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Stylus (Rio de Janeiro)

 ISSN 1676-157X

FINGERMANN, Dominique. Resposta a uma letra em instância. []. , 26, pp.123-131. ISSN 1676-157X.

^lpt^aA autora, usando o equívoco do duplo significado de lettre, em francês: letra e carta, parte da letra em instância, como aquela que não encontra resposta no Outro. A letra-carta roubada, em sofrimento, a carta que não chega, em suspensão, causa, faz furo-trauma, sintoma que se inscreve na carne do sujeito. É esta a marca de origem de um sujeito, uma cristalização material e singular. Mas, a carta-letra, escrito, sem resposta sempre alcança, atinge, toca seu destino. O impacto deste alcance não é o sentido, mas o gozo. O sujeito seria uma resposta à letra, o Um sem o Outro, argumento da função sintoma. Entra-se, encontra-se, incidentalmente, no Real, onde não há relação. Perceber-se só faz marca. É o Dizer, que lê a letra como seu sintoma, que inaugura o falasser, a ex-sistência. O "gozo opaco" denunciado, no a posteriori, pela letra, pode ser renuncido, emergindo daí a fantasia. O falasser escreve seu romance a partir da sequência: furo - letra - fala - escrito. Sofrimento, sintoma e verdade, cuja repetição o sujeito faz ser o seu destino. O analista responde à demanda de interpretação com o Dizer que não, quando produz o corte do sentido, suspendendo o que o dito tem de verdadeiro. O Dizer apofântico levaria a repetição para além, com o furo da letra, uma furada do sentido, de seus contrangimentos, a possibilidade do ato. Quanto a responder com equívoco, é como responder com poesia, já que liga-se de outra forma, inaudita, à cadeia significante. A matéria do sintoma, significante, pode assim perder consistência. A responsabilidade do dizer é a resposta do Dizer que enoda a letra ao sujeito. Um analisante passante responde pelo real. A letra chega a seu destino quando não quer dizer mais nada, o que permite fazer uso dela para outra coisa.^len^aThe author, using the misconception of the double meaning of lettre in French: letter and correspondence, starts from the instance of the letter, as that which finds no response in Other. The purloined letter-correspondence, in suffering, the letter that does not arrive, in suspension, that causes, makes a crack-trauma symptom that is written into the meat of the subject. This is the original mark of a subject, a material crystallization and unique. But the letter-correspondence, written, unanswered, always reaches, achieves, touches your destination. The impact of this reach is not the end, sense but the enjoyment. The subject could be a response to the letter, the One Without the Other, argument of symptom's function. Comes into the Real, incidentally, where there is no relationship. perceiving it only makes a mark. Is The Saying that read the letter as it symptom, which inaugurates the speaking being, the ex-sistence. The "opaque enjoyment" denounced in subsequent, by the letter, renounced, hence emerging the fantasy. The speaking being writes his novel from the sequence: crack - letter - speech - written. Suffering, symptom and truth, whose repetition the subject makes it your destination. The analyst responds to the demand for interpretation with The Saying that no when the court makes the loss of sense, suspending the true. The apophantic Saying would lead the repetition beyond, with the crack letter reach a hollowed meaning, achieve the possibility of the act. How to respond with misunderstanding, is how to respond with poetry, as it turns otherwise, unheard, the significant chain. The matter of the symptom, significant, may thereby lose consistency. The responsibility of saying is the response of the Saying that makes node between the subject and the letter. An passing analysand responds by the real. The letter reaches its destination when does not mean anything, which allows to use it for something else.

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