54 2 
Home Page  


Tempo psicanalitico

 ISSN 0101-4838 ISSN 2316-6576

SOUSA, Letícia Teles de    SOUZA, Mériti de. Tramas do racismo e das violências na infância brasileira: a obra de arte "Amnésia". []. , 54, 2, pp.130-160. ISSN 0101-4838.

^lpt^aEste artigo busca tecer relações sobre a infância, o racismo e as violências a fim de tensionar as linhas que fundamentam discursos e práticas sobre o processo de subjetivação da criança negra no Brasil. Inspiradas em conceitos da Filosofia da Diferença - Esquizoanálise proposta pelos filósofos Deleuze e Guattari, nos estudos étnico-raciais e na obra de arte "Amnésia" de Flávio Cerqueira, apresentaremos alguns fios de análise sobre os diagramas de poder que aprisionam a experiência da infância da criança negra em linhas de sujeição e as resistências que se entreabrem a partir da arte como uma potente intercessora. Consideramos que as capturas do embranquecimento e da miscigenação evocados pela obra indicam que a relação de poder associada ao racismo entranha na sociedade brasileira produzindo subjetividades. Dialogando com Stuart Hall veremos que o racismo será entendido como discurso, pois configura na cultura uma inteligibilidade relativa as diferenças humanas. Importante salientar que apesar da crítica atual realizada por diferentes áreas do conhecimento ao conceito de raça como categoria analítica, ela continua a operar com força através da captura das subjetividades, justamente, por estar pulverizada nas práticas e nos discursos e, sobretudo, em mecanismos estéticos, políticos, ideológicos e morais. Ainda, a partir do bloco de sensações que a arte revoluciona consideramos importante pensar a infância da criança negra como devir-minoritário e tecemos análises sobre a potência que essa obra de arte exala seja apontando para a linha de sujeição do racismo e do embranquecimento, como também, exacerbando a linha de fuga aos moldes violentos que a infância minoritária da criança negra anuncia sobre a existência e os modos de subjetivar.^len^aThis article seeks to weave relationships about childhood, racism, and violence in order to stress the lines that underlie the discourses and practices on the process of subjectivation of the Black child in Brazil. Inspired by concepts from the Philosophy of Difference - Schizoanalysis proposed by the philosophers Deleuze and Guattari, in ethnic-racial studies and in the artwork "Amnesia", by Flávio Cerqueira, we will present some threads of analysis on the diagrams of power that imprison the black child´s childhood experience in lines of subjection and the resistances that are half-opened from art as a powerful intercessor. We consider that the captures of whitening and miscegenation evoked by the work indicate that the power relationship associated with racism permeates Brazilian society producing subjectivities. In dialogue with Stuart Hall, we will see that racism will be understood as discourse, as it configures in culture an intelligibility related to human differences. It is important to point out that despite the current criticism made by different areas of knowledge to the concept of race as an analytical category, it continues to operate with force through the capture of subjectivities, precisely because it is pulverized in practices and discourses and, above all, in aesthetic, political, ideological, and moral mechanisms. Still, from the block of sensations that art revolutionizes, we consider it important to think of the black child as a minor-becoming and we will weave analyzes with the power that this work of art exudes, whether pointing to the line of subjection of racism and whitening, as well as, exacerbating the line of flight to the violent molds that the minority childhood of the black child announces about the existence and the ways of subjectivizing.^les^aEste artículo busca tejer relaciones sobre infancia, racismo y violencia para subrayar las líneas que subyacen en los discursos y prácticas sobre el proceso de subjetivación del niño negro en Brasil. Inspirándonos en conceptos de la Filosofía de la Diferencia - Esquizoanálisis propuestos por los filósofos Deleuze y Guattari (1995), en los estudios étnico-raciales y en la obra de arte "Amnesia", de Flávio Cerqueira (2015), presentaremos algunos hilos de análisis sobre los esquemas de poder que aprisionan la experiencia da infancia del niño negro en líneas de sujeción y las resistencias que se entreabren desde el arte como poderoso intercesor. Consideramos que las capturas de blanqueamiento y mestizaje evocadas por la obra indican que la relación de poder asociada al racismo permea la sociedad brasileña produciendo subjetividades. En diálogo con Stuart Hall, veremos que el racismo será entendido como discurso, en tanto configura en la cultura una inteligibilidad relacionada con las diferencias humanas. Es importante señalar que a pesar de las críticas actuales que desde diferentes áreas del conocimiento se hacen al concepto de raza como categoría analítica, ésta sigue operando con fuerza a través de la captura de subjetividades, precisamente porque se encuentra pulverizada en prácticas y discursos y, sobre todo, en los mecanismos estéticos, políticos, ideológicos y morales. Todavía, desde el bloque de sensaciones que revoluciona el arte, consideramos importante pensar al niño negro como un devenir-minoría y tejeremos análisis con la potencia que destila esta obra de arte, ya sea apuntando a la línea de sujeción del racismo y blanquear, así como, exacerbar la línea de fuga a los moldes violentos que la infancia minoritaria del niño negro anuncia sobre la existencia y las formas de subjetivar.

: .

        · | | |     · |     · ( pdf )

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License