Boletim - Academia Paulista de Psicologia
ISSN 1415-711X
CRUCES, Alacir Villa Valle. A situação das prisões no Brasil e o trabalho dos psicólogos nessas instituições: uma análise a partir de entrevistas com egressos e reincidentes. []. , 30, 1, pp.136-154. ISSN 1415-711X.
^lpt^aEste artigo tem como objetivo analisar o trabalho dos psicólogos em instituições penais, baseando-se no papel que lhes é atribuído pela Lei de Execução Penal (Lei nº. 7.210, de 11 de julho de 1984, modificada pela Lei 10.792, de 1º. de dezembro de 2003) e no fato de que esta função vem se restringindo à classificação dos condenados e não ao seu acompanhamento e da respectiva pena. Atividades que poderiam ser oferecidas no sentido de contribuir para que a pessoa presa ressignifique sua vida e seus valores, e se prepare para enfrentar as situações cotidianas não são encontradas na maioria das unidades penais. Entrevistas realizadas com egressos desse sistema, a fim de compreender as influências da pena privativa de liberdade em suas vidas evidenciaram inúmeras dificuldades que encontraram, e continuam encontrando, para manterem-se de modo socialmente aceito e para desvincularem-se das vivências do período de detenção. Concluímos que é imprescindível e urgente modificar o trabalho que vem sendo feito pelos psicólogos no sistema prisional e enfatizar, ainda, a necessidade de se optar por penas e medidas alternativas que efetivamente permitam o amadurecimento, a reflexão e a transformação das pessoas que entraram em conflito com a lei.^len^aThe objective of this article is to analyze the work of psychologists in correctional facilities, based on the role assigned to them by the Penal Execution Law (Law No. 7210 of 11 July 1984, amended by Law 10,792 of 1 December 2003) and the fact that this function is being restricted to the classification of convicts and not to the accompaniment of their respective sentences. Activities that could be offered to help the person arrested reframe his life and values, to mature and prepare to deal with everyday situations are not found in most criminal units. Interviews with egresses of this system in order to understand the influence of deprivation of liberty in their lives, showed the many difficulties that they encountered, and continue to find, to maintain themselves in a socially accepted way and to withdraw from the experiences of the detention period. In conclusion, with these data, it is imperative and urgent to modify the work being done by psychologists in the prison system and emphasize also the necessity of taking penalties and alternative measures that effectively allow maturation, reflection and transformation of people who came into conflict with the law, its internal and external conditions and the community to which they belong.
: .