Boletim de Psicologia
ISSN 0006-5943
ARTIGOS ORIGINAIS
Psicossociologia do esporte: Um jogo paradoxal de forças inconscientes
Psycosociology of sport: A paradoxical game of unconscious forces
Antonio Carlos Simões *; Paulo Felix Marcelino Conceição; José Alberto Aguilar Cortez
Universidade de São Paulo - Escola de Educação Física e Esporte - Departamento de Esporte - Laboratório de Psicossociologia do Esporte – LAPSE e GEPPSE
RESUMO
Este estudo pretendeu proporcionar uma discussão sobre o esporte e a atuação do psicólogo nesta esfera. No Brasil, existem poucos estudos e pesquisas no campo da Psicologia do esporte. Não obstante, o esporte segue o fluxo de manifestações inconscientes na raiz de um jogo poderoso de forças psicológicas e sociais, cujas resultantes são delimitadores de cenários em que técnicos e atletas, com freqüência, ultrapassam os limites de suas capacidades físicas e mentais, suscitando-se questionamentos a respeito das implicações do esporte sobre a saúde. O atleta vivencia constantes situações de críticas, nas quais mecanismos de defesa, comportamentos anômalos, depressão e somatizações surgem como saídas para fazer frente às pressões e ameaças que gravitam o ambiente de competição. É neste cenário que o atleta vencedor surge como herói, figura dominante no imaginário que constela imagens pregnantes de modelos de realidade e aprendizagem social. Assim, as forças impulsoras e limitantes da modernidade, o levam a tentar cumprir o lema “vencer, a qualquer custo!” Também são examinadas questões sobre ética em reflexões sobre dúvidas, obrigações e comportamento no ambiente institucional.
Palavras-Chave: Psicologia do esporte, Mecanismos de defesa, Psicossomática, Ética.
ABSTRACT
This study aimed to provide a discussion about sport and the practice of psychologists in this sphere. In Brazil, there are few studies and researches regarding the field of sport Psychology. Nevertheless, sports follow the flow of unconscious manifestations of a powerful game between social and psychological forces, whose resultants are delimiters of sceneries in which technicians and athletes often cross the boundaries of their physical and psychological capacities which brings into question the implications of sport to the health. The constant exposure to critical situations leads to defenses mechanisms, anomalous behaviors, depression and psychosomatic diseases, ways that athletes find to deal with pressures and treats involved into competitions. In this scenery, winners appear as heroes, dominant figures into the imaginary where images, pregnant of realities models and social learning gravitate. Therefore, impelling and limiting forces of the modern society can be synthesized in the expression “Win at any cost!” Also questions concerning ethics and reflections of doubts, duties and behavior in the institutional environment are examined.
Keywords: Sport Psychology, Defense mechanisms, Psychosomatic, Ethics.
A busca da origem do esporte moderno nos leva ao encontro de jogos e competições que se realizavam em datas festivas e rituais desde a antiguidade Grega. A vivência e disseminação dos acontecimentos esportivos envolvem formas de expressão afetiva de caráter emocional que, ao se intensificarem, caracterizam a paixão que envolve aquilo que Simões e Conceição (2004) denominam estado-espetáculo, fenômeno que notadamente pode influenciara conduta dos indivíduos. Experiências humanas que podem ser verificadas em diferentes culturas, épocas e lugares.
Nesse mister, a participação dos indivíduos no esporte envolve o interesse de pesquisadores de diversas áreas do conhecimento abrangidas pelo comportamento humano nos campos individuais e coletivos, pesquisar em um vasto continuum. As dificuldades, que se apresentam são explicar quais fatores psicossociais, neuropsicológicos, sociodinâmicos e institucionais, interferem na conduta ena atitude dos desportistas / atletas em estabelecer metas, para competir e vencer.
Fenômeno de marcante universalidade, o esporte representa um modelo de realidade psicossocial caracterizado pela busca de ascensão e/ou reconhecimento social. Constituído num ambiente que exige esforços sobre-humanos, cobranças e pressões associam-se à imprevisibilidade inerente aos jogos. Isso implica no desencadeamento de diversos tipos de ansiedade.
Lopes-Ibor, Alonso e Alcocer (1999) postularam que a consciência emocional é antes de tudo, a consciência de si no mundo. Qualquer estado de ânimo teria uma razão. O medo, por exemplo, sentir-se-ia apenas diante de objetos específicos (concretos). Escreveram que a ansiedade ou angústia seriam fenômenos equivalentes, importantes também na Medicina, pois constituem elementos nosológicos. Corresponderiam a uma sensação de opressão na garganta, dor no epigástrio, falta de ar, sobressalto que caracterizaria o início da busca pela solução de uma situação de perigo.
O medo, na concepção dos autores citados, corresponde a um estado afetivo que é suscitado pela consciência de um perigo, seja real (concreto) ou imaginário (psicológico). Já a ansiedade corresponde a um estado afetivo penoso, que envolve sentimentos pouco conscientes e inconscientes, que se manifesta como impaciência, agonia ou aflição indeterminada, associados com a eminência de um perigo ou concretização de um desejo veemente. Em níveis patológicos, a ansiedade resulta em quadros de mania, pânico, depressão, bulimia, anorexia, lesões e somatizações. Daí a necessidade do esporte contar com profissionais de diferentes áreas da Psicologia, a fim de levar adiante diagnósticos, prognósticos, suporte e programas de treinamento psicológico aos desportistas/atletas.
Esporte e desempenho envolvem aspectos multifacetados, cuja natureza dos interesses posto sem jogo implica em diversos tipos de pressões sobre técnicos e atletas. A ansiedade, quando é associada com aspectos positivos, pode assumir um caráter vinculador do grupo, por exemplo, a ansiedade que se manifesta como esperança mediante a expectativa de obter vitórias. Contudo, se a ansiedade estiver ligada com expectativas de derrotas, invariavelmente, é acompanhada de mal-estar físico e psicológico, cujos sintomas são: falta de tranqüilidade, insegurança, agonia, aflição, aspectos que assumem caráter separador, conforme os dados do Quadro 1.
QUADRO 1. ANSIEDADE-ESPERANÇA E ANSIEDADE-MEDO NO ESPORTE
Adaptado com base em Fonseca (2006)
No Quadro 1, pode-se considerar que a ansiedade-esperança se concretiza pela vitória, símbolo do impulso de vida, Eros, a força que impele para a vida e vincula o grupo pela constatação da capacidade e competência em superar dificuldades. Todavia, a derrota se vincula aos domínios de Tanatos, o impulso transformador que exige mudanças, diante da exposição das fraquezas do grupo e expectativas de novas perdas. Neste processo, o medo da exclusão e dissolução do grupo desencadeia agressividade e violência (real ou imaginaria), sentimentos que invariavelmente se voltam contra os próprios técnicos e atletas.
Figueiredo (apud Fonseca, 2006) concebe a ansiedade-esperança como o princípio que impulsiona o psiquismo. Daí, o prazer pela concretização das expectativas de vitória. Entretanto, a ansiedade-medo vincula-se aos sentimentos de frustração inconsciente, ao medo e à desesperança em eventos traumáticos do passado, cujas formas de superação são determinantes do sentimento de confiança no futuro.
A dinâmica ansiedade medo-esperança é potencializada pela natureza intrínseca dos jogos, que comportam em maior ou menor grau a imprevisibilidade, característica que praticamente impele os desportistas/atletas em direção à superstição e às crenças religiosas: primitiva, intelectual, emocional e ético-moral (Conceição, 2004).
A busca do reconhecimento por meio de habilidades esportivas instaura uma rede de interligações no inconsciente grupal. O desejo de ser reconhecido significa ser notado, ou seja, ter permanência na consciência do outro. Dinâmica que se vincula às vivências no início da vida (fase oral), período marcado pela inconstância do objeto e, para sobreviver, o indivíduo necessita marcar presença na consciência do outro, pois ser esquecido significa correr o risco de morrer (Erikson, 1993).
O desejo de ter permanência na consciência do outro aumenta diante da perspectiva da finitude da vida, daí a necessidade de fixar imagens positivas e duradouras no decorrer da existência. Um exemplo disso é a saga de Garrincha no futebol. Apesar de falido, alcoólico e doente no final da vida, não passou por maiores apuros em virtude das lembranças dos feitos gloriosos do passado. Ser reconhecido pressupõe ser desejado, conseqüentemente nutrido. Esta dinâmica é simbolizada pelo esporte desde a Grécia Clássica, período em que as danças e as competições esportivas se realizavam em datas importantes no calendário da Polis.
O início da primavera e a época das colheitas eram marcados por rituais consagrados aos deuses e deusas nutrizes: Zeus, Demeter e Perséfone, entre outros, com homenagens para os vencedores. O reconhecimento da excelência nos feitos atléticos envolvia premiações com medidas de trigo (nos templos de Demeter-Perséfone) e de azeite, nos templos consagrados ao culto de Zeus em Olímpia.
O imaginário do esporte se constitui por uma diversidade de mitos e símbolos representantes de forças arquetípicas. Entre os arquétipos dominantes no imaginário do esporte, destaca-se o herói, figura marcada pelas sagas mitológicas de Heracles, Perseu e Aquiles, cujas narrativas versam sobre a realização de feitos grandiosos, mediante a superação de grandes dilemas psicológicos.
Brandão (2005) e Campbell (2007) revelam, pela análise do mito do herói, ser este personagem símbolo de forças dominantes no psiquismo humano, figura que assume papel importante no imaginário na atualidade, cuja apropriação dos conteúdos inconscientes envolvidos por essas forças pode oferecer maior compreensão aos dilemas psicossociológicos do esporte. O paradoxo consiste nos aspectos contraditórios associados à personalidade do herói, o complexo de inferioridade, característica que é simbolizada pela ascendência desse personagem, pois gerados a partir da união de um deus ou deusa com um ser humano, possui natureza semidivina. O herói é dotado de força e poderes extraordinários (hybris), mas busca com constância superar as limitações impostas pela condição humana (metron) e nesta busca, acaba extrapolando os limites (desmesura), por causa das dificuldades em lidar com sua força extraordinária.
Os atos irrefletidos do herói provocam a ira dos deuses, que lhe invocam o entorpecimento da razão (até), e privado de discernimento transgride as leis morais, comete violências contra si e a ordem social, que resultam em tragédia. Ídolos como Ayrton Senna, Pelé, Garrincha, Guga são representantes da figura do herói, na atualidade.
Cousineau (2004) afirma que o desejo ferrenho de vencer pode funcionar como uma válvula de escape para a agressividade dos jovens. Cita uma pesquisa que foi realizada por Mirkin, publicada no The Sports Medicine, sobre uma série de entrevistas realizadas com corredores olímpicos. Ao serem questionados, se tomariam ou não uma poção mágica, que denominou “comprimido olímpico”, o qual lhes possibilitaria se tornarem campeões, embora conscientes de que morreriam no período de um ano, mais de 50% dos entrevistados respondeu que sim.
O atleta busca reconhecimento, ascensão e status social. Movido pela necessidade de superação, desde muito cedo aprende a expressão: “Vencer, a qualquer custo!” Deste modo, se estabelecem dinâmicas nas quais é tacitamente incentivado a utilizar quaisquer meios para conquistar e permanecer na glória (embora estas sejam situações extremas).
A agressividade, que permeia a jornada do herói, não é exclusividade do esporte, pois é um fenômeno inerente ao comportamento humano. Comportamentos agressivos podem ser constatados no âmbito doméstico, nas ruas, nas escolas, nas universidades, nos templos religiosos e nos negócios. Basta observar os noticiários. No entanto, socialmente condenada, a agressividade retrocede ao instinto de sobrevivência no processo evolutivo, movimento circular pelo qual as espécies se modificariam ao longo do processo.
Freud (1930/2006) assevera que o instinto agressivo é derivado e o principal representante de Tanatos, o instinto de morte, um poderoso obstáculo à civilização, cuja evolução pode ser simplificada na batalha entre dois gigantes: Tanatos e Eros - a luta da espécie humana pela vida. Neste continuum, Freud afirma, que: “A ética ‘natural’, nada tem a oferecer, exceto a satisfação narcísica de poder pensar que se é melhor do que os outros (p.168). Para Freud, a libido impulsionaria o ser humano numa contínua busca de prazer, mesmo que para obtê-lo seja necessário usar agressividade. Daí, a necessidade do controle social dos impulsos destrutivos e agressivos.
Freud (1930/2006) diz que o mal estar na sociedade consiste nas tentativas da civilização de controlar a agressividade, pois estas tentativas podem causar tanto infelicidade quanto a própria agressividade. Como exemplo disso, o mandamento “ama a teu próximo como a ti mesmo”, seria uma espécie de armadilha, pois seria impossível cumpri-lo. Além de colocar em desvantagem todos que tentam obedecê-lo, diante daqueles que o desprezam. Freud pondera que os homens não são criaturas gentis que desejam ser amadas. O próximo pode ser alguém que: explora a capacidade de trabalho sem a devida compensação; apodera-se das posses do outro, provocando sofrimentos.
Klein e Riviere (1967/1975), afirmam que os impulsos agressivos são constituintes básicos do psiquismo humano, podendo ser reconhecidos como inatos no homem e na maioria dos animais. E que, apesar das tentativas em negá-la, a agressividade se manifesta em todos os indivíduos, seja como comportamentos reais ou como fantasias. Todos sabem por experiência própria que o mau humor, a mesquinhez, a inveja e o egoísmo são experimentados e manifestados a todo o momento. Por isso, a agressividade exige do ser humano uma parcela considerável de tempo e esforços para reduzir os efeitos danosos que são provocados pelos outros e por nós mesmos. Por outro lado, os referidos autores asseveram que os impulsos agressivos, cruéis e egoísticos, também estão associados com prazer e gratificação. Exemplo disso são as sensações de fascínio e excitação pela agressividade nos esportes.
Klein e Riviere postularam que o fascínio pela agressividade no esporte e nas artes é experimentado pelas pessoas que não aprenderam a modificar suas tendências agressivas e canalizá-las para outras esferas, como por exemplo, transpor os obstáculos que lhes são impostos ou definir um rumo próprio para a vida. O fascínio pelo esporte poderia, portanto, ser compreendido pela identificação narcísica e pela projeção como reconhecimento de si mesmo nos atletas vencedores, ao mesmo tempo em que podem projetar fantasias de destruição e de morte sem o risco da reversão dessas fantasias contra si próprios. Os problemas surgem, quando os indivíduos sofrem com perturbações psicológicas, perdem os referenciais do mundo concreto e passam a atuar conforme suas fantasias.
Segundo Jung (1964/2005) a vida consiste em um complexo de fatores antagônicos: o nascimento e a morte, a felicidade e o sofrimento, o bem e o mal. E, nem mesmo, nos resta a esperança de que um dia um desses fatores irá prevalecer sobre o outro, que o mal vai se transformar em bem, ou que a dor e a derrota serão suplantadas pela alegria. A vida, conforme Jung, é uma batalha, sempre foi e sempre será e, se tal não acontecesse, a vida chegaria ao fim.
A necessidade de superar obstáculos envolve as próprias dificuldades de sobrevivência dos desportistas/atletas no mundo do esporte. Envoltos por frustrações, medos e angústias, recorrem ao uso de recursos ergogênicos (fármacos, aditivos nutricionais, próteses mecânicas e técnicas psicológicas) para melhorarem o desempenho, cujos efeitos são o aumento da concentração de energias e o desfecho, ciclos intermináveis de “doenças institucionalizadas”.
Dias et al. (2007) consideram que os princípios éticos e morais estão relacionado aos esquemas referenciais que orientam a conduta humana em situações críticas, nas quais o conflito se manifesta,quando o indivíduo se depara com imperativos morais divergentes. Atualmente, a existência de imperativos morais conflitantes constitui um ponto de discussão entre os psicólogos e profissionais que tradicionalmente atuam no esporte, embora nem sempre haja convergência de opiniões quanto à natureza das metas desejadas. Observações cuidadosas mostram que os esforços despendidos pela continuidade no esporte, resultam da associação de condutas éticas e morais, que se vinculam as crenças religiosas dos atletas, conforme constatou Conceição (2004).
Simões (1996), Nery (2003) e Conceição (2004), em estudos e pesquisas realizados com atletas de alto nível, apresentaram dados significativos sobre as tendências de associação e desdobramentos das exigências impostas pelo esporte de rendimento em modalidades individuais e coletivas. Os conflitos psicossociais, sociodinâmicos e institucionais emergem em decorrência das frustrações que ocorrem em qualquer ação participativa, em qualquer tipo de esporte ou de relação produtiva.
O esporte espetáculo convive com comportamentos aditivos e distúrbios patológicos. A ginástica artística, rítmica e patinação podem induzir ou acolher atletas bulímicos e anoréxicos. Os atletas obedecem aos seus impulsos sem a necessidade de arquitetar esquemas de ação, como o rígido controle de peso por parte dos lutadores de boxe. Os estudos sobre as condutas antiesportivas de atletas revelam que a anatomia emocional da ansiedade exerce papel fundamental em qualquer situação esportiva competitiva. Está claro que os desportistas convivem em ambientes permeados por condições nocivas, nos quais a capacidade de superação depende do lócus de controle do atletaem relação aos seus limites e sua capacidade de resiliência.
Simões (1999) faz entender que as equipes esportivas se constituem como microssistemas sociais de rendimento, que reproduzem o macrossistema. Decorre daí a premissa básica para a compreensão de qualquer doença mental e física, isto é, que todas as manifestações patológicas são simultaneamente latentes e manifestas no esporte e na sociedade como um todo.
O esporte não se reduz estritamente aos seus componentes físico, técnico e tático, mas, sem colocá-los à parte, compreende valores socioculturais, símbolos e crenças que levam a dizer que o comportamento e o desempenho dos técnicos e atletas constituem os níveis interativo e instrumental operativo do esporte espetáculo / estado espetáculo.
O PODER DO ESPORTE ESPETÁCULO – ESTADO ESPETÁCULO
As premissas básicas da análise do esporte em sociedade são sintetizadas numa linha principal de raciocínio: são fenômenos psicossociais, dignos de análises e discussões, porque representam um microcosmo em conexão aos paradigmas de uma sociedade maior, que envolve aspectos sociológicos; conhecimento da cultura das instituições que organizam, administram e controlam o espetáculo esportivo e influenciam na organização dos grandes e pequenos grupos sociais.
O esporte constitui um espaço de transição psicossocial na asserção winnicottiana desse termo, conceito que se torna necessário distinguir:
a) brincar - espaço lúdico que estimula a criatividade e possibilita a elaboração de experiências traumáticas decorrentes da vivência de situações de violência, agressividade, medos e fantasias por meio de objetos transicionais: paninhos, bolas e ursinhos (Winniccot (2005);
b) jogar - prática de socialização e integração nos grupos secundários (escola) e terciários (trabalho), por meio da introdução de regras nos jogos
c) esporte de rendimento - prática profissional laica que incorpora as leis da razão e da racionalização em conformidade com a quantificação das relações produtivas.Logo, exclui o místico, o sagrado e o mágico (Helal, 1990; Freitas, 1993).
O interesse principal no esporte está na competência competitiva dos técnicos e atletas. Atualmente, as vitórias e derrotas das equipes e seus técnicos são divididas com os patrocinadores e lideranças políticas que promovem o esporte espetáculo. Conforme Freitas (1993), ao citar os estudos de Toffler sobre organização e trabalho nas sociedades pós-industriais, no esporte de competição vitórias e derrotas são acontecimentos divulgados e sacralizados pelo mass media, tendo em vista que caminhamos para uma sociedade super simbólica. Por conseguinte, fica difícil não admitir que, no esporte moderno, o poder e, por conseqüência, suas repercussões nas esferas social, econômica e política não façam parte do espetáculo esportivo, nem exerçam pressões sobre o comportamento dos técnicos e atletas, entre outros profissionais.
A Psicologia ainda não tem assegurado seu papel no esporte que, em última instância, compreende um modelo de realidade perpassado por conflitos entre interesses institucionais, grupais e pessoais. Os trabalhos desenvolvidos pelos psicólogos no esporte variam muito, porém, geralmente, têm sido acompanhados do descrédito daqueles que tradicionalmente atuam no campo. Alguns destes profissionais consideram os psicólogos descartáveis, ao passo que buscam incorporar técnicas e conhecimentos da Psicologia em suas práticas. Porém, invariavelmente falham no exercício de ambos os papéis, pois técnicos e atletas não podem querer exercer o papel de psicólogos, nem o psicólogo pode querer sobrepor-se aos técnicos e aos atletas. A Psicologia do esporte essencialmente deve oferecer um serviço de assessoria e apoio às instituições, aos técnicos e aos atletas.
O esporte exige pesquisa, trabalho e competência, é preciso aprofundar o conhecimento das dinâmicas psicossociais. Não se pode pretender intervir nas esferas dos esportes individuais e coletivos, sem antes preparar-se teórica e praticamente. Os conceitos e as teorias tradicionais da Psicologia clínica, como qualquer instrumental diagnóstico, não se aplicam nos campos em que não foram devidamente pesquisados, adaptados e validados.
O MEDO DO CONTRA-ATAQUE: MECANISMOS DE DEFESA NO ESPORTE
Os desportistas/atletas ocupam diversas posições e necessitam interagir em vários níveis (técnico, equipe, instituição, sociedade). Pagès (1976) considera que os fenômenos interativos e psíquicos, envolvem além daquilo que se expressa verbalmente, aspectos afetivo-relacionais, isto é, emoções que não são ditas e sentimentos mal formulados, que interferem na qualidade das relações no trabalho. Segundo Pagés, os fenômenos afetivo-relacionais tendem a paralisar os indivíduos, pois governam a vida afetiva dentro e fora dos grupos. O temor de ser prejudicado e explorado pelos companheiros, ou mesmo, o temor de confessar os temores, evidencia a escala que a desconfiança assume nos grupos, cujos desdobramentos impactam com o grau de paralisia das equipes.
Técnicos e atletas exibem com freqüência um ar de competência e domínio que os tornam cegos e cegam os companheiros. Isto significa que, muitas vezes, a realidade interna e a realidade externa podem ser percebidas de maneira falseada. Collete (1978) pontua que os mecanismos de defesa se evidenciam pela tentativa de conciliar o inconciliável, a satisfação das pulsões diante da realidade contrária. Fenichel (1998) acrescenta que os mecanismos de defesa são acionados com base no mundo externo.
De acordo com Laplanche e Pontalis (2001), a projeção envolve comportamentos, tendências e desejos que a pessoa desconhece em si própria ou tem dificuldade em admiti-los, por isso, não consegue lidar com tais aspectos. Caracteriza-se sempre que um desportista/atleta atribui ao outro, companheiro, técnico e/ou instituição, conteúdos incompatíveis com os ideais de ego, aspectos não idealizados, tais como: inveja, ambição desmedida e agressividade, que são percebidos (projetados) como problemas e limitações do outro.
O mecanismo de regressão é observado nas equipes esportivas nas situações em que técnicos e atletas são expostos a uma carga de ansiedade muito elevada (finais de campeonatos ou partidas decisivas). Caracteriza-se como um retorno às formas de sujeição adquiridas na infância. O desportista tem dificuldade para decidir e passivamente espera que os outros se encarreguem de resolver o problema. Collette (1978) pontua que a regressão pode ser libidinal e suas características são o apego a fetiches, pedras, medalhinhas, ursinhos, cuecas e meias da sorte, entre outros objetos mantidos em segredo por técnicos e atletas.
A formação reativa se caracteriza como um mecanismo de defesa que expressa o comportamento oposto aos verdadeiros sentimentos. O indivíduo agressivo se apresenta como uma pessoa solícita e excessivamente cuidadosa, porém, basta uma frustração, para que ela se revele um indivíduo agressivo e rancoroso. Histórias de atletas mutilados e lesionados pelos próprios companheiros são comuns no âmbito dos esportes de competição.
A negação é comum nos ambientes dos esportes de competição, permeia o cotidiano das equipes que enfrentam dificuldades e caracteriza-se pela superficialidade dos relacionamentos e trivialidade dos discursos diante de situações mais ou menos graves, denota alienação e banalização dos problemas. Técnicos e atletas insistem veementemente em negar a realidade inaceitável e incompatível com as aspirações gerais. Surgem mecanismos de defesa cuja freqüência suscita preocupações a respeito da integridade psíquica e eficiência dos resultados.
A racionalização é confundida com má fé. A causa subjetiva e inconsciente do problema é substituída por um motivo aparente e objetivo que ilude. O atleta diminui a importância de suas ações em situações críticas, como: derrota, gol contra, faltas e brigas, por meio de justificativas que não convencem, tais como: as condições do gramado não estavam boas, o tempo não ajudou, entre tantas outras justificativas, cuja finalidade é poupar o ego da responsabilidade e de sentimentos de culpa.
A dissociação da personalidade, por exemplo, é um mecanismo de defesa constatado pela vivência de adversidades mais ou menos duradouras, situações que provocam ansiedade associada ao medo, num processo em que a pessoa se desconecta da realidade, pela ruptura da personalidade. Daí os sentimentos, os afetos e as emoções são bloqueados. A consciência é invadida por fantasias e conteúdos reprimidos no inconsciente, que levam os indivíduos a perderem o contato com a realidade e podem sofrer com perturbações da identidade com delírios e alucinações, passando a vivenciar um mundo ilusório que protege o ego de uma realidade insuportável.
Os mecanismos de defesa se mesclam com a complexidade dos fatores psicossociais subjacentes às equipes esportivas. Podem ser trabalhados e assimilados apenas por intermédio da explicitação do conflito e dos sentimentos de desconfiança que permeiam as relações grupais.
Bleger (1998) assinala que o narcisismo grupal coincide com a endogamia. A dependência simbiótica se caracteriza pelo fechamento do grupo a novos integrantes. Neste processo, os parceiros endógamos dificultam o ingresso de novos integrantes no grupo. Percebidos como ameaça, são literalmente rechaçados pelos mais velhos. Assim, a equipe se fecha, passando a interagir como um aglutinado epileptóide em crises convulsivas, que literalmente sacodem as instituições.
Bleger assinala, ainda, que não há relação sem conflitos, o conflito é até certo ponto, normal e imprescindível para o amadurecimento do grupo, pois sua explicitação permite o reconhecimento das ambigüidades e tendências simbióticas que se manifestam nas relações. Entretanto, o conflito é danoso se funcionar como mecanismo de isolamento. Dinâmica paradoxal que se sustenta no temor de explicitar o próprio conflito. O papel do psicólogo nas instituições esportivas não é negar o conflito ou buscar conciliações, mas conseguir que os conflitos sejam manifestados e possam ser solucionados.
A mudança cerceia a atuação do psicólogo no esporte, por isso lhe são oferecidos papéis estereotipados, cuja finalidade última é neutralizar-lhe a ação, pela atribuição de poderes mágicos: “o psicólogo resolve!” O profissional, que aceita papéis bisonhos no esporte, enreda-se numa armadilha, pois, solicitado apenas em situações de crise, passa a exercer a função de bombeiro e espião. Porém, invariavelmente, se falhar, será desvalorizado, descartado e experimentará o destino dos técnicos e outros profissionais que se aventuram nesses papéis.
Os conflitos reprimidos se acumulam pela mobilização dos mecanismos de defesa, provocando o fortalecimento ilusório do ego. As experiências e emoções não expressas vão se acumulando no inconsciente grupal, restando aos esportistas um último recurso: a conversão somática. Esta se constitui pelas angústias e conflitos não representados e não verbalizados, que se manifestam como doenças físicas, fenômeno que mereceria maior atenção, já que causa grandes prejuízos e constrangimentos aos desportistas e às instituições que administram, financiam e promovem o espetáculo esportivo. Clubes e patrocinadores vêem repentinamente seus brasões e marcas associados com imagens incompatíveis com os valores que buscam conquistar.
O caso Nike e a bolha no pé de Ronaldinho (o Fenômeno) na Copa do Mundo de Futebol 2006 na Alemanha é um exemplo das dimensões que a negligência dos aspectos psicológicos pode causar no esporte. Ronaldo alegou que uma bolha em seu pé, causada pela chuteira (fornecida pelo patrocinador), o impedira de jogar. Entretanto, as desculpas apresentadas pelo jogador e pelo médico que acompanhou a Seleção Brasileira de Futebol na Alemanha, nitidamente transpareceram uma problemática de natureza emocional, associada às condições físicas do atleta (peso acima da média). Os prejuízos foram incalculáveis à imagem da empresa e do atleta.
A INFLUÊNCIA DA INSTITUIÇÃO SOBRE O COMPORTAMENTO
Gestor do comportamento e do desempenho esportivo, o clima ambiental se caracteriza pelos diferentes graus de tolerância às pressões e ameaças que gravitam nas instituições. É um fenômeno que comporta toda a complexidade envolvida nas relações hierarquizadas. Neste contexto, comportamentos patológicos são tolerados e, em situações críticas, estimulados, apesar da “consciência” que dirigentes, técnicos, atletas têm dos desdobramentos de exigências sobre-humanas e do excesso nas cargas de trabalho.
O clima ambiental das instituições é consonante com o comportamento e os sentimentos que os indivíduos nutrem pela instituição. Abrange as dimensões macrossociológica e micropsicológica. Implica a estabilidade das relações humanas e expõe uma problemática de natureza psicossociológica. A realidade do esporte deixa-se revisar de acordo com as diferenças que se evidenciam na diversidade dos indivíduos, que não se esquivam de se ajustarem às normas e valores inerentes ao esporte institucionalizado, o qual é estritamente ligado à eficácia de resultados (Buber, apud Coca, 1993).
As interações de enquadramento do poder maior em relação ao menor envolvem o estabelecimento de vínculos institucionais, grupais e interpessoais. Diríamos que o clima ambiental produz-se em conexão com os fenômenos pertinentes à permanência ou à exclusão e à dissolução das equipes esportivas. Convém lembrar que uma equipe esportiva vive como se estivesse continuadamente à beira de uma catástrofe, sendo que técnicos, atletas, massagistas e médicos têm fetiches mantidos em “segredo” em seus armários, substâncias e objetos que utilizam para expurgar medos e ansiedade.
Lume (1999) diz que os comportamentos anômalos envolvem a falta de afetividade e a depressão, associada com fatores endógenos e ambientais. As enumerações supramencionadas têm valor exemplificativo, mas, não limitativo, se os fatores biológicos e a personalidade se revelam com menor plasticidade, seriam pouco sujeitas à influência do ambiente, o que não aconteceria com as características inatas. Isto mostra que tanto os fatores constitucionais, como os adquiridos exercem influência sobre a vida coletiva nas equipes esportivas, nas instituições e na sociedade.
O esporte se associa com imagens idealizadas que se conjugam às exigências do próprio atleta. É inevitável que os indivíduos venham a se frustrar e passem a nutrir sentimentos ambíguos. Isto mostra que toda atividade do Eu está voltada para objetos de desejo, pois, quando o indivíduo não consegue concretizá-los, sofre com a frustração, então surgem o medo, os transtornos da conduta e as somatizações. Desportistas, técnicos e atletas, oscilam entre a paixão e o ódio pelo esporte.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao relacionarmos as instituições e as equipes esportivas com o comportamento de técnicos e atletas, evidencia-se que o indivíduo, o grupo e a instituição caminham paralelos aos valores e normas da sociedade, num jogo mútuo de influências e tensões. Toda perturbação psíquica tem um correspondente somático, dinâmica psicossomática que suscita uma discussão mais profunda sobre o processo das relações humanas e de execução de tarefas.
As ligas, confederações, federações e a mídia são responsáveis pela promoção, supervisão e controle do espetáculo esportivo, que se desenvolve em conformidade com os interesses dessas instituições. A permanência das equipes nas competições dependerá das diferenças de potencialidades físicas e psicológicas dos técnicos e atletas. Pichòn-Rivière (2000) assinala que o individualismo limita a consecução dos objetivos grupais, pois a dificuldade de perceber a si mesmo implica na impossibilidade de perceber o outro.
O indivíduo não consegue perceber o grupo como totalidade, pois a parte não pode conter o todo. Decorre daí que as equipes esportivas funcionam como um conjunto de comportamentos individuais articulados, cenário de mútua representatividade interativa, em que a realização de tarefas adquire papel integrador explícita ou implicitamente. A reflexão sobre os vetores que orientam a conduta humana num campo de forças tensionado por interesses diversos constitui, na verdade, uma reflexão sobre a ética na sociedade contemporânea.
O esporte representa para o Brasil na era da globalização, automação dos meios produtivos e grandes impasses internacionais, relevante papel estratégico e econômico, cujo sucesso está estritamente ligado ao rendimento. O ambiente constitui uma das coordenadas que dá vazão às experiências humanas, exerce papel importante na maneira como se estruturam os mecanismos de defesa, cujos efeitos são em maior ou menor escala, o fortalecimento ilusório do ego e, arvorados em suas defesas, os atletas perseveram frente às dificuldades.
Os recursos ergogênicos surgem como meios de suplantar as fronteiras psicológicas, fisiológicas e sociais. Desportistas, técnicos e atletas tentam se ajustar a uma realidade que muda quase imperceptivelmente, dada a natureza subjetiva das forças que atuam no embate entre o micropsicológico e o macrossocial.
A realidade antagônica e distinta do esporte contribui para suplantar os limites impostos pela condição humana. Revelando o esporte como espelho da luta pela sobrevivência, em face a desigualdades físicas, psicológicas e sociais. O esporte comporta a manifestação de forças inconscientes que pressionam os indivíduos. A valorização do corpo é uma dessas variáveis que tem levado atletas e desportistas a viverem da própria insegurança, impotência e angústias frente a doenças como a bulimia, anorexia e, mais recentemente, a vigorexia. E como sempre, todos costumam se maravilhar com a perfeição estética dos corpos ou legislar sobre os preceitos éticos e morais e da beleza na plasticidade do movimento humano no esporte.
Para os psicólogos o desafio é decifrar o enigma do esporte, caso contrário a ameaça da esfinge se cumpre: “Decifra-me ou devoro-te!” Os profissionais que pretendem atuar no campo da Psicologia do esporte não podem ceder aos seus próprios impulsos narcísicos, autodenominando-se curadores. Gênios da qualidade de Garrincha jamais teriam sido revelados no modelo clínico da Psicologia aplicada ao esporte. Cabe apenas um último questionamento: o que teria sido de Garrincha, o anti-herói indisciplinado das pernas tortas, no modelo atual do futebol profissional internacional? E, o que teria sido de Mané Garrincha, caso o simples operário, que se tornou celebridade nacional da noite para o dia, pudesse ter contado com suporte psicológico?
O desafio para o psicólogo é inserir-se num cenário que descreve detalhadamente uma perspectiva sociológica e psicológica, a partir da qual será possível compreender a vida cotidiana das instituições, equipes, técnicos e atletas, sobretudo, intervir nos limites do esporte de competição.
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Recebido em 11/02/2008
Revisto em 18/08/2008
Aceito em 25/08/2008
* Endereço para correspondência: Antonio Carlos Simões - Av. Prof. Mello Moraes, 65. São Paulo – SP. CEP: 055508-9000;Tel. 3091-2138; Fax 3091-3120; E-mail: acsimoes@usp.br.