21 3 
Home Page  


Temas em Psicologia

 ISSN 1413-389X

KALCKMANN, Suzana. Preservativo feminino e dupla proteção: desafios para os serviços especializados de atenção às DSTs e Aids. []. , 21, 3, pp.1145-1157. ISSN 1413-389X.  https://doi.org/10.9788/TP2013.3-EE18PT.

^lpt^aO artigo discute o uso de preservativos femininos por 713 usuárias de sete serviços especializados de atenção às DSTs/Aids da Grande São Paulo incluídas em um estudo longitudinal de avaliação da continuidade de seu uso. A maior descontinuidade ocorreu no primeiro mês; do total, 335 (47,0%) mulheres não voltaram para o primeiro seguimento. Ao final dos 12 meses de observação, 23 (3,37%) mulheres estavam em uso contínuo do preservativo feminino. Considerando as que voltaram para seguimento, o tempo médio de uso contínuo do preservativo feminino foi de 4,6 meses e a mediana de 3,4 meses. A análise do tempo de uso pelo Método de Kaplan Meier mostrou haver associação estatísticamente significante com o estado sorológico para o HIV(p=0,02). As mulheres com sorológico positivo aderiram por mais tempo ao método do que as soronegativas que são parceiras de homens vivendo com o HIV. A opinião dos parceiros foi decisiva para a interrupção e para a manutenção do uso do preservativo feminino, indicando que o casal e a intersubjetividade no contexto das relações de gênero, e não apenas a informação da mulher sobre o uso do método, deve ser o foco da promoção do preservativo. Muitas mulheres que usaram o insumo e interromperam são mulheres soropositivas e parceiras de soropositivos e pretendem voltar a usá-lo. Os serviços devem ampliar o escopo da suas orientações sobre o preservativo e repensar sua atuação junto às parceiras soronegativas e aos homens.^len^aThe article discusses the use of the female condom by 713 clients of seven service centers specialized in STDs/AIDS in Greater São Paulo, which were part of a longitudinal study about the continuity of its use. The highest level of discontinuity occurred in the first month: of the initial sample, 335 (47.0%) women were lost to follow up. After 12 months of observation, 23 (3.37%) women reported continuous use of the female condom. Among those who were retained in the study, the mean use of the female condom was 4.6 months and the median was 3.4 months. The analysis of time of use of the female condom conducted using the Kaplan Meier Method showed a statistically significant association with HIV serostatus (p=.02). Women who were HIV positive adhered for a longer period of time to this method of prevention than HIV negative women in sexual relationships with men living with HIV. The decision of the sexual partner was a deciding factor for the interruption and for the maintenance of female condom use, indicating that the dyadic dynamic and intersubjectivity in the context of gendered relations, and not merely the knowledge of the method by the woman, should be the focus of promoting the female condom. Many women began to use the female condom and interrupted its use were seropositive and partners of seropositive partners and intended to begin using it again. Health services should broaden their scope in relation to the female condom, as well as rethink their engagement with the seronegative women and men.^les^aEl artículo aborda el uso del condón femenino por 713clientes de siete centros de servicios especializados en ETS/SIDA en el Gran São Paulo, que eran parte de un estudio longitudinal sobre la continuidad de su uso. El nivel más alto de la discontinuidad se produjo en el primero mes, de la muestra inicial, 335(47,0%) mujeres se perdieron durante el seguimiento. Después de 12 meses de observación, 23(3,37%) mujeres reportaron el uso continuo del preservativo femenino. Entre los que fueron retenidos en el estudio, la media de uso del preservativo femenino fue de 4,6 meses y la mediana fue de 3,4meses. El análisis del tiempo de uso del preservativo femenino realizada mediante el método de Kaplan Meier mostró una asociación estadísticamente significativa con el estado serológico del VIH (p=.02). Las mujeres que eran VIH positivas se adhirieron durante un período de tiempo más largo para este método de prevención que las mujeres VIH negativas que tenían relaciones sexuales con los hombres que viven con el VIH. La decisión de la pareja sexual fue un factor decisivo para la interrupción y para el mantenimiento del uso del preservativo femenino, lo que indica que la dinámica diádica y la intersubjetividad en el contexto de las relaciones de género, y no sólo el conocimiento del método por el que la mujer, deben ser el enfoque de promover el preservativo femenino. Muchas mujeres que comenzaron a usar el preservativo femenino e que interrumpieron su uso eran seropositivos y parejas de compañeros seropositivos pero tenían la intención de comenzar a utilizarlo de nuevo. Los servicios de salud deben ampliar su alcance en relación con los preservativos femeninos, así como repensar su compromiso con las mujeres y los hombres seronegativos.

: .

        · | | |     · |     · ( pdf )