Revista Psicologia Política
ISSN 2175-1390
CARVALHO, Isabel Cristina de Moura; MEDAETS, Chantal MEZIE, Nadège. "Uma aula assim muito forte": aprendizagem, escola e ritual em tempos de ocupação. []. , 19, 45, pp.244-260. ISSN 2175-1390.
^lpt^aEste artigo parte de um conceito de aprendizagem como imersão significativa em uma experiência vivida, tendo como referência empírica o movimento secundarista de ocupação das escolas públicas de ensino médio no Brasil, particularmente a ocupação das escolas em Porto Alegre, RS. A ocupação das escolas é analisada como movimento social que marca a iniciação na política para muitos dos jovens que se engajaram nele. São evocados os conceitos de estrutura, antiestrutura, communitas e liminaridade, de Victor Turner (1974), para dar conta da intensidade desta experiência que, do nosso ponto de vista, guarda analogia com um rito de passagem para a militância e a autonomia relacionadas à cidadania e a vida adulta. Em diálogo com um conjunto de autores que operam com a noção de aprendizagem como ontogênese, formação da pessoa, continuidade e engajamento com a vida prática e comunitária, nos interessa tematizar a aprendizagem desde as experiências vividas pelos jovens. As aprendizagens aqui serão identificadas como os processos de autocompreensão e compreensão contextual do mundo, desde a participação direta no grupo de colegas, no movimento social de ocupação e no espaço da escola ocupada. Diante da polarização entre a experiência de communitas da escola ocupada e a escola "normal ", discutimos os diferentes regimes de aprendizagem no âmbito dos processos educativos engendrados tanto pelo sistema formal de ensino e quanto pelas experiências de participação em movimentos sociais, como foi o caso da ocupação.^len^aThis article is based on a concept of learning as a significant immersion in a lived experience, having as empirical reference the secondary movement of occupation of public high schools in Brazil, particularly the occupation of schools in Porto Alegre, RS. The occupation of schools is analyzed as a social movement that promoted the initiation into politics for many of the young people who engaged in it. Victor Turner's (1974) concepts of structure, antistructure, communitas, and liminality are evoked to account for the intensity of this experience which, from our point of view, bears analogy with a rite of passage to militancy and autonomy related to citizenship and adult life. In dialogue with a group of authors who work with the notion of learning as ontogenesis, formation of the person, continuity and engagement with practical and community life, we are interested in learning from the experiences of young people. The learning here will be identified as the processes of self-understanding and contextual understanding of the world, from the direct participation in the group of colleagues, in the social movement of occupation and in the space of the occupied school. In the face of the polarization between the communitas experience of the occupied school and the "normal" school, we discuss the different learning regimes within the educational processes engendered by both the formal education system and the experiences of participation in social movements, case of occupation.^les^aEste artículo parte de un concepto de aprendizaje como inmersión significativa en una experiencia vivida, teniendo como referencia empírica el movimiento secundario de ocupación de las escuelas públicas en Brasil, particularmente la ocupación de las escuelas en Porto Alegre, RS. La ocupación de las escuelas es analizada como movimiento social que promovió la iniciación en la política para muchos de los jóvenes que se comprometieron en él. Se evocan los conceptos de estructura, antiestructura, communitas y liminaridad, de Victor Turner (1974), para dar cuenta de la intensidad de esta experiência que, desde nuestro punto de vista, guarda analogía con un rito de paso hacia la militancia y la autonomía relacionadas la ciudadanía y la vida adulta. En diálogo con un conjunto de autores que operan con la noción de aprendizaje como la ontogénesis, la formación de la persona, la continuidad y el compromiso con la vida práctica y comunitaria, nos interesa tomar el aprendizaje desde las experiencias vividas por los jóvenes. Los aprendizajes aquí serán identificados como los procesos de auto comprensión y comprensión contextual del mundo, desde la participación directa en el grupo de colegas, en el movimiento social de ocupación y en el espacio de la escuela ocupada. Ante la diferencia entre la experiencia de communitas de la escuela ocupada y la escuela "normal", discutimos los diferentes regímenes de aprendizaje en el ámbito de los procesos educativos engendrados tanto por el sistema formal de ensenanza y por las experiencias de participación en movimientos sociales, como fue el caso de la ocupación^lfr^aCet article est basé sur le concept d'apprentissage en tant qu'immersion significative dans une expérience vécue et a pour référence empirique le mouvement lycéen d 'occupation de lycées publics au Brésil, em particulier à Porto Alegre, RS. L 'occupation des lycées est analysée comme un mouvement social qui témoigne del 'initiation politique de nombreux jeunes qui s 'y sont engagés. Les concepts de structure, d'antistructure, de communitas et de liminalité de Victor Turner (1974) sont mobilisés pour rendre compte de l'intensité de cette expérience qui, de notre point de vue, présente une analogie avec un rite de passage: entrée dans le militantisme et accès à l'autonomie de la citoyenneté et de la vie adulte. En dialoguant avec des auteurs produisant des travaux sur la notion d 'apprentissage en tant qu 'ontogenèse, formation de la personne, continuité et engagement dans la vie pratique et communautaire, nous nous intéressons à la question de l'apprentissage à partir des expériences vécues par les jeunes. Les apprentissages seront ici considérés comme des processus de compréhension de soi et de compréhension contextuelle du monde, issus de la participation directe au sein du groupe de collègues, du mouvement social de l'occupation et de l'espace du lycée occupé. A partir de l'opposition entre l'expérience communitas de l'école occupée et de l'école "normale", nous discutons des différents régimes d'apprentissage au sein des processus éducatifs engendrés à la fois par le système éducatif formel et les expériences de participation aux mouvements sociaux, en l 'occurrence le mouvement d 'occupation de lycées.
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