Stylus (Rio de Janeiro)
ISSN 1676-157X
BORGES, Sonia. Quem tem medo do ready-made?: Psicanálise, interpretação e arte contemporânea. []. , 25, pp.59-67. ISSN 1676-157X.
^lpt^aEste artigo discute a orientação de Lacan para o trabalho de interpretação à luz de sua surpreendente afirmação: A interpretação é o ready made, Marcel Duchamp [...], na conferência A terceira, de 1974. Com esta "definição" da interpretação, Lacan não só radicaliza a sua crítica à perspectiva hermenêutica da interpretação, como ratifica a ideia do equívoco como sendo o seu paradigma. O ready-made, pelo fato de mostrar silenciosamente o que é um objeto, ou a falta essencial que habita e sustenta todo objeto, esclarece que é jogando com as palavras de forma provocativa que se pode ir além do deciframento dos significantes primordiais, sem, contudo, "engordar os sintomas com significados".^len^aThis article discusses Lacan's orientation for the work of interpretation in light of his amazing statement: Interpretation is the ready-made, Marcel Duchamp [...], made in the conference The third, in 1974. With this definition of interpretation, not only does Lacan radicalize his criticism to the hermeneutic perspective of the interpretation, but also ratifies the idea of having equivocation as his paradigm. For the fact of silently showing what an object is, or the essential lack which inhabits and sustains any object, the ready-made makes it clear that it is playing with words in a provocative way that one can go beyond the deciphering of the primordial signifiers without, however, "fattening the symptoms with meanings".
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