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Revista Mal Estar e Subjetividade

 ISSN 1518-6148 ISSN 2175-3644

BESSET, Vera Lopes. Angústia e desamparo. []. , 2, 2, pp.203-215. ISSN 1518-6148.

^lpt^aEntre os deuses, Amor é o mais amigo dos homens, pois cura-os de um mal imputado por Zeus: a separação de cada ser em duas metades, diz Platão, no Banquete. Nesse mito de origem da natureza humana, o amor é o que desfaz a divisão promovida por um Pai que, insatisfeito com seus filhos, torna-os incompletos. Então, os homens, obrigados a buscar um parceiro, voltam a prestar homenagens ao deus maior. Eis uma figuração da conjugação entre o amor e o desamparo, onde o segundo aparece como condição necessária para o primeiro. Na clínica, o sinal de angústia desvela, por vezes, a situação de desamparo na qual a perda do amor mergulha o sujeito. Frente ao mal-estar na civilização, "amar e ser amado" é um dos métodos ao alcance do ser humano em sua busca pela felicidade. Um método cuja eficácia é limitada, pois a ausência do objeto amado ou de seu amor deixa o sujeito na infelicidade e no desamparo. Nesse sentido, a proposta da psicanálise, baseada na presença do analista, contraria o desígnio de Eros, que é converter o múltiplo em uno. "Eu e você somos um", diz o apaixonado, imerso na ilusão promovida pelo amor. Trata-se, em psicanálise, de um percurso que parte do amor, valendo-se da alienação do sujeito, suposição, para conduzi-lo à separação, dos significantes-mestres que o submentem e de uma posição de fixação na satisfação pulsional. Nesse sentido, é de um novo amor que se trata, um amor que separa. Assim, para além de sua dimensão de sujeito-suposto-saber, solidária do amor, colocando em ato a realidade do inconsciente, a transferência atualiza a certeza do que não engana, pela via da angústia.^len^aBetween gods, Love is the human's best friend, because gives them the cure for an injury imputed by Zeus: the division in a half, according to in compliance with Platon, on the Banquet. In this myth of human nature source , the love is the way to undo the division that was done by a Father who was discontent with his children, and made them incomplete. The men, forced to look for a partner, return to honor the most important god. We have the conjugation of love and abandonment in this figuration, which abandonment comes out as a condition for love. On clinic, the anguish sign keep awake the abandonment position that love's lost take us. Face to indisposition on civilization, "love and be loved" can be a way to reach happiness. A way that has a limited efficiency because the object or its love absences leave the subject unhappiness and abandonment. So, the psychoanalysis's propose is founded on the analyst's presence, contradict the Eros's intention which is join the two parts. "You and me is only one", said the subject that is in love. Psycoanalysis treats about a course that starts on love, based on the subject alienation, supposition, to drive him to masters-significants's separation and to a position that fix instinct satisfaction. It is about a new love that we talk, a love that separate. Than, beyond the dimension of the subject whom we supposed knowledge, putting on act the unconscious's reality, transference up to date the certainty by anguish way.

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