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Winnicott e-prints

 ISSN 1679-432X

PONDE, Danit Zeava Falbel. O conceito de medo em Winnicott. []. , 6, 2, pp.82-131. ISSN 1679-432X.

^lpt^aEste trabalho discute o conceito de medo em D. W. Winnicott nas suas múltiplas faces, partindo do pressuposto que os diferentes sentidos do conceito estão atrelados, no âmbito etiológico, à temporalidade do amadurecimento emocional. A revisão bibliográfica da obra do autor empreende a pesquisa centrada no termo medo ou a conceitos a ele associados, tais como fobia, ansiedade, angústia, pânico, pavor noturno, terror, agonia impensável, pesadelo etc. O percurso se divide na apresentação do conceito de medo no contexto dos binômios saúde-doença e normal-patológico, e na temporalidade do amadurecimento. Sob a perspectiva da primeira discussão, o medo se inscreve como fenômeno afetivo de ordem defensiva que, como tal, é recurso de enfrentamento e comunicação, constituindo-se em material diagnóstico da condição emocional da pessoa. Nessa concepção, em detrimento de um preconceito estabelecido de estado psicopatológico, o medo atinge uma compreensão de condição existencial do ser humano. É fenômeno universal, cujo afeto ou não afeto, respeitando-se os diferentes contextos, matizes e níveis de intensidade, marcam a distinção entre o normal e o patológico. Os medos, em sua tipologia, dizem respeito às etapas do amadurecimento emocional que abrangem o que está acontecendo nas relações interpessoais entre o par mãe-filho na dependência absoluta, na dependência relativa e na formação triangular na independência relativa. Assim se configuram em medos relacionados à sobrevivência psíquica e à identidade, medos da separação da mãe, medos relativos à ambivalência amor-ódio e edípicos. Entende-se que o aprofundamento da pesquisa sobre o medo origina-se na observação e acompanhamento do sofrimento dos pacientes na clínica e, portanto, é para a prática clínica que esse conhecimento se justifica e se destina.^len^aThis work discusses the concept of fear in D.W. Winnicott in its multiple faces assuming that different meanings of the concept are associated, in etiologic sphere, to emotional maturational process. The bibliographical review of the author followed the term fear and its associated concepts such as phobia, anxiety, panic, night terror, unthinkable agony, nightmare, etc. The research script is divided into two moments: the presentation of the concept of fear in context of the opposition health-sickness and normal-pathology, and in the maturational process temporality. On the first moment, fear is seen as an affective defensive phenomenon that enables the person to face the world and communicate his/her emotional condition. Therefore it may be considered as diagnostic material. Thus, fear is not taken as a psychopathological prejudice, but as a tool that allow us to understand the existential condition of the human being as such. It is an universal phenomenon whose affection or non-affection, regarding its differents contexts, grades and levels of intensity, reveals the normal or pathological condition of the person. On the second moment, the tipology of fear has its origins in the stages of emotional maturational process which comprehends interpersonal relations between mother and son in the absolute dependency, relative dependency and in triangular formation during relative independency. Such types of fear are then configurated as fear related to psychological survival and identity, fear of separation from the mother, fear related to love-hate ambivalence and the edipic complex. The research on fear, such as this one, has its origins in the clinical observation of patient suffering, and shall be oriented towards it, where it shall find its deeper justification.

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