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Arquivos Brasileiros de Psicologia
versión On-line ISSN 1809-5267
Arq. bras. psicol. vol.66 no.1 Rio de Janeiro 2014
Com este número de Arquivos Brasileiros de Psicologia, abrimos um novo ano da publicação reafirmando-o como periódico generalista. A diversidade das matérias da ABP 66.1 fala por si mesma.
Confirmando ainda uma preocupação com temas da contemporaneidade, a violência comparece com força nesta edição. Pensada em territórios diversificados, e a partir de vieses teóricos diferentes, a violência é criticamente examinada em Violencia en el noviazgo: Revisión bibliográfica y bibliométrica, em que os autores levantaram dez anos de publicações para discutir a produtividade sobre o tema, e o conteúdo dessa produção; no artigo Facebook: negociação de identidades e o medo da violência, que investiga a customização dos participantes de redes sociais para indagar o quanto ela é influenciada por aspectos de privacidade e segurança; sob o prisma psicanalítico está presente ainda em A violência a partir das teorias freudianas do social, que constata a distância entre a concepção de violência nos primeiros escritos freudianos e em seus textos mais tardios. Dois artigos abordam o uso de instrumentos na Psicologia: a prevalência de problemas comportamentais entre crianças brasileiras em idade escolar, testada a partir de instrumento adaptado para o Brasil, é apresentada em Behavioral and emotional problems of schoolchildren according to gender; e uma análise crítica de um conjunto de instrumentos é apresentada em Instrumentos de sobre-excitabilidade: uma revisão sistemática. Os textos O sujeito da psicanálise não é sem corpo e Construção da imagem de si, desestabilização e adolescência focam a teoria psicanalítica; o primeiro trata do lugar do sujeito na obra lacaniana, examinando-o a partir do advento da ciência moderna e da influência de Koyré; no segundo, os autores tomam Lacan e Freud como referência para pensar a edificação da imagem de si, ilustrada como a análise de uma cena de "O despertar da primavera", de Wedekind. A tematização do sujeito é tratada também em Merleau-Ponty e a condição do natural em nós, que recupera o tratamento do corpo na obra do filósofo. Para finalizar este número, dois artigos tratam questões regionais brasileiras, nem por isso menos relevantes. Em Interações entre avós e netos em instituição de acolhimento infantil, os autores examinam o lugar social dos avós na relação com crianças que vivem em instituições de acolhimento de Belém do Pará. E ainda, a retomada do projeto de transposição das águas do Rio São Francisco motivou o estudo apresentado em Vozes da seca: representações da transposição do Rio São Francisco, que traz a análise da matéria tal como tratada na imprensa pernambucana.
A equipe editorial da ABP, publicação do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e editada sob a responsabilidade da Pós-Graduação em Psicologia (PPGP) do mesmo Instituto, reafirma assim a concepção de uma Psicologia plural, que extrai força da multiplicidade de temas e abordagens sobre os quais se tem debruçado nas últimas décadas. Entendemos, e os artigos deste número o ilustram, que é mister voltarmo-nos às questões contemporâneas, comprometendo-nos com a produção de uma Psicologia do presente. Este é sem dúvida um desafio, que compartilhamos com os autores dos trabalhos e, agora, com o leitor.
Agradecemos uma vez mais ao CNPq e à FAPERJ, pelo apoio a este periódico.
Hebe Signorini Gonçalves
Coeditora
Vera Lopes Besset
Editora