Cadernos de psicanálise (Rio de Janeiro)
ISSN 1413-6295
ALENCAR, Sabira. Todas as manhãs do mundo são sem regresso. []. , 39, 37, pp.207-226. ISSN 1413-6295.
^lpt^aO modo como Ferenczi e Winnicott pensaram o corpo e o universo simbólico permite uma reflexão interessante sobre aspectos da dinâmica psíquica, que estão em jogo na experiência musical. Com tais autores, é possível reconhecer a música como um fenômeno que envolve certo tipo de compreensão, que não se submete a uma dimensão externa ao sonoro e ao sensível, que não é, forçosamente, representável. É com base na memória sensorial das primeiras impressões auditivas que a música presentifica ecos de um vivido esquecido na lembrança e marcado no corpo. Na memória do corpo, a música se empresta para tudo poder significar, expressar, simbolizar, criar, mas nada exatamente.^len^aThe way in which Ferenczi and Winnicott thought about the body and the symbolic universe provides an interesting reflection on aspects of the psychic dynamics that are involved in the musical experience. With such authors, it is possible to recognize music as a phenomenon that carries a meaning, but this is not submitted to a dimension external to the sonorous and to the sensitive. This is not necessarily representable. It is through the sensorial memory of these impressions that the music makes present the echoes of a lived experience that was forgotten but yet is marked in the body. In the body`s memory, music lends itself to everything in order to mean, express, symbolize, create, but neither of those exactly.
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