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Temas em Psicologia

 ISSN 1413-389X

ALBERTO, Maria de Fatima Pereira    YAMAMOTO, Oswaldo Hajime. Quando a educação não é solução: política de enfrentamento ao trabalho infantil. []. , 25, 4, pp.1677-1691. ISSN 1413-389X.  https://doi.org/10.9788/TP2017.4-10Pt.

^lpt^aO objetivo deste artigo é analisar as mudanças empreendidas pelo governo brasileiro nas políticas públicas de enfrentamento ao trabalho infantil. O processo democrático do país na década de 1980 em busca de equidade e justiça social, a parceria com organizações internacionais resultaram na ratificação das normas internacionais, criação de legislações específicas e constituição na década de 1990 de uma política pública: o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI). O PETI aliava transferência de renda e educação. Apesar das críticas internas e internacionais recebeu recomendações de continuidade porque foi reconhecido como política de enfrentamento ao trabalho infantil. Mas a partir de 2005 o governo brasileiro empreendeu mudanças justificando a necessidade de aprimoramento da gestão. Extinguiu o PETI e instituiu outra política que focaliza transferência de renda e pobreza. Retirou o foco do trabalho infantil e da educação porque fez uma leitura de suas causas, essencialmente atreladas à pobreza. Deixou o foco da assistência e da proteção social no indivíduo e passou para proteção à família, através de serviços socioassistenciais fragmentados, focalizados na indigência e vigilância social em vez de investir em políticas educacionais e universais.^len^aThe aim of this article is to analyze the changes in public policy against child labor introduced by the Brazilian government. The democratic processes of the 1980s in defense of social equity and justice, and the partnership with international organizations resulted in the ratification of international guidelines, the creation of specific legislation and the development of public policy against child labor in the 1990s. The result of this process was the Child Labor Eradication Program (PETI), which combined income transfer and education. Despite national and international criticism, its continuation was strongly supported for its contribution to the eradication of child labor. However, starting in 2005, the Brazilian government implemented a series of legislative changes in a supposed attempt to improve managerial effectiveness. The PETI was extinguished and replaced by an income transfer policy with a focus on poverty. Education and child labor, whose existence was mainly attributed to poverty, ceased to be the focus of public policy. Other policies followed a similar trajectory, emphasizing family rather than individual protection and assistance, through fragmented social services with a focus on extreme poverty, community surveillance, and universal access to education.^les^aEl objetivo de este artículo es analizar los cambios realizados por el gobierno brasileño en las políticas públicas de enfrentamiento al trabajo infantil. El proceso democrático de la década de 1980 en busca de la equidad y la justicia social, la articulación con las organizaciones internacionales resultaron en la ratificación de las normas internacionales, la creación de una legislación específica y establecimiento, en la década de 1990, de políticas públicas: el Programa de Erradicación del Trabajo Infantil (PETI) aliándose la transferencia combinada de ingresos y la educación. A pesar de las críticas nacionales e internacionales, se recomendaba continuar el programa. Pero a partir de 2005, el gobierno brasileño llevó a cabo cambios en las políticas justificando la necesidad de mejorar la gestión. Se Extinguió el PETI y se instituyó como eje la transferencia de ingresos y la pobreza. Se retiró el foco del trabajo infantil, porque se hizo una lectura de sus causas, principalmente vinculada a la pobreza, el foco se convierte en la situación de riesgo y no en el proceso educativo. Se deja el enfoque de la asistencia y la protección social en el individuo y pasa a la protección de la familia, a través de servicios de asistencia social fragmentado, centrado en la indigencia y la vigilancia social en lugar de las políticas educativas y universales.

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