Boletim - Academia Paulista de Psicologia
ISSN 1415-711X
AUTUORI, Sandra RINALDI, Doris. A Arte em Freud: Um estudo que suporta contradições. []. , 34, 87, pp.299-319. ISSN 1415-711X.
^lpt^aEste artigo é o resultado de uma minuciosa pesquisa de como a arte comparece nas obras completas de Freud e demonstra que o autor sustenta em sua teoria uma multiplicidade de abordagens. Em alguns de seus textos, Freud se ocupa em analisar o artista e suas obras, em outros se debruça sobre o processo criativo, e ainda há escritos onde recebe da arte algumas indicações preciosas para o entendimento dos processos mentais. Baseamos-nos em uma citação de Freud presente no "Rascunho N", intitulado 'Ficção e Fine Frenzy' da carta de 31 de maio de 1897 a Wilhelm Fliess, para apresentar a hipótese de que é possível depreender diferentes formas da psicanálise se relacionar com a arte e as intitulamos: Autor e obra: um vínculo de mão dupla, onde o entendimento da obra de arte se dá, por um lado, através de acontecimentos da vida do artista e, por outro, inferindo o que se passa no psiquismo do autor pelo que comparece em sua criação; Arte, realidade e fantasia, onde a discussão da criação artística apresenta a questão da realidade psíquica; e A Arte ensina à psicanálise, quando pudemos precisar momentos em que a psicanálise é colocada em uma posição de aprendiz em relação à arte. A essas adicionamos uma outra maneira em que a arte comparece nas obras freudianas: O processo da criação artística olhado pela psicanálise. Depois de apurarmos essas quatro possíveis subdivisões do pensamento freudiano acerca da arte, ao invés de propormos optar por uma delas ou sublinhar a contradição presente em Freud, escolhemos a posição de afirmar que a arte não é reduzível a nenhuma explicação, nem uma das formas de entendê-la, nem todas juntas são suficientes. Compreendemos com Freud que a arte está à frente da psicanálise e que diante do artista, a análise, tem que depor suas armas.^len^aThis article is the result of a thorough research of how art appears in the complete works of Freud and to demonstrate that the author supports his theory in a multiplicity of approaches. In some of his writings Freud is concerned with analyzing the artist and his works, in other he focuses on the creative process, and there are still other works where art gives him some valuable advices to the understanding of mental processes. We are based on a quotation from Freud in this "Draft N", entitled 'Fiction and Fine Frenzy' letter of May 31, 1897 to Wilhelm Fliess, to present the hypothesis that it is possible to infer different forms of psychoanalysis relate to art and we have entitled: Author and work: a bond of two-ways where the understanding of the artwork takes on the one hand, through the events of the artist's life and on the other, inferring what is going on in the psyche of the author which appears in his creation; Art, reality and fantasy where the discussion of artistic creation presents the question of psychic reality; Art teaches psychoanalysis when we discovered moments when psychoanalysis is placed in a position of apprentice in relation to art. To these we add one more way in which art appears in Freud's works: The process of artistic creation as seen by psychoanalysis. After examining these possible four subdivisions of Freudian thought about art, instead of proposing to choose between them or emphasize this contradiction in Freud, we chose the position of asserting that art is not reducible to any explanation, nor a form of understanding it, not even that all together are sufficient. We understand with Freud that art is ahead of psychoanalysis and that before the artist, analysis has to lay down its armaments.^les^aEste artículo es el resultado de una investigación a fondo de cómo aparece el arte en las obras completas de Freud y demostra que el autor sostiene en su teoría una multiplicidad de enfoques. En algunos de sus escritos Freud se ocupa de analizar el artista y sus obras, en otra se centra en el proceso creativo, y aun hay escritos donde recibe del arte algunos consejos valiosos para la comprensión de los procesos mentales. Nos basamos en una cita de Freud en este "Borrador N", titulado "Ficción y Fine Frenzy" carta del 31 de mayo de 1897 a Wilhelm Fliess, al presentar la hipótesis de que es posible inferir diferentes formas de psicoanálisis si se relacionan con el arte y titulandola: El Autor y el trabajo: un vínculo de doble via, donde la comprensión de la obra de arte se da por un lado, a través de los eventos de la vida del artista y, por el otro, inferiendo lo que ocurre en la psique del autor que aparece en su creación; Arte, realidad y fantasía, donde la discusión de la creación artística presenta la cuestión de la realidad psíquica; El arte enseña el psicoanálisis cuando necesitamos momentos en que el psicoanálisis sea colocado en una posición de aprendiz en relación con al arte. A éstos añadimos otra manera en que el arte aparece en la obra de Freud: El proceso de la creación artística. Después de revisar estas cuatro subdivisiones del pensamiento freudiano sobre el arte, en lugar de proponer elegir uno o enfatizar esta contradicción en Freud, se eligió la posición de afirmar que el arte no es reductible a una explicación, ni hay una forma de entenderlo, ni todos en conjuntos son suficientes para explicarlo. Comprendemos desde Freud que para entender que el arte está por delante del psicoanálisis y antes de que el artista, el análisis tiene que deponer las armas.
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