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Revista Mal Estar e Subjetividade

 ISSN 1518-6148 ISSN 2175-3644

PEIXOTO JUNIOR, Carlos Augusto. Sobre a importância do corpo para a continuidade do ser. []. , 8, 4, pp.927-958. ISSN 1518-6148.

^lpt^aDa forma como Donald Winnicott o entendia, o corpo seria essencial para a psique, na medida em que ela era vista, antes de tudo, como uma organização específica, proveniente da elaboração imaginativa das funções corporais. Contudo, do ponto de vista do indivíduo em processo de amadurecimento emocional, o autor não considerava que o "self" e o corpo seriam inerentemente superpostos. Ainda assim, para que houvesse saúde, seria necessário que essa superposição se tornasse um fato. Gradualmente, a psique chegaria a um acordo com o corpo, de tal forma que, na saúde, deveria existir um estado no qual as fronteiras corporais seriam também as fronteiras da psique. Levando em conta estas considerações, o objetivo principal do presente artigo é delimitar o lugar do corpo na obra do psicanalista inglês, procurando articular esse conceito com a experiência de continuidade do ser. Para isso, percorremos os seus principais artigos sobre o tema, desde os anos trinta até o início da década de setenta, supondo que desta maneira é possível detectar, de forma mais rigorosa, as principais transformações pelas quais passaram as relações entre corpo e ser. No decorrer deste percurso, são discutidas ainda outras noções e conceitos fundamentais formulados pelo autor, tais como os de integração, personalização, "holding" e "handling", assim como a sua abordagem dos distúrbios psicossomáticos.^len^aAs Donald Winnicott understood it, the body would be essential for the psique while it was seen, first of all, as a specific organization, proceeding from the imaginative elaboration of the corporal functions. However, from the point of view of the individual in process of emotional maturation, the author did not consider that the "self" and the body would be inherently superposed. Nevertheless, in health, it would be necessary that this superposition becomes a fact. Gradually, the psique would arrive at an agreement with the body, in such a way that, in health, there should be a state in which the corporal borders would also be the borders of the psique. Taking in account these considerations, the main objective of the present article is to delimit the place of the body in the work of the English psychoanalyst, trying to articulate this concept with the experience of continuity of the being. For this, we traverse its main articles on the subject, since the Thirties until the beginning of the decade of seventy, assuming that in this way it is possible to detect in a more rigorous way the main transformations in the relations between body and being. During this course, we still discuss other fundamental concepts and notions formulated by the author, such as integration, personalization, "holding" and "handling", as well as his approach of psychosomatic disturbance.

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