Boletim de Psicologia
ISSN 0006-5943
LIMA FILHO, Alberto Pereira. Quando o silêncio aprisiona. []. , 57, 126, pp.77-87. ISSN 0006-5943.
^lpt^aO artigo descreve o fenômeno que, no plano interpessoal, instala-se quando uma pessoa fica aprisionada ao silêncio de outra e, no plano intrapsíquico, configura uma modalidade particular de sofrimento para o sujeito aprisionado, com os possíveis desdobramentos. O silêncio que causa perturbação é caracterizado como a ausência de feedback em um relacionamento interpessoal com um histórico de normalidade, ou como feedback fornecido em intervalos irregulares. O estudo descreve a seqüência de eventos psíquicos e relacionais que se desenvolve, ocupando-se com a leitura do significado psicológico de cada um. Propõe-se a visão do conflito contido nessa vivência como manifestação da função transcendente e como oportunidade para a ruptura com o dinamismo patriarcal e para o início do processo de individuação propriamente dito. As respostas de defesa que surgem são avaliadas como funções do Self, em contraste com os hábitos do ego e da consciência, que podem ser superados criativamente. Um caso clínico é apresentado como exemplo.^len^aThe article describes a phenomenon that occurs when a person is trapped into the silence produced by another person, on the interpersonal level; on the intra-psychic level, it imposes a peculiar mode of suffering to the person who remains imprisoned, with all its’ outcomes. The silence that disturbs is characterized by the lack of feedback in an interpersonal relationship, which once was based on contact, or by feedback that is provided at irregular intervals. This paper describes the sequence of psychic and relational events, which develops under such circumstances, taking into account the psychological meaning of each one of them. The conflict experienced within such a relational mode is viewed as a manifestation of the transcendent function and as a mean to overcome the patriarchal dynamism in favor of the individuation process. The defense responses, which arise, are evaluated as functions of the Self, contrasting with the habits of the ego/consciousness system, which must be creatively surpassed. A clinical case illustrates the author’s views.
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