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Revista Psicopedagogia
versión impresa ISSN 0103-8486
Rev. psicopedag. vol.36 no.111 São Paulo sept./dic. 2019
ARTIGO ORIGINAL
Desempenho escolar e participação nas atividades de um programa de tempo integral
School performance and participation in activities of a full-time program program
Neyfsom Carlos Fernandes MatiasI; Maycoln Leôni Martins TeodoroII
IGraduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais; Mestre e Doutor em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professor da Universidade Federal de São João del-Rei, São João del-Rei, MG, Brasil
IIDoutorado pela Albert-Ludwigs-Universität Freiburg (Alemanha). Professor Assistente do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia: Cognição e Comportamento (CogCom) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Coordenador do PPG em Psicologia CogCom - UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil
RESUMO
Este artigo relata os resultados de um estudo cujo objetivo foi identificar diferenças entre participantes e não participantes das atividades extracurriculares de um programa de tempo integral, vinculado a uma escola pública de Belo Horizonte (MG), no desempenho escolar. Participaram da pesquisa 99 estudantes, matriculados no 4º e 5º anos de escolarização, sendo 43 do sexo masculino e 56 do sexo feminino, com idade média de 9,99 anos (DP=0,61). Os resultados indicaram evidências da melhora no desempenho escolar dos participantes das atividades vinculadas aos programas públicos, sendo que o oferecimento de ações acadêmicas tem potencial para gerar impactos positivos. Além disso, esses tipos de ações garantem o direito à proteção social, bem como o acesso a atividades artísticas e recreativas dos seus participantes. Conclui-se que os estudantes de estratos sociais menos favorecidos podem melhorar o desempenho escolar ao participar de atividades extracurriculares estruturadas, complementando os processos proximais desenvolvidos na família que impulsionam a aprendizagem acadêmica.
Unitermos: Atividades Extracurriculares. Desempenho Escolar. Programas de Tempo Integral.
SUMMARY
This article reports the results of a study whose objective was to identify differences between participants and nonparticipants in the extracurricular activities of a full-time program, linked to a public school in Belo Horizonte (MG), in school performance. Ninety-nine students enrolled in the 4th and 5th years of schooling participated in the study, 43 males and 56 females, with a mean age of 9.99 years (SD=0.61). The results indicated evidence of improvement in the school performance of participants in activities related to public programs, and the offer of academic actions has the potential to offer positive impacts. In addition, these types of actions guarantee the right to social protection, as well as access to the artistic and recreational activities of its participants. It is concluded that students from disadvantaged social strata can improve school performance by participating in structured extracurricular activities, complementing the proximal processes developed in the family that drive academic learning.
Keywords: Extracurricular Activities. School Performance. Full-Time Programs.
INTRODUÇÃO
Promessas de ações desenvolvidas fora da escola para a melhoria do ensino e de projetos com foco na ampliação da jornada escolar, nos diferentes níveis de governo, atravessam a história da educação brasileira. Iniciativas como essas ganharam fôlego com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 19961. As justificativas para a implantação de programas públicos com foco na criança e no adolescente, quando não estão na escola, pautam-se em questões social e acadêmica. Esta diz dos ganhos na aprendizagem escolar dos estudantes; aquela da proteção social, pois a inserção em atividades complementares à educação, por meio do esporte, da arte e da cultura, mantém crianças e adolescentes fora de situações perigosas e ilícitas2,3.
Nessa direção, a escola pública tem se confundido no desempenho do seu papel de disseminar os conhecimentos universais para as classes populares, priorizando o acolhimento de demandas sociais dos estudantes em detrimento das atividades educativas4-7. Com isso, não se sabe ao certo quais são as implicações dessas ações para além do âmbito da proteção social. Ou seja, em que medida as atividades extracurriculares estruturadas, vinculadas ou não às estratégias de tempo integral, impactam o desempenho escolar é uma questão ainda a ser respondida.
É recorrente a vinculação entre a ampliação da jornada escolar, seja por meio de ações dentro ou fora das escolas, e a melhoria na educação no Brasil1. Concomitantemente, a educação em tempo integral ainda não se consolidou no país e parece estar longe de se tornar uma realidade enquanto política pública de Estado8. Mesmo assim, observam-se inúmeras tentativas com esse objetivo a partir de políticas de governos, como ocorreu à época da criação dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs), no Rio de Janeiro, dos Centros Integrados de Atendimento à Criança (CIACs), no Brasil, e, recentemente, como meta do Plano Nacional da Educação9,10.
A história das estratégias de implantação da educação de tempo integral mostra uma característica comum entre elas: o oferecimento de ações extraclasse8. Ou seja, mesmo com a alcunha de educação em tempo integral, esses projetos, na maioria das vezes, são fundamentados em atividades extracurriculares estruturadas. O Programa Novo Mais Educação, última estratégia de ampliação da jornada escolar no Brasil, também possui essa característica11. Essa iniciativa tem o objetivo de oferecer atividades no contraturno escolar por meio do esporte, da arte, da cultura e do lazer para os estudantes das escolas públicas. As atividades extracurriculares estruturadas são desenvolvidas diretamente pelas instituições de ensino, a partir da articulação com outros programas voltados para as crianças e adolescentes, desenvolvidos pelo Estado ou por Organizações Não Governamentais (ONGs)11-13.
Com a proposição desses programas nas escolas públicas, os estudantes se dividem em dois grupos: o de participantes das atividades extracurriculares estruturadas e o de não participantes. O primeiro grupo frequenta atividades esportivas, artísticas, recreativas e acadêmicas no horário alternado ao da escola. Já os integrantes do segundo grupo, na sua grande maioria, ficam em casa sob a responsabilidade de um adulto em atividades livres como brincar, assistir à televisão, jogar videogame, entre outras.
Segundo dados do Censo Escolar, no ano de 2017, 3.454.331 alunos do Ensino Fundamental frequentaram atividades de ampliação da jornada escolar no Brasil14. O número corresponde a 15,70% dos discentes nesse período escolar no país. É nesse âmbito que este artigo se insere, precisamente, nas implicações de participar e não participar dessas atividades no desempenho escolar.
Por ser direcionado a populações provenientes de estratos sociais menos favorecidos, há justificativas tácitas para o desenvolvimento desses projetos. Elas perpassam pela necessidade de proporcionar espaços para o público infantojuvenil permanecer enquanto os pais trabalham e para melhorar o desempenho escolar. Além dessas questões, sabe-se que há implicações socioeconômicas no desempenho escolar e que essas estão diretamente relacionadas com o nível de escolaridade dos pais15.
A renda não define o desempenho dos estudantes, mas interfere no acesso a recursos e na qualidade dos processos proximais16 capazes de colaborar com a aprendizagem de conteúdos escolares. Com isso, a frequência nas atividades extracurriculares atenuaria os efeitos da ausência de recursos do ambiente familiar das crianças provenientes de níveis sociais menos favorecidos17. No entanto, não há consenso acerca da influência sobre o impacto no desempenho acadêmico. Existem estudos apontando tanto a ausência de efeitos como as implicações positivas1,3,18.
Faria18 investigou a relação entre participar do Programa Mais Educação e os resultados do Índice da Educação Básica (IDEB) em escolas da cidade de Natal, no Rio Grande do Norte. A autora pressupôs o aumento no IDEB das escolas vinculadas ao programa pela ideia de que a frequência nas oficinas aumentaria o desempenho escolar. Porém, as instituições de ensino não apresentaram melhores escores na avaliação e nem atingiram a meta nacional. A pesquisadora ressaltou a necessidade de identificar a eficácia de programas dessa natureza. Em outras palavras, investigar quais são as mudanças provocadas nos participantes das ações que visam ao atendimento de crianças e adolescentes com foco na melhoria dos índices educacionais é de extrema necessidade para garantir o direito a uma educação de qualidade.
Em sintonia com Faria18, Castro & Lopes3 destacam que os efeitos positivos sobre o desempenho acadêmico, quando se fala em aumento da jornada escolar, não aparecem. As autoras mostraram que escolas do estado de São Paulo onde o atendimento era realizado em tempo parcial obtiveram melhores notas no Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo, no ano de 2007, em relação às outras que desenvolviam o tempo integral. O aumento da jornada escolar se dava a partir de oficinas com temas relacionados a participação social, linguagem, atividades esportivas e motoras. As pesquisadoras apresentaram evidências de que as ações extraclasses podem não surtir os efeitos esperados no desempenho escolar.
Bernado & Christovão1, a partir de estudo desenvolvido sobre as escolas do Rio de Janeiro, não encontraram informações acerca de que há vinculação entre a implantação do Programa Mais Educação e melhorias nos índices escolares. As instituições investigadas atendiam alunos nos anos iniciais de educação. Esse estudo aponta que a equação maior tempo na escola é igual ao aumento na qualidade da educação não acontece. Os autores destacam que o desenho dos programas governamentais não favorece a avaliação de sua eficácia e isso pode ser um fator que impede a identificação de experiências exitosas.
Contrariamente às informações relacionadas à ausência de implicações no desempenho escolar, Matias17 evidenciou que as atividades extracurriculares estruturadas oferecidas por ONGs têm efeitos indiretos na alfabetização das crianças de estratos sociais menos favorecidos. Isso acontece porque as entidades, além do caráter protetivo, proporcionam às crianças o contato com tarefas relacionadas ao processo de escolarização. Além disso, o estudo aponta que há associação entre o nível socioeconômico (NSE) das famílias e a frequência dos estudantes nessas atividades; quanto menor é o NSE maior é o número de participantes nas ações das instituições sociais.
Ou seja, essas organizações e programas de tempo integral atendem crianças que podem ter o desempenho escolar comprometido devido a questões socioeconômicas19,20. Esse estudo indica que essas ações podem proporcionar apoio à escolarização e que crianças que frequentam esses tipos de atividades podem melhorar suas notas escolares em sintonia com outros estudos21-23.
No âmbito da proteção social, essas ações têm se transformado em contextos de desenvolvimento e contribuído para a não inserção dos estudantes em atividades prejudiciais como o trabalho infantil e o envolvimento com a criminalidade. Porém, apesar do objetivo de contribuir para a aprendizagem de conteúdos escolares permear o escopo dessas ações11, a proteção social se sobressai em alguns programas, em detrimento de estratégias com foco na aprendizagem5.
Pesquisadores têm destacado a urgência em identificar a eficácia ou não dos programas complementares à escola e, a partir disso, elaborar estratégias que contribuam efetivamente para a formação e desenvolvimento dos seus participantes2,24. No Brasil, investigações dessa natureza ganham importância devido ao baixo número de trabalhos sobre o tema4. Estudos sobre a questão têm utilizado os resultados de avaliações governamentais a fim de verificar os impactos dessas ações no desempenho acadêmico1,3,17,18.
Pesquisas a partir de dados coletados diretamente com os estudantes ainda não ganharam destaque no cenário brasileiro. Esse trabalho visa a preencher essa lacuna e contribuir no debate acerca das influências dessas ações por meio de uma pesquisa desenvolvida com instrumentos padronizados e da coleta de dados diretamente com os estudantes. Com isso, este artigo relata os resultados de uma pesquisa que teve o objetivo de investigar a existência de diferenças entre participantes e não participantes do programa de ampliação da jornada escolar de Belo Horizonte (MG) no desempenho escolar.
MÉTODO
O delineamento utilizado na presente oportunidade foi o exploratório, combinado ao método transversal. O primeiro proporciona o contato com problemas com o intuito de elaborar hipóteses25. A partir do segundo desenho, foi possível comparar os participantes distribuídos em grupos por tipo de atividades extracurriculares, ano escolar e sexo26.
Participantes
A amostra contou com 99 participantes, 56 (56,60%) do sexo feminino e 43 (43,40%) do sexo masculino. A idade média deles era de 9,99 anos, com desvio-padrão de 0,61. Do total, 44 (44,40%) cursavam o 4º ano, e o restante, 55 (55,60%), o 5º ano de escolarização. O nível socioeconômico da escola é apurado pela Secretaria Municipal de Educação por meio do levantamento da renda dos membros da família e da disponibilidade de itens no lar dos estudantes. Assim, como o índice da instituição era abaixo de 2,00, é possível afirmar que a clientela atendida por ela pertencia a grupos familiares com baixo poder aquisitivo.
Os alunos foram divididos em três grupos. Essa divisão considerou as atividades desenvolvidas pelos participantes no horário alternado ao da escola. O Grupo I foi composto por 46 (46,50%) crianças que não frequentavam as atividades extracurriculares vinculadas ao programa de ampliação da jornada escolar. Elas ficavam em casa assistindo à televisão, brincando e sob a responsabilidade de um adulto.
No Grupo II, foram alocados os 36 (36,40%) participantes do Programa Escola Integrada que proporcionava atividades culturais e recreativas, como: percussão, informática, passeios a parques, teatros, cinemas, museus e clubes, oficinas de arte, música e dança. As atividades eram oferecidas no contraturno escolar todos os dias da semana, com duração de 4 horas, no período da tarde. Os responsáveis pela condução das atividades eram oficineiros que moravam próximo à escola. Não havia critério relacionado à formação dos profissionais para conduzir as atividades. O nível de escolarização deles era Ensino Médio. As oficinas aconteciam dentro da escola (sala multiuso, de informática, de vídeo e quadra esportiva), em um espaço alugado pelo programa e na praça do bairro.
Por fim, o Grupo III constituiu-se de 17 (17,10%) estudantes que participavam das atividades oferecidas por uma ONG que compunha a rede de instituições parceiras do Programa Escola Integrada que recebia recursos da Prefeitura Municipal de BH, que proporcionava atividades acadêmicas, recreativas e esportivas: auxílio à tarefa para casa, reforço escolar, artes manuais e educação física. O período de atendimento da instituição era o vespertino, com atividades de segunda a sexta-feira, com duração de 4 horas diárias. Uma vez por semana, era oferecida uma aula de educação física e o recreio era de 15 minutos. Os responsáveis pelas atividades eram educadores com Ensino Médio completo. Isso era um pré-requisito para trabalhar na ONG. As atividades eram oferecidas dentro de salas com quadro-negro e carteiras, sala multiuso, pátio e quadra esportiva na sede da instituição.
Entre os participantes, 53 (53,50%) frequentavam atividades extracurriculares vinculadas à ampliação da jornada escolar, sendo 33 (33,30%) do sexo feminino e 20 (20,20%) do sexo masculino. Em relação aos outros estudantes, 46 (46,50%) ficavam em casa, em atividades livres como assistir à televisão e brincar, sob a responsabilidade de um adulto, na maioria das vezes, a mãe. Entre os discentes não participantes nas atividades extracurriculares, 23 (23,25%) eram do sexo masculino, e 23 (23,25%) do sexo feminino. No Grupo II, concentrava-se a maioria dos alunos vinculados às ações de ampliação da jornada escolar, sendo 13 do sexo masculino e 23 do sexo feminino. No Grupo III, 10 participantes eram do sexo feminino e sete, do sexo masculino. Apesar da ONG compor a rede de atendimento em tempo integral e ser parceira no Programa Escola Integrada, os estudantes vinculados a essa ação participavam apenas das atividades oferecidas pela instituição. O tempo médio de frequência dos participantes das atividades extracurriculares, em anos, era de 2,09 (DP=0,14) no Programa Escola Integrada e 2,21 (DP=0,37) na ONG. A fim de alcançar os objetivos do presente estudo, foram realizadas comparações entre os resultados das crianças divididas nesses grupos.
Instrumentos
Foram utilizados três instrumentos. O primeiro foi as Matrizes Progressivas Coloridas de Raven: escala especial (Raven)27. Esse teste de inteligência não verbal foi aplicado para controlar o efeito dessa capacidade cognitiva nos resultados das avaliações de desempenho escolar. O Raven é disposto em um caderno com três séries (A, Ab e B), cada uma com 12 itens, organizadas por dificuldade progressiva, em que é apresentada uma figura incompleta. O avaliado deve indicar outra, entre seis figuras, para completar o espaço em branco. O Raven proporciona uma avaliação da inteligência sem interferências de conhecimentos prévios das crianças e de influências culturais.
A ficha de identificação da criança, elaborada para a realização deste estudo com o intuito de levantar informações como o nome, sexo, ano escolar, data de nascimento e atividades extracurriculares dos estudantes, foi o segundo instrumento aplicado. Nesse formulário, foram contempladas cinco questões acerca do que o estudante fazia quando não estava na escola. Ela foi administrada na forma de entrevista semiestruturada, e a criança era solicitada a responder de acordo com algumas opções, por exemplo: O que você faz quando não está na escola? Assiste à TV; ouve rádio; lê livros, revistas, gibis; brinca dentro de casa; brinca na rua; participa de algum projeto. Qual? O restante das perguntas contemplava o turno de frequência nas atividades extracurriculares - se fosse o caso -, a quantidade de dias na semana, as oficinas frequentadas e, por fim, havia espaço para registro de algumas observações.
O terceiro instrumento foi o Teste de Desempenho Escolar (TDE)28. Essa avaliação investiga o conhecimento acadêmico dos estudantes a partir de três subtestes: Escrita, Aritmética e Leitura. O teste possui 143 itens, e a cada item correto é atribuído um ponto.
Procedimentos
O projeto de pesquisa foi enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa da universidade dos autores do estudo, e os trabalhos de campo foram iniciados após a sua aprovação (parecer no. 13179513.4.0000.5149). Os responsáveis pelas crianças autorizaram a participação delas, e ambos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os estudantes foram informados dos objetivos do estudo e da confidencialidade dos dados.
O estudo foi conduzido em uma escola pública localizada na região Leste de Belo Horizonte (MG) que oferecia o Ensino Fundamental organizado em dois ciclos de formação humana, nos turnos manhã - 2o ciclo (4o, 5o e 6o anos escolares) - e tarde - 1o ciclo (1o, 2o e 3o anos escolares). As avaliações foram realizadas em uma sala disponibilizada pela direção da escola e de acordo com as normas prescritas pelos autores dos instrumentos, sem prejuízos às condições necessárias. As aplicações ocorreram em grupos de 7 a 10 estudantes, em três sessões, privilegiando a seguinte sequência: 1a) subteste de escrita (TDE) e Raven; 2a) subteste de Aritmética (TDE); 3ª) subteste de Leitura (TDE) e preenchimento da ficha de identificação. Em algumas ocasiões, a ordem de aplicação dos instrumentos foi alterada devido ao tempo. A última sessão foi individual.
A formação dos grupos se deu a partir das informações coletadas pela ficha de identificação. Para confirmar a veracidade desses dados, foram enviadas listas com os nomes dos integrantes dos Grupos II e III para as coordenações das atividades extracurriculares a fim de comprovar a frequência e a vinculação das crianças. Além disso, elas informaram o tempo de participação dos estudantes, a forma como eram desenvolvidas e organizadas as atividades. Essas informações foram apuradas a partir de seis visitas, sendo duas para entrevista com as coordenadoras e quatro para acompanhar os estudantes nas atividades. A Secretaria da escola confirmou as datas de nascimento de todos os participantes. Por meio desses dados, foram mantidos na amostra somente aqueles que demonstravam correspondência entre idade e ano escolar. O primeiro autor deste artigo, juntamente com um auxiliar, foi o responsável por toda a coleta de dados no campo.
Análise dos dados
Os dados do Raven e do TDE foram corrigidos de acordo com as normas e as orientações de seus autores e, em seguida, tabulados em bancos de dados. Inicialmente, essas informações foram submetidas à análise estatística descritiva para levantar a frequência, média, desvio-padrão. Após essas análises, a normalidade dos dados foi investigada, por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov, a fim de definir quais os testes estatísticos seriam utilizados. Diante de escores simétricos, as análises se deram por meio de estatísticas paramétricas: teste t e Análise de Variância (Anova) com teste pos-hoc de Bonferroni. Quando os dados não demonstraram distribuição normal, foram realizadas análises por meio do teste de Kruskal-Wallis, com medidas a posteriori do teste de Mann-Whitney. O nível de significância adotado em todas as análises foi de p<0,05.
RESULTADOS
O teste de Kolmogorov-Smirnov indicou a normalidade nos escores dos testes: Matrizes Coloridas de Raven: escala especial, subtestes de Escrita e Aritmética do TDE. Os dados do subteste Leitura e total do TDE demonstraram distribuição assimétrica. Após essas análises e antes de comparar os grupos, foi investigada a existência de diferença entre os participantes divididos por sexo e ano de escolarização em todos os instrumentos.
Houve significância estatística na comparação entre os anos escolares no resultado do Raven, no subteste Aritmética do TDE. Diante desses achados, foram realizadas análises entre os grupos separados por tipo de atividade extracurricular e ano escolar cujas análises se deram nos resultados do Raven, do subteste Aritmética do TDE. Nessas análises não foi destacada diferença significativa (p>0,050).
Nos resultados contemplando os estudantes divididos por sexo nas três atividades extracurriculares não foi encontrada diferença significativa. Os resultados do TDE demonstram que o Grupo III alcançou médias superiores, seguido dos Grupos II e I nas avaliações da escrita, aritmética, leitura e total do teste. Na Tabela 1 estão as médias alcançadas pelos participantes, os desvios-padrão e valor de p obtido a partir das comparações entre os grupos.
DISCUSSÃO
Este estudo buscou identificar diferenças no desempenho escolar entre participantes e não participantes do programa de ampliação da jornada escolar de Belo Horizonte (MG) em uma escola pública desse município. Foi observado que os estudantes dos dois grupos de participantes de atividades extracurriculares obtiveram melhor desempenho nas tarefas do Teste de Desempenho Escolar (TDE)28. No entanto, não foi destacada significância estatística nas comparações entre os grupos. As explicações dos porquês desse resultado, articulada à literatura que trata das atividades extracurriculares e das influências no desempenho escolar, destacam elementos importantes a serem considerados na compreensão desses achados.
Primeiramente, investigou-se a existência de diferenças entre os grupos no que se refere à inteligência e ao desempenho escolar. Quanto ao nível intelectual, não foi observada discrepância significativa. A utilização do Raven teve o intuito de controlar as interferências da inteligência no desempenho escolar. Com isso, foi possível realizar as comparações entre os grupos considerando o desempenho deles dissociado do construto aferido pelo Raven. Essa avaliação é inovadora na área da pesquisa dos impactos das atividades vinculadas às ações de ampliação da jornada escolar. Medidas desse aspecto são essenciais, sobretudo, quando são investigadas possíveis influências no desempenho acadêmico29.
A investigação contou com delineamento exploratório, combinado ao método transversal. Os procedimentos adotados proporcionaram estratégias adequadas a fim de alcançar os objetivos propostos, na medida em que foram estabelecidos os critérios para a formação dos grupos e para a coleta e análise dos dados. Por meio da pesquisa exploratória foi levantado o rendimento escolar dos participantes e o caráter transversal subsidiou a divisão e comparações entre os grupos. A articulação dessas metodologias proporcionou o alcance dos objetivos das pesquisas exploratórias25 que são o contato com problemas, no intuito de esclarecê-los, a fim de elaborar hipóteses. Nesse caso, o problema em questão era: há diferença no desempenho escolar entre estudantes divididos entre participantes e não participantes de atividades extracurriculares estruturadas vinculadas a um programa de tempo integral? Os dados apurados conduziram à elaboração de três hipóteses.
A primeira é que as atividades vinculadas aos programas de tempo integral podem colaborar com o desempenho escolar, sobretudo, dos estudantes de estratos sociais menos favorecidos. A escola escolhida para a realização do estudo atendia a esse tipo de clientela, sendo isso um dos critérios para a escolha do local da pesquisa. A justificativa para tal procedimento pauta-se em evidências de que essa população beneficia-se mais das atividades extracurriculares30,31. Além disso, existe a possibilidade desses programas colaborarem nas implicações da ausência de recursos do ambiente familiar vinculadas a questões socioeconômicas15.
As avaliações realizadas por meio do TDE destacaram que o Grupo III demonstrou médias superiores, seguido dos Grupos II e I. Esse dado indica a possibilidade do aumento no desempenho escolar dos participantes desse tipo de atividade, em sintonia com os estudos que apontam ganhos dos frequentadores de atividades extracurriculares predominantemente acadêmicas22,32. A ausência de significância estatística impede afirmações categóricas de que o desempenho dos grupos se deve ao tipo de atividade desenvolvida no contraturno escolar.
A princípio, isso também ressaltaria uma fragilidade dsa primeira hipótese. Porém, há duas explicações para esse escore a reforçando. A primeira é a da influência do baixo número de participantes do Grupo III. Nesse sentido, isso se destaca como uma limitação do estudo pela impossibilidade de compor esse grupo com mais estudantes participantes do tipo de atividades oferecidas pela ONG, o que poderá ser sanado em estudos futuros.
A segunda explicação é a de que há uma tendência de estudantes com baixo poder aquisitivo de se vincular a essas atividades. Em estudo anterior, foi verificada a associação entre baixo nível socioeconômico e frequência nas atividades oferecidas por ONGs17. Ou seja, os discentes participantes das atividades são aqueles que vivem em contextos com características que dificultam a aprendizagem de conteúdos escolares, sendo elas: níveis baixos de escolarização dos pais33, ausência de recursos do ambiente familiar promotores do desenvolvimento e de interações sociais relacionadas às habilidades acadêmicas19,20.
Nesse sentido, os dados apurados indicam as implicações positivas dessas atividades no destaque de que os estudantes não participantes alcançaram médias inferiores, tendo em vista que estudavam na mesma escola e estavam em níveis sociais semelhantes. Como o nível socioeconômico da escola é elaborado a partir da renda das famílias dos discentes, essa afirmação é cabível. Ainda pautado na possibilidade de apuração de hipóteses do método exploratório, os dados conduziram a uma nova questão: por que as atividades oferecidas não foram suficientes para impulsionar ainda mais as médias dos participantes, destacando significativamente seus escores? A resposta a essa pergunta está na segunda hipótese elencada, descrita a seguir.
A eficácia das atividades extracurriculares estruturadas depende da forma como são organizadas e estruturadas. O conjunto de atividades do Programa Escola Integrada, frequentadas pelos estudantes do Grupo II, pode ser caracterizado como ações recreativas e culturais. A estrutura, a organização e o desenvolvimento das ações não possuíam os pré-requisitos para promover impactos positivos. Ou seja, as atividades não possuíam sequência, foco e objetivos explícitos21,34. Com isso, os participantes não se envolviam de forma ativa com as atividades. Além dessas questões, inexistia interlocução entre os conteúdos tratados nas aulas oferecidas pela escola e as atividades do programa.
Essas informações evidenciaram a execução de duas escolas paralelas: a formal, com conteúdos curriculares, e a integrada, que oferecia atividades de lazer e recreação. No entanto, isso não significa que essa ação não interferiu no processo educacional. Mesmo sem o foco nos conteúdos escolares, as oficinas da Escola Integrada atuam como um contexto de aprendizagem com foco no reforço da escolarização13.
Na ONG, notou-se que as atividades proporcionadas às crianças possuíam forte vinculação com a escolarização. Precisamente, a estrutura, a organização e o desenvolvimento das atividades aconteciam pela forma escolar35. O formato é recorrentemente utilizado em projetos voltados para crianças e adolescentes, como observado por outros pesquisadores36. A condução das atividades voltadas para ações acadêmicas caracterizava a existência de um objetivo claro na condução das atividades - o reforço aos conteúdos escolares - e impactou positivamente os escores dos seus participantes21,22,32. O oferecimento ao auxílio à tarefa para casa, concomitantemente a outras atividades acadêmicas, tem forte potencial para influenciar seus participantes, como é o caso da ONG23,31.
A terceira hipótese diz respeito à necessidade das investigações sobre as atividades extracurriculares de considerar aspectos para além da participação ou não nas atividades relacionadas ao microcontexto família. Em estudo desenvolvido em outra escola com mesmo nível socioeconômico, foi evidenciado que os não participantes se destacaram em relação aos colegas que frequentavam as atividades de tempo integral. Os estudantes que ficavam em casa na companhia de um responsável obtiveram escores significativamente superiores no subteste escrita e leitura e no total do TDE28. No estudo ora em tela, não se destacou diferença favorável significativamente a nenhum dos grupos. Esta pesquisa, em sintonia com aquela, aponta para a necessidade de apurar dois pontos vinculados às questões familiares que podem sobrepor à participação em atividades extracurriculares estruturadas.
O primeiro de que nas famílias de não participantes pode haver processos proximais capazes de impactar o desempenho escolar16. Essa questão não necessariamente está vinculada ao nível socioeconômico. Os estudos sobre o sucesso escolar de estudantes de classes menos favorecidas indicam essa possibilidade7,37,38. O segundo de que a escassez de recursos do ambiente familiar faz com que esses programas tenham maiores chances de promover impactos positivos, para além da proteção social.
Diante dessas questões, as hipóteses apuradas na presente oportunidade conduzem a um pressuposto na pesquisa acerca das implicações das atividades extracurriculares, vinculadas ou não aos programas de tempo integral. Estudantes de estratos sociais menos favorecidos podem melhorar o desempenho escolar ao participar de atividades extracurriculares estruturadas, complementando os processos proximais e recursos do contexto familiar capazes de colaborar com a aprendizagem acadêmica.
Nesse sentido, essas ações têm potencial para ir além da proteção social dos estudantes oferecidas pelos atendimentos. Ou seja, as atividades investigadas cumpriam o papel protetivo ao qual se propunham. Especificamente no Programa Escola Integrada, eram oferecidas oportunidades de visitas a espaços culturais como parques, teatros, cinemas e museus aos estudantes. Como eram discentes de estratos sociais menos favorecidos, caso não participassem do programa, é provável que tivessem poucas oportunidades de acesso a esses dispositivos culturais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos objetivos dos estudos exploratórios, este estudo apontou três hipóteses acerca das atividades extracurriculares vinculadas a programas de ampliação da jornada escolar. Quando agrupadas, elas indicaram o pressuposto de que os estudantes de estratos sociais menos favorecidos podem melhorar o desempenho escolar ao participar de atividades extracurriculares estruturadas, complementando os processos proximais desenvolvidos na família que impulsionam a aprendizagem acadêmica. Fundamentado nos dados encontrados e na literatura utilizada para debatê-los, esse argumento evidencia a importância dos programas voltados para a infância, sobretudo, nos contextos de vulnerabilidade social.
Além do número de participantes do Grupo III, destacam-se mais duas limitações deste estudo. A primeira, a ausência de informações mais precisas quanto às atividades dos não participantes das ações de ampliação da jornada escolar. A segunda, a de que investigar os impactos das atividades extracurriculares, sobretudo, no desempenho escolar, implica considerar diversos aspectos, como os individuais, a forma como os programas são oferecidos, os familiares, os sociais e os concernentes à própria instituição de ensino. Esta pesquisa contemplou parte dos dois primeiros, e espera-se que novos estudos abarquem não só esses como os demais.
Estudos futuros devem considerar a heterogeneidade entre os programas extracurriculares com intuito de considerar atividades recreativas, esportivas e acadêmicas com grupos vinculados a diferentes escolas. Além disso, é importante a investigação de impactos sobre aspectos para além do desempenho escolar como no desenvolvimento físico e socioemocional. Isso aponta a necessidade de traçar estratégias específicas em investigações dessa natureza e de construir instrumentos que tratem do tema. Espera-se que esta pesquisa promova debates acerca da necessidade de se avaliarem os impactos das atividades extracurriculares e que a educação de tempo integral seja uma realidade na garantia dos direitos dos estudantes brasileiros no futuro.
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Endereço para correspondência:
Neyfsom Carlos Fernandes Matias
Praça Dom Helvécio, 74 - sala 2.14 - Universidade Federal de São João del-Rei -
Departamento de Psicologia
São João del-Rei, MG, Brasil - CEP 36.301-160
E-mail:neyfsom@ufsj.edu.br
Artigo recebido: 30/5/2019
Aprovado: 23/8/2019
Trabalho realizado na Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.
Conflito de interesses: Os autores declaram não haver.