Boletim - Academia Paulista de Psicologia
ISSN 1415-711X
RESENHAS DE LIVROS
Geraldina Porto Witter1
(Cad. 23)
Unicastelo
JOLY, M. C. R. A., VECTORE, C. (Orgs.). (2006). Questões de pesquisa e práticas em Psicologia Escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 326 p.
As organizadoras apresentam o livro, destacando os problemas da área e as necessidades que são enfocadas na obra composta por 15 capítulos assinados por vários autores, sobre os quais, no final, o leitor encontra informações pertinentes quer sobre a formação quer sobre a atuação do psicólogo escolar e as pesquisas pertinentes.
Os termos enfocados são variados e podem suprir necessidades diversas de pesquisadores, psicólogos, educadores e de outros que se ocupam com a educação nos vários níveis de ensino.
A leitura é objeto do primeiro capítulo (Joly & Marini) por meio de uma análise metacognitiva, tendo por objetivo principal analisar as possibilidades do teste Cloze na avaliação de dificuldades. É retomada no capítulo três (Cabral) como área de intervenção, juntamente com a escrita entre universitários. O assunto tem continuidade no capítulo seguinte, que trata das estratégias metacognitivas de leitura também em universitários (Abreu, Joly, Piovezan).
A escrita é o objeto da atenção das autoras do capítulo dois (Costa, Boruchnovich) no que concerne à escolarização inicial. São descritos sucintamente vários modelos, muitos, pouco difundidos no meio educacional brasileiro.
Alencar (Capítulo cinco) trata do papel do psicólogo escolar no que diz respeito ao aluno com altas habilidades. No capítulo seguinte, Fleith aborda o desenvolvimento da criatividade no contexto escolar, relaciona variáveis do ambiente com as da personalidade da pessoa criativa.
Aspectos cognitivos envolvidos em operações matemáticas são analisados em dois capítulos; no primeiro (Silva, Brenelli), adição e subtração são vistas tendo por suporte o jogo Gamão; no capítulo seguinte (Vendramini, Dias e Silva), é examinada a aprendizagem de conceitos estatísticos por alunos de vários níveis de ensino.
Martins trata da avaliação do desempenho de estudantes, tendo por base tecnologias da informação e da comunicação. Seus participantes de ambos os sexos, de ensino médio e superior, com idades de 15 até 60 anos, foram submetidos a uma escala específica para avaliar suas relações e uso das novas tecnologias.
No capítulo 10, Souza apresenta a relevância da pesquisa qualitativa aplicada no contexto educacional como instrumento para se compreender os processos escolares. O capítulo seguinte também é de cunho metodológico e trata da devolutiva de resultados de pesquisas para participantes, também em base qualitativa (Sarriera, Paradiso, Tatine, Homes). Trata-se de aspecto que também tem implicações éticas.
Kishimoto (capítulo 12) dá continuidade a questões metodológicas e educacionais, tratando da educação contextualizada. O outro capítulo a tratar de questão metodológica é o de Maimone (capítulo 14), cujo tema é a pesquisa cooperativa na formação docente, com ênfase nas propostas baseadas em Vigotsky.
Vectore e Souza (capítulo 13) lembram a constante preocupação em melhorar a forma de educar e propiciar à criança pleno desenvolvimento, o que requer avaliação de como atendida ela é. O cerne do capítulo é a análise de alternativas para proceder tal avaliação.
O brincar e a brincadeira infantil são objeto de considerações diversas no último capítulo, escrito por Cunha e Gomes, com destaque para o tempo e o lugar que a contemporaneidade disponibiliza para tais atividades.
A amplitude de assuntos e variedade de perspectivas com que os temas são tratados tornam o livro muito útil para psicólogos escolares e outros profissionais da área educacional. A independência dos capítulos viabiliza sua utilização fora da ordenação dada no livro, flexibilizando seu uso em seminários e trabalhos diversos.
Enviado em: 20/11/2006
Aceito em: 05/02/2007
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