12 3 
Home Page  


Psicologia: teoria e prática

 ISSN 1516-3687

CAMILO, Juliana A. de Oliveira. Querer ficar, querer sair: a ambivalência da internação psiquiátrica. []. , 12, 3, pp.106-119. ISSN 1516-3687.

^lpt^aA dicotomia entre querer sair e querer ficar no manicômio parece fazer parte da vida de muitas usuárias e usuários de serviços de saúde mental. Neste texto, será discutida essa problemática, destacando os principais impasses relatados por algumas usuárias quando estavam internadas em um hospital psiquiátrico da cidade de São Paulo, entre 2005 e 2007. A análise do conteúdo foi sustentada com base na perspectiva do construcionismo social. Este estudo conclui que a falta de uma rede de apoio extramuros integrada, além de internações psiquiátricas recorrentes, dificulta a reinserção social e abre espaço para o “querer ficar internado”. No entanto, esse suposto desejo não está isento de sofrimento. As falas, marcadas por rostos entristecidos, lapsos de linguagem ou lágrimas, clamam pela reconstrução de cidadania e autonomia, possível apenas pelas condições propícias para o “poder” sair.^len^aThe dichotomy within the desire of staying or getting out of the hospital seems to be part of many user’s life whom are attended by mental health services. Thus, this paper intends to reflect on this issue, highlighting the main problems reported by some users when they were admitted to a psychiatric hospital in São Paulo, between the years 2005 and 2007, and the content analysis sustained from the perspective of social constructionism. It was concluded that the lack of a support network integrated extramural, and recurrent hospitalizations, hinder social reintegration and open space for the “want to stay in hospital”. However, this supposed desire, not without suffering. The statements marked by sorrowful faces, slips of the tongue or tears, calls for the reconstruction of their citizenship and autonomy, the only possible conditions to “can” go out.^les^aLa dicotomía entre el deseo de salir y el deseo de estar en el asilo parece hacer parte de la vida de muchas usuarias y de usuarios de servicios de la salud mental. En este texto discutirá este problema, destacando las principales dificultades para algunas usuarias y usuarios cuando estaban internadas en un hospital psiquiátrico de la ciudad de São Paulo, entre los años de 2005 a 2007. El análisis del contenido fue apoyado en la perspectiva del construccionismo social. Este estudio concluye que la carencia de una red integrada de apoyo, asociada a internaciones psiquiátricas recurrentes, obstaculiza la reinserción social y abre el espacio para que el “deseo de estar internado”. Sin embargo, este deseo que se suponen, no está exento del sufrimiento. Los discursos, marcados por caras entristecidas, lapsos de la lengua o lágrimas, claman por la reconstrucción de su ciudadanía y autonomía, posible solamente con las condiciones propicias para el “poder” salir.

: .

        · | | |     · |     · ( pdf )