Boletim - Academia Paulista de Psicologia
ISSN 1415-711X
ARENALES- LOLI, Maria Salete; ABRAO, Jorge Luís Ferreira; PARRE, Rosana Ravelli TARDIVO, Leila Salomão de La Plata Cury. O Jogo como mediador na entrevista: um novo lugar no processo psicoterápico com adolescentes. []. , 33, 85, pp.405-426. ISSN 1415-711X.
Sabe-se que entre a criança e o adulto existe o ser adolescente que vivencia suas experiências de forma diferente daqueles. Assim, no atendimento clínico o uso dos brinquedos e do brincar não têm o mesmo valor que nas crianças e, por outro lado a maioria dos adolescentes não estão prontos, como o adulto, para o uso exclusivo da palavra no contexto psicoterápico. Há necessidade de introduzir alguma estratégia específica no intuito de propiciar ao adolescente, condições para expressar-se abertamente no processo psicoterápico. O recurso do mediador introduz esta variante de possibilitar a expressão das emoções para aqueles que não encontram canais disponíveis para isto. O presente trabalho procura atender este questionamento, apresentando o Jogo Túnel do Tempo na psicoterapia com jovens, baseado, durante vários anos, no seu uso clínico em pacientes desse período de vida. Explica-se, quando se trata da demanda por um jogo que o jovem procura respeitar as regras do mesmo, expressando assim suas vivências, mais facilmente.Com o uso do referido jogo não é o psicoterapeuta que questiona ou se dirige ao jovem, mas é através desse lúdico que surgem as questões, propiciando ao jovem um contexto facilitador para suas vivências e até as mais difíceis. Na solicitação direta do psicoterapeuta possivelmente surge por parte do adolescente a ideia imposta de estar sendo avaliado, o que é inadequado no atendimento de qualquer jovem. Entende- se que esta facilitação também ocorre porque num jogo o clima de ludicidade, é menos ameaçador ao paciente revelar-se. É o jogo que "entrevista" e, então, há menos o que temer ao jovem, em si, ao expressar suas vivências.
: adolescência; jogo; mediador; psicoterapia.