Stylus (Rio de Janeiro)
ISSN 1676-157X
PACHECO, Ana Laura Prates. Por uma prática sem valor: a suficiência e a conveniência poética do psicanalista. []. , 25, pp.43-51. ISSN 1676-157X.
^lpt^aNo Seminário L'insu (1976-1977) Lacan lança uma pergunta: seria o psicanalista poeta o suficiente? Esta é a provocação que ele nos deixa, afirmando a seguir que "apenas a poesia permite a interpretação". Em meu desenvolvimento, destacarei que a articulação entre interpretação e poesia - portanto, as leis da linguagem - está presente no ensino de Lacan pelo menos desde A instância da letra (1958). Lacan demonstrou - com Freud - que o sintoma, assim com o sonho, é uma cifra cuja lógica responde às mesmas leis que regem a combinatória significante: a metáfora e a metonímia. A estrutura metafórica, especificamente, produz um efeito de significação que é de poesia ou criação. Seria, então, a interpretação, homóloga à estrutura do inconsciente? Vou tentar encaminhar esta questão com base em três breves recortes: 1. Um significante irredutível; 2. Um dizer; 3. Um significante novo.^len^aIn the Seminar L'Insu (1976-77), Lacan poses a question: Would the Psychoanalyst be poet enough? This is the provocation he leaves us with, further affirming that "only poetry allows interpretation". In my development, I will highlight that the articulation between interpretation and poetry, and therefore the laws of language, are present in Lacan's teaching since at least The instance of the letter (1958). Lacan has demonstrated - with Freud - that the symptom, as well as the dream, is a metaphor, a code whose logic responds to the same laws which orient the significant combination: a metaphor and a metonym: the metaphoric structure, specifically, produces an effect of signification which is poetry or creation. Would the interpretation then be equal to the structure of the unconscious? I will try to work on this question departing from three short perspectives: 1) An irreducible significant; 2) A saying; 3) A new significant.
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