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Arquivos Brasileiros de Psicologia

versión On-line ISSN 1809-5267

Arq. bras. psicol. vol.70 no.1 Rio de Janeiro enero/abr. 2018

 

EDITORIAL

 

 

O primeiro número do volume 70 publiciza 19 artigos e uma resenha. São artigos que resultam de evidente variedade de pesquisas, quer naquilo sobre o que dissertam, quer nas referências utilizadas para o diálogo, quer nos métodos selecionados. Podemos reconhecer critérios gerais próprios às pesquisas acadêmicas e podemos visualizar um quadro expositivo da riqueza da produção em Psicologia. Aqui, como sempre, este periódico cumpre sua missão "de acolher e difundir a diversidade das produções científicas e profissionais da Psicologia e áreas afins, sejam elas teóricas, metodológicas ou empíricas. Permanece assim a abertura a contribuições de todas as áreas da Psicologia".

Tal panorama complexifica a atividade de editor. Os editores que trabalham com periódicos com escopo restrito, próximo à sua área de conhecimento, têm condições de realizar o importante diálogo com os autores sobre os textos submetidos. Um diálogo que antecede o contato com os avaliadores. Antes de se valer do conhecimento aprofundado dos avaliadores para enriquecer o texto por meio do diálogo qualificado, os editores de tais periódicos podem se valer de sua posição e conhecimento da área para fazer uma primeira rodada de debates com autoras e autores e escolher com propriedade os pareceristas que poderão auxiliar a decisão a ser tomada quanto aos textos. É bom lembrar que a decisão editorial cabe às editoras e aos editores apoiados em avaliações que esclarecem sua decisão.

Nosso caso, por outro lado, impõe a nós, editoras e editores, a árdua tarefa de selecionar com propriedade avaliadores próximos às mais variadas temáticas da Psicologia e das áreas afins. Além disso, o peso das argumentações dos pareceristas é maior em nossa decisão, se comparado com as publicações de escopo mais restrito. Esta configuração demanda maiores participação e dedicação da comunidade acadêmica na produção de avaliações qualificadas que possam substanciar nossas decisões. Neste momento em que a publicização das pesquisas em Psicologia e em áreas afins já está sedimentada (muitas são as publicações seriadas e enorme é o número de novas publicações todo ano), evoco aqui a importância da comunidade na produção e qualificação das publicações. É evidente que a qualidade do texto difundido por uma publicação seriada emana fundamentalmente da pesquisa realizada e da própria produção textual, mas é também evidente que a pesquisa é feita coletivamente. Os periódicos acadêmicos e seus modos relativamente padronizados de tramitar textos participam deste empreendimento coletivo do pesquisar. É neste ponto que gostaria de situar a produção de pareceres das submissões a nós enviadas.

Se existe o uso prático e, aparentemente, instrumental de apoiar a decisão do editor sobre o texto enviado, a avaliação cumpre função relevante ao realizar um debate prévio altamente qualificado sobre o texto e o resultado ali consubstancializado da pesquisa realizada. A avaliação cumpre assim o papel anônimo de contribuir para o aprimoramento do texto no momento em que ele está próximo de sua forma final. Neste sentido, em lugar de constituir uma avaliação no sentido mais escolar do termo, a avaliação compreendida como parte do processo dialógico e coletivo da produção do conhecimento deve ganhar certo destaque e ser mais intensamente investida.

Evoco tal dimensão para convidar a comunidade a participar com envolvimento nas ações avaliativas. Abordamos esta questão em editoriais anteriores e voltamos a esta reflexão em grande parte como decorrência de nossa experiência editorial.

Qual a disposição dos pesquisadores em participar deste processo como avaliadores? Que reconhecimento os avaliadores devem ter?

Essas questões são indissociáveis de um diálogo com a autoria do artigo: Como os autores consideram mais produtiva a avaliação de seus trabalhos? Que formas de avaliação poderiam enriquecer ainda mais a produção coletiva da pesquisa?

Tais questões contribuem para a produção qualificada de conhecimento e envolvem diretamente os periódicos neste processo. Finalizo esta reflexão convidando as pesquisadoras e os pesquisadores a repensar a função de avaliadora e de avaliador de submissões a periódicos e a se libertar dos restritos usos instrumentais a que frequentemente se inserem quando convidadas e convidados a participar desta atividade.

A dimensão coletiva deve reiteradamente ser lembrada. Neste sentido, agradeço acaloradamente a participação de Cristiana Carneiro, de Claudia Henschel de Lima e de Pedro Paulo Gastalho de Bicalho na produção deste periódico. A presença de vocês tem feito deste trabalho uma boa aventura.

 

Francisco Teixeira Portugal

Editor

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