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Revista Mal Estar e Subjetividade

 ISSN 1518-6148 ISSN 2175-3644

APPEL-SILVA, Marli    BIEHL, Kátia. Trabalho na pós-modernidade: crenças e concepções. []. , 6, 2, pp.518-534. ISSN 1518-6148.

^lpt^aNeste artigo, objetivamos refletir a respeito de implicações das crenças e concepções em relação ao trabalho flexível na subjetividade humana. Mudanças na estruturação do trabalho, na contemporaneidade, foram conseqüências de modificações no sistema de valores, ou seja, nas crenças e concepções que pautaram a idéia da flexibilização do capital e dos processos de trabalho como mais propícios às reestruturações necessárias à manutenção do sistema econômico capitalista. Entretanto, o trabalho flexível engendrou uma série de concepções contraditórias e impeditivas de os sujeitos apresentarem um trabalho satisfatório e exitoso, colocando-os à mercê do desemprego e da culpabilização pela própria empregabilidade. Desse modo, o trabalho flexível tornou-se uma possibilidade constante de fracasso em uma época histórica em que o valor do sujeito passou a ser baseado nas idéias sobre sucesso-fracasso, aplicadas aos mais variados âmbitos da vida. A possibilidade de fracasso no trabalho instigou uma subjetividade marcada por um medo contínuo. Aspecto que se revelou como impeditivo da elaboração de um sentido complexo e analítico em relação ao contexto. Concomitantemente, a internalização dos valores hedônicos, próprios da contemporaneidade, estimulou os sujeitos a procurarem práticas lúdicas como meio de adquirirem satisfação pessoal, como compensação à insatisfação com as práticas do trabalho, distinguindo uma vivência dividida entre uma "vida séria do trabalho" e uma "vida das festividades lúdicas". Como conseqüência, os sujeitos revelaram, como fuga do medo do fracasso, uma relativa indiferença em relação ao trabalho e uma busca onipotente dos prazeres e das sensações, através das atividades lúdicas. O sentido do trabalho passou a ser o de financiar o consumo hedônico, gerando sujeitos com tempos e espaços cindidos entre sujeito-trabalhador e sujeito-consumidor, ou seja, tempos-espaços de sofrimento e tempos-espaços de prazer.^len^aThe purpose of the present article is to reflect upon the implications of flexible labor-related beliefs and conceptions upon human subjectivity. Contemporary changes in labor structure were generated by modifications in the value system, that is, in the beliefs and conceptions that gave rise to the idea of flexibilization of the capital and labor processes as being more suitable to the reorganization necessary to maintain the capitalist economic system. However, flexible work generated a series of contradictory conceptions that prevented workers from rendering satisfactory services and made them subject to dismissal and blamable for being unemployed. Therefore, flexible work was thought to be very likely to fail at a time where the subject value was based on the ideas of success-failure applied to the most varied aspects of life. The possibility of failure at work aroused a subjectiveness characterized by a continuous fear. Such aspect was found to prevent the elaboration of a complex and analytical sense concerning the context. Concomitantly, the internalization of hedonic values, common in contemporary times, has stimulated the subjects to adopt ludic practices as a means to obtain personal satisfaction, so as to make up for the dissatisfaction with labor practices. Thus, life was to be divided into two parts: a "life of hard work" and a "life of ludic events and pleasure". Consequently, in order to overcome the fear of failure, subjects have shown a sort of indifference toward labor and started to seek pleasures and sensations by means of ludic activities. Work has become a way to finance the hedonic consumption, generating subjects with times and spaces divided into subject-worker and subject-consumer, that is, times-spaces of suffering and times-spaces of pleasure.

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