Natureza humana
ISSN 1517-2430
RICHARDSON, William J.. Heidegger and Psychoanalysis?. []. , 5, 1, pp.9-38. ISSN 1517-2430.
^len^aThis paper examines the possible relationship between the thought of Martin Heidegger as it emerges in the Zollikon Seminaire (1959-1969) through his exchange with Medard Boss and the perspective of psychoanalysis as it appears through the prism of Jacques Lacan's rereading of Freud. Heidegger takes Freud to be victim of a positivist conception of science that seeks to explain pathological human behaviour by a complex of consciously discernible causes. When certain phenomena cannot be explained in this way, Freud postulates a set of psychic causes that are not conscious, the sum total of which he calls the "unconscious." Since all human phenomena are, for Heidegger, discernible through a thorough-going phenomenology of human being (Dasein) as being-in-the-world, Freud's hypothetical construct is unnecessary and, in the long run, pernicious. But Lacan proposes a new way to understand the unconscious that Freud discovered, namely, that it is not to be thought of as analogous to a physical system of hydraulic forces but rather to a process that is structured like a language. The question raised in the paper is whether or not Heidegger would have been equally hostile to Freud's hypothesis, if it had been presented to him in Lacanian fashion as something "structured like a language". The paper suggests that the answer could be "probably not". On the basis of a highly simplified clinical example, it endeavors to show the compatibility between certain basic Heideggerean concepts and several of those essential to Lacan, especially the notions of truth and freedom.^lpt^aEste ensaio examina o relacionamento possível entre o pensamento de Martin Heidegger enquanto emerge no Zollikon Seminaire (1959-1969) na sua troca de idéias com Medard Boss e a perspectiva da psicanálise como aparece através do prisma da releitura de Freud oferecido por Jacques Lacan. Heidegger entende Freud como vítima de uma compreensão positivista da ciência que procura explicar o comportamento humano patológico por um complexo de causas discerníveis conscientemente. Quando determinados fenômenos não podem ser explicados desta maneira, Freud postula um jogo de causas psíquicas que não são conscientes, cuja soma ele chama o "inconsciente". Desde que todos os fenômenos humanos são, para Heidegger, discerníveis via uma profunda fenomenologia do ser humano (Dasein) como o ser-no-mundo, a construção hipotética de Freud é desnecessária e, a longo prazo, perniciosa. Mas Lacan propõe uma nova maneira de compreender o inconsciente descoberto por Freud, a saber, que não deve ser entendido como um sistema físico de forças hidráulicas, mas como um processo que seja estruturado como um idioma. A pergunta levantada neste ensaio é se Heidegger seria ou não igualmente hostil à hipótese de Freud, apresentada a ele dentro da forma de Lacan, como algo "estruturado como um idioma". O ensaio sugere que a resposta poderia ser "provavelmente não". Baseado num exemplo clínico altamente simplificado, este ensaio esforça-se para mostrar a compatibilidade entre determinados conceitos básicos de Heidegger e diversos, de Lacan, em especial as noções da verdade e da liberdade.
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