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Revista da SPAGESP
versión impresa ISSN 1677-2970
Rev. SPAGESP vol.13 no.2 Ribeirão Preto 2012
ARTIGOS
Experiências de uma equipe interdisciplinas de saúde mental
Experiences of a mental health multidisciplinary team
Experiencias de un equipe interdisciplinario de salud mental
Cybele Carolina Moretto 1; Antonios Terzis 2
Pontifícia Universidade Católica, Campinas, Brasil
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo apresentar parte dos resultados de uma pesquisa de mestrado realizada a partir de um grupo natural, concomitantemente com as atividades que a autora desenvolvia em uma instituição de saúde mental infantil como psicóloga. Assim, apresentam-se os resultados da investigação de algumas experiências emocionais de uma equipe interdisciplinar, com o intuito de compreendê-las a partir dos vínculos que se formaram. Os participantes foram os profissionais e estagiários da equipe, totalizando 15 pessoas. A experiência do estudo permaneceu durante seis reuniões, com duração de duas horas cada, sendo que, dessas, apenas quatro fizeram parte da análise. Utilizamos o modelo qualitativo de pesquisa de análise do conteúdo proposto por Mathieu. Concluímos que o espaço grupal possibilitou a sensibilização aos fenômenos de grupo e que a compreensão de certas formulações psíquicas deste funcionou como um facilitador para que os integrantes expressassem tensões e sentimentos, além de proporcionar a reflexão sobre as práticas de trabalho.
Palavras-chave: Psicanálise de grupos; Equipe interdisciplinar; Saúde mental.
ABSTRACT
This paper has aimed to present some research results from a masters dissertation written on a natural group as well as from activities conducted by the author, a psychologist, in a mental health institution from children. Hence, research results on emotional experiences of a multidisciplinary group are presented in order to provide an understanding based on bonds established. Subjects were the team, composed by fifteen people including professionals and interns. The study occurred in six meetings which lasted for two hours. Among these, only four were included in the analysis. Mathieus qualitative research method of content analysis was used. We concluded that the space provided to the group made possible the living experience of group phenomena. Comprehension of psychic aspects that happened helped subjects to express tensions, feelings and also proportioned reflections on work practices.
Keywords: Psychoanalysis groups; Multidisciplinary team; Mental health.
RESUMEN
Este documento tiene como objetivo presentar algunos resultados de la investigación de maestría, que se realizó a partir de un grupo natural, simultáneamente con las actividades que el autor desarrolla en una institución de salud mental infantil, como psicólogo. Así, se presentan los resultados de la investigación de algunas de las experiencias emocionales de un equipo interdisciplinario, con el fin de entender los lazos que se formaron. Los participantes eran profesionales y aprendices del equipo, un total de 15 personas. La experiencia del estudio tuvo una duración de seis sesiones, con dos horas de duración cada una, de éstos solo cuatro hicieron parte del análisis. Utilizamos el modelo de análisis de contenido cualitativo de la investigación propuesta por Mathieu. Llegamos a la conclusión de que el espacio del grupo permitió la sensibilización a los fenómenos grupales y la conciencia, comprensión de ciertas formulaciones psíquicas, actuó como facilitador de los miembros para expresar sus sentimientos y tensiones, y reflexionar sobre las prácticas de trabajo.
Palabras clave: Psicoanálisis de los grupos; Equipo interdisciplinario; Institución; Salud mental; Infancia.
INTRODUÇÃO
A tarefa de cuidar do outro é uma das práticas humanas que colocam o indivíduo diante de seus mais íntimos conflitos, pois em poucas atividades o profissional se encontra tão incisivamente sujeito às pressões de várias ordens. Este estudo assinala a necessidade de cuidados com aqueles que exercem a tarefa de cuidar e de promover o bem-estar físico, psicológico e social de outro ser humano, com a finalidade de evitar a sobrecarga de quem a exerça, ou ainda, acarrete aos trabalhadores sofrimentos comparáveis aos daqueles a quem cuidam.
A nosso ver, e apoiado em estudos prévios (Almeida Filho, 1997; Crevelim & Peduzzi, 2005; Silva & Tavares, 2003) nos trabalhos institucionais caracterizados por ações integradas em saúde, são utilizadas terminologias distintas (multiprofissional, multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar) para ações similares, indicando que não existe um consenso sobre os conceitos. Dentre os benefícios do trabalho em equipe, na literatura acadêmica (Matumoto, Fortuna, Mishima, Pereira, & Domingos, 2005; Moretto & Terzis, 2007; Silva & Santos, 2006), encontramos o planejamento de serviços, a geração de intervenções mais criativas e a redução de intervenções desnecessárias pela falta de comunicação entre os profissionais.
Este artigo tem o objetivo de apresentar parte de uma pesquisa de mestrado (Moretto, 2008) que se propôs a investigar, descrever e compreender algumas experiências emocionais de uma equipe interdisciplinar de saúde mental e verificar como favorecem ou comprometem negativamente suas atividades profissionais.
O levantamento desse tema tem um significado científico e social, pois suscita e destaca questões dentro de uma perspectiva preventiva. Nesse sentido, prevenir para que os cuidadores não adoeçam das mesmas patologias das quais tratam, conforme apontou Bleger (1988), visando com isso à promoção da saúde do cuidador e melhorias do atendimento aos usuários.
CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS DE GRUPO: UMA BREVE RESENHA HISTÓRICA
A psicanálise de grupo está cada vez mais sendo reconhecida como uma forma de compreensão e uma técnica terapêutica significativa para atingir aspectos inconscientes do ser humano, levando em consideração a grupalidade da mente, ou seja, a internalização coletiva de modelos de referências grupais e interpessoais, que simboliza os fantasmas coletivos, afetos, desejos e defesas (Kaës, 1976/1997; Terzis, 2005).
Encontramos na etimologia da palavra grupo, do antigo vocábulo group (laço ou nó) derivado do germano ocidental kruppa (massa circular), a consideração de duas linhas de força: o laço demonstrando a união e o círculo representando o espaço fechado, cuja metáfora é a envoltura corporal e o corpo materno. Dessa forma, uma das características de um grupo é a possibilidade de oferecer um espaço que acolhe seus participantes e também poder provocar sentimentos de aprisionamento e frustração (Anzieu, 1966).
Freud, apesar de nunca ter atendido grupos, apresentou importantes contribuições teóricas à psicologia dos grupos humanos em "Totem e Tabu" (1913), "Psicologia das massas e Análise do Ego" (1921) e "Mal-estar da Civilização" (1930). A psicanálise clássica, em sua aplicação terapêutica, desenvolveu-se através da díade analista-paciente e assim permaneceu nas primeiras décadas do século XX. No entanto, Freud não deixou de considerar a importância do homem enquanto ser social, estudando as origens da sociedade humana, dos ritos religiosos e mitológicos. As teorias elaboradas a partir desta díade reportam-se ao sujeito relacionado com objetos e a uma psicologia multipessoal (Terzis, 1995).
Dentre as principais contribuições de Foulkes e Anthony (1957) destacamos a visão do grupo como totalidade. Portanto, mesmo o que ocorre em um indivíduo dentro de um grupo, pensamentos, falas ou sofrimento e adoecimento, é também resultado das forças em jogo no grupo e constituem uma via de acesso às mesmas.
Para Bion (1961), ansiedades psicóticas estão presentes nos grupos e os supostos básicos seriam formas de o grupo defender-se dessas ansiedades. A partir disto, o autor formulou três suposições básicas presentes em todo grupo humano: o suposto de dependência, o suposto de luta e fuga e o suposto de acasalamento.
Bion (1961/1975) também formula o conceito de grupo de trabalho (grupo T), ou evoluído, que se opõe ao grupo (ou momentos do grupo) dominado pelos supostos básicos. Estes fenômenos (grupo T e supostos básicos) são próprios da realidade de grupo. Porém, para o autor, esses fenômenos compõem a vida cotidiana de todas as pessoas, isto porque estes fenômenos de grupo não se dão somente em grupos terapêuticos, já que não há indivíduo que viva fora de grupos por mais isolado em tempo e espaço que ele esteja.
Pichon-Rivière (1980/2000) desenvolveu uma técnica específica de trabalho em grupo denominada "grupo operativo". O autor distingue três momentos, em um processo evolutivo, presentes no grupo: a pré-tarefa, a tarefa e o projeto.
Na pré-tarefa ocorrem os mecanismos de defesa, resistências à mudança, ansiedades frente ao desconhecido, de perda e ataque, e tem como objetivo postergar a elaboração dos medos básicos. Nessa fase, as defesas são de características esquizoparanoide. Observam-se condutas parcializadas e dissociações entre o pensar, agir e sentir. Realizam-se tarefas sem sentido apenas para passar o tempo, o que acaba por gerar uma insatisfação entre os integrantes. O que paralisa o movimento e bloqueia a tarefa é a fantasia inconsciente de angústias depressivas e paranoides relativas ao processo de mudança, a consequente perda de antigos padrões e o surgimento de acontecimentos novos para o qual o sujeito não se sente preparado.
O projeto decorre da tarefa e promove o planejamento para o futuro. Nessa fase, ocorre uma ampliação da percepção do indivíduo e maior possibilidade do situar-se como sujeito e intervir nas situações. No grupo operativo, a comunicação, a aprendizagem, o conhecimento e a realização de tarefas coincidem com a cura.
Anzieu e Kaës trouxeram contribuições para o estudo psicanalítico de grupos ao estabelecerem que os grupos se constituem dentro de um referencial corporal (Terzis, 1995). Para Anzieu (1966/1990), o grupo é uma colocação em comum das imagens interiores e angústias dos integrantes. O autor parte da perspectiva do grupo como objeto de investimento pulsional, propondo a analogia do grupo com o sonho, dizendo que o desejo realizado no grupo e no sonho é um desejo reprimido no dia anterior. No entanto, o desejo realizado no grupo e no sonho é, também, um desejo reprimido de infância, pois o contexto grupal promove uma regressão de seus membros. Além disso, o desejo, no grupo e no sonho, diz mais respeito ao desejo fixado em um sintoma ou uma estrutura patológica que ao desejo emergindo do inconsciente.
Kaës (1976/1997), por sua vez, formulou o projeto de uma metapsicologia psicanalítica dos conjuntos intersubjetivos, propondo a hipótese de um aparelho psíquico grupal. O grupo também designa a forma e a estrutura de uma organização de vínculos intersubjetivos, sob o prisma de que as relações entre vários sujeitos do inconsciente produzem formações e processos psíquicos específicos.
Assim, utilizando-se de conhecimentos teóricos e técnicos elaborados pelos autores acima, buscamos compreender alguns fenômenos emocionais de uma equipe interdisciplinar, os quais serão descritos, resumidamente, na próxima sessão.
MÉTODO
A pesquisa realizada seguiu uma abordagem qualitativa sob orientação do método psicanalítico aplicado aos grupos e teve como objeto de investigação as produções do inconsciente, nesse caso, de uma equipe interdisciplinar.
A equipe foi composta por 15 pessoas, incluindo a pesquisadora-participante, sendo oito profissionais de nível superior e sete estagiários universitários, 12 mulheres e três homens, na faixa etária entre 20 e 34 anos, das áreas de Psicologia, Terapia Ocupacional, Serviço Social, Fonoaudiologia e Educação Física. A pesquisa foi realizada em uma instituição filantrópica de saúde mental infantil em uma cidade do interior do estado de São Paulo, que recebe verba por meio de convênio firmado com o SUS pela Prefeitura do município e de ajuda da comunidade.
Inicialmente, a pesquisa foi realizada após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de Campinas e pela direção da instituição para a participação dos profissionais e estagiários interessados em colaborar com a pesquisa. Após a explanação na reunião da equipe, cada integrante assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, obedecendo às normas de pesquisas envolvendo seres humanos.
A pesquisa utilizou-se de um grupo fechado (com tempo de duração e frequência pré-determinados e sem mudança dos integrantes) e homogêneo (somente profissionais e estudantes das áreas de saúde e educação). As reuniões ocorreram semanalmente durante duas horas e tinham como objetivo, em síntese, refletir sobre as práticas profissionais diversas e os relacionamentos interpessoais estabelecidos entre os membros do grupo.
A análise do material teve como base o modelo qualitativo de pesquisa, de modo que foram estudadas as experiências emocionais no processo do grupo. Baseamo-nos na técnica de análise do conteúdo, conforme proposto por Mathieu (1967) e, nos estudos de nosso Grupo de Pesquisa do CNPq Psicanálise e Grupalidade da PUC-Campinas. Tal análise visou ultrapassar a mera descrição do conteúdo das mensagens, com aplicação de inferências que possibilitam uma interpretação aprofundada e apontou os temas-chaves de cada reunião do grupo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No decorrer do estudo, observamos alguns fenômenos recorrentes, entre eles, o da resistência do grupo em entrar na tarefa proposta, qual seja a de abordar questões relativas ao trabalho da equipe. Tal fenômeno ocorreu, por exemplo, no início de todas as reuniões, por meio de assuntos burocráticos e administrativos trazidos pelos integrantes. Pensamos que essa resistência tinha como motivação a dificuldade dos participantes de entrar em contato com suas próprias emoções suscitadas pelo trabalho com as crianças, assim como expô-las diante dos demais integrantes da equipe.
De acordo com Laplanche e Pontalis (1982), chamamos resistência a tudo o que nos atos e palavras se opõe ao acesso ao seu inconsciente. A resistência impede a ocorrência de qualquer mudança, permanecendo tudo como era antes; não sendo importante sob que forma a resistência aparece, seja como transferência ou não.
A respeito da resistência, consideramos que o funcionamento do grupo em relação ao cumprimento da tarefa foi obstaculizado por um clima emocional subjacente. Compreendemos o fenômeno da resistência da equipe pesquisada como uma forma de atuação, denominada por Bion (1961/1975) de mentalidade primitiva. Tal tipo de atividade mental do grupo se denomina suposto básico e seu objetivo é evitar a frustração inerente à aprendizagem por experiência, dificultando o processo de desenvolvimento e a busca de compreensão por parte de seus membros.
Encontramos uma correlação com a teorização de Bion, na definição de pré-tarefa de Pichon-Riviere (1980/2000). Para o autor, na pré-tarefa situam-se as técnicas defensivas, que estruturam o que se denomina resistência à mudança, e que são mobilizadas pelo incremento das ansiedades; é nesta pré-tarefa que observamos um jogo de dissociações do pensar, atuar e sentir.
Segundo Anzieu (1966/1990), é comum esse fenômeno psíquico, encontrado nas reuniões desta equipe: "os grupos se sentem narcisicamente ameaçados, quando há o risco de se colocar em evidência, entre eles, os pontos fracos que preferem dissimular para si mesmos, e de desbotar sua própria imagem ideal que sustentam com grande custo". Ainda para o autor, "esses dois mecanismos de grupo, o investimento narcísico (...) e a defesa contra a ferida narcísica, estabelecem das resistências maiores à pesquisa científica sobre os grupos" (p.23/24).
Bleger (1979/1998) também reafirma a questão da resistência presente nos grupos dizendo que as resistências à mudança podem não prover necessariamente dos pacientes atendidos, mas frequentemente da equipe de tratamento.
No entanto, apesar da resistência inicial em entrar na tarefa, observamos, em todas as reuniões, uma evolução do grupo. Percebemos a construção de uma rede de ressonância, em que as falas de uns integrantes fizeram sentido a outros, dissipando as ansiedades persecutórias e deflagrando, assim, a cadeia associativa grupal. O conceito de ressonância, segundo Foulkes e Anthony (1957/1972), é a comunicação trazida por um participante que ressoa em outro, o qual, por sua vez, vai transmitir um significado afetivo equivalente, apesar da diferença de contexto narrativo.
A partir da ressonância, afirmamos que o grupo funcionou como um facilitador para que os integrantes pudessem falar de seus sentimentos, dificuldades, conflitos e desencontros. Favoreceu a sensibilização aos fenômenos grupais e a reflexão sobre as práticas de atendimento, possibilitando um movimento positivo e criativo no grupo. Percebemos que houve uma identificação no grupo, os participantes puderam assumir as próprias dificuldades e despreparo profissional e, a partir disso, buscar novas ideias e soluções. O grupo manifestou um espírito coletivo, sentimentos de compartilhamento e de pertinência, para o qual os integrantes se voltam e se fortalecem para suportar a rotina de trabalho.
Desse modo, concluímos que nosso grupo funcionou como um grupo operativo, conforme o conceito de Pichon-Rivière, pois percebemos que a reunião da equipe interdisciplinar processou-se em termos de realização da tarefa, ou seja, cumpriu com seus objetivos de reflexão sobre as dificuldades com os atendimentos e as interações entre os membros da equipe. Para o autor, o grupo entra em tarefa quando ocorre uma elaboração psíquica concomitante à realização daquela explicitamente colocada (refletir sobre as atividades profissionais) e a integração entre o sentir, o pensar e o agir. Além disso, a noção de tarefa envolve a constituição de vínculos, conforme observamos em nosso grupo.
Também com base na definição de grupo de trabalho de Bion (1961), verificamos que o grupo funcionou cumprindo o objetivo comum. No grupo de trabalho, cada membro cooperou voluntariamente na atividade de acordo com suas capacidades individuais, tendo como objetivo o desenvolvimento de uma tarefa. Segundo o autor, para que o grupo possa realizar a tarefa, é necessário o desenvolvimento das funções egoicas dos participantes, como: atenção, capacidade de representação verbal e capacidade de pensamento simbólico, como encontramos nos integrantes desse grupo. Pudemos afirmar, ainda, conforme Bleger (1979/1998) assinalou, que as experiências da equipe e seus espaços de reflexão promoveram um aprendizado e algum efeito de autoconhecimento entre os membros.
Nossa experiência também confirmou a formulação de Anzieu (1966/1990) sobre os processos psíquicos serem os mesmos, tanto nos grupos de psicoterapia quanto nos grupos naturais (como o caso de nosso grupo). Nas palavras dele: "(...) os processos inconscientes específicos das situações grupais são os mesmos nos grupos de formação, nos terapêuticos e nos sociais reais" (p. 16).
É importante mencionarmos também que, dentre as definições de trabalho em equipe, consideramos o termo interdisciplinar o que melhor caracterizou a equipe estudada. Consideramos que a interação entre vários conhecimentos conduziu a uma reciprocidade no intercâmbio, a um enriquecimento das ações e uma tendência a horizontalização das relações de poder entre os diversos campos, levando-nos a definir o trabalho da equipe como interdisciplinar (Almeida Filho, 1997; Waidman & Elsen, 2005).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Consideramos que o grupo constitui um contexto realmente enriquecido, no sentido de proporcionar condições em termos de prevenção e promoção da saúde. Seus fenômenos específicos de grupo, como a ressonância, demonstram ser agregadores e, portanto, consideráveis para o cuidado com o sofrimento psíquico.
Acreditamos que conseguimos compreender alguns dos fenômenos grupais, assim como constatamos que as reuniões da equipe sensibilizaram os participantes quanto às vivências emocionais no trabalho. Verificamos que o espaço grupal possibilitou a expressão das tensões e ansiedades, auxiliou os integrantes a suportar a rotina de trabalho, ampliou a percepção e as possibilidades de ideias e soluções novas.
Além disso, acreditamos que nossa experiência pode servir de referência para instituições de saúde e fundamentar ações, incentivando a prática de reuniões de equipe e o atendimento psicológico para os trabalhadores, pois alerta para a necessidade de cuidados com os mesmos.
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Endereço para correspondência
Cybele Carolina Moretto
E-mail: cybele.moretto@ig.com.br
Recebido em 08/11/2011.
1ª Revisão em 10/01/2012.
2ª Revisão em 04/02/2012.
Aceite Final em 20/02/2012.
1 Cybele Carolina Moretto é psicóloga, Mestre e Doutoranda em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Especialista em Psicoterapia Psicanalítica pelo CEFAS e em Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes pelo LACRI/IPUSP.
2 Antonios Terzis é professor titular da Pontifícia Universidade Católica de Campinas e da Sociedade de Psicoterapia Analítica de Grupo. Presidente da Federação Latina de Associações de Psicanálise Grupal, membro da Associação Brasileira de Psicoterapia Analítica de Grupo e presidente do Centro de Formação e Assistência à Saúde.