Servicios Personalizados
Revista
Articulo
Indicadores
Compartir
Vínculo
versión impresa ISSN 1806-2490
Vínculo vol.13 no.1 São Paulo jun. 2016
ARTIGO
O ensino da técnica grupal na graduação em Psicologia
The teaching of group technique in graduation in Psychology
La enseñanza de técnica de grupo en la graduación en Psicología
Daniel Polimeni Maireno1, I; Maíra Bonafé Sei2, II, III; Sandra Aparecida Serra Zanetti3, III;
IPontifícia Universidade Católica de São Paulo
IIUniversidade de São Paulo
IIIUniversidade Estadual de Londrina
RESUMO
Objetiva-se apresentar e discutir o ensino sobre grupos no curso Psicologia da Universidade Estadual de Londrina. Entende-se que a compreensão acerca dos processos grupais e modalidades de intervenção em grupo mostra-se como algo necessário ao psicólogo em formação. Esta qualificação ocorre, principalmente, por meio de uma disciplina, de caráter teórico-prático – Dinâmica de Grupo e Relações Humanas. Esta disciplina de Dinâmica de Grupo trabalha não apenas teoricamente as técnicas de intervenção grupal como também é permeada por atividades práticas com o intuito de desenvolver habilidades para coordenação de grupos. Observa-se, por meio desta disciplina e metodologia empregada, que as estratégias utilizadas para o ensino de grupos neste contexto se configura como um percurso interessante e pertinente para os cursos de graduação em Psicologia.
Palavras-chave: processos sociais; dinâmica de grupo; ensino; psicanálise.
ABSTRACT
The objective is to present and discuss the teaching of groups in the psychology course at the Universidade Estadual de Londrina. It is understood that the understanding of group processes and group modalities of intervention shows up as necessary to the psychologist in training. This qualification occurs then through one academic subject that has a theoretical and practical nature - Group Dynamics and Human Relations. This academic subject of Group Dynamics works not only theoretically the group intervention techniques but is also permeated by practical activities in order to develop skills for group coordination. It is observed through this course and methodology employed, that the strategies used for teaching groups in this context is configured as an interesting and relevant way for graduate courses in Psychology.
Keywords: social processes; group dynamic; education; psychoanalysis.
RESUMEM
El objetivo es presentar y discutir la enseñanza de grupos en la curso de psicologia en la Universidade Estadual de Londrina. Se entiende que la comprensión de los procesos de grupo y procedimiento de intervención grupal aparece como necesaria para el psicólogo en la formación. Esta calificación es entonces a través de unas disciplinas, de naturaleza teórica y práctica - Dinámica de Grupo y Relaciones Humanas. Este curso de Dinámica de Grupos funciona no sólo con teoría de las técnicas de intervención en grupo, pero también está impregnado de actividades prácticas con el fin de desarrollar habilidades para coordinar grupos. Se observa a través de esta disciplina y metodología empleados, que las estrategias utilizadas para la enseñanza de los grupos en este contexto se configura como una manera interesante y relevante para los cursos de licenciatura en Psicología.
Palabras-clave: procesos sociales; dinámicas de grupo; la educación; psicoanálisis.
INTRODUÇÃO
A Universidade Estadual de Londrina configura-se como uma das maiores universidades públicas do Estado do Paraná. Possui pouco mais de quatro décadas de existência, assim como seu curso de graduação de Psicologia, com instalação da Clínica Psicologia associada à graduação datando de 1976. Usualmente as disciplinas ligadas à Psicologia Clínica são ministradas por docentes vinculados aos departamentos de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, e de Psicologia e Psicanálise. Há, assim, disciplinas como "Psicologia Clínica Comportamental" e "Teorias e Técnicas Psicoterápicas" que abordam temas similares, cada uma se centrando em um destes aportes teóricos.
Para o ensino da técnica de grupos é ofertada a disciplina de "Dinâmica de Grupo e Relações Humanas" apenas pelo Departamento de Psicologia e Psicanálise, no quarto ano da graduação, que visa discorrer não apenas sobre a psicoterapia psicanalítica de grupo como também o uso das modalidades grupais no contexto escolar, organizacional, da saúde em geral e outros. Antes disso, no terceiro ano, conta-se na grade curricular a disciplina de "Psicanálise e Processos Sociais" que apresenta o entendimento psicanalítico teórico acerca dos processos grupais, o que acaba contribuindo teoricamente para a discussão sobre as técnicas grupais do ano seguinte. Cabe ainda destacar que, a despeito da disciplina competir a um departamento de Psicanálise, a disciplina "Dinâmica de Grupo e Relações Humanas" conta com outros aportes teóricos, alguns deles historicamente ligados ao movimento psicanalítico. Tais acréscimos tendem a enriquecer a formação teórica e técnica dos graduandos em Psicologia, vindo a Psicanálise, nesse contexto, servir principalmente como chave de leitura privilegiada dos fenômenos psicológicos decorrentes da vivência de grupos.
Tendo em vista este panorama, objetiva-se, por meio deste artigo, discorrer sobre a experiência de ensino-aprendizagem das teorias e técnicas grupais no âmbito da disciplina "Dinâmica de Grupo e Relações Humanas", na Universidade Estadual de Londrina. Entendemos que é essencial ao estudante de Psicologia compreender como se desenvolvem os fenômenos grupais do ponto de vista psicanalítico e de que forma esse conhecimento pode ser aplicado em campos diversificados da prática do psicólogo.
BREVE HISTÓRICO DO TRABALHO COM GRUPOS
O trabalho com grupos como um campo de atuação e de estudos passou a ocorrer depois que alguns médicos começaram a utilizar o grupo, impulsionados pela própria intuição, como uma modalidade de tratamento. Neste sentido, é atribuída a Joseph Pratt a criação da psicoterapia de grupo (BECHELLI; SANTOS, 2004; ROSA, 2011), que por volta de 1905 desenvolveu uma técnica de trabalho com grupos de maneira intuitiva com tuberculosos no Hospital Geral de Massachusetts, em Boston. Estes grupos continham de 15 a 20 membros e eram realizados uma vez por semana com objetivo de favorecer os cuidados clínicos, a orientação para atitudes positivas, enfatizando a necessidade de se manter confiança e esperança no tratamento. O método adotado era de persuasão e reeducação emocional.
Outro autor que se tem notícia é Lazell que, na década de 1920, passou a oferecer a esquizofrênicos internados um trabalho com grupos de abordagem psicanalítica. Contudo, tratava-seainda de um sistema de aulas, inspirado em Pratt, com a discussão de assuntos relacionados à patologia dos integrantes, como medo da morte, conflitos psíquicos, alucinações, delírios etc.
No continente europeu, entre 1910 e 1914, em Viena, Moreno desenvolveu uma técnica de trabalho com grupos, mais tarde reconhecida pelo autor como terapêutica, denominada de Psicodrama. Foi criada a partir de experiências com grupos de pessoas em praças públicas visando o desenvolvimento da espontaneidade e criatividade, por meio do exercício do teatro do improviso. Ao longo do tempo, Moreno pôde perceber que, sustentando-se um enquadramento composto por cenário, protagonista, diretor, ego auxiliar, público e cena a ser apresentada, as problemáticas trazidas pelos membros do grupo para serem encenadas poderiam sofrer um processo de elaboração. (BECHELLI; SANTOS, 2004).
Ainda no início do século XX, houve outros autores que trabalharam com grupos, como Marsh (entre 1909 e 1912), Burrow (por volta de 1925), Adler (por volta de 1921) e Metzl (por volta de 1925). Entretanto, vale ressaltar que foi a partir da década de 1930 e 1940 que ocorreu um aumento significativo do trabalho com grupos em virtude da ampliação da demanda por assistência psicológica devido à Segunda Guerra Mundial. (BECHELLI; SANTOS, 2004).
Um estudo interessante da década de 1940 foi conduzido por Loeser, que investigou e assinalou, por meio da experiência em consultório particular, quais fatores da organização grupal realmente contavam para seu funcionamento no sentido terapêutico. Assim, este autor destaca ser importante o preparo do paciente antes do início do grupo; indica não haver interferência no trabalho quando os seus integrantes pertencem a diferentes níveis socioeconômicos, raças, religiões, idades ou profissões; que a inclusão de homens e mulheres no mesmo grupo oferecia vantagens ao trabalho; que o número ideal de participantes deve variar entre 7 a 10 membros, com sessões duas por semana, por tempo determinado; que grupos fechados e homogêneos facilitam o trabalho terapêutico; que os resultados alcançados são superiores quando se associa psicoterapia grupal e individual; que a atuação do terapeuta não deve ter um caráter crítico, mas compreensivo e que vise a estimulação da interação entre os participantes; que os integrantes devem ditar o curso do encontro, evitando-se um planejamento prévio pelo terapeuta; e que o terapeuta deve ter familiaridade com conceitos psicanalíticos, quando esta for sua orientação teórica. (BECHELLI; SANTOS, 2004).
Foi neste cenário que o trabalho de Foulkes, também na década de 1940, inaugurou a psicoterapia psicanalítica de grupo, com enfoque gestáltico. Este autor compreende que, quando um grupo se organiza, passa a representar uma nova entidade, diferente da soma dos indivíduos e, portanto, as interpretações devem considerar a totalidade grupal. (BECHELLI; SANTOS, 2004; ZIMERMAN, 2000).
Percebe-se por este breve histórico que a modalidade de atendimento em grupos não é de uso exclusivo de nenhum campo teórico em específico, recebendo, em vez disso, contribuições de diversas áreas do saber. A Psicanálise é uma dessas áreas, cuja especificidade merece alguns desenvolvimentos no presente artigo, já que sua contribuição está longe de ser homogênea. Antes de se aprofundar em questões específicas e diferenciações possíveis, vale retomar as origens que sustentam a variedade do arcabouço teórico que hoje se encontra no campo psicanalítico com grupos: o trabalho de Freud.
OS GRUPOS E A PSICOTERAPIA DE GRUPO
Como apontado acima, antes de cursar a disciplina "Dinâmica de Grupo e Relações Humanas" os estudantes de Psicologia da UEL dedicam-se a uma disciplina denominada "Psicanálise e Processos Sociais". Sabe-se que Freud, apesar de ter se voltado para a compreensão do estudo dos fenômenos humanos do ponto de vista intrapsíquico, é um autor que também fez esforços no sentido de articular aquilo que considerava psicologia individual com a psicologia social. Não é à toa que se ouve com frequência a expressão que tudo o que foi estudado após Freud tem sua semente na obra deste autor. Nas primeiras linhas de "Psicologia de grupo e a análise do ego", Freud inclusive argumenta que "[...] a psicologia individual é ao mesmo tempo psicologia social." (1921/1996, p. 81). Daí Zimerman (2000) poder afirmar com segurança que, dentre os textos freudianos mais diretamente voltados à discussão sobre a constituição e função da cultura humana, aquele dedicado à psicologia das massas é o que mais favorece uma fundamentação psicanalítica para a técnica grupal.
Mas antes disso, em 1908, Freud apresentou o trabalho "Moral sexual 'civilizada' e doença nervosa moderna", no qual são discutidas as relações entre as tendências pulsionais e as alternativas sempre precárias e insuficientes que a cultura oferece a fim de satisfazê-las. Por outro lado, aponta- se para a questão do quanto essa mesma cultura, por meio dos diversos grupos sociais que a representam, espera que cada indivíduo domestique sua animalidade, ajuste suas pulsões aos ideais civilizatórios, mesmo que ao custo de suportar alguma dose de sofrimento. É deste sofrimento que muitos iam se queixar não só a Freud, mas aos psiquiatras, psicólogos e demais doutores de sua época. E é disso que muitos ainda vão se queixar aos analistas hoje, seja individualmente, seja numa modalidade de psicoterapia de grupo. Nesta, o sujeito poderá enfim vivenciar um grupo menos austero, comparado àqueles que apenas exigem o cumprimento dócil dos bons costumes. Poderá encontrar um grupo formado por sujeitos que, como ele, notam o descompasso entre os próprios desejos e as normas sociais, entre suas aptidões reais para viver e as exigências dos outros. Para tanto, facilitará o processo se ele encontrar um terapeuta que não seja mais um da série de representantes dos bons costumes e dos ideais culturais. Tudo isso seria denominado pelos grupoterapeutas por expressões tais como "recapitulação corretiva do grupo familiar primário", aquisição de novos "modelos de identificação", etc. (ZIMERMAN, 2000; YALOM & LESZCZ, 2006).
"Considerações atuais sobre a guerra e a morte" (1915/2010) é outro trabalho de Freud que prova o quão articulados eram, para o pai da Psicanálise, os fenômenos de ordem individual e social. Nele encontram-se diversas discussões que, apesar de importantes, extrapolam o interesse do presente artigo. Destaca-se dele apenas algumas ideias como a de que a massa superestima sua aptidão total para a cultura. Segundo Freud, "[...] somos levados a julgar os homens 'melhores' do que são na realidade." (p. 221) Por que é cometido esse erro de julgamento? A razão disso é que cada sujeito tem acesso apenas às motivações de suas próprias ações - e mesmo assim de modo parcial. Quanto às motivações alheias, não se tem acesso algum. Logo, quando alguém age, por exemplo, de modo correto, quando realiza uma "boa ação" segundo o ponto de vista da cultura, um observador externo não tem como saber se ele o faz apenas para não sofrer punições ou se o faz porque suas inclinações pulsionais assim o motivam. Nos termos freudianos, não é possível saber se ele é um "hipócrita cultural" - nome dado àquele que só age bem quando teme censuras ou demanda aplausos - ou alguém que de fato passara por um "enobrecimento pulsional" - aquele que age bem porque deseja o bem sem esperar recompensas por isso.
Se as motivações alheias são a princípio insondáveis, o mesmo não ocorre com as próprias motivações. O problema é que, em geral, estas não costumam revelar tal enobrecimento pulsional. Mais comum é restar o sentimento de que se está muito aquém do ideal cultural desejado. Comparando este sentimento com a imagem supervalorizada que tendemos a fazer dos outros, o resultado acaba muitas vezes sendo um desconforto existencial autodepreciativo.·.
Ora, esta forma de encarar nossas ações boas e más tem tudo a ver com o fator terapêutico que, numa terapia de grupo, receberá o nome de "universalidade", que é quando o indivíduo tem a chance de verificar que, ao contrário do que imaginava, muitos à sua volta são exatamente como ele próprio: desesperados quanto à própria inadequação e desajustamento, simultaneamente iludidos quanto à excelência dos outros, o que contribui para o agravamento das tendências autodepreciativas. Como se vê, o que se diz de um ponto de vista macrossocial pode facilmente ser transposto para um contexto microssocial, tal como podemos encontrar numa psicoterapia de grupo.
Outro ponto importante desse texto diz respeito à não autonomia da vida intelectual ante a vida emocional. Segundo Freud,
[...] argumentos lógicos são impotentes em face de interesses afetivos, e por isso a disputa com argumentos [...] é tão infrutífera no mundo dos interesses. A experiência psicanalítica enfatizou ainda mais, se é possível, tal afirmação. Ela pode demonstrar diariamente que as pessoas mais argutas se comportam como imbecis, tão logo o discernimento buscado se defronta com uma resistência emocional, mas também voltam a compreender tudo quando esta resistência é superada. (1915/2010, p. 228)
Esta frase, escrita no contexto da Primeira Guerra Mundial para discutir as atitudes decepcionantes de homens até então considerados sublimes, poderia ser utilizada para se referir a qualquer processo terapêutico, incluindo aí o de grupo. Não é à toa que nesta modalidade, com o passar dos anos, verificou-se um contínuo acréscimo de manejos afetivos àquilo que, de início, consistia apenas em instruções intelectuais a respeito de determinados sofrimentos. Noutras palavras, a função de ego-auxiliar, aquela que tende a pensar, julgar, calcular, avaliar, escolher etc. pelo outro nunca deixou de ter sua vez nas psicoterapias de grupo, mas os autores tendem a colocá- la como complementar a outra função, a de continência, sem a qual a primeira perderia grande parte de sua eficácia. (ZIMERMAN, 2000)
Mas de todos os textos freudianos cuja intervenção sobre a cultura se dá de forma mais evidente, possivelmente "Psicologia de grupo e análise do ego" (1921/1996) é o que mais se destaca quanto à utilidade para a disciplina de "Dinâmica de Grupo". Neste trabalho são discutidas inúmeras ideias que fundamentaram muito do que se escreveu a respeito de processos grupais, psicoterapias de grupo etc.: o caráter libidinal dos laços interpessoais; a tendência a reviver modos infantis de atuação quando em meio a um grupo; a fragilidade do intelecto ante aspirações pulsionais arcaicas despertadas pela dinâmica grupal; uma breve discussão sobre a diferença entre grupos efêmeros e estáveis; as diversas formas de interação dos membros do grupo entre si e com as lideranças; os vários tipos de identificação responsáveis pelo estreitamento das relações interpessoais em um determinado contexto.
Apesar de não caber uma extensa apresentação sobre esses aspectos, um ponto merece maiores desenvolvimentos aqui. Trata-se da analogia que Freud estabelece entre os estado de apaixonamento e o funcionamento hipnótico. Em ambos o que se nota é uma declinação quase completa das aptidões para pensar objetivamente o objeto amado - ou o hipnotizador: em vez disso, o sujeito apaixonado, tal como o hipnotizado, tende a idealizar o objeto, exaltá-lo para além de suas qualidades reais, poupá-lo de quaisquer críticas e suspeitas, idolatrá-lo etc.
Trata-se de uma discussão importante para se pensar nas diversas formas de liderança que se instauram em processos psicoterapêuticos grupais. Alguns autores de psicoterapias de grupo discutirão, por exemplo, quão nocivo uma liderança narcisista é para um grupo fragilizado emocionalmente. Tal liderança tenderá a instaurar, intensificar ou cronificar a dependência dos membros do grupo à sua própria pessoa, quando o desejado seria instrumentalizá-los para alcançar uma maior autonomia; tenderá a seduzi-los com sua suposta onipotência, ante a qual os membros do grupo tenderão a reconhecer e fortalecer, tanto pela fragilidade emocional inicial que os levara a buscar ajuda quanto pela própria dinâmica grupal, revelando aí o processo de idealização. Sobre este, Freud afirma que:
[...] o objeto serve de sucedâneo para algum inatingido ideal do ego de nós mesmos. Nós o amamos por causa das perfeições que nos esforçamos por conseguir para nosso próprio ego e que agora gostaríamos de adquirir, dessa maneira indireta, como meio de satisfazer nosso narcisismo. (1921/1996, p. 122)
Freud diferencia a identificação da idealização nos seguintes termos: "no primeiro caso o ego enriqueceu-se com as propriedades do objeto [...]. No segundo caso, empobreceu-se, entregou- se ao objeto, substituiu o seu constituinte mais importante pelo objeto." (1921/1996, p. 123). Posteriormente Zimerman (2000) afirmaria, por exemplo, que a identificação com o terapeuta pode facilitar o processo de terapia, mas ele está longe de pensar aquele tipo de terapeuta narcísico/sedutor/sugestionador. A identificação com o terapeuta pode funcionar para o bem dos pacientes à medida que, na impossibilidade de ter o terapeuta - levá-lo para casa, questioná-lo sempre que dificuldades da vida aparecerem etc. - pode ser vantajoso ser um pouco como ele - ou seja, pensar o sofrimento como ele, mapear alternativas favoráveis como ele, organizar a complexidade subjetiva como ele, falar do mal-estar como ele, fazer falar o sofrimento como ele etc.
No mínimo, tem-se aqui um convite para que qualquer terapeuta reflita sobre suas próprias aspirações com um grupo: se deseja colocar-se no lugar deste ideal inatingido de cada um dos seus pacientes ou se deseja funcionar como facilitador de uma mudança subjetiva a partir da qual a própria busca pelos ideais inatingíveis possa ser melhor administrada; se deseja suprir a falta que inaugura a insaciável busca por satisfação ou se, ocupando o lugar da falta, possibilita que a mesma seja ressignificada por cada um dos participantes.
Todas as considerações feitas acima sobre a obra de Freud, embora importantes para as discussões da disciplina "Dinâmica de Grupo e Relações Humanas", são na realidade apresentadas e trabalhadas na disciplina anterior a essa, "Psicanálise e Processos Sociais". Deste modo, a disciplina de "Dinâmica de Grupo e Relações Humanas" parte desses conceitos para trabalhar com autores da Psicanálise posteriores a Freud. Muito se tem estudado sobre grupos após Freud e considera-se que a obra de Zimerman é condensadora dessas ideias e muito didática para o ensino na graduação.
A compreensão sobre os grupos, seu funcionamento e a atuação na área da psicoterapia de grupo pauta-se, assim, na compreensão que "um grupo não é um mero somatório de indivíduos; pelo contrário, ele se constitui como uma nova entidade, com leis e mecanismos próprios e específicos" (ZIMERMAN, 1997, p. 28). Com isso, a partir da constituição do grupo, este assume uma identidade própria e pode ser visto como uma entidade.
Quanto ao campo grupal, este se forma após a formação efetiva de um grupo. Lembra-se que o mero agrupamento de pessoas não se organiza como um grupo, sendo necessário que essas pessoas tenham um interesse compartilhado para que se possa considerá-la como um grupo (ZIMERMAN, 1997). A criação do campo grupal, por sua vez, irá agrupar múltiplos fenômenos e elementos do psiquismo, organizando-se como uma estrutura, na qual todos os elementos, tanto intrapsíquico como intersubjetivos, "estão articulados entre si, de tal modo que a alteração de cada um deles vai repercutir sobre os demais, em uma constante interação entre todos". (ZIMERMAN; OSÓRIO, 1997, p. 29).
Neste campo grupal, portanto, gravitam pulsões de vida e de morte, que se manifestam sob a forma de necessidades, invejas, desejos, ideais, etc. Circulam ansiedades persecutórias de aniquilamento, de separação, perda de amor ou de castração, resultantes de conflitos internos ou frustrações da realidade externa. São ativados mecanismos de defesas primitivos, como negação e controle onipotente, dissociação, projeção, introjeção, idealização, a identificação projetiva etc.; e mecanismos de defesas mais elaborados, como a repressão, a sublimação, a formação reativa, etc. (ZIMERMAN, 2000).
Quanto ao seu funcionamento, de acordo com Bion (1970), a dinâmica de um grupo pode se processar de duas formas: movido pela força consciente de voltar-se para o trabalho que pretende, ou por forças inconscientes, pressupostos básicos, que para o autor são atavismos de pulsões e fantasias inconscientes, que se manifestam em forma de mecanismos de ataque e fuga, dependência ou acasalamento, que impedem a realização da tarefa do grupo.
A partir destes fatores básicos, a interação afetiva entre os membros de um grupo pode ocorrer de diversas formas. É comum o desenvolvimento de papéis no grupo, quando os integrantes assumem angústias, fantasias inconscientes que circulam no grupo e se presentificam por meio destes papéis. Temos o papel do porta-voz, do líder, como tratou Freud (1921/1996), do sabotador, do apaziguador, do bode expiatório etc. (ZIMERMAN, 1997). Este último é mais comumente conhecido nos dias de hoje por meio do fenômeno de bullyng nas escolas, pois ocorre quando um dos membros do grupo assume pelos demais a parte rejeitada, cindida, regredida da personalidade, por meio do processo de identificação projetiva.
O campo grupal ainda conta com os fenômenos de transferência, contratransferência e resistência, já que não podemos perder de mente que o grupo age como uma entidade. Contudo, um grupo conta com um processo de difração da transferência (KAËS, 2005). Para Kaës (2005), a transferência num grupo está depositada em cada um dos membros e não condensada na figura do terapeuta, como é o caso da terapia individual. Todas as facetas identificatórias de um sujeito se depositam nos outros sujeitos. Um integrante pode perceber, por exemplo, que o outro é capaz de lhe restituir uma palavra que faz sentido para ele, dentro de sua história.
Para Foulkes, o campo grupal pode ser comparado a uma galeria de espelhos. Isto porque, num grupo, por meio dos processos identificatórios, cada um reflete e é refletido pelos demais membros (ZIMERMAN, 2000). Contudo, o terapeuta do grupo assume uma importância especial por ser um modelo para as identificações. O que é fundamental frisar sobre essa característica grupal é que se torna terapêutico quando os participantes conseguem "discriminar entre suas identificações sadias e as patógenas, promover a desidentificação com essas últimas e propiciar novos modelos para reidentificações, de uma maneira que possibilite a definição de uma identidade autêntica e estável" (ZIMERMAN, 2000, p. 121).
Ainda que se parta de uma leitura psicanalítica sobre o funcionamento do grupo, deve-se salientar que o trabalho com grupos comporta diversas modalidades. As diferenças existentes entre grupos relacionam-se com a finalidade para a qual foram criados e compostos, bem como pelo tipo de vínculo que o coordenador de grupos estabelece com o mesmo, ocasionando distintas combinações do setting, esquema referencial teórico e procedimento técnico empregado (ZIMERMAN, 1997). Para Zimerman (2000), existem ao menos 5 tipos de vínculo, definidos como: 1. "Pelo Grupo", em que o terapeuta/coordenador trabalha pelo grupo, que gravita em torno dele; 2. "Em Grupo", em que os participantes são reunidos em grupo, com assinalamentos e interpretações dirigidos a cada um dos indivíduos; 3. "Do Grupo", quando o enfoque interpretativo/ assinalamentos são dirigidos para a totalidade do grupo, tomado como uma nova entidade; 4. "De Grupo", em que há o interesse pelos relatos individuais, com atividades interpretativas que privilegiam as individualidades, e a partir das quais se abrange a generalidade do grupo; e 5. "Com o Grupo", em que os pacientes/membros interagem ativamente entre eles e com o terapeuta/coordenador, com introjeção da função psicanalítica do coordenador pelos participantes, fomentada por meio do exercício da capacidade interpretativa junto aos pares. Quanto às diversas finalidades, tem-se também a divisão entre grupos operativos, segmentados em grupos institucionais, de ensino-aprendizagem e comunitários, e grupos terapêuticos, que incluem grupos de autoajuda e grupos psicoterapêuticos propriamente ditos (ZIMERMAN, 2000).
TÉCNICAS DE ENSINO SOBRE FUNCIONAMENTOS GRUPAIS
É raro encontrar na literatura nacional artigos que promovam uma reflexão sobre como se desenvolve o processo de ensino-aprendizado sobre grupos no curso de graduação em Psicologia. Há trabalhos que se dedicam a uma orientação sobre técnicas específicas como o de Borges e Santos (2005) que apresentam os fundamentos metodológicos da técnica do grupo focal, enfatizando suas aplicações, potencialidades e limites. Há outros trabalhos que visam demonstrar como uma determinada técnica grupal pode ser interessante para o processo de aprendizado em si, como Lucchese e Barros (2002) que procuraram demonstrar como é importante adotar o grupo operativo como estratégia pedagógica em um curso de graduação em enfermagem.
Já o trabalho de Saeki, Munari, Alencastre e Souza (1999) é dedicado justamente a discorrer sobre o ensino de dinâmica de grupo para um curso de graduação em Enfermagem. Consideram a vivência em grupo algo importante, como uma tendência mundial, levando-se em consideração o fato do homem ser um ser gregário e que "viver o grupo significa lidar com a diversidade, com a falta de algo pronto e acabado, com a possibilidade do conflito e do confronto, mas também, com a união e a criação" (p. 343). Para o desenvolvimento dessa disciplina, de proposta teórico-prática, como a disciplina de Dinâmica de Grupo apresentada neste artigo, apontam que dividiam os alunos em três grupos, com até 25 alunos, coordenados por três docentes diferentes, que procuravam trabalhar de forma integrada. Como estratégias para o ensino teórico, utilizavam leituras programadas, estudos dirigidos e discussões em grupo; quanto à parte prática, organizavam vivências e jogos dramáticos que possibilitassem reflexões relacionadas aos aspectos teóricos trabalhados. Cada aula era programada de tal forma que contava com uma parte teórica e outra prática, nesta última, as vivências envolviam músicas, atividades físicas, recreativas, exercícios práticos, dinâmicas de grupo, dramatizações, apresentações artísticas envolvendo encenações, conjuntos musicais e danças, sempre relacionados ao conteúdo teórico do dia. Essa forma de organizar a disciplina permitiu um espaço aberto para discussões sobre as tarefas realizadas e de reflexão sobre os trabalhos grupais experimentados. Também consideraram importante a possibilidade deste trabalho desenvolver nos estudantes aspectos como flexibilidade e consenso, atitudes essas, segundo os autores, não muito fáceis de serem adquiridas e fundamentais para o trabalho em equipe.
Outro trabalho neste mesmo sentido, também na área de enfermagem, visou avaliar se era possível aprender sobre grupos fazendo grupos. Seguindo o referencial de Pichon-Rivière, os autores Lucchese, Calixto, Vera, Paula, Veronesi e Fernandes (2015) coletaram dados durante as reuniões de grupos operativos e concluíram que aprender sobre grupos vivenciando-os superou o modelo tradicional de ensino, entendendo que esta técnica desponta como uma ferramenta importante na gestão de equipe e cuidados. Para os autores, a técnica de grupo operativos (GO) existe quando há pessoas num grupo compartilhando os mesmos objetivos, que trabalham coletivamente para alcançar as mesmas metas, centrando-se na tarefa. Por isso, consideram essa técnica bastante interessante no contexto de aprendizado sobre grupos, pois
Nesse contexto os participantes assumem e adjudicam papéis, permitindo a visão diversificada e o desempenho crítico diante das situações reais, bem como a construção coletiva de atitude (des)alienantes, isto é, em um mesmo ambiente, decisões são tomadas considerando as diversidades e em meio da disposição para o trabalho grupal. Essas são condições necessárias para a abordagem em GO, constituindo ambiente favorável para transformação do ensino-aprendizagem (2015, p. 214).
ESTRATÉGIAS DE ENSINO NA DISCIPLINA DINÂMICA DE GRUPO E RELAÇÕES HUMANAS
A disciplina "Dinâmica de Grupo e Relações Humanas", de caráter obrigatório, ocorre no 4 o ano do curso de graduação de Psicologia da UEL. Objetiva proporcionar ao estudante a identificação e a análise de modelos teóricos e técnicos de trabalho com pequenos grupos em diferentes áreas de atuação e intervenção. De tal modo, apesar de se localizar em um departamento centrado no ensino da Psicanálise, tem um objetivo mais amplo de preparar o estudante para atuação em campos que transcendem apenas o recorte da psicoterapia psicanalítica de grupo. Almeja, então, promover a vivência de técnicas aplicadas a grupos, com o estudante se posicionando nos papéis de integrante e coordenador no cenário clínico, mas também da saúde, escolar, organizacional, entre outros. Contudo, é importante salientar que apesar da Psicanálise não ser o único referencial teórico da disciplina, era o principal, e que se buscava compreender os fenômenos que ocorriam dentro das dinâmicas de grupo pela orientação desta teoria.
Diferentemente de "Psicanálise e Processos Sociais", apresenta-se como uma disciplina teórico-prática, integrada por um total de 7 a 10 estudantes, facilitando a realização de atividades práticas em sala de aula e/ou a discussão de dinâmicas grupais realizadas fora das aulas. Com o intuito de fomentar o ensino-aprendizagem de aspectos concernentes à dinâmica e psicoterapia de grupo, foi desenvolvido um cronograma de aulas composto por atividades práticas e teóricas.
A organização do calendário permitiu que os estudantes participassem do grupo, nas aulas práticas, das seguintes formas: no início das aulas, no primeiro bimestre, como membro de um grupo, tendo o docente como coordenador de quatro dinâmicas; no final do segundo bimestre, como coordenador uma dinâmica em parceria com outro colega; e ao final do quarto bimestre, como o único coordenador de uma dinâmica. Indica-se ainda que a opção por se realizar "dinâmicas grupais", ou seja, atividades pontuais e não um processo grupal mais extenso e menos diretivo está localizada nas seguintes questões: a possibilidade de todos os discentes vivenciarem o papel de coordenador de grupo, diferentemente de um processo grupal centrado apenas no docente como o coordenador do grupo; o recorte institucional de uma disciplina obrigatória, que impõe um conjunto extenso de conteúdos, frente a um número limitado de aulas; a necessidade de ilustrar e preparar o estudante para atuação em contextos que transcendem aquele vinculado à psicoterapia psicanalítica de grupo.
No período entre os dois conjuntos de aulas práticas, foram realizadas aulas teóricas. Inicialmente estas versavam sobre conceitos básicos acerca do grupo, da psicoterapia psicanalítica de grupo e fenômenos implicados neste tipo de intervenção e, posteriormente, sobre os grupos operativos e o uso do dispositivo grupal nos variados contextos, como escola, instituições de saúde e organizações. Ademais, elaborou-se um instrumento de avaliação, por meio do qual os participantes da dinâmica avaliaram o desempenho do coordenador-estudante.
Observou-se que a proposta da disciplina, iniciada por um conjunto de atividades práticas coordenadas pelo docente, possibilitou que os estudantes entrassem em contato com os efeitos da prática antes de conceitualizá-los por meio da teoria. Entendeu-se que este método foi um interessante modo de abordagem da disciplina, pois dessa forma foi possível verificar a relevância e a potencialidade do instrumento que se dedicariam a aprender durante o ano. Estudos (LEMOS, 2011) mostram que quando um aprendizado faz sentido ao estudante, sua disponibilidade e capacidade de aprendizado são ampliados, algo importante frente à obrigatoriedade da disciplina em um currículo no qual um montante significativo de discentes identifica-se mais com a abordagem da Análise do Comportamento.
No que se refere à parte prática conduzida pelos estudantes, indica-se que ao final do primeiro semestre, eles prepararam, em duplas, atividades aplicadas nos demais colegas do grupo. Essas dinâmicas, que deveriam acontecer no período de uma aula (1h40min), foram avaliadas pelo docente e pelos participantes da dinâmica, por meio de uma proposta de avaliação previamente construída pelos docentes quanto aos seguintes critérios: condução da dinâmica, pertinência, clareza da proposta, organização do tempo, manejo dos participantes, objetivos alcançados. No encerramento do curso, no quarto bimestre, após as experiências de vivências e coordenação, somadas à contextualização teórica de tudo o que foi vivido, os estudantes ofereceram aos demais colegas, dinâmicas que foram preparadas e aplicadas individualmente e também foram avaliados pelos colegas e pelo docente responsável.
Percebeu-se que a proposta como um todo foi avaliada positivamente pelos estudantes, que indicaram que esta disciplina mostra-se central na formação em Psicologia, com potencial de integração com as demais disciplinas da grade curricular. Os docentes receberam inclusive o feedback de alguns estudantes de que conseguiram visualizar a importância do aprendizado para os demais estágios que realizavam em instituições no decorrer do mesmo ano.
As vivências dos estudantes nos papéis de participante de uma dinâmica coordenada por um docente, coordenada por um colega, ou coordenada por eles mesmos, possibilitaram a ampliação da visão quanto à potencialidade de um grupo, de seu poder de intervenção na organização da vida dos participantes, e em termos da capacidade de trabalhar aspectos psíquicos latentes; mas também do cuidado que se faz necessário com o outro, integrante do grupo, quando coordenadores.
Contudo, nessa mesma direção, e como limitação desta proposta, aponta-se que alguns dos estudantes indicaram o despreparo e a não demanda para participar de práticas com o potencial de trabalhar aspectos psíquicos não desejados. Quanto a isso, vale lembrar que é difícil conseguir controlar todas as variáveis, como o fato do estudante ter tido algum desentendimento familiar na véspera da aplicação da dinâmica, mas acrescenta-se que se tomou o cuidado de perguntar aos estudantes, antes do início das atividades, se algum deles estaria indisposto a participar por algum mal-estar particular. Além disso, também foi oferecida supervisão sobre a construção da dinâmica aos estudantes que desejassem, antes da aplicação da mesma. De toda forma, conjectura-se que a participação do grupo, seja no papel de integrante seja no de coordenador, os fez perceber o quanto um apontamento indelicado ou uma interpretação precipitada pode ser desorganizador para um membro e para o grupo como um todo. Situações assim, embora tenham esse caráter, também possuem a riqueza do aprendizado que ultrapassa em muito um ensinamento puramente teórico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acredita-se que a compreensão sobre o funcionamento dos grupos e o desenvolvimento de habilidades para a coordenação destes se apresenta como uma prática importante no campo de atuação do psicólogo. Pensa-se, assim, que o ensino-aprendizagem sobre os grupos é algo que merece ser refletido por docentes implicados neste processo. Espera-se que um artigo como este possa colaborar para o desenvolvimento de novas estratégias por parte dos professores ligados à graduação em Psicologia, adaptando as propostas aqui apresentadas à grade curricular das universidades às quais estão vinculados.
REFERÊNCIAS
BECHELLI, L. P. C.; SANTOS, M. A. Psicoterapia de grupo: com surgiu e evoluiu. Revista Latino-americana de Enfermagem, v. 12, n, 2, pp. 242-249, 2004. [ Links ]
BION, W. R. Experiências com grupos. Rio de Janeiro: Imago, 1975. [ Links ]
BORGES, C. D.; SANTOS, M. A. dos. Aplicações da técnica do grupo focal: fundamentos metodológicos, potencialidades e limites. Revista da SPAGESP, v. 6, n. 1, p. 74-80, 2005. [ Links ]
FREUD, S. Considerações atuais sobre a guerra e a morte. (1915) Obras Completas, volume 12: introdução ao narcisismo, ensaios de metapsicologia e outros textos. São Paulo, Companhia das Letras, 2010. [ Links ]
FREUD, S. Moral sexual "civilizada" e doença nervosa moderna. (1908) Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud - edição standard brasileira, v. IX. Rio de Janeiro, Imago, 1996. [ Links ]
FREUD, S. Psicologia de grupo e análise do ego. (1921) Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud - edição standard brasileira, v. XVIII. Rio de Janeiro, Imago, 1996. [ Links ]
KAËS, R. Espaços Psíquicos Compartilhados: transmissão e negatividade. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. [ Links ]
KAËS, R. L'apareil psychique groupal. Paris: Dunod, 2010. [ Links ]
LEMOS, E. dos S. (Re)situando a teoria de aprendizagem significativa na prática docente, na formação de professores e nas investigações educativas em ciências. Revista Brasileira de Pesquisa em educação em Ciências, v. 5, n. 3, p. 38-51, 2011. [ Links ]
LUCCHESE, R.; BARROS, S. Grupo operativo como estratégia pedagógica em um curso de graduação em enfermagem: um espaço continente das vivências dos alunos quartanistas. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 36, n. 1, p. 66-74, 2002. [ Links ]
LUCCHESE, R.; CALIXTO, B. S. ; VERA, I.; PAULA, N. I de; VERONESI, C. L.; FERNANDES, C. N. S. O ensino de práticas grupais em enfermagem norteado pelo referencial de Pichon-Rivière. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 19, n. 2, p. 212-219, 2015. [ Links ] [ Links ]
YALOM, I.; LESZCZ, M. Psicoterapia de grupo: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 2006. [ Links ]
ZIMERMAN, D. E. Fundamentos teóricos. Em: ZIMERMAN, D. E.; OSORIO, L. C. (orgs) Como trabalhamos com grupos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. [ Links ]
ZIMERMAN, D. E. Fundamentos básicos das grupoterapias. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. [ Links ]
ZIMERMAN, D.; OSÓRIO, L. C. Como trabalhamos com grupos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. [ Links ]
1 Daniel Polimeni Maireno, Psicólogo, Mestre e Doutorando em Psicologia Clínica pela PUC-SP. dpmaireno@gmail.com
2 Maíra Bonafé Sei - Psicóloga, Mestre, Doutora e Pós-Doutoranda em Psicologia Clínica pelo IP-USP, Professora Adjunta do Departamento de Psicologia e Psicanálise da Universidade Estadual de Londrina. mairabonafe@gmail.com
3 Sandra Aparecida Serra Zanetti - Psicóloga, Mestre, Doutora e Pós-Doutora em Psicologia Clínica pelo IP- USP, Professora Adjunta do Departamento de Psicologia e Psicanálise da Universidade Estadual de Londrina. sandra.zanetti@gmail.com