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Cadernos de psicanálise (Rio de Janeiro)

 ISSN 1413-6295

     

 

RESENHAS

 

Com Ferenczi: clínica, subjetivação, política

 

With Ferenczi: clinical, subjectivation, politics

 

Reis, Eliana Schueler; Gondar, Jô. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2017. 230p.

 

 

Ana Maria Furtado*

ICírculo Psicanalítico do Rio de Janeiro - CPRJ - Brasil

Endereço para correspondência

 

 

Num trabalho, mais que oportuno, Eliana S. Reis e Jô Gondar apresentam, de forma profunda e crítica, a originalidade da contribuição de Sándor Ferenczi para a compreensão da clínica psicanalítica, na contemporaneidade. As autoras nos brindam com um livro que apresenta a riqueza da metapsicologia ferencziana para a compreensão do sofrimento psíquico, presente nas subjetividades marcadas pelos traumas precoces, que produzem efeitos nas constituições subjetivas, antes da possibilidade da instauração do recalque e da representação linguística.

Dividida em três partes, a obra demonstra que a originalidade do pensamento ferencziano permite uma ampliação teórico-técnica, que amplia, consideravelmente, o alcance da psicanálise clássica, destacando o vigor da noção ferencziana de trauma, concebida como central para a constituição do psiquismo. Demonstram como os afetos e a sensorialidade têm um lugar de destaque na constituição subjetiva, permitindo o entendimento e a intervenção em situações que se instalaram muito precocemente.

As autoras demonstram que sua afinidade com a postura teórico-clínica e política de Ferenczi não vem a ser uma afiliação submissa a suas premissas. Propõem uma reflexão profícua, que visa atualizar a importância de sua obra para a compreensão das subjetividades que se constituem num modelo distinto da neurose, como explorada por Freud ao longo da construção de sua metapsicologia.

Permeia seu trabalho, a concepção da psicanálise como uma prática não normativa, portanto, menos interessada em dividir os sujeitos entre neuróticos e não neuróticos - primeira tentação ao nos defrontarmos com a radicalidade da concepção do trauma como central na constituição psíquica - e mais voltada à ampliação dos mecanismos de constituição narcísica e das formas de relação do indivíduo com seu entorno. O efeito disso é uma constante preocupação com o devir, com os mecanismos de cura, com o trabalho do analista concebido como uma "oscilação quase perpétua entre sentir com, auto-observação e capacidade de julgamento" (FERENCZI, 1928, p. 32).

As autoras iniciam o livro com artigos que ilustram a inflexão dessa compreensão do trauma, no relato de situações clínicas atuais. A primeira parte do livro - Clínica - se inicia com um artigo em que Eliana ressalta o papel do analista como testemunha implicada, ilustrando como o analista é, frequentemente, requerido para além da atenção flutuante e do manejo interpretativo, sendo exigido em sua capacidade de "sentir com" o paciente que apresenta "sintomas transitórios em análise", destacando que o agir convoca ao trabalho, tanto o paciente quanto o analista, que será lançado em lugares inusitados, para além da palavra, numa troca de ritmos e intensidades afetivas, presentes nas angústias primárias. Associa essa troca de vitalidades à criação do espaço transicional de Winnicott, que transforma o espaço analítico num ambiente criativo, propiciador de novas integrações.

Seguindo nessa linha, apresenta-se um artigo de Jô sobre o einfülung, o sentir com, em que expõe a experiência da singularidade como o traço característico da psicanálise, o que afastaria a clínica da perspectiva de um modelo de cura, sendo cada caso estranho à neurose um encontro com o estranho, no próprio analista e este ofício marcado pela busca de sentido mais do que pela procura de interpretações. Defende uma atitude analítica, que trabalhe com o símbolo em sua literalidade afetiva e corporal na transferência. Assim, privilegia a atmosfera de empatia ente a dupla analítica como facilitadora da emergência dos aspectos clivados da experiência do paciente. Na metapsicologia ferencziana, no encontro analista-analisando, o tato do analista faz do afeto a via da perlaboração, propiciando a emergência, na sessão analítica, de afetos inéditos aí produzidos (p. 49). Ressalta, assim, a importância de uma sensibilidade porosa do analista, através do contato com sua própria fragmentação e seus próprios afetos.

No terceiro artigo desta sessão, Eliana Reis associa dois dos textos fundamentais de Ferenczi, O sonho do bebê sábio (1923) e Confusão de línguas entre os adultos e a criança (1933) aos trabalhos de Stern e Stein, para refletir sobre as complexas redes de significação e sentido estabelecidas a partir do desencontro traumático entre os códigos infantis e adulto e como isso se reflete e se ilustra, em sonhos de uma paciente. Nele ficam claros os efeitos das cisões no Eu, que demonstram a permanência do infantil, que precisa ser reconhecido no adulto, para que se possam "inscrever novos modos de articulação de uma história" (p. 64).

No quarto capítulo, o tema de Jô Gondar é, também, o sonho, compreendido, não como realização de desejo, como em Freud, mas como expressão da catástrofe psíquica em Ferenczi. Ressalta a função traumatolítica do sonho, como possibilidade de elaboração do trauma. Mostra que, nesse autor, a repetição é positivada, pois visa ao domínio e liquidação do trauma, visto que as impressões sensíveis da experiência vivida é que são matérias do sonho e não os pensamentos latentes, como na concepção freudiana. Assim, destaca o acesso à figurabilidade nos sonhos dos pacientes como facilitador do trabalho psíquico e do trabalho analítico, sendo o elemento central na capacidade de "sentir com" do analista na transferência.

No texto seguinte, Eliana conecta as premissas ferenczianas aos estudos de Daniel Stern e Boris Cyrulnik, ressaltando, como no texto sobre a criança mal acolhida e sua pulsão de morte, ele insistia nos efeitos deletérios de trocas afetivas truncadas nos primórdios da vida do bebê atuando sobre os processos de subjetivação. Retoma o texto sobre a confusão de línguas (1933), para comentar o aspecto da violência neles presente quando o adulto desmente e desqualifica o prazer, o desprazer ou o sofrimento, experimentados pela criança, comprometendo sua capacidade de criar sentidos e ter inseridas suas vivências numa ordem associativa de significações. Exemplifica essa "violação da alma" (sic) através do relato da análise do sonho de uma paciente, bastante esclarecedor da postura clínica que essa compreensão favorece.

Aprofundando a compreensão sobre o trauma, Jô apresenta um artigo, especialmente original, em que demonstra como o que é invalidante no trauma é o desmentido, que incide sobre os afetos do sujeito, o descrédito sobre a experiência da vítima. A conjunção do ato violento e desmentido é o que causa a desestruturação. Ela amplia essa compreensão associando-a aos textos de F. Fanon e P. Levi, ressaltando a criação de uma zona cinzenta, marcada pela presença de afetos contraditórios, onde nada parece fazer sentido, onde a existência fica invalidada.

A segunda parte desse livro trata do processo de subjetivação. Continuando a alternar os textos, no primeiro deles - Corpo e memória traumática - Eliana fala de uma memória posta em ação, no corpo e não no psiquismo. Através de múltiplas cisões, a memória do trauma se dividiria em partes não comunicantes, presentes em diferentes registros afetivos isolados entre si. Considera, então, que a clivagem resultante do trauma precoce mantém a libido narcísica como expressão da pulsão de morte, criadora de formas de satisfação autoerótica através da destruição do próprio corpo. Discute a necessidade de um analista receptivo às intensidades e ritmos afetivos dos pacientes, num manejo do setting que vise "integrar a dor como afirmação da existência e não como ameaça de aniquilamento" (p. 109-110), sendo essa a forma de ativar neles as pulsões de vida.

A seguir, Jô, articulando a riqueza da prosa de Amós Oz sobre a concretude presente na origem da linguagem, mostra que a dimensão sensorial das palavras em Ferenczi é portadora de uma dimensão estética, para além do corpo e do psiquismo, produzindo "uma atmosfera que delas emana" (p. 113). Reforça, assim, a necessidade de situarmos o símbolo linguístico na esfera do afeto e da sensibilidade. A obra de referência aqui é o Thalassa, onde um halo sensorial estaria presente no símbolo, pois, para Ferenczi, a linguagem imita e toca o real ao longo da filogênese, havendo profunda intimidade entre as palavras e as coisas, que, para o autor, mais as expressam que as representam. É levantada a hipótese de que muitos dos sujeitos contemporâneos, cuja palavra é dita sem o recurso metafórico, teriam o benefício de uma escuta voltada a compreender, restaurar o vivido mais que a interpretá-lo. Com isso, o analista precisa trabalhar sob a presunção da veracidade do relato do paciente mais que sob a suspeição do mesmo, como em análise de neuroses.

Eliana, a seguir, comenta a questão da virtualidade como potência de agir e devir, resgatando o lugar do autoerotismo como um estado de excitação que pede uma forma, um corpo carregado de sentidos, inicialmente preenchido pelos afetos de vitalidade. Ressalta como o sensório está presente parcializado nas formas de sensos do Eu (Stern) estabelecidas nas trocas com os cuidadores. Analisa, aí, a dimensão clínica das afecções do sexual nos adultos que foram crianças mal acolhidas precocemente e que mantiveram um funcionamento corporal sob o domínio da pulsão de morte, atuando, de forma dissociada, nas compulsões e variadas adições e depressões. Propõe, a partir de P. Levy, a compreensão da atividade terapêutica como atualizadora das "marcas de prazer e dor que põem a circular fluxos de força no sentido de um devir erógeno" (p. 134). Assinala a força das pequenas percepções (J. Gil) na relação entre analista e paciente, quando, mais que intérprete, o terapeuta será convocado como testemunha de prazer e dor, como catalisador de um processo de subjetivação que se dá num fluxo incessante.

Então, Jô estabelece um diálogo entre Ferenczi a Christoph Türcke, trazendo à luz a concepção de cultura deste autor. Nesta, a cultura é criada através da compulsão à repetição como uma reação ao trauma. Reflete sobre o conceito de identificação ao agressor em Ferenczi, o especialista em pacientes difíceis, que não sofrem de reminiscências e fantasias, mas sim de traumas reais, provenientes do ambiente. Assinalando que Türcke considera que para aprender o que é pensar é necessário compreender o sonhar na sua função traumatolítica supracitada, traz para o centro do sonho a compulsão à repetição, como uma fuga para frente, Türcke concordaria com os argumentos ferenczianos no Thalassa, quando esse mecanismo é positivado pela conjugação à criação, pela perspectiva da catástrofe traumática como causa do devir. Jô assinala que a postura clínica de Ferenczi permite que ele se diferencie do pensador alemão, pela forma como concebe as pulsões e os primórdios, além do cuidado do húngaro com o sofrimento humano, acreditando que o que os aproxima é a potência crítica sobre a sociedade contemporânea.

Na sequência, Eliana pensa a psicanálise como prática política e se pergunta sobre a função da resistência na análise como uma expressão de um mínimo espaço de afirmação do ser. Isso se dá quando, na transferência, surgem sensações corporais que caracterizam regressões a pontos de fixação autoerótica, que deverão ser entendidos numa dimensão intensiva e não só significante. Nessa perspectiva, as formações caracteriais que surgem na transferência devem ser entendidas como evidências da insistência em continuar a ser, que precisam ser acolhidos pelo analista numa atenção a múltiplos planos perceptivos, com uma atenção especial ao sensório, que dará a base para a constituição de uma experiência de "continuidade de ser" (WINNICOTT).

No artigo seguinte, Jô trata de afinidades eletivas entre Ferenczi e Nietzsche, ressaltando que, ao ter se constituído como terapeuta de pacientes difíceis, o analista se debruça muito mais sobre o plano das pulsões e dos jogos afetivos que das interpretações, assumindo uma preocupação menos epistemológica e mais voltada à criação de impulsos de vida e razões para continuar a existir, pois concebe que o corpo pensa quando o psiquismo falha. Ferenczi baseia-se, então, em Nietzsche para vencer os dualismos e oposições tão característicos da metapsicologia freudiana. Assim, aceita a pulsão de morte, mas não a contrapõe às de vida, porque vê a destruição como parte da vida, como causa do devir. Apoiado em Nietzsche, propõe a conjunção entre destruição e criação, acreditando que o valor supremo da existência é o querer viver. Para ele, a pulsão de morte é uma potência criadora porque não existe criação sem destruição. Dessa forma, para Ferenczi o sintoma seria o último reduto onde o sujeito manteria preservada sua singularidade, mesmo que para isso não consiga preservar a vida. Por isso, o tratamento para Ferenczi é apoiado numa estética da potência.

Finalmente, a terceira parte da obra - Política - se inicia com a crítica de Eliana às perspectivas, tanto política quanto filosófica do individualismo, quando o modo de subjetivação dominante separa indivíduo e mundo, demarcando seu lugar como um solitário senhor da natureza, à custa de abrir mão do acesso à dimensão da sensível, que nos liga ao que nos ultrapassa. O resultado seria o tédio e uma subjetivação produzida na ordem do traumático, visto não comportar nenhuma ressonância com o outro, nenhuma sintonia afetiva para enfrentamento das incertezas. A ausência de fronteiras propicia a vivência de um terror, que é efeito da ausência de um espaço de mediação, da ausência de elos e da criação de muralhas isoladoras entre razão e afetividade, características de nosso tempo.

Assim, no texto seguinte, Jô defende que a função do analista, na contemporaneidade, vem a ser algo mais do que escutar e interpretar uma narrativa. Sua função é a de testemunhar o acontecido, trabalhando com os sonhos traumáticos através da figurabilidade e representação e não mais do deslocamento e da condensação. Considerando que a vida se expande e se cura pela repetição (1931), Ferenczi entendia que o movimento de repetição envolve um trabalho, que deve ser testemunhado por um terceiro para adquirir consistência subjetiva. Assim, o analista presente na cena, que surge no relato do paciente, exerce outra função, além de continente, que ajuda a criar uma memória que vai ser experimentada pela primeira vez, podendo ser percebida e descarregada motoramente. Nesta visão, a função analítica se institui, não como lei - que seria normalizadora - mas como "um laboratório de intensidades afetivas à procura de configuração" (p. 193), que se dá pela instituição do reconhecimento (oposto ao desmentido), da validação das percepções e sentimentos daquele que sofreu a violência. O paradoxo que se apresenta é que a função de testemunha permite a criação das potencialidades do sujeito. A análise se constitui, então, como um espaço de paradoxos, onde se pode narrar a impossibilidade de narrar, transformando-se num espaço potencial, constituído a partir do sentimento de intimidade, instituído pela capacidade do analista "sentir com" o paciente.

Eliana, comentando W. Benjamin, refere-se a esta questão, trazendo uma das críticas desse autor à Modernidade (1933), como um tempo em que as vivências remetem à perda do tempo compartilhado da tradição, que nos remete à barbárie. Por isso, segundo comentadores, ele busca uma reconstrução da experiência, nascida de uma nova forma de narratividade aberta, como em Kafka. Ilustra-a através do relato da experiência do rap, em que mais que o significado das palavras o importante é o ritmo, a levada, sua intensidade que transmite vitalidade. Comenta alguns filmes documentais e constata que são formas de narração aparentemente pobres, mas que instituem "brechas em direção a outros possíveis" (p. 205). Daí, defender que, nas narrativas contemporâneas, nós, analistas, devemos privilegiar afetos, que constituem cartografias de intensidades que vêm a constituir sentido. Cabe a nós, não apenas historicizar experiência traumática da banalidade da vida contemporânea, mas ajudar nossos pacientes a furar esse bloqueio de forças, explorando as formas de expressão, que surgem na atualidade.

A obra se encerra com um artigo de Jô, em que explora o pensamento político de Ferenczi, a partir da concepção de E. Hobsbawn, na trilogia Eradosextremos (1994), quando ele concebe o século XX como era de eventos traumáticos e também de T. Adorno, que vai além, afirmando que, depois da Shoah, seria necessário atuar e pensar de outra forma na ética e na política, o que tentaram fazer muitos dos filósofos desse século (Escola de Frankfurt), num esforço teórico de responder "à força inquietante do trauma no nosso presente" (sic). Esse artigo comenta que a preocupação de Ferenczi com o sofrimento e os problemas subjetivos derivados dos jogos de poder, produziu inovações teórico-técnicas, que produziram, simultaneamente, implicações políticas. A afirmação de que a origem do trauma está no desmentido, põe em foco a posição de assujeitamento, a não validação perceptiva da violência sofrida, estabelecendo-se relações de poder, de descrédito daquele que vivenciou o sofrimento. Perguntando-se como isso poderia ser estendido ao coletivo, Jô comenta os estudos, da segunda metade do século XX, sobre o trauma coletivo (ERIKSON, 1976), fruto de acidentes ecológicos ou de violência humana, mostrando que seu efeito mais devastador se refere à destruição da confiança básica, dos vínculos com os seres humanos que não reconhecem seus erros, após a ocorrência das catástrofes.

Jô assinala que, hoje, se estuda a questão do reconhecimento como avesso do desmentido, nas reivindicações políticas contemporâneas das minorias, nos planos amoroso, jurídico e político. Ela demonstra como a insistência de Ferenczi, no entanto, era sobre o desmentido que incide sobre a vulnerabilidade da vítima de violência (mais que sobre seu desamparo, que era a ênfase freudiana), sendo assim um precursor das teorias de objeto em psicanálise. O destaque é para a vulnerabilidade do sujeito, em relação ao outro. Jô insiste que Ferenczi fala de uma comunidade de destino entre paciente e analista, que se apresentam um ao outro em suas vulnerabilidades. A relação analítica constitui-se, para ele, numa parceria, em que o analista abandonaria uma referência fálica de poder para instaurar uma intimidade cúmplice com a experiência vital do paciente, uma relação horizontal, sendo a atitude política, segundo a autora, a distribuição mais justa da vulnerabilidade. Reconhecer a precariedade de todos os membros envolvidos numa relação pode ser o efeito comunitário pensado a partir dessa posição de parceria entre a dupla analítica, pois o reconhecimento da vulnerabilidade conduz à potência e não à vitimização. Jô ressalta, neste artigo final, que a vulnerabilidade primária constitui uma questão ética, visto ser o trauma uma consequência inevitável quando ela não é salvaguardada. A proposta final, a meu ver bastante original, é pensarmos o laço social, não mais a partir do declínio da função do pai, mas investigarmos uma nova modalidade de vinculação, fundada no "fundamento político enquanto arte de viver juntos" (sic).

Como se vê, esta obra é um trabalho abrangente sobre a clínica ferencziana e as implicações éticas dela decorrentes, sendo uma leitura enriquecedora, do princípio ao fim.

 

 

Endereço para correspondência
Ana Maria Furtado
anamariafurtado.rj@gmail.com

*Psicanalista, membro efetivo/Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro (CPRJ), mestre em Psicologia Clínica/Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), doutora em Saúde Coletiva - IMS/Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

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