5 1 
Home Page  


Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva

 ISSN 1517-5545

CARVALHO NETO, Marcus Bentes de; SALINA, Alessandra; MONTANHER, Ana Roberta Prado    CAVALCANTI, Laura Abdalla. O projeto genoma humano e os perigos do determinismo reducionista biológico na explicação do comportamento: uma análise behaviorista radical. []. , 5, 1, pp.41-56. ISSN 1517-5545.

^lpt^aEm 1990 iniciou-se o Projeto Genoma Humano com a tarefa de mapear que genes comporiam o código genético do homem. Recentemente, o coordenador geral do projeto Genoma Câncer no Brasil, sugeriu a existência de um conjunto de genes responsáveis pelo comportamento criminoso, descartando o papel relevante de variáveis ambientais (ontogenéticas e culturais). O presente ensaio teve por objetivo discutir a origem e a pertinência do determinismo reducionista biológico na explicação do comportamento. Identificou-se uma longa tradição no pensamento ocidental de busca, na base orgânica, de uma explicação estritamente biológica para as ações humanas, especialmente para aquelas entendidas como socialmente problemáticas. Tal tradição é confrontada com o modelo de seleção pelas conseqüências de Skinner e com a descrição de experimentos mostrando a atuação conjunta dos determinantes filogenéticos e ontogenéticos no comportamento. Discutem-se os limites de uma explicação inteiramente genética da ação e os perigos sociais e políticos de sua disseminação.^len^aThe Human Genome Project began in 1990 with the task of mapping the genes that would compose the human genetic code. Recently, the general coordinator of the Cancer Genome Project in Brazil, suggested the existence of a set of genes responsible for criminal behavior, discarding the relevant role of environmental variables (ontogenetic and cultural). The present essay aims to discuss the origin and pertinence of the biologic reductionist determinism in the explanation of behavior. It was identified a long tradition in the occidental thought to search, in the organic basis, for a strictly biological explanation for human actions, specially for those considered socially problematic. Such tradition is confronted to Skinner’s model of selection by consequences and to the description of experiments showing the collective action of the phylogenetic and ontogenetic determinants in behavior. The limits of an entirely genetic explanation of action and the social and political risks of its dissemination are discussed.

: .

        · | |     · |     · ( pdf )