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Ciências & Cognição
versión On-line ISSN 1806-5821
Ciênc. cogn. vol.8 Rio de Janeiro ago. 2006
Ensaio
A Relação Dinâmica Transferencial entre professor-aluno no ensino
The Dynamic Transferencial Relation between teacher-student in education
Carla Sofia Rocha da Silva
Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
Resumo
É na transferência dinâmica do ensino que se desenvolve a relação pedagógica. Desta forma, a reação pedagógica esta implícita na relação humana, de onde esta relação se desenvolve muito mais em razão de um "ser" do que um "fazer". Esta análise dinâmica, estabelecida no processo de ensino, deve e pode ser considerada como uma relação transferencial que emana emoções e transfere desejos num movimento de pulsões no universo do inconsciente, compreendendo sentimentos de amor e de ódio que muitas vezes sobressaem como um movimento de resistência à aprendizagem. © Ciências & Cognição 2006; Vol. 08: 164-170.
Palavras-Chave: transferência; desejo; educar; resistência; aprendizagem.
Abstract
It is based on the dynamic transference of education that is developed the pedagogical relationship. In this way, the pedagogical reaction is implicit in human relationship, witch develops more in reason of "to be something" that of "to do something". This dynamic analysis established in the education process, must and can be considered as a transferencial relationship, that emanates emotions, and transfers desires in the unconscious universe pulsing movements, comprehend love and hate feelings that many times results as a resistance movement for learning.© Ciências & Cognição 2006; Vol. 08: 164-170.
Key words: transference; desire; educate; resistance; learning.
Introdução
Educar, requer necessariamente o outro como o agente que interage na sociedade e na qualidade da relação que se estabelece com o outro. Partindo da suposição que a relação pedagógica esta implícita na relação humana, a educação desenvolve-se muito mais por aquilo que somos do que por aquilo que falamos ou expressamos sobre tal relação. O que remete para a idéia de que o conhecimento sobre nós mesmos, educadores, e o parâmetro da qualidade e da profundidade da educação colocada em prática.
Pensar a educação no âmbito da interação pressupõe, portanto, analisar uma nova direção no sentido de saber ser e não só de saber fazer. É necessário implicar a educação na subjectividade das expressões do inconsciente, que está implícito na formação do indivíduo. Isto leva a pensar o processo educativo no plano da subjectividade, pois a psicanálise não vai colocar a questão do sujeito da verdade, mas a questão da verdade do sujeito, perguntando pelo desejo que a própria educação por vezes recusa. A relação educacional implica na interação do sujeito com outro, pela presença do "outro em mim"; a descoberta do que "de mim me é estranho" (serei plenamente "eu própria" se tiver consciência das minhas vicissitudes e desejos, tendo o domínio sobre o outro, podendo aceitá-lo).
Lacan (1991) descreve o estádio de espelho para designar um momento da história do indivíduo no qual a criança forma uma representação de sua unidade corporal por identificação com a imagem do outro. Esse momento é concretizado de forma exemplar pela experiência que a criança tem ao perceber sua própria imagem no espelho, não referente à experiência concreta mas sim a um tipo de relação da criança com o seu semelhante através da qual ela constitui uma demarcação da totalidade do seu corpo. Essa experiência pode acontecer tanto em face de um espelho, como na face de outra pessoa - o si mesmo e o outro, sendo a criança o desejo do desejo do outro. A educação também pode ser pensada no momento em que o professor se vê em face do aluno, no desejo deste e vice-versa. É um processo que interage na psiquê, num fluxo representativo/afetivo intencional, fluxo de pulsões no universo do inconsciente. A criança só vai investir em gostar de alguma coisa se alguém investiu na possibilidade dela querer alguma coisa, dela a desejar.
Psicanaliticamente, o elemento responsável pelo despertar de nosso desejo é o desejo materno. Mais do que prover as necessidades básicas do filho, as mães devem de fato conseguir colocar a criança no simbólico; entretanto o que possibilita à criança entrar na cultura de leis é a figura paterna, que representa um corte em relação à mãe e seu filho. A criança ao entrar na escola, entra num universo desconhecido que pressupõe o esquecimento da família, o distanciar-se dela. Aqui, o que a psicanálise pode fazer pela educação é fornecer bases teóricas que viabilizem a motivação do aprendiz no sentido de continuar desejando, tendo em vista que a psicanálise convida a escutar o inconsciente, a fim de se revelarem os traços dos mecanismos psicológicos subterrâneos que agem na totalidade da vida educativa.
Através do aluno, o professor é colocado diante de si próprio, sendo relevante lembrar que quando se desvaloriza o aluno, isto acontece porque este não é visto em si mesmo, mas através da representação da infância daquele que o vê. A psicanálise pretende compreender o comportamento dos elementos da relação educativa e investir o significado das suas ações, pois relação educativa não se encontra ao nível do visível, da comunicação interpessoal, mas sobretudo ao nível dos afetos, dos nossos "fantasmas" e, por isso, do inconsciente.
A "turma" é por isso o campo de uma dinâmica de forças inconscientes, que se encontram se opõem, se reforçam e se destroem. Assim o aluno, por sua vez, projeta sempre no docente os conflitos que teve com os pais. Na perspectiva de Melanie Klein, as relações da criança com a mãe e o pai determinam a priori a sua atitude em relação à escola e ao professor.
Para uma adolescente, o sucesso é o meio de adquirir poder que pode ser uma vingança sobre um dos pais; outro adolescente provoca o professor para colocar à prova a si mesmo e ao docente, bem como para libertar as suas tensões.
Por outro lado, os conflitos infantis que o professor conheceu com os seus pais e professores renascem através da relação com os seus alunos. As reações de agressividade e culpabilidade de alguns professores estão relacionados ao modo como eles integraram o seu passado infantil (recalcado). Por isso, os professores podem compreender melhor os seus alunos e refletir a sua experiência pessoal.
Um estudo das motivações que levaram os professores a escolher esta profissão mostra, segundo os psicanalistas, que alguns docentes desejam exorcizar a sua infância revivendo-a e refletindo-a para anular os efeitos nefastos.
Por outro lado, em relação ao aluno, a relação educativa está afetada pelo significado que os pais dão à escola e aos estudos dos filhos: atores invisíveis, eles projetam sobre os filhos as suas renúncias anteriores, bem como as suas aspirações iludidas.
Relação professor-aluno
O professor é um dos primeiros substitutos dos pais. É ele quem ensina desde a forma de pintar e colar mais adequada, das primeiras letras até a construção de frases para a elaboração de um texto mais complexo. É ele quem proporciona que o aluno transforme um papel em branco em uma redação, em uma história.
Freud (1996/1914) em Algumas reflexões sobre a psicologia do escolar, levanta a questão sobre a importância da relação professor-aluno, questionando sobre o que exerce maior influência para o aluno, o conteúdo estudado ou a personalidade do professor:
"....É difícil dizer se o que teve mais influência sobre nós e teve importância maior foi nossa preocupação pelas ciências que nos eram ensinadas, ou pela personalidade de nossos mestres. ... para muitos, os caminhos das ciências passavam apenas através de nossos professores." (Volume XIII: 286).
O professor é aquele que vai além de transmitir conhecimentos. Pelo estabelecimento de uma relação afetiva, traz no seu interior um modelo com quem podemos nos identificar, sendo esta por vezes tão forte a ponto de ambos poderem investir nessa relação, tanto o professor como o aluno. O professor é, tanto quanto os pais, um modelo de identificação os alunos. Como uma mãe, um professor precisa olhar todos os seus alunos (filhos) individualmente. Tentar compreendê-los de tal modo que seja possível trilhar o melhor caminho sobre o que dizer a cada um deles e por quê os conhece, isto é, porque os observa, cuida das suas crianças. Como um pai que ocupa a posição de responsabilidade, o professor atua com o objetivo de fazer com que os direitos e deveres sejam compreendidos e seguidos. É um transmissor de limites que permitem a cada educando construir-se e conviver entre os colegas na sala de aula. O relacionamento professor-aluno é atravessado por afetos de amor e ódio. Somos ambivalentes com os nossos pais, com nossos filhos, com o marido ou esposa, com nossos professores e com os nossos alunos.
Para as crianças, os professores ocupam o papel de "pais substitutos", herdando sentimentos que inicialmente foram direcionados a estes. O ato de aprender pressupõe uma relação com outra pessoa: a que ensina. Essa pessoa é colocada pelo aluno numa determinada posição que pode ou não propiciar a aprendizagem. É importante que o próprio professor entenda que o lugar que ocupa em relação aos seus alunos não é apenas o daquele que ensina. A dinâmica transferêncial atua, assim, no nível do simbólico, permitindo relações não perceptíveis, mas tão profundas a ponto de possibilitar ou não a aprendizagem de certas matérias dadas por alguns professores.
A aprendizagem vincula-se às relações afetivas estabelecidas entre professores e alunos, pessoas que conhecem e se desconhecem no processo educacional (vide poema). A relação pedagógica propicia condições de exercício da autoridade a partir das relações originais, particularmente as tranferenciais que permitem renascer sentimentos hostis iguais ou afetuosos, os quais podem impedir ou favorecer o reconhecimento da autoridade do professor para ensinar. A transformação da autoridade formal em autoridade real depende de um campo transferencial favorável à relação professor-aluno. A criança depende de seus professores como depende de seus pais. A sombra encobridora de imagos parentais que se projeta delinea os contornos da sedução intelectual, vinculação erótica à autoridade do professor. O educador, contudo, deve reconhecer a si próprio e se reconciliar, conforme desejo expresso por Freud em relação à sua própria infância, pois:
"somente alguém que possa sondar as mentes da criança será capaz de educá-la e nós, pessoas adultas, não podemos entender ascrianças, porque não mais entendemos a nossa própria infância." (Freud, 1996/1913: 124)
Isto implica renunciar ao ideal narcísico imaginário, sendo o professor capaz de ser criança enquanto adulto.
Transferência e desejo na sala de aula
Na sala de aula, o aluno revive a relação original entre pais e filho transferindo para o professor todo o amor e/ou hostilidade que teve de abrir mão. O professor para cumprir seu papel enquanto tal precisa considerar os sentimentos tranferenciais, sem corresponder a eles. Insistindo na tarefa de ensinar, canalizando as energias fixadas do aluno para actividade intelectual. O professor efetiva sua autoridade pedagógica quando rompe a dominação que a autoridade original exerce sobre o aluno, sendo que a única maneira de fazê-lo é não atender à sedução de ocupar, contratransferencialmente, o seu lugar.
O professor, segundo Morgado (1995), deve aceitar a 'transferência', mas não reagir a ela, pondo o conhecimento como legitimador da autoridade pedagógica. Entre as suas personagens do ensino-aprendizagem, estabelece-se um campo de relações, o qual propicia as condições para aprender denominada transferência.
Transferir é o mesmo que deslocar algo de um lugar para o outro, sendo que essas transferências atribuem um sentido especial à uma figura determinada pelo desejo. Na relação professor-aluno, a transferência se produz quando o desejo de saber do aluno se liga a um elemento particular, no caso, a pessoa do professor. Posto isto, o conteúdo a ser ensinado deixa de ser o centro do processo pedagógico e a figura do professor e sua significação para o aluno é que passam a ser a chave para o aprendizado. Se um aluno por alguma razão, consciente ou não, não se sente à vontade com determinado professor é possível que sinta dificuldades em aprender conteúdos que emanem desse professor. Neste caso, o aluno pode ter transferido algo negativo para a figura deste professor, que passou a ocupar um lugar de recusa na psiquê desse aluno, um lugar que nunca foi da pessoa real do professor, mas que por alguma razão, passa a ocupar devido à transferência do aluno.
O triângulo Pedagógico
A transferência é algo que acontece inconscientemente, onde o desejo inconsciente busca ligar-se a formas (professor) para esvaziá-la do seu valor real, colocando ali o sentido que nos interessa. Instalada, o professor torna-se depositário de algo que pertence ao aluno. Este contudo, não é um lugar fácil de suportar, pois o professor também é um sujeito desejante com vida própria. Só o desejo do professor justifica que ele esteja nesse lugar, mas assumindo esse lugar precisa renunciar ao desejo, para possibilitar a aprendizagem.
As influências dos alunos sobre os sentimentos inconscientes do professor são frequentes e resultam nos mais variados tipos de comportamentos e reações por parte de quem ensina. Um professor, por mais que não queira, pode desenvolver maior afinidade com determinado aluno e com outro desenvolver uma relação de distância e de recusa. O desejo de conhecer tem uma dupla origem (figura 1) na história da relação objetal entre mãe e criança: a pulsão epistêmica originária de investigação e o desejo de saber edipiano (Cró, 1998).
O desejo e a necessidade de compreender estão dentro da criança e vão se prolongar através de inúmeras perguntas que ela faz, pois a curiosidade o prazer da descoberta e o conhecimento fazem parte da própria dinâmica da vida, pois:
"...para que uma criança aprenda, é necessário que ela tenha o desejo de aprender ... nada nem ninguém pode obriga alguém a desejar." (Cordié, 1996: 23)
Quando a criança passa pelo processo de aprendizagem, através de diversas formas de saber, há uma recusa inconsciente em aprender. Alguns educadores descrevem muitas situações, com as quais se deparam na sala de aula. Estas são indicadas como formas de resistência à aprendizagem, acreditando eles serem aquelas fatores potenciais de fracasso escolar. Para superar estas mesmas resistências, estes docentes adotam mudanças de posturas que se tornam, por vezes, desprezados pelos alunos. No tratamento analítico, esta resistência surge como efeito de transferência sujeito-analista cuja forma é o amor.
O amor, como afirma Lacan, é sem dúvida um efeito de transferência, mas em sua face de resistência. Uma das muitas perguntas que nós, professores, colocamos é "porque é que determinado aluno repete sempre a mesma asneira?" ou "porque é que ele é sempre tão indisciplinado?". Lacan (1991: 46) afirma:
"Esse saber mostra aqui a sua raiz, porquanto na repetição ele vem a ser o meio do gozo na medida em que esta ultrapassa os limites impostos."
A transferência do amor entre aluno e professor é fechada ao satisfazer a resistência, a possibilidade do aluno contabilizar o seu desejo, pois se assim fosse o lugar do professor, único desejante na relação mestre-escravo, estaria destinado ao fracasso. Mas será sempre assim? Recorrerá sempre o aluno à sua indisciplina para se vincular como sujeito de desejo para que o seu professor seja único sujeito a desejar?
O professor precisa fazer um esforço para que o seu lugar permaneça vazio e para tornar possível o preenchimento desse lugar por todos aqueles que o desejam, o que não poderia acontecer se já estivesse preenchido por um mestre. Para Kupfer (1992) alguns professores, mesmo aparentemente não tendo nada de especial, marcam o percurso intelectual de alguns alunos:
"...a ideia de transferência mostra que aquele professor em especial foi investido pelo desejo daquele aluno." ( Kupfer, 1992: 92)
Para que o aluno desenvolva melhor suas capacidades cognitivas é necessário que o professor não atribua a si um poder sobre os seus alunos, mas sim consciente de seus poderes:
"...o professor trabalhará para que o aluno cresça intelectualmente não para que se transforme num filho ideal. Para isso, o professor deve identificar os sentimentos transferenciais que o aluno lhe dirige, sem no entanto corresponder a eles..." (Morgado, 1995: 113)
A criança percebe que tem de atender a certas expectativas, a dos seus pais. O bom resultado na escola é motivo de satisfação, surgindo também, no decorrer da sua vida escolar, a pressão social que gera uma angústia crescente. Como bem destaca Cordié:
"...a criança nem sempre faz a separação entre um julgamento de valor e o amor que alguém lhe dedica. Ser um mau aluno equivale para ela ser um mau filho." (Cordié, 1996: 24)
O fracasso escolar é, muitas vezes, observado através da própria criança. Deixando a problemática para ser resolvida pela família e pelo médico, a instituição escolar e o sistema social, muitas vezes, isentam-se de culpa.
Um certo fracasso escolar mantém o sujeito protegido da ameaça que o desejo dos pais pode trazer para seus filhos. Através do fracasso, o sujeito se mantém à distância do lugar ameaçador (desejo dos pais) e salva, assim, um desejo próprio. O professor na relação com seus alunos pode encarnar estes substitutos parentais, por conseguinte, o aluno pode apresentar dificuldades de aprendizagem, criando uma distância do professor, salvando o seu desejo.
Considerações finais
O termo educação, etimologicamente, deriva principalmente do latim educo, as, atum, are que significa "nutrir", "alimentar", remetendo para o sentido de "fazer crescer", "desenvolver", "tornar grande", sugerindo a idéia de progressão. O termo também deriva de educaceo, ere, que significa "tirar de", "levar para fora," o que "sai de um estado para o outro", sugerindo mudanças, por exemplo, sair da infância e inserir-se no mundo do adulto (Ardoino, 1998). Sendo o "aluno" aquele que não detém a luz e "professor" aquele que fica imbuído da tarefa de iluminar o seu aprendiz, oferendo-lhe o conhecimento. É nesta interação que o individuo sabe ser e é na troca desse vivido que aprende a "saber se", estão da educação é tão complexa e tão dependente de um contexto filosófico que é difícil estabelecer-se um amplo consenso a respeito do seu significado.
Tornou-se aceita a noção de que cada um de nós encara o seu próprio mundo de uma maneira muito pessoal, assim como "um pintor e um biólogo não vêem uma mesma paisagem do mesmo modo" (Valadares e Graça, 1998). De fato, conhecer-se melhor é uma boa demanda para que os professores possam entender a dinâmica transferencial como um jogo que é útil ao processo de ensino-aprendizagem.
É importante que o professor conheça as suas principais defesas e se disponha a reconhecê-las quando surgem.
Quanto mais o professor buscar se reconhecer no processo pedagógico, mais facilmente ele poderá lidar com as manifestações transferenciais e contratransferenciais na sala de aula, possibilitando o crescimento dos alunos, bem como o seu próprio. É necessário que o professor observe os seus alunos, para que possa entender as suas condutas e não fazer julgamentos precipitados.
Compreende-se que investir na formação do professor é o passo que a escola deve dar para lidar com a questão da transferência que vai além das teorias estabelecidas para o ensino. Conhecer o aluno com alguém que deseja e transfere emoções inconscientes devia ser uma exigência para a formação do professor, conhecer que no aluno existem emoções para serem tratadas e resolvidas.
O objetivo do ensino e o papel do educador será compreender o outro (filho-aluno) como se fosse alguém que já perdera (educador) e como vive(u) essa relação com essa perda, transportando-a como igual (aluno-professor) (Mazet e Stoleru, 2003: 122).
Com a noção da importância de uma relação dinâmica no ensino, o professor tem ao seu lado mecanismos e instrumentos capazes de serem usados para a edificação e resolução de problemas inerentes às dificuldades e insucessos escolares.
Uma mudança na prática de ensino poderia ser considerada como uma aprendizagem experimental que integraria não somente uma mudança comportamental mas também de valores, de sentimentos e de conhecimentos. É nesta possibilidade de dominar a mudança que está associada a noção de si.
Referências bibliográficas
Ardoino, J.(1998). Abordagem multirreferencial (plural) das situações educativas eformativas. Em: Barbosa, J.G. (Ed.). Multirreferencialidade nas ciências e na educação. Editora São Carlos. [ Links ]
Cordié, A. (1996) Os atrasados não existem: psicanálise de Crianças com fracassoescolar. Porto Alegre: Artes Médicas. [ Links ]
Cró, M.L. (1998). Formação Inicial e Continua de Educadores/Professores. Porto: Porto Editora. [ Links ]
Freud, S. (1996/1913). O interesse cientifico da Psicanálise. Edição standard. Vol.XlI.
Freud, S. (1996/1914). Algumas Reflexões sobre a Psicologia Escolar. Edição standard. VoI.XIl.
Kupfer, M. C. (1992). Freud e a Educação. São Paulo: Editora Scipione. [ Links ]
Lacan, J. (1991). O Seminário -7 (O Avesso de Psicanálise). Em: Revista Educação em Foco (4, 2000). Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar.
Mazet, P. e Stoleru, S. (2003). Psicopatologia do lactente e da criança pequena. Lisboa: Climepsi. [ Links ]
Morgado, M.A. (1995). Da Sedução na Relação Pedagógica: Professor -Aluno no embate com afectos inconscientes. São Paulo: Editora Plexus. [ Links ]
Valadares, J. e Graça, M. (1998). Avaliando para melhorar a aprendizagem. Lisboa: Paralelo Editora. [ Links ]
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Notas
C.S.R. da Silva
E-mail para correspondência: carlacaracitas@sapo.pt