SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.24 número3Conhecimento e desejo de saber: de Piaget a LacanPor uma inclusão escolar artesanal: para além da técnica, uma ética educativa índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

artigo

Indicadores

Compartilhar


Estilos da Clinica

versão impressa ISSN 1415-7128versão On-line ISSN 1981-1624

Estilos clin. vol.24 no.3 São Paulo set./dez. 2019

https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v24i3p513 

10.11606/issn.1981-1624.v24i3p513

ATUALIDADE DA PESQUISA

 

Por uma utopia para as crianças africanas: a incidência do desejo do Outro na posição do sujeito na escola

 

 

Ana Carolina Barros Silva

Banca examinadora: Claudia Rosa Riolfi (orientadora) – Universidade de São Paulo (universidade piloto) ; Leandro de Lajonquière (orientador) – Université Paris 8 (universidade parceira) ; Eric Plaisance – Université Paris 5 ; Ilaria Pirone – Université Paris 8 ; Ana Maria Medeiros da Costa – Universidade do Estado do Rio de Janeiro ; João Boaventura Ima Panzo – Escola Superior Pedagógica do Bengo (Angola).

 

 

RESUMO

Ter esperança é condição para ensinar. Trata-se de esperar sem expectativa, mas supondo que uma criança possa sempre aprender algo. Por parte do professor, é necessário, portanto, fazer uma aposta e sustentar esse lugar desejante que dá origem à transferência. Quando adultos podem sonhar um futuro para a criança, há efeitos. Ter, para elas, uma utopia, nos parece fundamental. Nossas reflexões nasceram a partir de experiências vivenciadas em escolas angolanas e moçambicanas, onde observamos traços que tendiam a repetição. Investigamos a forma como não-ditos, enquanto significantes mudos que circulam na cultura, podem ser transmitidos, via transferência estabelecida entre professores e alunos, como saberes inconscientes que, ao não encontrarem espaço de simbolização, retornam em produções sintomáticas que podem marcar o percurso de uma criança para aprender. A análise privilegiou o exame de traços que parecem apontar para uma posição inconsciente do sujeito face ao desejo do Outro que, muitas vezes, emergiam como impasses na posição do sujeito e, em consequência, frente ao conhecimento. Essas marcas inconscientes que insistem em se repetir no laço social, produzem sintomas semelhantes, geração após geração, nos remetendo a transmissão de não-ditos que corroboram para a não simbolização e cristalização de lugares imaginários para alunos e professores.

Palavras chave: sujeito; desejo de saber; escola; África; aprendizagem.

 

 

Tese de doutorado na Faculdade de Eduçação da Universidade de São Paulo (Brasil), no ámbito do convênio internacional de dupla titulação assinado com a École Doctorale Pratiques et Théorie du Sens da Université Paris 8 Vincennes Saint-Denis (França).

* E-mail: acbarrossilva@usp.br

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons