Revista Mal Estar e Subjetividade
ISSN 1518-6148 ISSN 2175-3644
SALGADO, Maria das Graças de Santana. Subjetividade, gênero e poder: a expressão cultural da emoção na integração médico-paciente . []. , 3, 2, pp.311-352. ISSN 1518-6148.
^lpt^aEntendendo que, quando em situação de sofrimento, o discurso do paciente sobre o médico oscila entre a submissão completa e a formulação de queixas, este trabalho desenvolve uma análise qualitativa do discurso da emoção do cliente através de cartas de reclamação contra médicos conveniados de um seguro de saúde, observando gênero e poder como aspectos relevantes da interação. A orientação teórica baseia-se na noção de emoção um construto cultural e uma prática discursiva, na noção de face (Goffman, 1967; Brown & Levinson, 1978/2001) e no modelo sugerido por Schimanoff (1987) acerca de emoções que honram e/ou ameaçam a face dos participantes. Resultados parciais indicam que, neste contexto, pacientes destratados elaboram o discurso emocional atribuindo graus diferenciados de responsabilidade ao médico e à empresa. Semelhanças e diferenças de estratégias discursivas adotadas representam atos explícitos de ameaça a face do médico e relativo alinhamento com a empresa.^len^aAssuming that, when in situation of suffering, the patient discourse about doctors oscillates between total subservience on one hand, and the formulation of complaints on the other hand, this work analyses the client emotion discourse through letters of complaints against doctors contracted by a health insurance plan observing the notions of power and gender as relevant aspects of doctor-patient interaction. It uses the notion of emotion as a cultural construct and a discursive practice, the concept of face (Goffman, 1967; Brown & Levinson, 1978/2001) and the theoretical framework suggested by Schimanoff (1987) regarding emotions that save or threaten participants face needs. Results suggest that mistreated patients express an emotion discourse that ascribes different levels of responsibility to the doctor and to the company. Differences and similarities in discursive strategies adopted represent explicit face threat acts to the doctor and relative alignment with the company.
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