53 2 
Home Page  


Tempo psicanalitico

 ISSN 0101-4838 ISSN 2316-6576

OMIZZOLLO, Poliana; SILVA, Milena da Rosa    TABORDA, Lizia Pereira da Rosa. Experiências de (des)continuidade e o vir a ser no abrigo: entre encontros e possibilidades. []. , 53, 2, pp.138-163. ISSN 0101-4838.

^lpt^aO presente trabalho apresenta um fragmento de um projeto maior, o qual abordou as possibilidades de vir a ser em uma instituição de acolhimento. Nos propusemos a realizar uma operação de leitura (Jerusalinsky & Berlink,2008) da relação estabelecida entre bebês que se encontram acolhidos em abrigos residenciais e seus respectivos cuidadores. Discutimos as observações realizadas com dois bebês, com 14 e 18 meses de idade, acolhidos em dois distintos abrigos residenciais de Porto Alegre (RS - Brasil). Realizamos quatro visitas a cada casa, nas quais os bebês foram observados em relação com os agentes educadores, utilizando os Indicadores Clínicos de Referência para o Desenvolvimento Infantil (IRDIs). Buscamos ainda, a partir de conceitos fundamentais da teoria de D. Winnicott, apoio para refletir acerca do que se mostrou em evidência na relação entre bebês e cuidadores, de modo que as concepções de ambiente e de (des)continuidade dos cuidados serviram como base nesta leitura, permitindo a emergência de alguns apontamentos: mesmo ressaltando o direito da continuidade dos cuidados que toda criança possui, a separação da mãe/família não necessariamente se faz, por si só, traumática. Compreendemos, portanto, que mesmo sendo portadores de uma marca primeira (privação da família originária), existe possibilidade de o bebê se desenvolver satisfatoriamente no contexto do acolhimento institucional desde que possa estabelecer um encontro com alguém/ambiente disponível para sustentá-lo, para proporcionar uma experiência de continuidade e para impedir que seu sofrimento inicial impossibilite seu vir a ser.^len^aThis paper presents a fragment of a larger project, which addressed the possibilities of come to be in a sheltering institution. We proposed to perform a reading operation (Jerusalinsky & Berlink,2008) of the relationship established between infants who are living in residential shelters and their respective caregivers. We discussed the observation of two infants, with 14 and 18 months-old, sheltered in two different residential shelters in Porto Alegre (RS - Brazil). We conducted four visits to each house, in which each infant was observed in relation to their educating agent, using the Clinical Reference Indicators for Child Development (IRDIs). We also seek, from fundamental concepts of D. Winnicott's theory, support to reflect on what has been shown in evidence in the relationship between infants and carers in a way that the conceptions of environment and (dis) continuity of care served as the basis for this reading, allowing the emergence of some notes: even emphasizing the right of continuity of care that every child has, the separation of the mother / family is not necessarily traumatic in itself. We understand, therefore, that even if they have a first mark (deprivation of the original family), there is a possibility that the baby develops satisfactorily in the context of institutional care, as long as he can establish an encounter with someone/environment available to support him, to provide an experience of continuity and to prevent that this initial suffering makes him incapable of come to be.^les^aEste documento presenta un fragmento de un proyecto más amplio, que abordó las posibilidades de llegar a ser sujeto en una institución de acogida. Se propuso realizar una operación de lectura (Jerusalinsky & Berlink, 2008) de la relación que se establece entre los bebés que se encuentran acogidos en albergues residenciales y sus respectivos cuidadores. Discutimos las observaciones realizadas con dos bebés, de 14 y 18 meses, que están alojados en instituciones de acogida en Porto Alegre (RS - Brasil). Para esto, utilizamos los Indicadores clínicos de referencia para el desarrollo infantil (IRDI). Realizamos cuatro visitas a cada hogar, en las que se observó a los bebés en relación con los agentes educadores, utilizando los Indicadores Clínicos de Referencia para el Desarrollo Infantil (IRDIs). También se buscó, a partir de los conceptos fundamentales de la teoría de D. Winnicott, sustento para reflexionar sobre lo evidenciado en la relación entre bebés y cuidadores, de manera que las concepciones de entorno y (dis) continuidad del cuidado sirvieran de base en esta lectura, permitiendo el surgimiento de algunas notas: incluso enfatizando el derecho a la continuidad del cuidado que tiene todo niño, la separación de la madre / familia no es necesariamente traumática en sí misma. Entendemos, por tanto, que aun siendo portadores de una primera marca (privación de la familia originaria), existe la posibilidad de que el bebé se desarrolle satisfactoriamente en el contexto del cuidado institucional, siempre que pueda establecer un encuentro con alguien / entorno. disponible para apoyarlo, para brindar una experiencia de continuidad y para evitar que tu sufrimiento inicial te haga imposible llegar a ser.

: .

        · | | |     · |     · ( pdf )

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License