Revista Mal Estar e Subjetividade
ISSN 1518-6148
SALLES, Leila Maria Ferreira PAULA E SILVA, Joyce Mary Adam de. A legitimação da violência nos espaços de lazer e na rua. []. , 10, 1, pp.211-232. ISSN 1518-6148.
^lpt^aO presente trabalho tem por objetivo analisar os incidentes e a legitimação da violência juvenil nos espaços de lazer e na rua. O estudo foi realizado com jovens que vivem na periferia de uma cidade brasileira e que frequentavam uma escola publica localizada na região. Os bairros onde esses jovens vivem e os locais de lazer que frequentam são permeados por situações de violência que ocorrem cotidianamente. Neste contexto os jovens explicam e atribuem significado à violência da qual ora são vítimas e ora protagonistas. Para a realização deste estudo foram entrevistados jovens considerados pela escola como protagonistas de situações de violência e jovens que não costumam exercer atos caracterizados como violentos. As entrevistas foram realizadas por meio de grupos focais. Os jovens apontam que há uma série de regras que dirigem a conduta juvenil, que é marcadamente competitiva, permeada por intolerâncias e por tentativas de imposição de estilos de vida, modos de agir e preferências ao outro. A presença de grupos de bandidos e traficantes que impõem regras e normas de conduta aos moradores também se constituem em explicações para a violência. Entretanto, cabe ressaltar que se de um lado os jovens podem estar submetidos às regras impostas pelos traficantes e bandidos com os quais convivem na comunidade e subjugados à cultura juvenil em função de sua faixa etária, os depoimentos revelam também momentos de resistência e rupturas como quando as regras e as explicações são questionadas e outros grupos se tornam referencia.^len^aThis paper aims to analyze the incidents and the legitimation of the youthful violence in leisure spaces and on the street. The study was accomplished with teenagers that live in the periphery of a Brazilian city and frequent a public school in that region. The violence situations occur daily in the neighborhoods where these young live and in the leisure places that they frequent. In this context the young explain and attribute meanings to the violence of which they are sometimes victims and other times protagonists. For the accomplishment of this study, teenagers considered by the school as protagonists of violence situations and others that weren't considered violent have been interviewed. The interviews were accomplished through focal groups. According to the young, there are a set of rules that guide the youthful behavior that is remarkably competitive, permeated by intolerances and attempts of imposition of lifestyles and manners of acting. The presence of thieves and traffickers groups that impose rules and conduct norms to the inhabitants are also used as explanation for the violence. However, it is important to stand out that if, from one side, the young can be submitted to the rules imposed by the thieves and traffickers with whom they coexist in the community and to the youthful culture because of their age, the testimonies also reveal moments of resistance and ruptures as when the rules and explanations are questioned and other groups become reference.
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