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Junguiana

versión On-line ISSN 2595-1297

Junguiana vol.38 no.2 São Paulo jul./dic. 2020

 

Editorial

 

 

Imaginávamos que a quarentena imposta pela pandemia de Covid-19 não seria tão extensa. No entanto, continuamos "distanciados", refletindo sobre como será o mundo pós-pandemia, como serão nossa vida e os possíveis desdobramentos sociais, culturais e psicológicos dessa súbita transformação da vida cotidiana. Os períodos de transformação são sempre difíceis. Não raro, demoramos a percebê-los e geralmente ansiamos por seu término - mesmo não sabendo qual será o resultado. O presente é precioso e se torna urgente decidir o que podemos fazer hoje, agora. E, no momento, precisamos de uma sociedade mais consciente, responsável e empática, condições indispensáveis para que possamos compartilhar dores, angústias, descobertas, criações e reflexões, tão abundantes nesses tempos difíceis.

Os artigos da Junguiana 38/2 trazem reflexões sobre temas distintos, mas tão pertinentes às demandas do presente. O artigo "Viveremos em um mundo mais anímico após a pandemia?" parte da ideia hillmaniana de afinidade entre a alma e a morte, e questiona se a experiência vivida durante a pandemia de Covid-19 poderá revelar a oportunidade de um mundo mais anímico. Em "Subjetividade na pesquisa em psicologia analítica: uma perspectiva ética", as autoras abordam o processo de construção do conhecimento de acordo com a perspectiva epistemológica que considera a transformação concomitante do pesquisador e do objeto investigado. "O racismo como complexo cultural brasileiro: uma revisão a partir do feminismo decolonial" é uma reflexão sobre o racismo na sociedade brasileira na atualidade e a importância da área clínica dentro deste contexto. "Construindo a Psicologia Analítica: o papel das mulheres estadunidenses" nos conta da participação de determinadas mulheres na formatação e transposição do trabalho de Jung do campo da prática individual para a divulgação teórica que conhecemos hoje. O artigo "Sincronicidade: relações entre a obra junguiana e novas proposições teóricas" afirma que, além de uma improvável coincidência, a sincronicidade pode representar um importante fator dinâmico na propriedade de emergência e de auto-organização da psique. Por fim e com um tema muito importante, "'A queda do céu': reflexões junguianas sobre o alerta xamânico de Davi Kopenawa" apresenta alguns princípios da crítica indígena sobre o modo de relação das sociedades tecnológicas com a natureza - marcada pela exploração dos recursos naturais e pelo desrespeito à cultura indígena - e alerta: "quando a Amazônia sucumbir à devastação desenfreada e o último xamã morrer, o céu cairá sobre todos e será o fim do mundo"!

Apresentamos nesta edição temas e questões importantes que ganharam ainda mais relevância nesse momento tão singular, proporcionando reflexão para novas perspectivas sobre a vida pessoal e profissional com a atenção ao tempo presente, ao que podemos mobilizar em nossos corações e mentes, ao que podemos efetivamente ver e fazer através da empatia e da ética. Apesar de todas as crises trazidas pela pandemia - na saúde, na economia, na política, nos relacionamentos com os outros e com nossa interioridade -, continuamos a criar, refletir e imaginar.

Boa leitura!

As Editoras

Novembro de 2020

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