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Revista Mal Estar e Subjetividade

 ISSN 1518-6148 ISSN 2175-3644

NICOLAU, Roseane Freitas. A psicossomática e a escrita do real. []. , 8, 4, pp.959-990. ISSN 1518-6148.

^lpt^aA partir de uma investigação sobre psicossomática e de uma revisão das principais teorias sobre o tema, propomos neste artigo (re) visitar os textos de Freud e de Lacan, utilizando também textos de outros psicanalistas. Pretendemos com isso circunscrever o funcionamento conceitual das teorias inspiradas nos modelos freudiano e lacaniano sobre psicossomática, visando articulá-las às últimas elaborações de Lacan sobre o tema, apresentadas na Conferência de Genebra (1975), onde assinala que o fenômeno psicossomático é da ordem da escrita no corpo. Escrita que não é da ordem do signo, mas da assinatura, o que remete à dimensão do enigma. Para Lacan os traços são verdadeiros hieróglifos que ainda não se sabe ler, ou seja, traços escritos concebidos como "não-a-ler", porque é um escrito indecifrável. Nosso objetivo é formalizar um saber teórico que possa nortear o fazer clínico, este que suscita questionamentos sobre como fazer uma escrita do gozo presente na reação psicossomática, que possa reduzi-lo. Acreditamos que a psicanálise, ao marcar a diferença entre sintoma neurótico e fenômeno psicossomático, abre a possibilidade de sustentar a direção da cura, ao pensar a clínica não somente como um trabalho do significante ou da letra, mas também como a intervenção que recorta, destaca, faz cair o que Lacan chamou de "pedaços de real". É esta idéia que buscamos articular com a escrita do real, visando à possibilidade de que o gozo seja deslocado ao campo da palavra, na direção da cura.^len^aTaking as a starting point an investigation about psychosomatics and a revision about the theme, we intend in this article to revisit the texts of Freud and Lacan together with other analysts. The main intention here is to circumscribe the conceptual functioning of the theories about psychosomatics inspired by freudian and lacanian models, articulating them with Lacan's latest elaborations about the subject, presented at The Geneva Lecture (1975). There he points out that psychosomatic phenomenon is about body-writing, a writing that is not from the order of the sign, but from signature, which sends us to the dimension of enigma. According to Lacan, the traces are true hieroglyphs that we don't know how to read. That means written traces conceived as "not-to-read" because it's an undecipherable writing. Our goal is to formalize a theoretical knowledge that can be able to conduct the clinical practice, this one that produces questions about how to make a writing of the "jouissance" presented in psychosomatic reaction. We believe that psychoanalysis, marking the difference between neurotic symptom and psychosomatic phenomenon, opens up the possibility to sustain the direction of the cure by thinking the clinics not only as a work of signifying or work of letter, but also as an intervention that cuts out and detaches, making possible the dropping of what Lacan named "pieces of real". That's the idea that we intend to articulate with the writing of the Real in order to make possible for "jouissance" to be dislocated to the field of word and in the direction of the cure.

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