Revista Mal Estar e Subjetividade
ISSN 1518-6148 ISSN 2175-3644
MARSILLAC, Ana Lúcia Mandelli de SOUSA, Edson Luiz André de. Sobre as paradoxais fronteiras do corpo. []. , 6, 2, pp.332-344. ISSN 1518-6148.
^lpt^aNeste artigo, buscaremos refletir sobre as fronteiras do corpo. Entendemos que elas não são estanques, mas lábeis, constituídas através da intrincada relação entre o corpo, a subjetividade, o laço social e a passagem do tempo. A partir de alguns aportes teóricos da psicanálise, trabalhamos com uma idéia de corpo que se constitui em constante movimento, através de suas construções simbólicas, bem como da labilidade das imagens que dá a ver. Visualizamos um corpo/sujeito, intrincado com sua cultura; um corpo mutante que paradoxalmente está sempre almejando uma forma estável. Analisamos que a imobilidade da imagem do corpo tranqüiliza o sujeito na sua posição defensiva. Da mesma forma, os jogos sociais de poder visam conferir ao corpo um lugar prédeterminado, buscando torná-lo um corpo dócil. No cenário contemporâneo, somos atravessados pela lógica da velocidade dos valores, perdendo gradativamente a capacidade de afetar-nos pelos detalhes da vida. Com a Arte, destacamos o valor das marcas passadas, da alteridade e dos horizontes possíveis na constituição deste corpo/sujeito em perpétua metamorfose, mas que se reconhece enquanto Um/ singular. Visualizamos espaços de resistência à velocidade, buscando formas que rompam com o mimetismo preocupante de nosso tempo.^len^aThe present work is an attempt to reflect upon the body's frontier. We understand that don't are staunch, but are labile, constituted through of intricate relationship between body, subjectivity, social's bow and passage of time. Based on the theoretical contribution of psychoanalysis, this work deals with a notion of body in constant movement, through the symbolic constructions and the lability of the images it shows. We visualize a body/subject, intricated with its culture; a mutant body that, paradoxically, is constantly seeking a stable form. We analyzed that the immobility of the body's image tranquilizes the subject in his defensive position. The social games of power aim at conferring a predetermined place to the body, turning it into a docile body. In the contemporary scenario, we are invaded by the logic of the velocity of values, which makes us gradually loose our ability of being affected by the details of life. Through the Art, we highlight the value of past marks, of alterity, and of possible horizons in the constitution of this body/subject in perpetual metamorphosis, but able to recognize itself as One/Singular. We visualize spaces of resistance to velocity, seeking forms that brake with the worrisome mimetism of our time.
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