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Vínculo

 ISSN 1806-2490

     

 

ARTIGOS

 

O que promove o crescimento nos grupos?1

 

What promotes the development in groups?

 

¿Qué es lo que promueve el crecimiento en los grupos?

 

 

Beatriz Silverio Fernandes2

Endereço para correspondência

Núcleo de Estudos em Saúde Mental e Psicanálise das Configurações Vinculares
Sociedade de Psicoterapias Analíticas Grupais do Estado de São Paulo
Associação Brasileira de Psicoterapia

 

 


RESUMO

A autora, através de fragmentos de sessões de diferentes grupos tece algumas reflexões a respeito do que pode proporcionar crescimento no trabalho grupal. Os recortes dos grupos utilizados são advindos de diferentes contextos e populações. As inquietações surgiram principalmente, diante da estagnação de um dos grupos ao longo de três meses, o que a levou a investigar o tema. Revela o desenvolvimento dos grupos e traça um panorama teórico para, posteriormente, lançar idéias a respeito do que promove o crescimento grupal.

Palavras-chave: Grupo, Desenvolvimento, Promoção.


ABSTRACT

The author, through fragments of different group sessions, brings some reflexions on what may cause a growth in the group work. The groups used are brought from different population and contexts. The restlessness came mainly due to the stagnation of one of the groups during three months, what made them investigate the subject. It reveals the development of the groups and draws a theoric view to, later, release ideas on what promotes the development in groups.

Keywords: Group, Development, Promote.


RESUMEN

La autora, a través de los fragmentos de sesiones de diferentes grupos teje algunas reflexiones acerca del que puede proporcionar crecimiento en el trabajo grupal. Los recortes de los grupos utilizados vinieron de diferentes contextos y poblaciones. Las inquietaciones surgieron principalmente, delante de la constancia de un de los grupos a lo largo de tres meses, lo que la llevó a investigar el tema. Revela el desarrollo de los grupos y dibuja un panorama teórico para, posteriormente, revelar ideas acerca del que promueve el crecimiento grupal.

Palabras clave: Grupo, Desarrollo, Promoción.


 

 

Introdução

Os dias passam, os grupos acontecem, as pessoas melhoram e pioram. Os momentos bons da vida alternam-se com os mais angustiantes. Se fizermos um pequeno recorte da vida, poderíamos dizer que durante todo o tempo comemoramos bodas, nascimentos e carpimos os mortos, humanos que somos - psicoterapeutas e clientes.

Dentro do trabalho psicoterapêutico grupal observamos que todos nós, inseridos no contexto da vida, vivemos, ultrapassamos ou estagnamos em nossos conflitos. Muitas inquietações têm me perseguido no sentido de tentar buscar o que promove o crescimento nos grupos, e também no interior de cada indivíduo. O que existe na mente humana que faz com que possamos crescer?

Minhas reflexões sobre este tema são por demais extensas e abrangentes, portanto tomarei como ponto de referência apenas o crescimento dentro do contexto grupanalítico, de acordo com o que diz Fernandes (2004, p.131) sobre o crescimento mental.

“A necessidade de lidar com a frustração, com a dor mental, para se adquirir conhecimento, tem um componente intersubjetivo importante: o que existe que é tão frustrador como entrar em contato consigo mesmo? Certamente, entrar em contato com o outro se aproxima muito de poder dar essa resposta. Para evitar essa dor, essa frustração, essa turbulência emocional, nós nos evadimos, ignoramos, idealizamos e também recorremos à onipotência”.

 

Desenvolvimento da Proposta

As observações foram realizadas em três diferentes contextos e com populações diferentes:

- Grupo de mães de crianças portadoras de deficiência intelectual, paralisia cerebral e psicose infantil, realizado numa instituição-escola (beneficente, com alta rotatividade de alunos, mas que funciona mais como creche).
- Grupo de adultos psicóticos, cujas idades variam entre 30-53 anos, com dois anos de existência, funcionando em consultório privado.
- Grupo de profissionais liberais, jovens, cujas idades variam entre 30-40 anos, em sua maioria com mais de dois anos de freqüência ao grupo, presença 50% fixa até hoje, e os demais com certa rotatividade.

Partindo dessas observações, destaco para minha investigação, fenômenos comuns ocorridos, tais como: 1) Aceitação e forma de conviver no grupo; 2) Forma de assimilação das diferenças culturais e de credo.

Nesse caminho percorrido pelos grupos, creio que seus participantes passaram da intolerância rígida para uma maior flexibilidade e tolerância, tanto com relação às frustrações, como com as diferenças. Percebi ao longo dessa convivência, que a maior dificuldade de todos, inclusive minha enquanto terapeuta, era cada um aceitar a si próprio, adquirir capacidade para suportar o “sofrer”, as próprias limitações, ignorância e finitude do grupo e da vida, sem recorrer demasiadamente a mecanismos de defesa que nos levariam pela contramão do caminho do crescimento.

Seguem alguns fragmentos ilustrativos:

 

1. Grupo de mães de crianças portadoras de deficiência intelectual, paralisia cerebral e psicose infantil.

- “Somos escolhidas por Deus, por isso temos filhos com estes problemas”.
- “Eu acho que fizemos coisas muito erradas, por isso somos castigadas”.
- “Bem, eu nem sei, sou nervosa, grito tanto, são tantas brigas que prefiro que ele saia de casa”.
- “Aí ele me impediu de viver; quem vai querer ficar com uma mulher com um filho desses?”?
- “E eu que fui escolher para adotar, meu marido não queria, e agora deu no que deu”.

Temas como estes preencheram o grupo durante as três primeiras reuniões. Não havia integração, entrosamento, continuidade de assunto. Havia, sim, uma espécie de departamento de ouvidoria: estavam ali depositando dúvidas, queixas, reclamações, e ao mesmo tempo, com uma esperança altamente idealizada:

- “Quando será que meu filho vai falar ou escrever, tomar banho sozinho, comer sozinho”?

Comecei a sintonizar com o clima reinante: “o que eu estou fazendo aqui? Será que a psicologia pode ajudar ou elas é que estão certas? O que acontece independentemente de nossa vontade que resulta numa anormalidade? Qual o meu objetivo aqui”?

Um pouco das características de cada uma, e da cultura de onde elas eram oriundas, esteve presente também, refletido nos seguintes fragmentos:

- “Eu sou filha de índio, e índio de minha tradição não pede nada, não vou pedir esmola nem favor, minha filha tem o que posso dar”.
- “Eu sou casada com primo-irmão, e sei que dentro de minha religião isto é proibido”.
- “E eu meu Deus, fui abençoada com um marido bom, que Deus me tirou, assim como a saúde, e agora só, é que me dei conta de que se eu morrer, o que será de meu filho?”

As mães que achavam que a escola deveria ser melhor, não vieram mais, pois os filhos é que teriam que ser tratados (segundo informações de algumas mães na secretaria da escola ou então frases trazidas pelas mães freqüentadoras do grupo).

Sobre o trabalho grupal relatam:

- “Sabe, eu consegui aprender algumas coisas: onde tem dentista, médico; continuo achando um horror andar de ônibus com meu filho, mas vou”.
- “Cada um com seu destino, não é? Como é mesmo seu nome, doutora? O que traz você aqui? Somos tão diferentes assim? Tem filhos como os nossos? Foi Deus? (obs.: nunca tinha falado olhando para mim, me cumprimentava muito mal)”.
- “Estou preocupada, a senhora vai continuar vindo? Mesmo que fiquemos só nós quatro? Estou com medo.
- “É triste. A gente vê esses bichinhos, mas não conseguimos saber nem o que eles pensam. Devem pensar não é? Acho que também aqui nem sempre eu penso. Você vai ficar com a gente, mesmo vindo de outro lado do mundo”?

 

2. Grupo de adultos com comprometimento de ordem psicótica

As queixas e reclamações em momentos alternados povoam o grupo. Este é um grupo em consultório particular. Existe há três anos, dois dos quais com os mesmos integrantes. No início ouvia-se muito:

- “Meu pai é um verdadeiro idiota, nem babar falta, porque ele baba até no sofá. Meu irmão é um horror, pode ser doutor, mas é um bêbado imprestável”.
- “É, a minha família acha que eu tenho frescura e que quero ficar dopado o tempo todo. Só me chamam “daquele ali”, que nem minha irmã excepcional”.
- “Eu vou parar de tomar remédio, não muda nada”.
- “Você tem razão, remédio não adianta nada, o problema é a família que acha coisas de você”.

Com relação a questões culturais e religiosas observo que já conseguem respeitar diferenças, pois no grupo há uma diversidade de religiões: espírita praticante; evangélica da igreja quadrangular (que tem que lutar contra o demônio); e duas católicas, uma das quais freqüenta a igreja diariamente. Atualmente dizem frases como:

- “João, como você trabalha com todos esses problemas - você não delira no trabalho? Recebe espíritos”?
- “Não, eu dou passes. Tenho medo de piorar e não poder trabalhar. Às vezes me sinto perturbado quando vejo mulheres com decotes grandes, quero olhar, e isto me atormenta”.
- “Nossa! Credo! Viu porque o espiritismo é maluquice”?
- “Explique melhor, diz a coordenadora”.
- Uma colega intervém, e diz:
- “Minha pastora diz que ela é gente, e eu sei que ela tem problemas, mas ela está lá para nos orientar na religião”.
- “Que horror! Não falei”!
- “Escuta aqui: e padres? Você sabia que eles são pedófilos? Saiu no Jornal Nacional e no Times”.
- “Olha eu gosto de vocês, eu não fico na religião. Nem sei a religião da Bia. Eu acredito em vocês, eu preciso de análise, eu estava no inferno”.
- “Eu às vezes venho aqui, dou meus chiliques, fico brava, mas me ajuda. Às vezes, eu só consigo concordar, e dias depois, cai a ficha”.

 

3. Grupo de adultos entre 20-30 anos de profissionais liberais jovens

Encontramos temas como:

- “Eu não quero me envolver, chega” Nada da certo, quero viver... Baladas...”.
- “Eu quero casar direito na igreja”.
- “Eu quero saber o que se passa, que meus namoros não vão para frente. Questiono a vida e o que temos que fazer para dar certo”.

As diferenças também aparecem:

- “Não consigo entender vocês, não concordo com esse papo de Deus, religião, isto não existe”.
- “Eu não tenho muita certeza. Acho que conto comigo”.
- “Eu conto com a igreja. Vou me casar lá. Mas, olhe, eu já consegui admitir que nem tudo tem que ser a ferro e fogo. Passei anos me podando, mas acho que é porque tenho medo...”.

Um ano depois:

- “É, quem diria que logo, logo, teremos casamento”? “E as baladas...”?
- “É, eu admito que na verdade eu tinha medo do “pé na bunda”. Acho que ainda tenho, embora já esteja com mais de 30 anos, a separação de minha família está muito presente”.
- “Eu não quero casar sem ter casa, acho que como espelho de meus pais”.
- “Vocês não podem ser diferente deles? Por que têm que ser iguais”?
- “Como é duro eu me livrar dessas idéias pré-concebidas”.
- “Como me angustio com isso; é verdade mesmo! Pensar aqui estas coisas é bom! Eu vejo que a gente se mostra de um jeito, e o outro nos vê de outro modo. Quem está com a razão? Hoje eu consigo me dar bem nos negócios porque aprendi a ver isso”.

 

Panorama Teórico

Fui dialogar a princípio com Freud (1914), relendo o artigo Recordar, Repetir, Elaborar, para ver no que ele poderia me ajudar, e encontrei: a elaboração representa o trabalho que se faz necessário, tanto da parte dos psicoterapeutas como dos pacientes, a fim de superar resistências à mudança, que são devidas, principalmente à tendência das pulsões dos instintos de se apegarem a padrões habituais de descarga... É um trabalho que se soma aos trabalhos requeridos para desvendar os conflitos e as resistências.

Zimerman (2000, p. 186) nos diz que “a vida psíquica é constituída por estruturas compostas por pares antitéticos (amor x ódio, partes psicóticas x partes não psicóticas, etc.) os quais, dissociados e projetados estão fundidos e confundidos... Elaborar, em resumo, é o processamento de uma integração e síntese harmônica desses elementos decompostos”.

Néri (1999, p. 190-191) falando sobre favorecer uma tomada de posição mais ativa, por parte dos membros do grupo, enfatiza o papel do grupoterapeuta em “destacar os elementos de diferenciação e de individualidade existente em cada um dos participantes do grupo, seus modelos de pensar, e estilo próprio”.

Foulkes e Anthony (1967, p.55) discorrendo sobre a situação grupo-analítica e o desenvolvimento que esta proporciona, ressalta: “trata-se da oportunidade que esta situação concede para a exploração do que se pode denominar de inconsciente social. Os sentimentos e reações de cada indivíduo refletem as influências sobre ele exercidas por outros indivíduos do grupo e pelo grupo como um todo, por menos consciência que ele tenha deste fato”.

Martin Grotjahn já nos faz pensar na maneira como o coordenador conduz o grupo, que poderá reverter como uma experiência de crescimento:

“Um relacionamento de trabalho é um relacionamento de luta e ainda assim afeiçoado; o ego saudável de um paciente luta junto com o psicoterapeuta contra o mal, o demônio, o pecado e a doença. Pessoas que acreditam que não se pode lutar com um amigo terão dificuldades para entender a essência da aliança e trabalho terapêutico” (GROTJAHN, 1996, p.240).

René Kaës mostrou que o grupo tem a capacidade de ser uma espécie de “Albergue Psíquico”, com a função de ser essa psique ou mesmo acolhendo e hospitalizando suas partes enfermas, possibilitando o surgimento de algo que não se constituiu. Assim, o grupo é o lugar onde as palavras já podem ser ditas, as proibições não explicitadas podem ser anunciadas e se abrir um caminho (KAËS, 1988, apud FERNANDES, 2003, p.155).

José Luiz Chagoyán (1987) expondo sobre erros e fracassos em Psicoterapia Analítica de Grupo, relata aproximadamente: está na capacidade do analista de receber um material manifesto multiplicado por x (número de membros do grupo), em seu poder dedutivo para alcançar a gestalt do grupo, em sua compreensão dedutiva e na capacidade de compreender a fantasia inconsciente, mais seu treino de síntese para alcançar a interpretação, e assim, ir trabalhando e conseguindo crescimento.

Este mesmo autor ressalta a responsabilidade do grupoterapeuta para com o andar do grupo. Diz que é parte integrante deste, e deve estar capacitado para viver toda classe de papéis conscientes e inconscientes, como também ter a capacidade de tolerar toda classe de representações transferenciais e paranóicas, de diversos estratos psíquicos do grupo. Isto implicaria a aceitação e compreensão do próprio inconsciente do terapeuta. Assim seria a aceitação das partes psicóticas e infantis do grupoterapeuta que lhe serviriam para viver com o grupo a loucura deste, quer dizer, seu conteúdo inconsciente.

Segundo Chagoyán, nós temos ansiedades contratransferenciais insolúveis de dependência, e o grupo sente cedo ou tarde o Ego do analista débil. Quando esta percepção acontece, eles se vão, com a esperança de encontrar outro tipo de ajuda.

 

Considerações Finais

Refletindo sobre o meu papel em diferentes grupos e locais, penso ter sido, acima de tudo, o elemento que proporcionou a criação do espaço de contenção de angústias, e de surgimento de esperança, e não de resultados mágicos. Esperança no sentido de poderem conviver com melhor qualidade e vida, com a realidade de cada um. O mesmo creio que ocorreu comigo, convivi com os diferentes grupos, contive meus ideais e desejos.

Com tal postura, de alguma forma favoreci que eles pudessem encontrar seu próprio ritmo, contexto, e crescer como indivíduos e como grupo.

O crescimento caminhou a partir do aceite em freqüentar grupos, conviver com os diferentes colegas, de diferentes origens, credos e profissões; depois, a escuta passou a existir por parte deles também, havendo a possibilidade de aceitar o não desejado.

Creio que todos os grupos cresceram, assim como todos os seus participantes, é claro que, cada um dentro de seu ritmo, e de suas capacidades. Vivendo a ambivalência instintual que ressaltam Freud, Klein, Zimerman e Néri, conseguindo entrar em contato com o trabalho grupal, com a dor, frustração, e, como disse Marcos Bernard (1996) falando do imaginário e das fantasias, que têm papel muito importante como organizadoras do grupo.

Podendo reviver no grupo suas histórias, agruras, sua miséria humana, seus benefícios e progressos, os pacientes conseguem conviver com seus problemas concretos, já não fugindo deles, o que os fazia adoecer; mas conseguindo agora viver mais confortavelmente, embora com algum sofrimento inerente a situações de vida tão difíceis.

Os diferentes autores também são unânimes em acentuar a responsabilidade do psicoterapeuta no que concerne a poder permitir que o grupo caminhe, que aceite seus pacientes como eles são, na língua-mãe de cada um deles, e através da linguagem que conhecem, pois não é a intelectualidade que vai promover o crescimento.

Estar na coordenação de um grupo terapêutico produz medo? Claro que sim! São tantas premissas sem respostas, são tantos momentos inusitados, tantas explosões repentinas que nos deixam à mercê da maré. Hoje aceito que devo me deixar levar pela maré, mas até o ponto em que não me afogue. Deixar-me levar até que consiga, através do inconsciente, perceber que movimentos estão existindo e esclarecê-los, conhecendo, controlando e utilizando a contratransferência.

A união de um ambiente (setting) acolhedor; com um coordenador que consegue conter, escutar, tolerar, introjetar e devolver a seus participantes algo de referência do que foi tratado, pode permitir crescimento.

Os impulsos libidinosos, isto é, aqueles que estão a serviço da comunicação do indivíduo e da sua espécie, vão dar lugar à união e à criação.

Além do fato de estarem ali presentes, de conseguirem ouvir uns aos outros depois de tantos ensaios realizados, de poderem ouvir seus progressos, assim como suas regressões, e serem aceitos pelo terapeuta, por si próprios e pelos colegas, percebo que algo mais ocorreu. Além de ser o grupo considerado o receptáculo de um pouco de tudo de nossas vidas, acho que seus participantes conseguem se encontrar socialmente também, podendo rir, às vezes até mesmo divertir-se (nos divertirmos).

O processo grupal parece ser uma situação nova e diferente para todos os membros do grupo, inclusive o coordenador. Para quem não tem regras, poderá encontrá-las; para os muito “certinhos”, um momento de pensar sobre a possibilidade de quebra das regras. Da mesma forma, romper idealizações e também criar ideais sem os quais não se vive, reviver conflitos e, quem sabe, assim como a costureira, poder cerzir os tecidos desfiados, deixando a marca, mas podendo usufruí-los com propriedade.

Para mim, o que promove crescimento é poder viver tudo isto através das estruturas evolutivas internas, do meio social, do meio ambiente familiar, profissional e da falta, e, o mais mágico de tudo, no grupo e através do grupo.

Estas observações e reflexões foram de grande utilidade para mim, permitindo ver na prática a ação conjunta do amor e do ódio, que, graças ao predomínio do instinto vital, levam lentamente o indivíduo no curso de sua vida até que consiga alguma maturidade, adequar-se ao seu meio ambiente, com maior ou menor êxito.

Termino minhas considerações com uma homenagem a um grande mestre Manoel Munhoz (1989, p. 85), lembrando um trecho de seus muitos escritos. “Tem sido interessante observar como o indivíduo tenta agir juntamente com os outros membros do grupo para atender às suas tendências evolutivas, e como o grupo como um todo, tenta agir nesse sentido”.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHAGOYÁN, J.L.G. Psicoanálisis y Grupos. México: Pax, 1987, p 125-136.        [ Links ]

FERNANDES, W.J. Crescimento Mental e Modelos no Processo Grupal, in FERNANDES, B.S., SVARTMAN, B; FERNANDES, W.J. Grupos e Configurações Vinculares. Porto Alegre: Artmed, 2004, p.131.        [ Links ]

FOULKES, S.H. E ANTHONY, E.J. Psicoterapia de Grupo, Rio de janeiro: BUF, 1967, p. 55.        [ Links ]

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GROTJAHN, M. Terapia Analítica de Grupo. Rio de janeiro: Imago, 1993, p. 240-243.        [ Links ]

KAËS, R. Aparelho psíquico grupal e ancoragem: a contribuição de René Kaës. In FERNANDES, B.S., SVARTMAN, B; FERNANDES, W.J. Grupos e Configurações Vinculares. Porto Alegre: Artmed, 2004, p.155.

MUNHOZ, M. A Visão Evolutiva na Psicoterapia Analítica de Grupo, Revista da Associação Brasileira de Psicoterapia Analítica de Grupo, VolI, n. 1, S.Paulo: p. 85, 1989.        [ Links ]

NÉRI, C. Manual de psicanálise de grupo. Rio de janeiro: Imago, 1999, p. 190-191.        [ Links ]

ZIMERMAN, D.E. Fundamentos Básicos das Grupoterapias. Porto Alegre: Artmed, 2000, p.186.        [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
E-mail: bibitriz@terra.com.br

 

 

1 Apresentado no V Congresso do NESME, Serra Negra, 2005.
2 Psicóloga clínica, membro fundador e docente do NESME - Núcleo de Estudos em Saúde Mental e Psicanálise das configurações Vinculares e da SPAGESP - Sociedade de Psicoterapias Analíticas Grupais do Estado de São Paulo, 2005. Membro da ABRAP - Associação Brasileira de Psicoterapia.

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