentando falar por ele, nos momentos em que sua gagueira acentua. Eles falam do filho como um menino risonho, alegre, cheio de amigos, esperto, mas que de um tempo para cá (mais ou menos um ano) começou a apresentar tiques: “Começou com o piscar dos olhos, depois com os ombros – um para frente e outro para trás – depois franzindo o nariz, abrindo a boca e, por último, movimentando o quadril, para cima e para baixo, juntamente com as pernas. Tudo ao mesmo tempo”. A imagem de uma marionete vem à mente da analista a cada demonstração que a mãe faz. Falam também que João costuma fazer alguns gestos obscenos, além de dizer palavrões, o que faz parte de sua síndrome.

Ao dizer que será preciso escutá-los mais em uma nova entrevista, insistem para que a analista o “veja” logo. Diante da insistência, é marcado um horário para João e outro para eles.

A entrevista com João causa certa surpresa. Em nenhum momento apresenta tiques. Mas isso logo fica claro quando começa a falar de si. Ao ser perguntado se sabia o porquê de estar ali, responde que é por causa dos tiques. “Quero jogar eles fora, jogar no lixo.” Ao ser convidado a falar sobre eles, diz não saber. É convocado, então, a falar do que sabe. Diante da insistência do “não sei”, a analista propõe que desenhe. Rapidamente João aceita, decidindo desenhar seus tiques. Com muita desenvoltura, pega papel e lápis. Sentado no chão e de costas para a analista, começa a desenhar. Terminado o desenho, entrega-o, rindo muito, à analista. Ao ser pedido para que fale sobre o seu desenho (uma mulher nua), se joga no divã. Rindo e fazendo movimentos pélvicos, diz que pensa “em mulher pelada o dia inteiro”.

Nas entrevistas seguintes com os pais, novos elementos surgem, não mais em torno de João e sua síndrome. Mas elementos que apontam, ainda que minimamente, para o funcionamento subjetivo de cada um deles.

O pai se diz deprimido e à beira de uma falência. Após a morte de seu pai, de quem era sócio, não consegue levar os negócios adiante, o que o faz perder muitos clientes. Em função disso, tem ficado mais em casa, por conta dos filhos. Diz ser muito exigente e rígido com os filhos, principalmente com João, que costuma “embromar nos deveres da escola”. Dizendo que seu pai era exigente e rígido também, relata que levou muitas surras dele a cada nota baixa que tirava. “Meu pai me ensinou a tirar dez na marra”. Sua mãe, dona de um estabelecimento, pouco ficava em casa. Hoje, através de chantagens emocionais, exige que ele lhe faça companhia. Mesmo não querendo, não consegue lhe dizer não, o que faz a sua mulher chamá-lo de bobo.

A mãe de João parece estar sempre escapulindo às perguntas da analista. Diz estar muito bem. Funcionária de confiança de uma grande empresa, está iniciando o segundo curso superior. Durante a semana, encontra João apenas na hora do almoço. Segundo ela, uma hora bastante corrida e, por isso, conturbada. Sempre acaba em brigas. Ao chegar à noite, João já está dormindo. Para aliviar a culpa que sente por ficar tanto tempo ausente, costuma massagear o corpo do filho, acreditando que isso o deixará mais relaxado.

João, nas entrevistas seguintes, chega sob os efeitos colaterais da medicação (bastante sonolento e apático), porque as doses foram aumentadas. Das inúmeras tentativas de contato com o médico, a psicanalista não obteve retorno.

Os pais decidem encerrar o tratamento por acreditarem que o melhor seria uma terapia cognitivo-comportamental, tal como os médicos indicavam. Visto que o tratamento psicanalítico não faz série com os outros tratamentos de João, percebe-se que os pais não estavam dispostos a investir na diferença.

Ao estudar o texto Nota sobre a criança, onde Lacan ([1969] 2003 p. 369) esclarece que “o sintoma da criança acha-se em condição de responder ao que existe de sintomático na estrutura familiar”, representando a verdade do par parental, percebemos que a hiperespecialização de saberes e práticas acaba por extinguir a via que a criança dispõe para se afirmar enquanto sujeito como no caso acima – a via da linguagem.

Isso nos faz supor que a hiperespecialização, tão em voga no mundo atual, tem como efeito a dessubjetivação e a alienação do sujeito. Dessubjetivação por reduzir o sujeito a comportamentos, a neurotransmissores, à genética, desconsiderando, assim, um sujeito constituído a partir da singularidade e da diferença, as quais se sustentam na relação que ele estabelece com seu desejo e seu gozo. E alienação, pois, ao calar o sintoma que o sujeito construiu como uma saída para não mais responder ao desejo do Outro, impede que ele possa ir ao encontro de seu próprio desejo.

“Sua majestade, o bebê” é a frase que Freud utiliza para identificar o lugar que a criança ocupa no desejo dos pais, no ideal narcísico de cada um. Lugar esse fantasmático, já que

[...] a criança concretizará os sonhos dourados que os pais jamais realizaram – o menino se tornará um grande homem e um herói em lugar do pai, e a menina se casará com um príncipe como compensação para sua mãe (FREUD, 1914, p. 98).

Assim, a criança nessa condição, aprisionada ao ideal do Outro, se mantém alienada. É quando não responde a esse ideal, produzindo outras respostas, que aos olhos dos pais são problemas, que ela se mantém na condição de sujeito. Por estar fora do ideal do Outro, essas respostas naturalmente ferem o narcisismo parental. Será por essa via que normalmente a criança, através de seus pais, chegará à clínica.

Impulsionados pelo mal-estar, os pais fazem apelo ao profissional. Esperam dele o que nem sempre alcançam, ou o que não deveriam alcançar. Eles pedem pela eliminação dos “sintomas”, exatamente aquilo que aponta para a existência da singularidade: o sujeito. Atender tal apelo é não dar condições à criança de se interrogar sobre o seu desejo, ficando, assim, aprisionada ao desejo do Outro. Ao atender a um determinado tipo de demanda dos pais, o que se visa é uma “cura social”, uma normatização, ou seja, uma adequação, em que a criança passará a responder de acordo com as normas regidas pela família, pela escola, pelo médico, enfim, passará a responder de acordo com um ideal preestabelecido, permanecendo nesse lugar de objeto, suprindo a ferida narcísica de seus pais e, consequentemente, silenciando o seu desejo, tal como João.

A psicanálise vem se posicionando na contramão de ditas ofertas do mercado psi. Ela nasceu do gesto inaugural de Freud ao rejeitar a hipnose, e ele o fez justamente pelo alto grau de dependência da sugestão que ela apresenta. Contudo, como expõe Maleval (2012, p. 12), é justamente aí, na sugestão, que reside o princípio unificador das psicoterapias. A psicanálise faz exceção a esse respeito, uma vez que ela está orientada por uma ética que a engaja a se privar dos poderes da sugestão, além, é claro, e sobretudo, por se posicionar no lugar da escuta dos sujeitos, independentemente de sua idade cronológica.

 

Referências

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Endereço para correspondência
Leila Guimarães Lobo de Mendonça
Avenida Barão do Rio Branco, 2406/Sala 1202 - Centro
36010-011 - Juiz de Fora/MG
E-mail: lguimen@acessa.com

Rita Maria Manso de Barros
Rua Maestro Francisco Braga, 170/202 - Bairro Peixoto
22041-070 - Rio de Janeiro/RJ
E-mail: ritamanso@globo.com

Recebido: 10/03/2014
Aprovado: 31/03/2014

 

 

SOBRE AS AUTORAS

Leila Guimarães Lobo de Mendonça
Psicanalista da Sociedade de Estudos Psicanalíticos de Juiz de Fora/Núcleo Juiz de Fora do Espaço Brasileiro de Estudos Psicanalíticos. Mestre em Pesquisa e Clínica em Psicanálise pela UERJ e Professora da Faculdade Machado Sobrinho.

Rita Maria Manso de Barros
Psicanalista. Doutora em Teoria Psicanalítica pela UFRJ. Professora Associada do Programa de Pós-Graduação em Psicanálise da UERJ. Pesquisadora da ANPEPP como membro do Grupo de Trabalho “Da lei simbólica à normativa da rotina: o supersocial e a ordem de ferro”. Participante de projeto Capes/Cofecub, 2012-2016, com a Universidade de Lille 3, França.

 

 

1Na Wikipédia http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Tourette é possível ler que a síndrome de la Tourette é uma desordem neurológica ou neuroquímica, caracterizada por tiques, reações rápidas, movimentos repentinos (espasmos) ou vocalizações que ocorrem repetidamente, da mesma maneira, com considerável frequência. Esses tiques motores e vocais mudam constantemente de intensidade, e não existem duas pessoas no mundo que apresentem os mesmos sintomas. A maioria das pessoas afetadas é do sexo masculino. A doença foi descrita pela primeira vez em 1825 pelo médico francês Jean Itard, o mesmo que adotou a criança selvagem Vitor de Aveyron, tendo escrito um minucioso relatório sobre a introdução do pequeno selvagem no processo educativo. [Esta história foi transformada no filme L’enfant sauvage, por François Truffaut (1960).] Mais tarde, em 1885, Georges Gilles de la Tourette publicou um relato de nove casos da doença, que denominou maladie des tics convulsifs avec coprolalie (“doença dos tiques convulsivos com coprolalia”). Posteriormente, a doença foi renomeada “doença de Gilles de la Tourette” por Jean-Martin Charcot, diretor da Salpêtrière.

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