6 2 
Home Page  


Revista Mal Estar e Subjetividade

 ISSN 1518-6148 ISSN 2175-3644

MACIEL, Regina Heloisa; SENA, Filadélfia Carvalho de    SABOIA, Iratan Bezerra de. O mal-estar nas novas formas de trabalho: um estudo sobre a percepção do papel dos cooperados em uma cooperativa de trabalho autogestionário. []. , 6, 2, pp.535-560. ISSN 1518-6148.

^lpt^aAs cooperativas de trabalho autogestionário são associações de profissionais com o objetivo de garantir trabalho e renda dentro de um contexto democrático, constituindo-se como espaços alternativos na ordem sócio-política-econômica. O objetivo desta investigação foi verificar como membros de uma cooperativa do Estado do Ceará, através de seus discursos, percebem a cooperativa e seu trabalho, analisando o impacto da mudança na estrutura do trabalho de empregados para cooperados sobre a subjetividade dos trabalhadores. Foram realizadas entrevistas em grupo e individuais, além de terem sido aplicados questionários abertos, em 38 cooperados de um universo de 768 de uma mesma cooperativa. Através da análise dos discursos, pode-se perceber que, apesar de terem ocorrido certas mudanças na postura e atitudes dos cooperados em relação ao seu trabalho anterior na empresa tradicional, existem ainda hábitos e expectativas ligados ao tipo de emprego anterior, não se percebendo nos discursos, em geral, uma apropriação pelos sujeitos da sua situação de trabalho, o que resulta em um mal-estar com relação a sua atual situação de trabalho. Os sujeitos reproduzem os mesmos esquemas anteriores, aprendidos na organização de origem, e a cultura da organização é híbrida, não possuindo características das empresas tradicionais, mas também não refletindo as possibilidades de uma cooperativa autogestionária. Provavelmente, isto ocorre porque o local reservado às cooperativas na ordem socioeconômica não representa um progresso real nas condições de trabalho desses profissionais, mas sim uma deterioração dessa condição.^len^aAutonomous workers cooperatives are workers associations with the aim of assure work and income in a democratic context. In this sense, they constitute alternative spaces in the social economic and politic capitalist order. The objective of this paper is to describe how the workers in one cooperative of Fortaleza, Ceará view the cooperative and their work, through the analyses of their discourses. The focus is on the impact in the subjective perceptions of the work structure and organization in the process of change from being traditional workers to associated workers in a cooperative. The participants were 38 professionals from a cooperative of 768 workers. Focal groups, individual interviews and open questionnaires were used to collect the information. The results have shown that in spite of the occurrence of some changes in their attitudes in relation to their former work in a traditional company, there are persistent habits and expectations linked to the former condition, besides a feeling of dissatisfaction towards the cooperative. In their discourses there is no sign of appropriation of the actual condition of autonomy. Their subjective process reproduces the same old pattern and the cooperative organizational culture is hybrid, showing a mixture of a traditional firm and the possibilities of an autonomous cooperative. This is probably due to the place the cooperatives have in the socio-economic scene; a place that does not reflects a real progress in the worker's condition, but its deterioration.

: .

        · | |     · |     · ( pdf )

 

Creative Commons License All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution License