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Gerais : Revista Interinstitucional de Psicologia
versión On-line ISSN 1983-8220
Gerais, Rev. Interinst. Psicol. vol.5 no.2 Juiz de fora dic. 2012
Caracterização do comportamento sexual de adolescentes: iniciação sexual e gênero
Description of adolescent sexual behavior: sexual initiation and gender
Cristina Benites Tronco1; Débora Dalbosco Dell'Aglio
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil
RESUMO
Este estudo investigou características da iniciação e do comportamento sexual de 691 adolescentes de ambos os sexos, entre 12 e 19 anos (M=15,47; DP=1,53), estudantes de escolas públicas de Porto Alegre (RS), selecionados aleatoriamente. Foi utilizado o Questionário da Juventude Brasileira, do qual foram analisadas questões referentes aos comportamentos sexuais. Os dados indicaram que 44,7% dos adolescentes já tiveram a primeira experiência de intercurso sexual, com média de idade de 14,25 (DP=1,40), com parceiros em média 2,5 anos mais velhos e na maioria dos casos com namorado(a), amigo(a) ou vizinho(a). Foram identificadas diferenças significativas entre os sexos quanto à idade da primeira relação sexual, idade do parceiro na primeira relação, uso de contraceptivos, entre outras. Pode-se concluir que a iniciação sexual dos adolescentes ocorre, em geral, com parceiros mais velhos, com os quais os jovens possuem vínculo afetivo prévio, e que tal processo ocorre de forma diferenciada entre os sexos, explicitando estereótipos de gênero.
Palavras-chave: Adolescência; Comportamento Sexual; Iniciação Sexual
ABSTRACT
This study investigated sexual initiation and behavior characteristics of 691 randomly selected adolescents, from both genders, between 12 and 19 years of age (M=15.47; SD=1.53), studying in public schools in Porto Alegre (RS). They answered the Brazilian Youth Questionnaire in which topics referring to sexual behaviors were analyzed. Data showed that 44.7% of the adolescents had already had their first sexual intercourse at the average age of 14.25 (SD=1.40), with partners on average 2.51 (SD=3.01) years older and who were mostly boyfriends (girlfriends), friends or neighbors. Significant gender differences were identified in the age of first intercourse, partner's age difference at first intercourse and use of contraceptive methods, among others. It can be concluded that adolescents' sexual initiation generally occurs with older partners, with whom the adolescents have a prior emotional bond and this process occurs differently between genders, explaining gender stereotypes.
Keywords: Adolescence; Sexual Behavior; Sexual Initiation
A experiência do primeiro intercurso sexual é um evento normativo do ciclo vital adolescente. Dados recentes sugerem que mais da metade dos jovens brasileiros entre 15 e 19 anos já tiveram relações sexuais pelo menos uma vez na vida e que a média de idade na primeira relação foi de 14,9 anos (Paiva, Calazans, Venturi, & Dias, 2008). Estudos indicam que, quanto mais cedo ocorre a primeira relação, menores as chances dos jovens utilizarem algum método contraceptivo (Almeida, Aquino, Gaffikin, & Magnani, 2003; Leite, Rodrigues, & Fonseca, 2004). Neste sentido, mesmo assumindo a iniciação sexual como um evento relativamente comum entre os adolescentes, tais estudos justificam o quanto a forma como estas relações ocorrem é importante devido ao seu impacto na saúde dos jovens.
A preocupação diante dos comportamentos sexuais dos jovens é marcada por diversos fatores e o período do ciclo vital compreende um deles. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a adolescência abrange as idades entre os 10 e os 19 anos e configura a transição entre a infância e a idade adulta (World Health Organization, 2004). Durante este período, a cognição e a tomada de decisão ainda estão em desenvolvimento, o que deixaria os jovens mais vulneráveis para o envolvimento em comportamentos de risco, entre eles, os comportamentos sexuais de risco (Rosenthal, Smith, & De Visser, 1999; World Health Organization, 2002).
Entre as possíveis consequências de uma vida sexualmente ativa, destacam-se a gravidez e a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), entre elas o HIV (AIDS). A temática da gravidez na adolescência é amplamente estudada na literatura (Brandão & Heilborn, 2006; Levandowski, Piccinini, & Lopes, 2008). Tal fenômeno atua como um evento estressor na vida do jovem, pois se sobrepõe a outros desafios normativos com os quais o adolescente deve lidar (Pelloso, Carvalho, & Valsecchi, 2002). Pesquisadores e teóricos ainda divergem quanto aos benefícios e prejuízos (sociais, biológicos, econômicos) da ocorrência de gravidez durante a adolescência (Barker & Castro, 2002). Para alguns, a gravidez é considerada um fator de proteção, por exemplo, para as meninas, pois algumas a percebem como uma forma de valorização em seu contexto social (Pantoja, 2003). Outros autores consideram a gravidez como um fator de risco, pois traria repercussões negativas para a saúde mental, o desenvolvimento escolar e a ascensão social das adolescentes (Chalem et al., 2007).
Com relação à AIDS, a maior faixa de incidência desta doença se encontra entre os 25 e os 49 anos (Ministério da Saúde, 2010). Tem sido estimada uma subnotificação dos casos de AIDS durante a adolescência, considerando que o portador de HIV pode viver em média 10 anos até que a doença apresente qualquer sintoma. Nesse sentido, muitos contaminados durante a adolescência atravessam essa etapa desconhecendo seu diagnóstico, descobrindo-o somente no início da idade adulta (Santos & Santos, 1999).
O uso de contraceptivos, em especial o preservativo, é considerado uma das mais eficazes formas de proteção para evitar os riscos de uma vida sexualmente ativa (Alves & Lopes, 2008). Diversas estratégias, com o objetivo de orientar, informar e conscientizar os jovens da importância do uso de preservativos, têm sido implementadas pelo governo, escolas e pela mídia. No entanto, estudos indicam que ter um alto conhecimento com relação aos métodos contraceptivos não garante o uso destes métodos pelos adolescentes em suas relações sexuais (Alves & Lopes, 2008; Brandão & Heilborn, 2006). O não uso, portanto, não pode mais ser atribuído ao desconhecimento dos adolescentes quanto à importância e a forma de utilização de preservativos (Xavier, 2005). Nesse sentido, o não planejamento das relações sexuais e a objeção do parceiro em fazer uso do preservativo estariam entre alguns dos motivos que explicariam a falta de adesão aos métodos de proteção por parte dos jovens (Martins et al., 2006).
Iniciação sexual na adolescência
A sexualidade dos jovens é um tema complexo (Crockett, Raffaelli, & Moilanen, 2003). Neste sentido, tal temática não pode ser compreendida como uma atividade isolada, mas como parte de um processo, em que diversos estágios são explorados, de forma progressiva, possibilitando que os adolescentes adquiram níveis de intimidade cada vez maiores. Quanto mais lenta a progressão destes estágios, mais preparados os jovens estariam no momento do intercurso sexual (Steinberg, 1999).
Em um estudo realizado em Israel, em que foram comparados os comportamentos sexuais dos jovens israelenses em dois períodos distintos, anos 70 e anos 2000, foi observado que os jovens do século XXI estavam iniciando a sua vida sexual mais cedo e com menores diferenças de gênero comparativamente aos jovens da década de 70 (Shtarkshall, Carmel, Jaffe-Hirschfield, & Woloski-Wruble, 2009). Segundo esta pesquisa, era esperado da geração de jovens dos anos 70 que sua iniciação sexual ocorresse após a conclusão do ensino médio, quando o jovem já não morava mais com os pais, enquanto no que se refere aos jovens dos anos 2000, a iniciação costumava ocorrer ainda durante o período escolar.
Autores norte-americanos afirmam que, da metade para o final da adolescência, os jovens tornam-se mais interessados nos aspectos das relações românticas e sexuais (Regan, Durvasula, Howell, Ureño, & Rea, 2004). O grupo de amizade tende a ser ampliado, numa transição de grupos de amigos do mesmo sexo para grupos mistos. A participação em grupos mistos e uma maior convivência com o sexo oposto aumentam as chances dos adolescentes se envolverem nas primeiras relações amorosas (Connoly, Craig, Goldberg, & Pepler, 2004; Connoly, Furman, & Konarski, 2000; Feiring, 1999).
No entanto, o tipo de vínculo estabelecido com o parceiro com o qual ocorre a primeira relação sexual tende a ser diferente para meninos e meninas. Em um estudo desenvolvido no Rio de Janeiro (Taquette, Vilhena, & Paula, 2004), a maioria das meninas indicou o namorado como primeiro parceiro sexual (90,7%), enquanto que apenas 33,3% dos meninos tiveram sua primeira relação sexual com uma namorada. Para os meninos, a parceira na primeira relação sexual foi, em geral, uma amiga (55,5%), enquanto que para as meninas, a primeira relação ocorreu com um amigo em apenas 9,3% dos casos.
Dados apresentados em um estudo comparativo com adolescentes brasileiros entre 1998 e 2005 indicam que a proporção de jovens entre 15 e 19 anos que já tiveram ao menos uma relação sexual se manteve estável neste período, em torno de 61,6% (Paiva et al., 2008). A idade média da primeira relação sexual também se manteve em 14,9 anos. Foram indicadas algumas diferenças de gênero: é menor a proporção de meninas que iniciaram sua vida sexual e a média da idade de iniciação sexual é menor para os meninos. Estes dados contrapõem a idéia de que os adolescentes estariam iniciando sua vida sexual cada vez mais cedo; no entanto, reforçam os estereótipos de gênero.
Frente a tal realidade, a sexualidade ainda é tratada de forma diferente para meninos e meninas. Em um estudo de Gubert e Madureira (2009), foi identificado que ainda hoje os meninos são estimulados a serem fortes e viris, a reforçar a sua masculinidade e iniciar suas relações sexuais precocemente. Já, para as meninas, o incentivo é que as mesmas atrasem ao máximo a sua primeira relação sexual e que preferencialmente se casem virgens. Na prática, porém, as expectativas sociais entram em choque com crenças dos adolescentes e dinâmicas estabelecidas nas relações com os pares.
Em um estudo qualitativo desenvolvido por Borges e Nakamura (2009), com quatro grupos focais de meninos e meninas, foi relatado que as meninas sofrem pressão de seus namorados para iniciar sua vida sexual. Elas acabam cedendo, com receio de que os meninos procurem outras parceiras com as quais possam satisfazer suas "necessidades". As meninas, portanto, consideram inevitável que a relação sexual ocorra antes do casamento, porém, estabelecem algumas regras para que esta ocorra. Segundo elas, a primeira relação sexual deveria ocorrer em um contexto de afeto, compromisso e discrição, sem multiplicidade de parceiros. Os meninos, por sua vez, esperam que suas parceiras sejam fiéis, sendo esse aspecto mais importante do que a virgindade. Estes ainda assumem que muitas vezes se sentem pressionados para se relacionarem sexualmente mesmo não sentindo atração, vontade ou preparo. Relatam que a virgindade e dizer "não" a uma oportunidade de relação sexual são percebidos como fraquezas por seus pares. Tanto os meninos quanto as meninas admitem acreditar que os homens estão sempre dispostos para o sexo e que aqueles que permanecem virgens seriam suspeitos de ter algum "problema".
O grupo de iguais também se mostrou relevante no estudo de Shtarkshall e colaboradores (2009), no qual o maior preditor para a iniciação sexual foi a percepção dos adolescentes de que seus pares já haviam tido experiências sexuais. Aqueles que consideravam que 1/3 ou mais de seus pares já haviam tido a primeira experiência sexual tiveram mais chances de já terem se iniciado sexualmente. As meninas percebiam que mais meninos do que meninas haviam tido sua primeira experiência sexual, enquanto que, para os meninos, não havia diferença na percepção da proporção de meninas e meninos que já haviam se iniciado sexualmente.
Com relação ao perfil do comportamento sexual dos jovens de Porto Alegre (RS), um estudo com adolescentes entre 15 e 25 anos indicou que 32,1% nunca haviam tido relações sexuais, 15,9% já haviam se iniciado sexualmente, mas não mantinham uma frequência constante de relações sexuais, 33,1% tinham atividades sexuais somente com seus parceiros fixos, 3,8% com parceiros fixos e outras pessoas e 13,6% mantinham relações sexuais sem parceiro fixo (Câmara, Sarriera, & Carlotto, 2007). Quando investigada a idade da primeira relação sexual dos jovens de nível socioeconômico baixo da cidade de Porto Alegre, os meninos apresentaram média de 13,64 anos e as meninas, média de 14,79 anos (Cerqueira-Santos, Koller, & Wilcox, 2008).
Frente a estes achados, observa-se que diversos são os fatores envolvidos na iniciação e comportamento sexual de adolescentes. Neste sentido, para ampliar a compreensão sobre a sexualidade durante a adolescência, o presente estudo teve como objetivo descrever e caracterizar os comportamentos sexuais de adolescentes, estudantes de escolas públicas, da cidade de Porto Alegre (RS), considerando as diferenças entre os sexos.
Método
Participantes
Participaram deste estudo 691 adolescentes matriculados entre a 7ª série do Ensino Fundamental até o 2° ano do Ensino Médio em escolas públicas de Porto Alegre, sendo 60,9% (n=421) do sexo feminino e 39,1% (n=270) do sexo masculino. As idades variaram entre 12 e 19 anos (M=15,16; DP=1,56). Com relação à etnia, 60,9% dos jovens participantes se autodenominaram branco/caucasiano; 17,9% negro; 16,6% pardo; 3,4% indígena e 1,3% amarelo. O estado civil referido pelos jovens foi "solteiro" em 98% dos casos, e "mora junto/casado" em 1,6% dos casos (n=11). O restante assinalou a opção "outro" para estado civil.
Instrumento
Os adolescentes investigados responderam ao Questionário da Juventude Brasileira - Versão Fase II (Dell'Aglio, Koller, Cerqueira-Santos, & Colaço, 2011), composto por 77 questões, sendo algumas de múltipla escolha e outras em formato tipo Likert de cinco pontos sobre intensidade e frequência. Este instrumento autoaplicável investiga fatores de risco e proteção em adolescentes, abordando aspectos relacionados à educação, saúde e trabalho; comportamentos de risco (drogas, suicídio, sexualidade, violência); fatores de risco (violência intrafamiliar e na comunidade, exposição a doenças/drogas, deficiência, discriminação, institucionalização, vida na rua, conflito com a lei, empobrecimento/pobreza, separação/perda na família); e fatores protetores sociais (lazer, rede de apoio) e pessoais (espiritualidade, autoestima, autoeficácia, perspectivas para o futuro).
Para as análises realizadas neste estudo, foram utilizadas as questões referentes a dados sociobiodemográficos (sexo, idade, etnia, estado civil, pessoas com quem mora, escolaridade) e ao comportamento sexual dos jovens. Nessas questões os jovens indicaram se já tiveram sua primeira experiência de intercurso sexual, com qual idade, quem foi o parceiro e a idade do parceiro. Também indicaram as atitudes relacionadas ao uso de preservativos e contraceptivos, assim como a ocorrência de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez.
Procedimentos e Considerações Éticas
A pesquisa foi desenvolvida de acordo com os procedimentos éticos preconizados pela Resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde (1996). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Psicologia da UFRGS, sob protocolo número 2009060. Foi solicitada a concordância das escolas participantes do estudo. Os alunos das turmas selecionadas foram abordados em sala de aula e convidados a participarem da pesquisa, sendo que nessa ocasião foram explicados os objetivos e o caráter sigiloso e voluntário, salientando que, a qualquer momento, a participação poderia ser interrompida. Mediante a concordância verbal quanto à participação no projeto, foi solicitado que os jovens levassem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para os responsáveis assinarem, autorizando a participação de seu filho. Os próprios adolescentes também deram seu assentimento em participar da pesquisa.
Foi composta uma amostra representativa e aleatória, por conglomerados, a partir do sorteio entre todas as escolas públicas da cidade de Porto Alegre (RS), conforme lista disponibilizada pela Secretaria de Educação. Para cada escola selecionada, foi sorteada uma turma de cada nível para participar. O número de participantes foi obtido através de um cálculo amostral (previsão de 640), considerando o total de alunos matriculados no Ensino Fundamental e Ensino Médio em escolas públicas de Porto Alegre no ano de 2009, com margem de erro de 4% (Barbetta, 2001). A coleta foi realizada em 13 escolas, de diferentes bairros da cidade, sendo 12 estaduais e uma municipal, com uma média de 50 adolescentes em cada escola.
O instrumento foi aplicado de forma coletiva, na própria escola e em sala de aula, àqueles alunos que tinham a autorização dos pais e consentiram em participar da pesquisa. A aplicação dos questionários durou aproximadamente 60 minutos. Membros da equipe foram treinados para esclarecer quaisquer dúvidas dos jovens e dar assistência e encaminhamento aos que necessitassem de apoio, o solicitassem, ou quando identificadas situações de risco iminente.
Resultados
Com o objetivo de mapear as características dos adolescentes com relação aos comportamentos sexuais realizou-se uma análise descritiva das variáveis em estudo. Também foram comparadas as características da amostra de acordo com sexo e idade dos participantes. Para comparar as diferenças entre os sexos, foi utilizado o teste T de Student para variáveis contínuas e chi-quadrado para variáveis dicotômicas e categóricas.
Quanto ao início das relações sexuais, 44,7% (n=306) dos adolescentes responderam que já haviam tido sua primeira experiência de intercurso sexual. A média de idade da primeira relação foi de 14,25 anos (DP=1,40), sendo que 85% destes jovens tiveram sua iniciação sexual com 15 anos ou menos. Quando comparada a idade da iniciação sexual por sexo, os meninos apresentaram médias significativamente menores (M=13,94; DP=1,41) do que as meninas (M=14,57; DP=1,33; t=-3,97; gl=300; p<0,001).
Os dados relacionados ao tipo de parceiro na primeira relação sexual estão apresentados na Tabela 1. Pode-se perceber que a categoria "namorado (a)" predominou tanto para meninos quanto meninas, mas com diferença significativa entre os sexos (χ2=65,86; gl=1; p<0,001). quanto à idade dos parceiros na primeira relação, a média foi de 16,78 anos (dp=3,22), com diferença de idade entre os parceiros de, em média, 2,51 anos (dp=3,01). na análise por sexo, a média de idade do primeiro parceiro sexual das meninas foi de 17,68 (dp=3,07) e da primeira parceira dos meninos foi de 15,86 (dp=3,11), apresentando diferença significativa (t=-4,92; gl=277; p<0,001). As meninas tiveram a primeira relação com parceiros, em média, 3,08 anos mais velhos (DP=2,90), enquanto os meninos, com parceiras, em média 1,93 anos mais velhas (DP=3,02), indicando diferença estatisticamente significativa (t=-3,24; gl=277; p=0,001). De acordo com tais dados, observa-se que as meninas tendem a escolher parceiros mais velhos do que os meninos para a sua primeira relação sexual.
Os resultados revelaram ainda que as relações sexuais dos adolescentes ao longo de suas vidas foram exclusivamente heterossexuais em 92,4% dos casos, exclusivamente homossexuais em 4,3% dos casos e 3,3% dos adolescentes relataram experiências de intercurso tanto heterossexuais quanto homossexuais. As relações sexuais estabelecidas no último ano foram com parceiros fixos em 61,6% dos casos, parceiros não fixos em 17,2% dos casos, parceiros fixos e não fixos em 15,8% dos casos e 5,4% não relataram relações sexuais no último ano. Quando comparados por sexo, 78,8% das meninas relataram exclusivamente parceiros fixos em suas relações sexuais no último ano, enquanto apenas 45% dos meninos relataram o mesmo (χ2=38,48; gl=3; p<0,001).
No momento da pesquisa, 52,1% dos adolescentes estavam envolvidos em uma relação fixa, sendo que, entre os meninos, 42,2% estavam em uma relação fixa e, entre as meninas, 62,4% (χ2=11,6; gl=1; p=0,001). A média de pessoas com quem os jovens tiveram relações sexuais no último ano foi de 2,42 parceiros (DP=2,66), sendo que as meninas apresentaram média de 1,46 (DP=0,95) e os meninos média de 3,48 (DP=3,44) parceiros, indicando diferença estatisticamente significativa (t=5,96; gl=124,11; p<0,001). observa-se então que os meninos apresentaram maior quantidade de parceiras sexuais quando comparados às meninas.
Com relação à frequência do uso de preservativos, 53% dos adolescentes referiram utilizar camisinha em todas as suas relações sexuais, 26% respondeu utilizá-la na maioria das vezes, 13,5% poucas vezes e 7,4% referiram nunca utilizar o preservativo. Foi solicitado aos adolescentes que não utilizavam preservativos de forma consistente que identificassem os motivos para o não uso, sendo possível identificar mais de um motivo (Tabela 2). As respostas mais frequentes foram: a utilização de outro método anticoncepcional, não gostar de utilizar camisinha e confiar no parceiro. Para as meninas, o argumento mais utilizado foi o uso de outros métodos anticoncepcionais e para os meninos, não gostar de utilizar camisinha.
A maioria dos adolescentes (58,8%) indicou carregar camisinha consigo pelo menos um dia no último mês, sendo que 58,8% destes carregaram todos os dias do último mês. Quando observamos este dado por sexo, percebemos que 77,5% dos meninos carregaram camisinha pelo menos um dia no último mês, enquanto apenas 39,2% das meninas o fizeram (χ2=42,97; gl=1; p<0,001). na última relação sexual que tiveram com um parceiro fixo, 69,8% dos adolescentes utilizaram camisinha, e na última relação com parceiros não fixos, 74% utilizaram camisinha. quando observado este dado por idade, percebemos que o uso de camisinha na última relação sexual com parceiros fixos é menor entre os adolescentes mais velhos (16-19 anos), sendo que 32,4% destes não utilizaram preservativo na última relação, enquanto que apenas 20% dos mais novos (12-15) não o fizeram (χ2=7,58; gl=2; p=0,023).
Ao serem questionados sobre os métodos contraceptivos em geral, 90,2% dos adolescentes disseram utilizar algum método contraceptivo. Dentre as meninas, 94,6% afirmaram usar algum método para evitar a gravidez e 85,9% entre os meninos, apresentando diferença estatisticamente significativa (χ2=5,41; gl=1; p=0,02). A camisinha foi o método mais indicado pelos jovens (77,7%), seguido pela pílula anticoncepcional (42,5%), como pode ser observado na Tabela 3. Destaca-se que alguns participantes indicaram o uso de mais de um tipo de método contraceptivo.
Os adolescentes também foram questionados quanto à ocorrência de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez. Apenas 10 jovens (3,3%) indicaram a ocorrência de alguma doença sexualmente transmissível e 20 (6,8%) a ocorrência de gravidez (80% destas indesejadas).
Discussão
Nesta pesquisa, quase metade dos adolescentes investigados já haviam tido sua primeira experiência de intercurso sexual. A idade média da primeira relação sexual foi 14,3 anos (DP=1,4) e os meninos apresentaram idade de iniciação sexual menor do que as meninas. Resultados semelhantes foram encontrados em um estudo de Paiva e colaboradores (2008) com amostra representativa de adolescentes brasileiros entre 16 e 19 anos. Neste caso, a média geral da primeira relação sexual foi de 14,9 anos, sendo que a média dos meninos foi 14,7 e das meninas 15,3. No estudo de Cerqueira-Santos e colaboradores (2008), com jovens de Porto Alegre e de nível socioeconômico baixo, a média de idade na primeira relação sexual foi 13,6 anos para os meninos e 14,8 anos para as meninas. Este último estudo apresentou resultados mais próximos das médias de iniciação sexual encontradas no presente estudo, o que pode indicar que aspectos do contexto socioeconômico e cultural estão relacionados com a iniciação sexual dos adolescentes.
O parceiro na primeira relação sexual foi, em geral, mais velho e alguém com o qual os adolescentes já possuíam algum vínculo afetivo. Entre as opções disponíveis no questionário (namorado (a), vizinho (a), amigo (a), parente, e outro), a maioria das meninas indicou um namorado (89,9%), enquanto o tipo de parceira dos meninos na primeira relação foi mais distribuído: 43,4% com namoradas, 24,1% com vizinhas e 20% com amigas. A distribuição do tipo de parceiro por sexo é consistente com os dados encontrados no estudo de Taquette e colaboradores (2004) com adolescentes da periferia do Rio de Janeiro. Para aqueles adolescentes, entre as opções disponíveis (namorado (a), amigo (a) e profissional do sexo), 90,7% das meninas indicaram iniciação sexual com namorado, enquanto apenas 33,3% dos meninos informaram o mesmo, sendo que a maioria dos meninos indicou uma amiga (55%). Pode-se perceber que a maioria dos adolescentes tende a optar por um parceiro com o qual tenha um vínculo afetivo, reforçando a ideia de que os adolescentes procurariam estabelecer uma base segura na relação interpessoal com o parceiro antes de se envolver em formas mais íntimas de interação sexual (O'Sullivan, Cheng, Harris, & Brooks-Gunn, 2007).
Com relação ao uso de métodos contraceptivos, apenas 53,2% dos jovens indicaram utilizar preservativo masculino em todas as suas relações sexuais. Neste estudo, o não uso de preservativos foi atribuído pelos adolescentes ao uso de outros métodos contraceptivos, confiança no parceiro e não gostar de utilizar o preservativo. Aqueles adolescentes mais velhos que estavam em relações fixas relataram menor uso de preservativos nas últimas relações sexuais, o que pode indicar uma redução no uso de preservativos à medida que se envolvem em relações mais estáveis. Estudos sugerem que o uso de preservativos estaria associado pelos adolescentes com relações esporádicas e, à medida que se envolvem em relações mais estáveis, nas quais confiam no parceiro, flexibilizam o uso deste método, substituindo-o pela pílula anticoncepcional e desconsiderando as DSTs (Almeida et al., 2003; Alves & Brandão, 2009).
Os motivos indicados para o não uso de preservativos revelam a preocupação dos adolescentes, principalmente, com a prevenção da gravidez. Nestes casos, não foi observada preocupação com a contaminação por alguma DST, destacando como um dos principais argumentos para não utilizar preservativos o uso de outros métodos contraceptivos, métodos estes que não protegem contra as DSTs. Estes adolescentes parecem subestimar os riscos de uma relação sexual desprotegida. Mesmo quando indicam que confiam no parceiro, poucos adolescentes com DSTs são diagnosticados ainda na adolescência, seja por não procurarem atendimento de saúde ou por não desconfiarem da doença, tendo em vista que muitas das DSTs são assintomáticas, principalmente para as mulheres (Codes et al., 2002). Uma pessoa pode viver anos sendo portador do HIV, por exemplo, sem apresentar sintomas e sem desenvolver a AIDS (Santos & Santos, 1999). Por último, outro frequente argumento é o fato de que o adolescente "não gosta" de usar preservativos masculinos. De fato, em um estudo com adolescentes universitários de São Paulo, 23,1% dos adolescentes consideraram que o uso do preservativo masculino diminui o prazer durante a relação sexual, e 17,6% admitem que o uso da camisinha não é essencial se conhecerem bem o parceiro (Alves & Lopes, 2008).
Quanto ao uso dos métodos contraceptivos em geral, 90,2% dos adolescentes relataram utilizar algum método contraceptivo, sendo a camisinha e a pílula anticoncepcional os métodos mais referidos. Mesmo observando alta proporção de uso de métodos contraceptivos, foi observado que 9,8% dos adolescentes que já tiveram relações sexuais não faziam uso de nenhum método. Dos que utilizam, sabe-se pelo relato de frequência do uso de preservativos, que muitos não o fazem de forma consistente, sendo ainda que 13% indicaram como métodos contraceptivos estratégias naturais, nem sempre eficazes (como o coito interrompido e a tabela).
Os resultados sobre o uso de preservativos e contraceptivos levam ao questionamento da qualidade da informação que chega aos jovens sobre tais assuntos. Estudos indicam que ter o conhecimento sobre os métodos não está diretamente relacionado ao uso destes métodos (Alves & Lopes, 2008; Brandão & Heilborn, 2006). No entanto, pode-se questionar a qualidade deste conhecimento, principalmente para adolescentes de escolas públicas e com menor nível socioeconômico.
Ainda que os adolescentes apresentem algumas características gerais quanto aos comportamentos sexuais, existem diferenças de gênero que não podem ser ignoradas. Tendo em vista que as questões de gênero parecem ter um papel fundamental nas escolhas e atitudes sexuais dos adolescentes (Borges, 2007), cabe destacar e discutir as diferenças encontradas neste estudo.
Em geral, a primeira relação sexual ocorreu com parceiros com os quais os adolescentes possuíam vínculos prévios, no entanto as meninas parecem ter a necessidade de vínculos amorosos mais definidos (namorados), enquanto os meninos tendem a se relacionar com outras pessoas de seu círculo social, como vizinhas e amigas, com as quais não possuem, necessariamente, um vínculo amoroso. Este pode ser um reflexo do significado de gênero atribuído culturalmente à sexualidade, em que o homem deve seguir e satisfazer seus impulsos sexuais e as mulheres devem controlá-los, cedendo-os apenas a pessoas com as quais tenham estabelecido algum vínculo afetivo (Borges, 2007; Borges & Nakamura, 2009). Esse pressuposto é ilustrado com dados de dois estudos que investigaram as motivações de adolescentes de São Paulo para ter a primeira relação sexual (Borges, 2007; Borges & Schor, 2007). Para a maioria das meninas, a motivação principal para a iniciação sexual foi o "amor pelo parceiro", enquanto que para os meninos foi a "atração pela parceira".
O reflexo das demandas sociais e culturais com relação ao gênero não está presente apenas nos comportamentos e atitudes da primeira relação sexual. Os resultados referentes às relações sexuais ocorridas ao longo dos 12 meses anteriores à aplicação do questionário também apresentaram diferenças com relação ao sexo. As meninas indicaram, em média, um número menor de parceiros no último ano, sendo que a maior parte das suas relações sexuais ocorreu em um contexto de relacionamento fixo. Os meninos, por sua vez, apresentaram médias maiores de parceiras no mesmo período de tempo e suas relações ocorreram tanto em contexto de relacionamento fixo quanto não fixo. O maior número de parceiros no último ano também esteve associado ao sexo masculino em um estudo realizado com adolescentes de Pelotas, no Rio Grande do Sul (Cruzeiro et al., 2010).
Com relação ao uso de métodos contraceptivos, as meninas apresentaram maior uso de tais métodos do que os meninos, o que poderia refletir a tradição do uso de contracepção como exclusiva atribuição feminina (Almeida et al., 2003). Este dado está relacionado possivelmente à maior preocupação das meninas com situações de gravidez indesejada, quando as principais consequências e responsabilidades são direcionadas à adolescente (Esteves & Menandro, 2005). Os meninos, por sua vez, carregavam mais camisinha consigo do que as meninas, o que pode estar associado a uma maior aceitação social de que o jovem do sexo masculino possua uma vida sexualmente ativa (Borges & Schor, 2007).
De modo geral, os resultados descrevem um perfil de comportamentos sexuais na adolescência que ainda está permeado pela interferência das demandas sociais de gênero (Borges, 2007). A primeira relação sexual dos meninos ocorre mais cedo, eles apresentaram maior número de parceiras sexuais no último ano e o maior costume de carregar camisinha consigo. Tais dados podem sugerir que os adolescentes do sexo masculino estariam mais propícios às relações sexuais e à demonstração de que se engajam nestas relações, possivelmente por perceber uma maior aceitação social para se envolver em comportamentos sexuais do que as adolescentes do sexo feminino. Estes aspectos também podem ser compreendidos a partir dos referenciais identitários de
masculinidade que promovem o aumento da vulnerabilidade dos homens a práticas sexuais de risco, com maior número de parceiras e a ideia de masculinidade associada à virilidade e poder, conforme apontam autores como Schraiber, Gomes e Couto (2005). Para estes autores, a masculinidade exigiria comportamentos de riscos, com consequente menor preocupação com o cuidado de si e de suas parceiras.
Considerações Finais
A partir da pesquisa realizada foi possível caracterizar a iniciação e o comportamento sexual dos adolescentes de escolas públicas de Porto Alegre (RS), identificando diferenças com relação ao sexo e à idade dos participantes. Por se tratar de uma amostra representativa da população adolescente matriculada em escolas públicas, os dados encontrados podem ser generalizados a esta população.
Os resultados obtidos sobre a idade de iniciação sexual seguem o padrão de outros estudos na área. Entretanto, o uso inconsistente de preservativos masculinos e a menção da utilização de alguns métodos contraceptivos ineficazes pelos adolescentes preocupam. Dessa forma, em programas de prevenção direcionados aos jovens, deve ser enfatizada a necessidade do uso de preservativos aliado a outros métodos contraceptivos, utilizando argumentos que considerem os motivos alegados pelos jovens para não utilizá-los, discutindo-os e contrapondo-os. Percebe-se a necessidade de trabalhar junto aos adolescentes possíveis alternativas, assumindo os aspectos negativos do método, enfatizando, porém, sua eficácia e importância de uso. Taquette, Vilhena e Paula (2004) sugerem que um caminho efetivo para incentivar o uso frequente de preservativos seria associar seu uso ao prazer resultante da segurança e tranquilidade que ele proporciona, poupando os jovens da preocupação com uma possível gravidez indesejada ou doenças.
Deve-se considerar que os resultados do presente estudo não abrangem a população de jovens estudantes de escolas privadas. Diferenças entre jovens estudantes de escolas públicas e privadas, com relação à idade da primeira relação sexual e ao uso de preservativos masculinos, foram encontradas em um estudo de Martins e colaboradores (2006), indicando que adolescentes de escolas privadas tinham maior idade e maior prevalência de uso de preservativos no momento da primeira relação sexual. Portanto, os resultados do presente estudo poderiam ter sido diferentes se incluíssemos estudantes de escolas particulares na amostra.
Outras limitações deste estudo podem ser apontadas. Por se tratar de um estudo quantitativo, utilizando questionário com perguntas objetivas, alguns resultados levantaram dúvidas que não puderam ser respondidas por esta pesquisa. Questões como o tipo de parceiro com quem o adolescente estabelece a primeira relação sexual, os motivos para não utilizar camisinha e as diferenças de gênero encontradas poderiam ser mais bem exploradas em estudos qualitativos com grupos focais, ou a partir de entrevistas individuais, que permitissem um maior acesso a questões subjetivas dos adolescentes.
Os resultados reforçam a necessidade de programas de intervenção que promovam comportamentos sexuais saudáveis entre os adolescentes, enfatizando a proteção contra DSTs e estimulando o uso consistente de métodos contraceptivos adequados. Além disso, destaca-se a importância de trabalhar questões relacionadas ao gênero, cidadania e direitos de escolha, assim como sua relação com os deveres para com os desejos e direitos dos outros. Discussões sobre os estereótipos de gênero poderiam contribuir para uma maior conscientização quanto aos comportamentos de proteção à saúde e prevenção à violência, enquanto a discussão sobre direitos sexuais e reprodutivos, buscando uma reflexão sobre os compromissos e responsabilidades que surgem como consequência de seu exercício, contribuiria para a melhoria da qualidade de vida dos jovens. Fica, ainda, evidente a necessidade de contemplar a opinião dos adolescentes no planejamento das intervenções a fim de garantir sua aplicação e eficácia.
Referências
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Recebido em: 11/11/2011
Aceito em: 01/06/2012
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