Boletim - Academia Paulista de Psicologia
ISSN 1415-711X
Teorias, Pesquisas e Estudos de Casos
Espaço criativo com adolescentes de escolas públicas para promoção da saúde1
Creative Space with Adolescents in Public Schools for Health Promotion
Espacio creativo con adolescentes de escuelas públicas para la promoción de la salud
Kátia Ovídia José de Souza2
Escola Nacional de Saúde Pública/ENSP - Fundação Oswaldo Cruz/Fiocruz/RJ
RESUMO
Este estudo tem como objetivo descrever e analisar como é desenvolvido um espaço criativo para a construção do conhecimento em saúde pública e promoção da saúde com adolescentes de duas escolas públicas da Cidade do Rio de Janeiro, bem como as percepções e relatos dos estudantes e professores sobre esse espaço criativo. Trata-se de pesquisa qualitativa. Participam 52 adolescentes e 17 professores. Adotamse com os adolescentes a observação participante no espaço criativo, e com os docentes, também a observação participante e grupos focais. Utilizam-se para a análise qualitativa temática, núcleos de sentido. Como resultado, considera-se o espaço criativo favorável ao adolescente: expressar a criatividade, a livre expressão e a participação ativa. Deduzse que o espaço criativo ajuda a comunicação, a construção e integração dos conhecimentos e maior envolvimento do aluno na sua educação em saúde e poder de decisão nas suas atividades. Observa-se a necessidade de repensarmos a educação para estimular, valorizar e estabelecer um clima em sala de aula propício à criatividade. Um espaço criativo na escola pode privilegiar: a) a comunicação e a interação professor- aluno; b) a oportunidade de aprendizagem com prazer; c) a produção e integração dos conhecimentos, e não a sua reprodução; d) o maior envolvimento do aluno nas tarefas e seu melhor desempenho, pois ele tem poder de decisão na hora de escolher como fazer as atividades; e) a resolução criativa de problemas e desafios, como por exemplo, aqueles encontrados no dia a dia da escola; f) a autoestima do estudante, ao que respeitam suas ideias.
Palavras-chave: Criatividade; Saúde; Ensino Fundamental e Médio.
ABSTRACT
This study describes and analyzes how a creative space for the construction of knowledge in public health and health promotion with adolescents was developed in two public schools of the city of Rio de Janeiro, as well as the perceptions of students and teachers about this creative space. Participants were 52 teenagers and 17 teachers. The instruments used were participant observation with the adolescents in creative space, and participant observation and focus group with teachers. We use a qualitative thematic analysis, seeking to establish units of meaning. The results show that creative space was favorable to the adolescent to express creativity, free expression and active participation. We conclude that the creative environment helped in communication, construction and integration of knowledge and a better involvement of the student in his own healthy education, for he had the power of decision-making in activities. We observe the need to rethink education to stimulate, develop and establish a climate conducive to a creativity classroom. A creative space in school may give priority to improve: a) communication and teacher-student interaction, through a more horizontal teacher-student relationship; b) the opportunity to learn with pleasure; c) the production and integration of knowledge, and not its reproduction; d) a greater student engagement in tasks and his best performance since he has the power of decision when choosing how to do the activities; e) the creative resolution of problems and challenges, such as problems encountered in the everyday life of the school; f) student’s self-esteem, with respect to his ideas.
Keywords: Creativity; Health; Primary and Secondary Education.
RESUMEN
Este estudio tiene como objetivo describir y analizar cómo se desarrolla un espacio creativo para la construcción del conocimiento y promoción de la salud pública con adolescentes de dos escuelas públicas de la Ciudad de Río de Janeiro, así como las percepciones y los informes de los estudiantes y profesores sobre este espacio creativo. Se trata de una investigación cualitativa. El estudio reunió a 52 jóvenes y 17 profesores. Con los adolescentes se parte de la observación participante en el espacio creativo, y con los profesores también se realizan grupos de observación participante y discusión. Se realiza un análisis temático cualitativo, buscando establecer unidades de significado. Se obtien como resultado en el caso de los adolescentes que el espacio creativo fue favorable: expresión de la creatividad, libre expresión y participación activa. A partir de estos resultados puede decirse que el espacio creativo ayuda a mejorar la comunicación, la construcción y la integración de los conocimientos e incrementa la participación de los estudiantes en el proceso de educación en la salud, ya que se le posibilitó el poder decidir en las actividades. Se observa la necesidad de repensar la educación para estimular, desarrollar y establecer un clima propicio para la creatividad en el aula. Un espacio creativo en la escuela puede dar prioridad para mejorar: a) la comunicación y la interacción profesor-alumno; b) la oportunidad de aprender con placer; c) la producción e integración de conocimientos, y no simplemente su reproducción; d) mayor participación de los estudiantes en las tareas y un mejor desempeño desde que tiene poder de decisión al momento de elegir cómo realizar las actividades; e) la resolución creativa de problemas y desafíos, como aquelles encontrados en la vida cotidiana de la escuela; f) la auto-estima y el respeto a sus ideas.
Palabras-clave: Creatividad, Salud; Educación Primaria y Secundaria.
Introdução
Na Pedagogia Simbólica Junguiana(Byington, 2004) a vivência emocional com a utilização de técnicas expressivas participativas em sala de aula - técnicas corporais, dramáticas ou não, musicais, desenho, pintura, escultura em argila - orientam a experiência do aprendizado a favor da espontaneidade do corpo, do emocional e da imaginação lúdico-criativa do professor e do aluno. O exercício da criatividade pode ser considerado como um instrumento importante para a educação, como um cuidado com o desenvolvimento físico, emocional e social do aluno (Read, 2001).
A criatividade é um potencial inerente ao sujeito e a realização desse potencial, uma necessidade, pois criar e viver são interligados (Ostrower, 2007). O processo de criação seria metaforicamente uma projeção de uma necessidade interna, como uma necessidade da arte exposta (Fischer 2007). Quando abordamos o sujeito como criativo também podemos pensar na interação da cultura no desenvolvimento daquele potencial. O processo de criação também decorre da relação do sujeito com a sua sociedade e cultura (Vigotski, 2001). O sujeito criativo apresenta habilidades para lidar com as exigências do mundo atual, com os grandes avanços tecnológicos, rapidez e acúmulo de informações geradas diariamente e que provocam transformações de natureza política, econômica, cultural, e que também exige um incessante fluxo de mudanças nos diferentes segmentos sociais (Alencar & Fleith, 2008; Oliveira & Alencar, 2010). Portanto, o sujeito criativo possui características que demandam o mundo moderno como: flexibilidade, originalidade e articulação entre as diversas habilidades (Novas, 2003; Mariani & Alencar, 2005).
O desenvolvimento da criatividade na escola pode ser considerado de importância e como um tema que necessita de dedicação (Lins & Miyata, 2008; Nakano, 2009; Otaviano, 2009; Almeida & Alencar, 2010; Oliveira, 2010; Oliveira & Alencar, 2010). Há uma escassez de estudos, focalizando dados obtidos junto a professores e alunos do ensino médio. Nas disciplinas do ensino médio são oferecidas possibilidades limitadas ao desenvolvimento e expressão da capacidade de criar em seus estudantes, contemplando esse nível de ensino, a expressão e o desenvolvimento da criatividade em níveis não muito expressivos (Almeida & Alencar, 2010).
Assim, a construção de um espaço criativo poderia servir como um meio favorável ao desenvolvimento do potencial da criatividade para o aluno e professor. O Psicodrama, como uma técnica expressiva, deveria começar na escola, com a criança, como poder usar o teatro, o que poderá auxiliar nas resoluções de vários problemas no ambiente escolar (Moreno, 2006).
O artigo descreve e analisa uma experiência de desenvolvimento de um espaço criativo direcionado aos adolescentes de duas escolas públicas da Cidade do Rio de Janeiro, de ensino fundamental e médio, como foi desenvolvido o espaço criativo para construção do conhecimento em saúde pública e a promoção da saúde. Valorizamos as percepções e os relatos dos estudantes e professores sobre esse espaço.
Métodos
Aspectos éticos
O anonimato dos participantes foi respeitado a fim de preservar a identidade dos mesmos. Utilizamos siglas para identificar os participantes (sexo e idade), isto é, M para masculino e F para feminino. Deste modo, quando grafamos "M, 12 anos", temos um adolescente de 12 anos e do gênero masculino.
Tipo de estudo, instrumento de coleta de dados e critério de seleção dos participantes
Pesquisa social em saúde com abordagem qualitativa, desenvolvida em duas escolas públicas da Cidade do Rio de Janeiro, uma de ensino fundamental e a outra de ensino médio. As escolas foram selecionadas por conveniência, e sua participação, voluntária. Contamos com a colaboração de um professor de Geografia, duas professoras de Biologia e a equipe Pedagógica, de ambas as escolas para aplicação do Termo de Compromisso Livre e Esclarecido - TCLE aos adolescentes e seus responsáveis. As turmas participantes da pesquisa foram indicadas pela direção pedagógica de cada escola.
O espaço criativo é considerado como contexto da coleta de dados. Utilizamos como instrumentos de coleta com os alunos, a observação participante, com anotações em um diário de campo. O material produzido pelos estudantes durante o espaço criativo foi fotografado para facilitar a análise. Com os professores realizamos: observação participante em reuniões, sala dos professores e secretarias, com anotações também em diário de campo: e dois grupos focais, com um total de 17 docentes da escola de ensino fundamental, com o objetivo de discutir a proposta de espaço criativo e ouvir suas opiniões e sugestões.
Os critérios de inclusão no espaço criativo foram: a) aceitação espontânea em participar; b) disponibilidade de horário dos alunos – para ir à escola no contra - turno ou ter horários vagos entre aulas, para realização do citado espaço. Como critério de saturação para o término do trabalho de campo foi considerado o cronograma da pesquisa e as atividades da escola (período de provas, conselho de classe e término do semestre) (Fontanella, Ricas & Turato, 2008). Convidamos 83 estudantes para participar do espaço criativo, mas frequentaram com assiduidade 52 alunos.
Procedimento e análise dos dados
Para a realização da pesquisa, esta foi dividida em quatro momentos: a) apresentação da pesquisa à equipe pedagógica de cada escola; b) reunião comos responsáveis e os alunos, com aceitação espontânea do discente em participar, firmada na assinatura do TCLE; c) realização da oficina como espaço criativo com os estudantes; d) realização de grupos focais com os professores.
Para o tratamento dos dados foi realizada a análise qualitativa temática (Minayo, 2007a; Minayo, 2007b). Tentamos identificar os núcleos de sentido, com uma leitura das: A) Anotações em diário de campo da observação participante: a) no espaço criativo com adolescentes; b) em reuniões na sala dos professores com os docentes e a equipe pedagógica; B) Transcrições das gravações, em áudio, das oficinas realizadas no espaço criativo. com os adolescentes e grupos focais com os professores. Assim, o corpus de análise foi formado pelas seguintes etapas: a) pré – análise e organização preliminar do material do corpus de análise, como forma de organizar e sistematizar, formando o material operacional; b) compreensão geral do material do corpus de análise e identificação das ideias centrais (núcleos de sentido); c) análise dos núcleos de sentido, em torno dos quais podem ser discutidas as diferentes partes dos textos analisados; d) discussão dos resultados.
Portanto, o caminho da interpretação do material do corpus de análise seguiu como primeira etapa a leitura compreensiva do material selecionado, com finalidade de ser impregnado pelo conteúdo do material, ter uma visão do conjunto e apreender as particularidades. Com a capacidade de descrever as falas, as ações e os fatos, a partir da perspectiva dos atores sociais participantes do estudo. Na segunda etapa buscamos a elaboração de estruturas para análise, identificação e problematização das ideias e relação com estudos congêneres para comparação. Deste modo, realizamos a descrição, análise e interpretação dos dados. Essa série de leituras permitiu a identificação dos diferentes temas abordados pelos participantes que, ao serem agrupados, originaram as seguintes categorias de análise: a) Contribuições do espaço criativo: percepções e relatos dos adolescentes; b) Necessidades para o desenvolvimento do espaço criativo: percepções e relatos dos alunos; c) Grupo focal com os professores da escola.
Resultados e discussão
Espaço criativo com os adolescentes
Caracterização dos participantes adolescentes
As duas escolas participantes do estudo recebem alunos de várias comunidades ou que moram ao seu entorno. Na escola de ensino fundamental, com alunos entre 12 a 14 anos, participaram 41 estudantes originários de 6 diferentes turmas. A maioria dos participantes eram meninas, com 12 anos de idade.
Na escola de ensino médio, com alunos entre 14 a 19 anos, participaram 11 estudantes originários de 6 diferentes turmas. A maioria dos participantes eram adolescentes com 15 anos de idade. Os alunos desta escola demonstraram baixa adesão em relação aos adolescentes da escola de ensino fundamental. A baixa adesão pode ter relação com os problemas que os alunos estavam vivenciando na escola, que foi denunciada no início do desenvolvimento da pesquisa pelos próprios discentes em uma reportagem de televisão. A queixa dos alunos foi a falta de infraestrutura da escola (superlotação das salas de aula, falta de professores, o calor nas salas de aula no verão e instalação elétrica insuficiente em relação à demanda da escola, o que impossibilitava a instalação de mais ventiladores). O prédio anexo ao principal do colégio foi apelidado pelos estudantes como Carandiru (lembrando a Casa de Detenção de São Paulo, conhecida como Carandiru, retratada em filme em 2003), por causa da superlotação e o calor excessivo.
Contribuições do espaço criativo e das oficinas: percepções e relatos dos adolescentes
O espaço criativo foi elaborado e construído de forma acolhedora, para livre expressão de ideias, para ouvir o adolescente e construir conhecimentos em saúde pública e promoção da saúde. No espaço criativo, as carteiras eram dispostas em círculo, desconstruindo o modelo convencional de sala de aula, em fileiras de cadeiras. A apresentação e a organização do grupo em círculo permitiu aos seus integrantes olharem-se, e ouvirem-se os acontecimentos que se desenrolaram no centro da roda. O adolescente tinha autonomia para se expressar e não era apenas um sujeito passivo.
Formamos seis grupos, e com cada um, realizadas três oficinas, descritas a seguir. Cada grupo foi formado com entre oito a doze adolescentes. Cada oficina durou aproximadamente três horas, sendo realizadas no contra - turno ou em horários vagos, sempre no espaço escolar. Com cada oficina buscamos: a) estimular o aluno a analisar diferentes aspectos da promoção da saúde na escola e na comunidade; b) orientar o estudante a perceber e conhecer pontos de vistas divergentes no grupo sobre o mesmo problema e a promoção da saúde; c) incentivar os adolescentes a proporem questões relativas à promoção da saúde; d) criar um ambiente de valorização de todas as ideias dos alunos; e) proporcionar um ambiente propício ao processo criativo, para desenvolver sujeitos com competência para lidar criativamente com problemas e desafios.
Se não for oferecido ao aluno o direito de pensar sobre sua realidade, assim como não propiciar participações e interações, poderá ser pouco provável que se permita o desenvolvimento da criatividade, como também, a solução de problemas do cotidiano dos adolescentes e a compreensão da realidade na qual está inserido (Libório, 2009).
Cada oficina iniciou-se com a integração dos participantes e a introdução à vivência grupal. Na primeira oficina, cada integrante se apresentou e expôs suas expectativas em relação ao espaço criativo. Foi explicado que a proposta seria que através de oficinas desenhadas e planejadas por eles, com o uso de técnicas expressivas e criativas, poderíamos construir conhecimento em saúde pública e promoção da saúde. Utilizamos nas oficinas materiais de artes com diferentes cores, texturas e formas. Após o termino das três oficinas foi pedido para cada adolescente voluntariamente descrever os pontos positivos, as dificuldades identificadas e sugestões para o desenvolvimento do espaço criativo.
Expressão da criatividade
No espaço criativo realizamos oficinas dinâmicas a partir das sugestões de alguns adolescentes, eles mesmos as desenharam e planejaram, com o auxílio do orientador. Abaixo descrevemos as dinâmicas das oficinas criadas e aplicadas:
1ª. Oficina: Construção do painel promoção da saúde
Após a observação de revistas populares, cada adolescente escolheu a imagem que mais chamou sua atenção sobre saúde pública e promoção da saúde. Depois, os estudantes recortaram de duas a quatro figuras e colaram cada uma em um papel pardo. Cada aluno escreveu uma frase ou parágrafo abaixo de cada uma de suas figuras. Com o término de todos os integrantes do grupo, em consenso, escolheram uma única imagem que resumia a ideia central do painel, a qual foi colada no centro. O grupo também intitulou o painel. Cada adolescente, individualmente, explicou a escolha daquelas imagens e suas frases ou parágrafos. O grupo também apresentou sua opinião coletiva. Nesta oficina foram desenvolvidas questões envolvendo problemas sociais, políticos e econômicos.
2ª. Oficina: Maquete cidade promoção da saúde (dinâmica criada por uma adolescente de 12 anos, que foi mãe na adolescência).
Em uma encenação teatral cada adolescente representou o papel de um arquiteto, durante esse processo construíram a maquete de uma cidade promotora da saúde, com o destaque das melhorias existentes na cidade que possibilitaria a melhor qualidade de vida de seus habitantes. Após a construção, os participantes explicaram o que haviam realizado e justificaram a construção e a organização da maquete. Os adolescentes foram divididos em três grupos: um dos alunos interpretou o gestor responsável pela obra da cidade, enquanto um grupo de alunos argumentava sobre o planejamento e outro grupo, assistia. Houve revezamento dos papéis entre os grupos. Na oficina realizamos uma reflexão sobre os determinantes e condicionantes sociais da saúde e melhorias para a qualidade de vida do ambiente (comunidade, casa e escola).
3ª. Oficina: Técnica de imaginação dirigida - Jornal promoção da saúde
Foi realizada uma representação teatral, na qual cada participante interpretou o personagem de um jornalista com o objetivo de fazer uma fotografia destinada à reportagem de capa de um jornal, cuja temática era sobre uma escola e uma comunidade promotora da saúde. Cada participante descreveu sua fotografia (imagem imaginada), as características da escola e da comunidade, os fatores que contribuíam e os que prejudicavam a promoção da saúde. O grupo elegeu um tema inspirado nos relatos das fotos e escreveram um jornalzinho em uma cartolina, também colaram figuras ou desenharam. Em seguida discutimos sobre o jornal saúde. Na oficina desenvolvemos o planejamento de estratégias de ações para promover a saúde e como ser um cidadão responsável com a saúde de sua comunidade e escola.
Uma experiência psicodramática similar é o jornal vivo. No jornal vivo cada aluno escolhe uma determinada matéria jornalística de um jornal e uma representação cênica de cada notícia é realizada com alguns dos participantes, assumindo o papel dos personagens da reportagem, enquanto a outra parte do grupo assiste. O pesquisador pode interromper o diálogo e pedir para o grupo ouvinte trocar de lugar com o grupo que representa a notícia e continuar o diálogo estabelecido pelo grupo anterior. Depois da representação são realizados comentários sobre a vivência com todo o grupo. O jornal vivo valoriza a aprendizagem e os saberes anteriores dos sujeitos (Moreno, Romaña, Batista & Martins, 2005).
Os usos dessas técnicas podem contribuir para mudanças nas atitudes dos alunos em relação ao processo de ensino e aprendizagem, favorecendo o envolvimento pessoal e o desenvolvimento de interesses e motivações fundamentais para a criatividade. A escola tem um papel fundamental no desenvolvimento do adolescente, pois é onde ele passa grande parte do início da vida. É um ambiente no qual o aluno poderá explorar, elaborar e testar hipóteses e fazer uso de seu pensamento criativo (Nakano, 2009). Portanto, a criatividade deve ser estimulada e desenvolvida no processo educacional, todavia o sistema de ensino atual não estimula nem valoriza a formação de sujeitos criativos (Nakano, 2009; Oliveira, 2010; Montezi, Zia, Tachibana & Aiello-Vaisberg, 2011). A criatividade pode ser desenvolvida em situações de aprendizagem na escola direcionada para este fim. Assim, o espaço criativo apresentou-se favorável ao desenvolvimento das dessas habilidades dos alunos (Lins & Miyata, 2008).
Capacidade de livre expressão e participação ativa
Os adolescentes destacaram como ponto positivo no espaço criativo, a capacidade de expressar suas opiniões livremente e sem receio de críticas: Aprendi a dar mais sugestões, sem medo de ser criticada (F, 12 anos), O fato de que os assuntos propostos foram discutidos por todos, que expressaram suas opiniões livremente (M, 16 anos). A dinâmica do espaço criativo foi apreciada pelos adolescentes pela oportunidade da participação ativa e pela interação no processo de desenvolvimento das oficinas: Gostei muito do espaço criativo, pois nós interagimos uns com os outros (F, 13 anos).
No ensino tradicional o estudante tem um papel passivo (Nakano, 2009) para (Montezi e outros, 2011). O estudante torna-se passivo decorrente de um currículo inflexível e uma rotina em sala de aula que pouco se altera e com ênfase na reprodução do conhecimento (Alencar & Fleith, 2008). Os alunos são orientados e estimulados a buscarem a resposta "certa", como se existisse somente a que responde ao problema. O processo de ensino-aprendizagem fica centralizado nas mãos do professor, é ele quem organiza o processo de ensino-aprendizagem, os objetivos que o aluno terá que alcançar e avalia os resultados obtidos (Fleith & Alencar, 2006; Nakano, 2009). O estudante torna-se um sujeito reduzido à condição de objeto a sujeitado ao poder exercido pelo professor.
A passividade do aluno pode dificultá-lo a desenvolver a sua criatividade. Ser criativo envolve outras características, como: divergir do que é comum e tradicional, arriscar e experimentar novas ideias (Nakano, 2009), ter uma curiosidade sempre ativa (Novaes, 2003), autonomia (Fleith & Alencar, 2006; Libório, 2009), um papel ativo (Nakano, 2009), ser questionador e não aceitar um ensino repetitivo (Oliveira, 2009). O aluno criativo não se limita a reproduzir o conhecimento, mas ele se propõe a criar, a partir dos seus processos de aprendizagem, algo novo e valoroso para o seu desenvolvimento (Nakano, 2009). Observamos a necessidade da promoção de condições favoráveis à expressão criadora a fim de que o potencial criativo, presente em cada sujeito, consiga se desenvolver. E, por conseguinte, adolescentes com liberdade para pensar, refletir, analisar e agir com algum grau de autonomia.
Os adolescentes esperavam a realização de seminários informativos, no modelo de suas aulas, um aluno descreveu que suas ideias iniciais sobre o espaço criativo eram diferentes e foi uma surpresa encontrar um espaço onde conseguiram ser escutados e acolhidos: Eu esperava algo como um seminário, mas foi muito melhor, pois conseguimos participar ativamente do trabalho (M, 16 anos).
Aprendizagem para trabalhar em grupo e respeitar ideias divergentes
Para alguns estudantes as oficinas em grupo, foram difíceis por não se conseguir lidar com ideias divergentes das suas e assumirem essas ideias como ofensa pessoal, o que exigiu maior habilidade do pesquisador. Contudo, a oficina em grupo foi considerada pelos adolescentes como um ponto positivo, pois possibilitou um saber lidar com as diversas e divergentes opiniões, sem crítica e sem medo de expor seus pensamentos: Eu aprendi a fazer as coisas com carinho e aprendi a fazer as coisas com companhia (F, 12 anos), O trabalho em grupo é importante para o nosso futuro (F, 12 anos), Aprendi a fazer coisas legais e aprendi a respeitar os amigos (F, 12 anos). Assim, as oficinas em grupo possibilitaram a interação entre pares, a capacidade de negociação e aceitação das ideias diversificadas e divergentes. Entre os pontos positivos do espaço criativo, na percepção dos estudantes, destacamos: a) o exercício da criatividade; b) facilitador à livre expressão de ideias e pensamentos, sem censura; c) participação ativa; d) aprendizagem para trabalhar em grupo e respeitar ideias divergentes. A temática sobre saúde coletiva e promoção da saúde foi desenvolvida com um debate com a colaboração de todos.
Deste modo, os adolescentes consideram que o espaço criativo contribui para o seu desenvolvimento: Porque, eu aprendendo mais eu posso me desenvolver mais (F, 12 anos), Isso ajuda no desenvolvimento de nós, alunos, para o futuro (F, 14 anos), Porque é muito bom para o desenvolvimento de nós adolescentes (F, 15 anos), Porque é bem legal para gente desenvolver habilidades e partilhar isso (M, 16 anos), Enfim, para os estudantes: Um excelente modo de aprendizagem (M, 12 anos), Porque a saúde é sempre um assunto importante e tem que ser debatida constantemente, pois sempre estará aparecendo novas dúvidas e novos assuntos (F, 18 anos).
Em pesquisa desenvolvida com professores de História do ensino fundamental de escolas públicas e particulares de Brasília, contar com uma receptividade positiva dos alunos pode ser considerado como um estímulo favorável à expressão da criatividade no trabalho docente (Mariani & Alencar, 2005).
Necessidades para o desenvolvimento do espaço criativo e das oficinas: percepções e relatos dos adolescentes
Os alunos identificaram algumas dificuldades para o desenvolvimento do espaço criativo: o tempo de duração e a dificuldade de encontrar um espaço físico disponível nas escolas: Quando não dava tempo de terminar o trabalho era chato. A oficina foi ótima, sem palavras (F, 12 anos), O curto espaço de tempo cedido pela escola para realizar as oficinas dificultou (F, 15 anos), Queria mais tempo para poder falar mais sobre a promoção de saúde, o que é importantíssima para a população (F, 16 anos), Gostaria de mais tempo, mais oficinas, mais temas e uma maior rede de informação em relação a saúde e ciências (M, 17 anos), Infelizmente a má estrutura do colégio atrapalhou um pouco, porém as oficinas foram realmente boas (F, 13 anos).
Na escola de ensino fundamental, o espaço criativo começou a ser desenvolvido no polo de ciências e matemática, mas outros alunos derrubaram a porta da sala. No dia seguinte ao ocorrido ainda usamos a sala, com a dificuldade de colocar e retirar a porta, depois migramos desta sala para o auditório e depois para a sala de leitura. Na escola de ensino médio não foi diferente, ocupamos o laboratório de informática que se transformou em biblioteca, a quadra de esportes e uma sala de aula.
O custo com o material de consumo para realização das oficinas não foi oneroso, alguns adolescentes da escola de ensino fundamental relataram uma preocupação com esse custeio, se era o pesquisador quem estava comprandoos, demonstrando aspectos da sua realidade socioeconômica. Nesta escola, os painéis, maquetes e cartazes produzidos no espaço criativo foram expostos pelo corredor do colégio, entretanto os adolescentes ficaram preocupados que alguns estudantes não participantes do espaço criativo os destruíssem. Consequentemente, os adolescentes participantes do espaço criativo adotaram um sistema de vigilância do seu material produzido no espaço criativo, ameaçando fisicamente quem ousasse danificá-los. Observamos a violência escolar e o cuidado do pesquisador para lidar com essas situações. Necessitou maior habilidade do pesquisador: a) a falta de um espaço físico disponível no prédio escolar; b) tempo disponível, o espaço criativo foi dinamizado no contra – turno, em horários vagos entre aulas e/ou cedidos por algum professor; c) trabalhar com grupos; d) conquistar adesão dos adolescentes ao estudo. Sugerimos para facilitar a adesão do adolescente a outros estudos, o pesquisador estabelecer parcerias com a equipe pedagógica e professores e a realização das atividades da pesquisa na escola e no turno regular do estudante, por exemplo, em um horário vago; e) uso do gravador, com o gravador ligado alguns alunos entre 12 a 14 anos ficaram tímidos e nada queriam falar, enquanto outros acharam que o gravador poderia servir de microfone para eles cantarem e gravarem suas músicas de Funk com vocabulário agressivo e sexual. Um sistema de apoio que adotamos foi anotações no diário de campo logo após o termino das oficinas; f) violência escolar.
Grupo focal com os professores da escola de ensino fundamental Caracterização dos participantes docentes
Grupo focal realizado com professores de ambos os sexo, porém com a predominância do feminino. Alguns docentes também atuantes na rede pública estadual (ensino médio) e/ou privada (ensino fundamental e médio). Alguns docentes possuem pós-graduação. Equipe participante com graduação em matemática, biologia, educação física e pedagogia.
O grupo focal com professores
Grupo focal realizado no horário do grupo de estudos dos professores na sala de informática, com duração de uma hora e meia, cada um dos dois encontros.
Alguns professores apontaram algumas dificuldades para criação do espaço criativo: a) elevado número de alunos por turma; b) o tempo para exposição do conteúdo programático; c) dificuldade com infraestrutura da escola; d) alunos com problemas psicológicos. Uma professora fez esse comentário, motivado por considerar que o espaço criativo poderia também exercer esse cuidado com a saúde mental dos adolescentes.
foi realizado nesta escola porque utilizamos o espaço em que funcionava um grupo de estudo como parte das atividades obrigatórias do docente. A escola de ensino médio não desenvolvia grupo de estudo com os professores e também não houve a possibilidade de ser realizado o grupo focal na escola em outro horário.
Resultado similar a esse, foi evidenciado em outros estudos, que identificaram o elevado número de alunos como elemento limitador à expressão da criatividade de professores (Mariani & Alencar, 2005; Alencar & Fleith, 2008; Libório, 2009). Pesquisas realizadas (Alencar & Fleith, 2003; Mariani & Alencar, 2005; Castro & Fleith, 2008; Libório, 2009) identificaram também a falta de tempo/ oportunidade e a pressão de conteúdo a ser dado e planejamentos rígidos como o fator mais frequente como barreira à expressão da criatividade.
Os dados encontrados por Mariani e Alencar (2005) e Oliveira (2009), demonstram que a criatividade no ambiente escolar também estaria condicionada aos recursos materiais e espaço. Mariani e Alencar (2005) descreveram a falta de recursos materiais e/ou estrutura física deficitária da escola, como biblioteca com insuficiência de recursos para atender, espaço físico inadequado para a realização de dinâmicas diferenciadas como teatro, exposição de trabalhos, debates e brincadeiras.
Observamos as dificuldades na infraestrutura na biblioteca da escola de ensino médio que estava em reforma. Algumas vezes o espaço criativo tentou ser desenvolvido neste local, porém não havia estrutura, a sala estava em transição de um laboratório de informática para uma biblioteca, os próprios alunos reclamavam do estado físico do local, cheio de pontas de cigarros pelo chão. Os fatores tempo e espaço foram identificados em nossa pesquisa pelos adolescentes.
Como também identificado em nossa pesquisa, Oliveira e Alencar (2010) apresentam que em seu estudo, tanto os gestores quanto os educadores, encontraram dificuldades para expressar elementos facilitadores às práticas pedagógicas voltadas para a criatividade. Os gestores e os educadores relatavam em primeiro lugar, na maioria das vezes, os elementos inibidores.
O estudo de Nakano (2009) aponta para um professor mal preparado com dificuldade para lidar com as diferenças individuais presentes nos alunos, desconhecedor de estratégias criativas e estimuladoras para ensinar e, ele próprio, desmotivado frente às condições institucionais que encontra em seu trabalho. O processo de formação prepara os professores para lidar com o "aluno passivo", desta forma tentamos compreender as dificuldades do professor ao se deparar com alunos criativos ou ao se conscientizar das próprias barreiras que impedem a expressão da criatividade em seu trabalho.
O professor tem um importante papel a exercer neste processo, por meio de docentes criativos que, valendo-se da criatividade, podem tornar suas aulas prazerosas e estimuladoras (Oliveira, 2010). Com atenção as características do pensamento criativo e conhecendo a maneira pela qual as capacidades criativas se desenvolvem, os professores podem identificar os comportamentos e estimular os alunos em direção às suas possibilidades máximas. Isso será possível se o professor estiver consciente de sua importância neste processo, de forma que esteja preparado para oferecer e permitir condições que possibilitem o desenvolvimento da criatividade na sala de aula, evitando o modelo de ensino com ênfase na memorização e passividade (Nakano, 2009). Deste modo, o professor pode ser um facilitador ou inibidor da criatividade dos alunos, propiciando uma atmosfera em sala de aula com a liberdade para expressão da criatividade e da individualidade (Castro & Fleith, 2008; Nakano, 2009; Oliveira, 2009).
Enumeramos algumas metas aos professores: 1) estimular o ensino cooperativo em que alunos e professores se sintam responsáveis; 2) motivar os estudantes a terem ideias, estimulando o uso de atividades que permitam ao adolescente a pensar de forma diferente sobre o problema; 3) estar aberto às novas experiências e mudanças e sugestões dos alunos; 4) oferecer aos estudantes oportunidades de trabalharem com materiais diferentes e em diferentes ambientes; 5) desenvolver um clima de tolerância na sala de aula através da abertura e espaço para os alunos elaborarem questões, respostas e sugestões; 6) reconhecer as habilidades, estilos e interesses diferentes dos alunos; 7) trabalhar o currículo de forma flexível e contextualizada, sem autoritarismo ou dominação; 8) não valorizar o erro e puni-lo (Nakano, 2009; Oliveira, 2010). Observamos que no espaço criativo buscamos desenvolver com os adolescentes essas metas.
No nosso estudo, uma professora de matemática da escola de ensino fundamental através de oficinas de artesanato e reciclagem de jornal ensina alguns conteúdos de sua disciplina, além de resultar em um produto final comercializável. Essas oficinas são complementares às suas aulas e não são obrigatórias. A pesquisa de Otaviano (2009) expõe que há relação entre a percepção dos alunos quanto ao uso de estratégias em sala de aula para desenvolver a criatividade por seus professores e a motivação do aluno em matemática. Algumas vezes, os alunos perdem o interesse pela matemática porque ela parece se distanciar da vida, ou seja, o que é ensinado na escola não é utilizado no cotidiano, com a falta de ligação entre a matemática que se aprende na escola e os reais interesses dos alunos. Contudo, na pesquisa de Libório (2009) as turmas de matemática, participantes de seu estudo, foram identificadas como as que apresentaram um clima para criatividade menos favorável.
De acordo com a pesquisa de Oliveira e Wechsler (2002) com estudantes dos cursos de licenciatura em matemática, psicologia e pedagogia como também os professores do ensino fundamental e médio de São Paulo, o adjetivo de pessoa criativa foi o mais mencionado para qualidade de professor ideal. A criatividade do professor é um elemento fundamental no processo educativo devido à necessidade de atualização da escola e à demanda de uma sociedade em permanente transformação (Mourão & Martínez, 2006). Nas pesquisas de Lins e Miyata (2008) e Castro e Fleith (2008), a criatividade do professor se mostrou importante para o desenvolvimento da criatividade dos alunos. Na nossa pesquisa, um professor de Educação Física da escola de ensino fundamental relatou que se sentiu com a autoestima elevada quando soube que alguns de seus alunos, que para ele "não valiam nada", conseguiram participar das atividades da pesquisa. Nakano (2009) expõe que alguns professores estão desinformados a respeito do impacto sobre o aluno ao rotulá-lo de incapaz em função de um desempenho acadêmico que deixa a desejar. Isto pode estar acontecendo com os alunos criativos.
Portanto, segundo Mariani e Alencar (2005), na escola o professor pode oferecer importantes contribuições para a construção de um ambiente favorável à expressão da criatividade na sala de aula. A criatividade pode contribuir para a solução do fracasso escolar, na construção de projetos e na execução de programas para melhorar o desempenho dos alunos.
Considerações finais
Observamos a necessidade de repensarmos a educação para estimular, valorizar e estabelecer um clima em sala de aula propício à criatividade. Um espaço criativo na escola pode privilegiar: a) a comunicação e a interação professor-aluno, através de uma relação professor-aluno mais horizontal; b) a oportunidade de aprendizagem com prazer; c) a produção e integração dos conhecimentos, e não a sua reprodução; d) o maior envolvimento do aluno nas tarefas e seu melhor desempenho, pois ele tem poder de decisão na hora de escolher como fazer as atividades; e) a resolução criativa de problemas e desafios, como por exemplo, os problemas encontrados no dia a dia da escola; f) a autoestima do estudante, ao respeitamos suas ideias.
A abordagem educacional da Pedagogia Simbólica Junguiana valoriza o espaço da criatividade na educação. Os adolescentes esperavam que fossem encontrar seminários informativos de cunho científico e com repasse de conteúdos tal como as suas aulas. A surpresa para eles foi que a estrutura dos encontros foi interativa, sem recriminação de suas reflexões. As ideias iniciais dos alunos sobre as oficinas eram diferentes e foi uma surpresa para eles encontrarem um espaço onde conseguiram serem ouvidos: seus anseios, preocupações e dúvidas sobre saúde pública.
Para desenvolver a criatividade no contexto escolar torna-se necessário investimento na formação inicial e continuada do professor, com a consciência de seu papel no desenvolvimento cognitivo, social e emocional dos alunos. Deste modo, consideramos que os resultados encontrados com o desenvolvimento do espaço criativo foi favorável a educação como um cuidado com o desenvolvimento físico, psíquico e social dos adolescentes. Esperamos que nosso estudo ofereça aos educadores subsídios para criação de espaços criativos nas escolas, que propiciem uma prática da criatividade e o processo de aprendizagem que envolva a participação ativa do adolescente, sujeito pensante e criativo.
REFERÊNCIAS
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Recebido: 10/04/2014 / Corrigido: 09/10/2014 / Aceito: 15/10/2014.
1 Baseado na Dissertação de Mestrado com o título "Percepção de adolescentes de escolas públicas sobre a interação em saúde e ambiente no contexto psicossocial",desenvolvida na Escola Nacional de Saúde PúblicaSérgio Arouca ENSP/ Fundação OswaldoCruz – Fiocruz/RJ, Brasil. O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacionalde Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq – Brasil, que agradeço.
2. Psicóloga e Mestre em Saúde Pública (ENSP/ Fiocruz). Contato: ENSP/Fiocruz - Rua Leopoldo Bulhões 1.480 – Manguinhos, Rio de Janeiro / RJ Brasil – CEP 21.041-210. Tel. (21) 9886 - 55495 - E-mail- katiaovidia@gmail.com
³ Doutorando em Avaliação Psicológica pela Universidade São Francisco – USF, Atualmente é Professor do Centro Universitário Salesiano de São Paulo – Brasil e Co-Coordenador do Laboratório de Psicodiagnóstico e Neurociências Cognitivas - LAPENC - UNISAL. Contato: Avenida Franz Voegeli, 300 Vila Yara – Osasco/SP – Brasil – Tel. (11) 2606-4026. E-mail: fpessotto@yahoo.com.
4 Psicóloga formada pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo, câmpus Americana e integrante do Laboratório de Psicodiagnóstico e Neurociências Cognitivas - UNISAL. E-mail: priscila.sol.j@gmail.com
5 Graduanda em Pedagogia no Centro Universitário Salesiano de São Paulo câmpus Americana e integrante do Laboratório de Psicodiagnóstico e Neurociências Cognitivas - UNISAL. E-mail: tatisociais@yahoo.com.br