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Tempo psicanalitico

 ISSN 0101-4838 ISSN 2316-6576

PINHEIRO, Elaine    HERZOG, Regina. Psicanálise e neurociências: visões antagônicas ou compatíveis?. []. , 49, 1, pp.37-61. ISSN 0101-4838.

A direção atual de se enxergar manifestações psíquicas como sendo, primordialmente, manifestações biológicas, tem suscitado críticas à psicanálise. Esta última é muitas vezes vista como um tratamento de menor importância quando comparada a terapias medicamentosas e comportamentais. Psicanalistas respondem apontando para a necessidade de se garantir um lugar para a singularidade de cada sujeito, em vez de uma normatização coletiva de subjetividades. Freud, embora sustentasse um projeto de ciência, afastou-se da medicina de sua época ao ver sintomas que não eram explicáveis pela biologia. Hoje, enquanto alguns defendem a atualidade das ideias de Freud, outros anunciam seu fim, argumentando que o próprio Freud cogitou que futuras evoluções no saber sobre o cérebro poderiam tornas suas ideias obsoletas. Este artigo apresenta uma reflexão sobre qual o possível lugar da psicanálise diante dos avanços da biologia atual. Entre autores a favor de uma articulação com as neurociências e autores que veem esse diálogo como um contrassenso, abordamos alguns achados neurocientíficos que se alinham às ideias de Freud; o contexto cultural que faz com que explicações fisicalistas sejam privilegiadas; a dificuldade de se entender o fenômeno mental como sendo restrito à atividade cerebral; e os pressupostos técnicos e terapêuticos da psicanálise. Ao final, refletimos sobre o que poderia ser um diálogo que respeite as especificidades de ambos os campos.

: psicanálise; psicanálise e neurociência; ética; clínica; sujeito.

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