54 2 
Home Page  


Tempo psicanalitico

 ISSN 0101-4838 ISSN 2316-6576

COUTINHO, Angela. O paradoxo da escuta analítica. []. , 54, 2, pp.209-228. ISSN 0101-4838.

^lpt^aO presente artigo aborda o paradoxo da escuta analítica, partindo do pensamento de Foucault, usado como ferramenta para pensar uma clínica na resistência, o que abre novos horizontes para o manejo da clínica psicanalítica na contemporaneidade. A psicanálise trabalha com um a um. Como lidar com a singularidade do sujeito, sem deixar de levar em conta o grupo identitário ao qual ele pertence, com problemáticas que lhe são próprias e que o distingue no coletivo? Como escutar o coletivo/individual inerente em cada narrativa do sujeito? A prática psicanalítica inspirada em Foucault é um processo de descoberta das sujeições que cercam e cerceiam nossa vida, visando provocar uma queda de certo saber de si. O sujeito é capaz de dizer não a constrangimentos históricos, o que lhe permite desprender-se de si mesmo e não afirmar uma identidade. O conhecer para desconhecer-se e transformar-se. Uma perspectiva ética se abre aqui, isto é, a elaboração de uma forma de relação consigo mesmo, a partir de um descolamento de nossas formações históricas. O "cuidado de si" implica uma ética que se opõe à suposição de um eu autônomo, precedendo sua própria história. Trata-se da problematização do já dito, visando à constituição de si, sempre em processo, puro devir. A ética do psicanalista consiste, assim, numa atitude acolhedora diante de um passado que insiste em se dizer presente, instigadora e questionadora acerca do próprio presente, visando um desvio dos pontos de estagnação, em direção à pura abertura.^len^aThis article deals with the paradox of analytical listening, starting from Foucault's thinking, used as a tool to think about a clinic in resistance, which opens new horizons for the management of a psychoanalytic clinic in contemporary times. Psychoanalysis works one by one. How to deal with the singularity of the subject without failing to consider the identity group to which he belongs, with problems that are his and that distinguish him in the collective? How to listen to the collective/individual inherent in each narrative of the subject? The psychoanalytic practice inspired by Foucault is a process of discovering the subjections that surround and surround our life, aiming to provoke a fall of certain knowledge of one another. The subject can say no to historical constraints, which allows him to detach himself from himself and not affirm an identity. To know him to be unwell and to transform himself. An ethical perspective opens here, that is, the elaboration of a form of relationship with one another, from a detachment of our historical formations. The "care of the self" involves ethics that opposes the assumption of an autonomous self, preceding its history. This is the problematization of the above, aiming at the constitution of one another, always in process, pure to come. The ethics of the psychoanalyst is, thus, a welcoming attitude towards a past that insists on saying itself present; instigator and questioner about the present itself, aiming at a deviation of the points of stagnation, towards pure openness.^les^aEl artículo aborda la paradoja de la escucha analítica, a partir del pensamiento de Foucault, utilizado como herramienta para pensar en una clínica en resistencia, lo que abre nuevos horizontes para el manejo de la clínica psicoanalítica en los tiempos contemporáneos. El psicoanálisis trabaja con uno por uno. ¿Cómo tratar la singularidad del sujeto, sin dejar de tener en cuenta el grupo identitario al que pertenece, con problemas que le son propios y que le distinguen en el colectivo? ¿Cómo escuchar lo colectivo/individual inherente a cada narrativa del sujeto? La práctica psicoanalítica inspirada en Foucault es un proceso de descubrimiento de las sujeciones que rodean y rodean nuestra vida, con el objetivo de provocar una caída de cierto conocimiento de unos a otros. El sujeto es capaz de decir no a las restricciones históricas, lo que le permite separarse de sí mismo y no afirmar una identidad. Conocerlo enfermo y transformarse. Aquí se abre una perspectiva ética, es decir, la elaboración de una forma de relación entre sí, a partir de un desprendimiento de nuestras formaciones históricas. Lo "cuidado de sí" implica una ética que se opone a la asunción de un yo autónomo, precediendo a su propia historia. Esta es la problematización de lo anterior, apuntando a la constitución de uno otro, siempre en proceso, puro por venir. La ética del psicoanalista es, pues, una actitud acogedora hacia un pasado que insiste en decirse presente; instigador e interrogador sobre el presente mismo, apuntando a una desviación de los puntos de estancamiento, hacia la apertura pura.

: .

        · | | |     · |     · ( pdf )

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License