12 12 
Home Page  


Imaginário

 ISSN 1413-666X

NEVES, Samantha Freitas Stockler das. Um minuto de grito, um lugar de paz: mulheres jovens e o direito à palavra. []. , 12, 12, pp.117-147. ISSN 1413-666X.

^lpt^aPesquisando a participação de mulheres em grupos juvenis entre 1999 e 2001, pude perceber que os movimentos hip-hop e anarcopunk, apesar de se constituírem como espaços predominantemente masculinos, eram ainda espaços de relações menos hierarquizadas, onde havia uma aceitação dessas jovens mulheres, ainda que precária. ‘Aberta a brecha’, elas apropriavam-se dessa aceitação e transformavam-na em um discurso da valorização do “ser mulher”, denunciando as discriminações e relações desiguais que sofriam no próprio movimento, buscando construir novas relações - a partir de coletivos de mulheres ou em coletivos mistos, abrindo espaços para a atuação de outras mulheres, rompendo com os modelos tradicionais de socialização que sofreram, construindo também movimentos diferentes, em que os homens jovens estavam tendo que aprender que o poder poderia ser distribuído mais igualitariamente. A importância de sua ‘juventude’ estava mais em sua participação nos estilos hip-hop e anarcopunk - estilos que são juvenis -, participação que produziu os significados de gênero e raciais que elas vinham construindo, fundamentais na constituição de suas identidades.^len^aResearching women’s participation in youth groups, from 1999 to 200, I could notice that hip-hop movement and punk-anarchist movement, despite of being masculine spaces, were spaces of less unequal relations, where those young women were accepted, but in certain restricted ways. They ‘caught’ this acception and transform it into a discourse of giving value to the “being woman”, denouncing discriminations and unequal relations in the movements, building new relations - into groups of women or mixed groups -, opening spaces for other women, breaking traditional models of socialization, building also diferent movements, in which young men were having to learn that power could be more equally distributed. The importance of their ‘youth’ was more in their participation in hip-hop and punk-anarchist styles - that are youth styles -, participation that produced gender and racial meanings that they were building, fundamental to the constitution of their identities.

: .

        · | |     · |