Boletim - Academia Paulista de Psicologia
ISSN 1415-711X
IUNGANO, Elisa Motta TOSTA, Rosa Maria. A realização da função materna em casos de adoecimento da criança. []. , 29, 1, pp.100-119. ISSN 1415-711X.
^lpt^aD. W. Winnicott defende que a mãe saudável geralmente é suficientemente boa para seu bebê. O estado de preocupação materna primária garante sua identificação com o filho, facilitando que ela possa compreender e atender as necessidades dele. O meio social pode auxiliar garantindo à genitora um entorno seguro e não a perturbando no exercício de seu papel. A hospitalização da criança gravemente enferma acarreta uma situação de vulnerabilidade e cuidados constantes, que precisam ser técnicos e científicos, e não intuitivos como os cuidados maternos. Com bebês nessas circunstâncias, os cuidados se confundem. A função materna não pode ser realizada como no contexto dito natural. A mãe perde o posto de autoridade principal sobre seu filho, podendo ser convertida ao papel de cuidadora auxiliar. Com esses propósitos, o presente trabalho se refere à intervenção de cinco duplas, mãe e bebê, hóspedes de uma casa de apoio por estar a criança muito doente. A metodologia utilizada compreende a escuta terapêutica e sessões de observação do relacionamento mãe e filho, fundamentadas no enfoque winnicottiano. Os resultados mostraram a importância do atendimento individual da dupla em uma situação atípica como esta. Os vínculos entre eles, quando compreendidos nessa peculiaridade, abrem caminhos para iniciar-se um processo de maternagem apropriada. Pesquisas são imprescindíveis para dar continuidade a esse campo considerado recém-aberto.^len^aAccording to D. W. Winnicott's theory, the healthy mother is in general sufficiently good for her baby. Primary maternal preoccupation guarantees the identification with the infant, so she can understand and attend its needs. The social environment can help by providing to the mother a safe ambient and not disturbing her role. The need for infant hospitalization leads to a situation of vulnerability and constant care, witch has to be technical and scientific, not intuitive like maternal care. With ill babies the kinds of care are inverted. The maternal function can not be done like in a context considered natural. The mother loses her part of principal authority for her child, being converted into an auxiliary caregiver. The present study, with these propositions in mind, refers to an intervention of five mothers and their babies, guests of a support house for very ill children.The methodology used included therapeutic sessions and observation of the relation between mother and infant, based on a Winnicottian focus. The results showed the importance of an individual attendance to each mother-baby in such a non-typical situation. The links between them, when understood with these peculiarities, open new perspectives to initiate an appropriate maternity process. Researches are imperative to allow a continuous study in this recently open field.
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