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Tempo psicanalitico

 ISSN 0101-4838 ISSN 2316-6576

SILVA, Kelly Cristina Brandão da. Educação não é sinônimo de aprendizagem: uma interlocução Educação, Psicanálise e Filosofia. []. , 52, 2, pp.337-356. ISSN 0101-4838.

^lpt^aO presente trabalho, a partir da interface Educação e Psicanálise, em interlocução com alguns pressupostos filosóficos, sobretudo no que concerne às teorizações de Hannah Arendt e Gert Biesta, pretende discutir algumas hipóteses acerca da atual primazia da aprendizagem e do suposto protagonismo do aluno, com o consequente apagamento do lugar do professor e do ensino. Com o reducionismo do direito constitucional à educação em direito à aprendizagem, sob a influência de organizações internacionais, como a OCDE, marcadas por uma lógica neoliberal, algumas políticas públicas obedecem à lógica de eficiência do mundo empresarial. Com metas mensuráveis, focadas em resultados, a complexidade do fenômeno educativo se reduz à performance e ao desempenho. Nessa perspectiva, quaisquer percalços na empreitada educativa são entendidos como um problema de gestão. Entretanto, como uma tarefa eminentemente humana, a Educação convive, paradoxalmente, com a impossibilidade de sua realização, visto que nunca alcança a totalidade da sua intenção, sempre não-toda. A tensão estrutural relativa ao enigmático (des)encontro entre o novo e o instituído obriga a educação a lidar continuamente com o mal-estar. Defende-se que a educação é um bem comum que se efetiva em um campo eminentemente relacional e, portanto, tenso, imprevisível, artesanal, avesso a determinações generalistas e, seguindo a tradição freudiana, impossível.^len^aThis work, based on the interface Education and Psychoanalysis, in dialogue with some philosophical assumptions, especially with regard to the theories of Hannah Arendt and Gert Biesta, intends to discuss some hypotheses about the current primacy of learning and the supposed role of the student, with the consequent deletion of the place of the teacher and teaching. With the reduction of the constitutional right to education in the right to learning, under the influence of international organizations, such as the OECD, marked by a neoliberal logic, some public policies obey the logic of efficiency in the business world. With measurable goals, focused on results, the complexity of the educational phenomenon is reduced to performance. In this perspective, any obstacles in the educational endeavor are understood as a management problem. However, as an eminently human task, Education lives, paradoxically, with the impossibility of its realization, since it never reaches the totality of its intention, always not-all. The structural tension related to the enigmatic (dis) encounter between the new and the instituted forces education to continually deal with malaise. It is argued that education is a common good that takes place in an eminently relational field and, therefore, tense, unpredictable, artisanal, averse to generalist determinations and, following Freudian tradition, impossible.^les^aEl presente trabajo, basado en la interfaz Educación y Psicoanálisis, en diálogo con algunos supuestos filosóficos, especialmente en lo que respecta a las teorías de Hannah Arendt y Gert Biesta, pretende discutir algunas hipótesis sobre la primacía actual del aprendizaje y el supuesto protagonismo del alumno, con la consecuente supresión del lugar del profesor y la docencia. Con la reducción del derecho constitucional a la educación en el derecho al aprendizaje, bajo la influencia de organismos internacionales, como la OCDE, marcada por una lógica neoliberal, algunas políticas públicas obedecen a la lógica de la eficiencia del mundo empresarial. Con metas medibles, enfocadas a resultados, la complejidad del fenómeno educativo se reduce a desempeño. En esta perspectiva, cualquier obstáculo en el quehacer educativo se entiende como un problema de gestión. Sin embargo, como tarea eminentemente humana, la Educación vive, paradójicamente, con la imposibilidad de su realización, ya que nunca alcanza la totalidad de su intención, siempre no-toda. La tensión estructural relacionada con el enigmático (des)encuentro entre lo nuevo y lo instituido obliga a la educación a lidiar continuamente con el malestar. Se argumenta que la educación es un bien común que se desarrolla en un campo eminentemente relacional y, por tanto, tenso, impredecible, artesanal, contrario a las determinaciones generalistas y, siguiendo la tradición freudiana, imposible.

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