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Natureza humana

 ISSN 1517-2430

LYRA, Edgar. Heidegger, história e alteridade: sobre a essência da verdade como ponto de partida. []. , 8, 2, pp.337-356. ISSN 1517-2430.

^lpt^aReiteradamente, ao longo de sua obra, Heidegger referiu-se ao opúsculo Sobre a essência da verdade, cuja primeira elaboração data de 1930. Chega a dizer, em entrevista ao L’Express (1969), ser esse trabalho a "dobradiça" entre Heidegger I e Heidegger II, inseparáveis um do outro. A questão da história é nele abordada na sua relação com a verdade do ser, mais exatamente, com a idéia de que a continuidade dos eventos que concerne a essa verdade está ontologicamente ligada a uma recusa original do ser a uma inteligibilidade plena ou definitiva. Dessa recusa original decorre a liberdade e, simultaneamente, a possibilidade do erro, a errância; decorre, igualmente, a possibilidade de completo desnorteamento. Tomando essas teses como ponto de partida, é possível afastar da concepção heideggeriana de história quaisquer traços de processualismo ou teleologia, e, sobretudo, reconciliá-la com uma idéia simultaneamente geral e "concreta" de alteridade. É o que aqui se pretende.^len^aOver and over along his works Heidegger has mentioned the opuscule On the Essence of Truth, whose first elaboration dates from 1930. In an interview to L’Express (1969) he even comes to say about this work that it is a "hinge" between Heidegger I and Heidegger II, inseparable from each other. The text deals with the question of history in its reference to the truth of being, more precisely, to the idea that the continuity of events related to this truth is ontologically tied to an original refusal of being to a full or conclusive intelligibility. What is brought out of this original refusal is freedom but, at the same time, the possibility of error, errancy; it also follows the possibility of complete disorientation. Taking these thesis as a starting point, it is possible to move away from the heideggerian conception of history any traces of processualism or teleology and, above all, to reconcile it with an idea both broad and "concrete" of alterity. That’s what we intended to do here.

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