Revista Mal Estar e Subjetividade
ISSN 1518-6148
PINHEIRO, Kátia Flôres SOARES, Jorge Coelho. Cidade do lazer: expectativa de prazer. []. , 9, 3, pp.963-982. ISSN 1518-6148.
^lpt^aO presente artigo tem como objetivo pensar a cidade contemporânea como espaço urbano de lazer num tempo próprio de uma hipermodernidade em curso. Para isso, pretende-se refletir sobre como o lazer interfere nas formas de sociabilidade e subjetividade na busca de estados de bem-estar e satisfação. Neste contexto, consideraremos o consumo um dos vieses desse estado de satisfação. A cidade retrata e encarna esta realidade de forma mais evidente, principalmente quando constatamos a atual ênfase no lazer como produção de felicidade. Cada vez mais presente em todo mundo, a cidade como ator na produção do lazer, a cidade do lazer - assim chamaremos -, se intensifica como depositária das expectativas de prazer pelo divertimento e pela distração como compensações para os males do cotidiano e do trabalho. No entanto, a cidade do lazer vem se intensificando como depositária das expectativas de prazer aderindo aos moldes de uma realidade administrada pela lógica mercadológica do lucro, e assim seguindo os mesmos mecanismos instrumentais e técnicos que sustentam e controlam as atividades de trabalho. Ao mesmo tempo sinaliza, também, mecanismos psicossociais de adesão solícita e prazerosa de sujeitos diante desta lógica que implicaria na realização pessoal com mínimas exigências de si mesmo. Desta forma, nos debruçaremos na tarefa de analisar criticamente a cidade do lazer como expectativa de prazer, onde a cultura cotidiana do lazer, bem como os processos de subjetivação inerentes, impulsiona nossas inquietações diante da realidade calçada na razão instrumental e no consumo alienado como modo de alcançar a satisfação pessoal; o que para nós representa uma forma de sofrimento psíquico.^len^aThe objective of this article is to analyze the hypermodern city considering the idea of leisure as a form of consumption to attainment/ states of happiness. It has been more/ present/ over the time that the city of leisure is intensified as something in which it is deposited expectation of pleasure. The time dedicated to leisure is experienced as a practice that reinforces the actions supported by the same instrumental mechanisms which serves to guarantee the perpetuation of the economical logic. This city promotes illusions that should be desired through ephemeral diversions molded by the market industry. By the way, there is a volunteer adhesion that moves people in direction to consumption. Nowadays, the leisure signify have time to consumption. The felicity model is the attractive of leisure in the cities. With this scene in mind, we reflect about the ways by which the leisure interferes in/ sociability and subjectivity. For us, it's also representing a form of psychic suffering.
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